CAPÍTULO 30: Aguente Firme

Parte da série Paixão Secreta

Como se conta para uma pessoa que você foi estuprado pelo próprio pai? Essa é uma pergunta que não nos ensinam na escola, ou no trabalho, ou em qualquer outro lugar.

Eu acordei com o sol brilhando no meu rosto. Olhei para o relógio e o mesmo marcava 09h40min. Por um momento eu não me lembrava de nada, até que me mexi e senti algo molhando e gelado no meu corpo. Coloquei vagarosamente a mão para trás e esfreguei no meu ânus e trouxe ele molhado de vermelho.

Eu então me levantei devagar e vi a cama cheia de sangue. Eu fui para o banheiro, tirei minha roupa e fui para o Box. Eu abri o chuveiro e água quente caiu no meu corpo. Eu peguei o sabonete e me lavei. Agora não doía tanto, só quando a água caia e passava lá atrás. Eu gemia de dor enquanto esfregava e lavava o sangue. Um pouco estava seco então precisei esfregar, mas não sangrava mais.

Eu sai do banheiro enrolado na toalha e me sequei. Eu vesti uma roupa limpa e depois encarei a cama por um bom tempo. Eu peguei o lençol o cobertor e enrolei-os e joguei pela janela do corredor. Eles caíram atrás da casa. Eu andava devagar porque estava assado. Eu voltei para o quarto e peguei o colchão e levei até o corredor e joguei pela janela do corredor.

Eu fui até a ponta da escada e desci. A poça de sangue ainda estava lá e meu pai bêbado estava lá do mesmo jeito, com as calças abaixadas. Quando o vi meus olhos encheram de água e eu passei direto e peguei álcool na cozinha e fui até atrás da casa e puxei tudo para o fundo e joguei o álcool. Peguei um fosforo, risquei e joguei fazendo uma fogueira enorme. Eu voltei para dentro e subi as escadas e peguei minha roupa suja e levei para baixo. Chegando lá eu larguei a roupa no chão e fui até meu pai e tirei a roupa dele e levei junto com a minha e joguei na fogueira. Eu voltei até lá e arrastei meu pai para fora da sujeira e enrolei o carpete sujo de sangue e joguei no fogo que ardia em chamas flamejantes.

Meu pai se contorceu quando eu empurrei tentando acordá-lo.

- Mike... O que aconteceu. – falou ele com a voz rouca.

- vamos pai, vou te dar um banho – falei ajudando ele a se levantar. Nós subimos as escadas vagarosamente e de lá ouvi meu celular tocando. Eu apenas ignorei e continuamos a subir.

Nós fomos até o banheiro do quarto dele e eu o coloquei na banheira e abri as torneiras enchendo ela com água quente. Eu comecei a esfrega-lo e duas vezes tive que rapidamente segurar a cabeça dele fora da banheira porque ele vomitava.

Eu o lavei todo e depois que troque ia água duas vezes eu o ajudei a ficar de pé. Eu o enxuguei e o ajudei a se sentar na cama.

- minha cabeça está doendo – falou ele.

- eu vou pegar um remédio para o senhor – falei pegando uma cueca e uma bermuda para ele.

Ele se sentou na cama e eu vesti a cueca e depois a bermuda.

- deita na cama, eu vou trazer algo para você beber.

Eu fui até lá em baixo e peguei uma jarra de água e remédio para dor de cabeça, aspirinas e levei para o quarto. Eu entreguei uma aspirina no copo e ele bebeu e em seguida ele tomou um remédio contra a dor de cabeça.

- eu vou lá em baixo e já volto.

- ele apenas fechou os olhos e eu fechei as cortinas e liguei o ar condicionado.

Eu fechei a porta do quarto e desci. Eu limpei o chão e fui até lá fora e a fogueira já tinha queimado tudo. Eu apenas varri as cinzar e coloquei em sacos de lixo. Eu fui até meu quarto e peguei meu celular. Tinha umas 20 chamadas perdidas. Eu então retornei apenas para Adam.

- bom dia – falou Adam.

- bom dia – falei.

- Mike você não apareceu hoje.

- sinto muito Adam, eu amanheci muito mal e agora que eu melhorei é que estou ligando.

- você está bem?

- estou sim.

- quer que eu peça para Fritz ir ai?

- não precisa, eu só estou com muita dor de cabeça e dor na garganta, estou tomando um remédio e fiz um chá, amanhã eu devo estar melhor.

- tudo bem, mas se não estiver se sentindo bem, não precisa vir amanhã.

- obrigado... Adam... você me faz um favor?

- sim Mike.

- não conta para ninguém que estou doente, se alguém perguntar apenas diga que eu tinha um compromisso e não pude ir hoje.

- ok – falou ele.

- obrigado.

- melhoras – falou ele desligando o celular.

Eu sai do meu quarto e desci as escadas e fui até a despensa e peguei um balde e subi as escadas e levei ao quarto do meu pai. Eu abri a porta e ele estava de olhos fechados. Eu coloquei o balde no chão ao lado da cama.

- pai se precisar vomitar eu trouxe o balde.

- trás uma bebida pra mim – falou ele – vou me sentir melhor.

- não – falei.

Eu retirei minha chinela e dei a volta na cama e me deitei ao lado dele e deitei a cabeça no peito dele.

- se quiser beber, vai ter que se levantar e pra fazer isso vai ter que me tirar de cima de você. Você já bebeu o suficiente pai.

- foi apenas uma semana. – falou ele.

- já fez 1 mês pai.

- um mês? E meu trabalho… e você...

- não se preocupa com o trabalho pai, se preocupe com você ficar limpo.

- tudo bem – falou ele.

Ele então rapidamente se virou para o lado e puxou o balde vomitou nele. Eu me levantei e peguei um pacote de lenços humedecidos e coloquei no criado mudo ao lado dele. Eu voltei a me deitar junto dele.

- minha cabeça está estourando – falou ele se sentando e colocando um copo com água e bebendo.

- deita e dorme pai, vai melhorar.

Ele se deitou e fechou os olhos e logo ouvi ele roncando. Eu não queria dormir, mas estava muito cansado e acabei pegando no sono.

Acordei de repente sentindo uma leve dor na coluna. Eu me levantei assustado. Meu pai não estava mais deitado. Eu então olhei para o quarto e meu pai não estava em nenhum lugar.

- pai? – falei saindo do quarto.

Eu desci as escadas e ele estava sentado na cozinha tomando algo.

- o que é isso? – perguntei me aproximando.

- café – falou ele tomando um gole. – estou tomando café em um copo de plástico porque não encontrei nenhum.

- porque o senhor não dormiu?

- mais? Meu corpo está até doendo de tanto dormir.

- quantas horas?

- olha lá fora – falou meu pai sinalizando para a janela.

Estava escuro e silencioso lá fora.

- quantas horas? – perguntei indo até o relógio no micro-ondas. o relógio digital marcava 05:30 da madrugada.

Eu tinha dormido o dia inteiro e a noite inteira. Eu então senti um vazio no estômago estava morto de fome.

- o que aconteceu com a janela? Aonde está a televisão? O carpete? Os copos.

- você quebrou tudo – falei ficando em pé.

- eu? – perguntou meu pai.

- sim. – falei.

Ele então olhou fixamente pra mim e viu meu olho um pouco roxo.

- quem te machucou no olho? Que tem bateu.

Ele se levantou e olhou mais de perto e logo pegou minhas mãos e viu os curativos que eu tinha feito para minhas unhas arrancadas.

- Mike... quem.. .quem fez isso com você?

Eu não respondi nada e apenas fiquei calado e ele simplesmente entendeu.

- Mike... eu... me perdoa... eu nunca-ca...

- esquece – falei. – o que aconteceu, aconteceu.

Ele se sentou abatido.

- eu estava triste com... com o que tinha acontecido e bebi um pouco.

- você bebeu durante um mês pai e esse foi o pior mês da minha vida.

O senhor me bateu, quebrou tudo dentro da casa.

- me... perdoa – falou ele começando a chorar.

- não chora – falei me aproximando e abraçando ele. Ele apertou o rosto no meu peito.

Eu apertei os lábios e começaram a escorrer lágrimas do meu rosto. Meu pai nunca iria saber o que fez comigo dois dias atrás. Agora eu sei que não deveria ter contado sobre Charley, se eu contar sobre o estupro ele voltaria a beber.

- eu perdoo – falei abraçando ele. – eu aguentei tudo o que você fez porque eu sei que se fosse ao contrário o senhor faria o mesmo por mim.

Ele me abraçou mais forte e não me soltou.

- me promete que nunca mais vai beber.

- prometo – falou ele se levantando e me abraçando. Eu passei os dedos nos olhos e limpei as lágrimas dele.

- me promete outra coisa? Eu vou procurar um psicólogo e vou pagar para você vê-lo duas vezes por semana. – a verdade é que também iria ver o psicólogo porque eu tinha medo do que o estupro faria a mim á longo prazo.

- tudo bem – falou ele – você vai trabalhar hoje?

- acho que vou ficar em casa com o senhor.

- não precisa, vai.

- o senhor não via ficar trancado dentro de casa. Quer saber, eu vou te dar o meu cartão e você vai comprar tudo o que está faltando. A TV, talheres...

- não posso aceitar – falou ele.

- pai, o senhor não precisa ser sempre o “homem da casa”. Deixe algumas responsabilidades comigo.

- ok – falou ele.

Eu entreguei o meu cartão do banco com a senha e logo fui me arrumar para ir ao trabalho. Antes de sair fui me despedir dele. Eu peguei minha carteira e entreguei dinheiro para ele.

- pai, usa para colocar combustível no seu carro e quase ia me esquecendo, amanhã vai ter uma festa na casa do Adam e quero que o senhor vá comigo.

- tudo bem – falou ele pegando o dinheiro. Eu vi que ele ficou sem graça. Eu conhecia meu pai, aquilo era pior do que ser abusado, era como tirar a masculinidade dele.

Ele estava sentado no balcão da cozinha e eu alisei as costas dele.

- não fica triste, eu sou seu filho. É obrigação minha cuidar do meu pai quando ele precisa de mim.

- tudo bem – falou ele – tenha um bom trabalho. – falou ele me dando um beijo no rosto.

Então fui para o trabalho.

Comentários

Há 1 comentários.

Por jv em 2014-02-15 21:28:36
Continua to loco pra ver o q vai acontece