CAPÍTULO 28: Novo Funcionário

Parte da série Paixão Secreta

Eu acordei ás 03h10min da madrugada. Estava silencioso. Eu me levantei e me sentei na cama. Eu limpei meus olhos que estava embasado e ardendo de tanto sono. Eu abri a porta e fui até o corredor e vi meu pai sentado escorado na parede com várias latas de bebidas caídas em volta dele. eu chutei as latas e tentei arrastar meu pai pelo chão, com muita dificuldade consegui arrastá-lo até o último quarto do corredor e levei uns 15 minutos para coloca-lo em cima da cama. Eu o cobri e logo sai fechando a porta.

Eu desci as escadas e levei um susto quando cheguei. Havia coisas quebradas por todos os lados. Ele tinha quebrado todos os copos e pratos da casa. Enfeites de porcelana que minha mãe tinha comprado estavam destruídos.

Eu abri a porta dos fundos e peguei uma vassoura e comecei a arrumar toda aquela bagunça. Eu juntei os cacos e acabei cortando minha mão direita. Começou a escorrer sangue e eu fui até a pia e coloquei a mão em água corrente.

- ainda bem que sou canhoto – falei apertando a mão para limpar a ferida e não ficassem pequenos cacos lá dentro.

Eu fui até o meu quarto e fiz um curativo na mão.

- Fritz vai me matar, mas eu não vou ligar pra ele uma hora dessas pra fazer um curativo na minha mão e além do mais, ele vai ver toda a bagunça que meu pai fez.

Eu comecei a limpar outra. Por sorte Pluto estava amarrado no fundo do quintal e não tinha sido machucado pelo meu pai. Eu peguei a comida que eu tinha feito espalhadas pelo chão, peguei as panelas que meu pai tinha jogado no chão e metade delas foi para o lixo, pois ele tinha amassado elas.

Eu limpei as paredes sujas de comida e logo percebi que o que estava sujo no chão era vômito porque o cheiro foi forte no meu nariz e eu quase vomitei por cima. Eu peguei uma mascara e coloquei no rosto de continuei limpando a cozinha.

Ás 04h27min eu terminei de limpar toda a casa. Até uma das janelas da sala meu pai tinha quebrado quando jogou um pesado enfeite da estante por ela. Minha mão começava a escorrer sangue e a arder.

- vou ligar para o Fritz. Vou falar que quebrei um copo – falei para mim mesmo.

Eu fui até o Pluto e troquei a água e coloquei comida para ele. Subi as escadas coloquei minha roupa na mochila e tudo o que precisava para o trabalho e sai de casa, tranquei a porta e sentei na calçada. Eu peguei o celular e liguei para o Fritz. Não demorou muito e ele atendeu com uma voz de sono.

- oi – falou ele.

- sou eu, Mike.

- ratinho, está tudo bem?

- está sim… é que... Eu não queria te incomodar, mas você disse que qualquer coisa podia te ligar... eu machuquei a mão, tem um corte enorme e está saindo muito sangue.

- aonde você está?

- em casa.

- daqui a 20 minutos eu chego.

- não vai correr.

- tudo bem – falou ele desligando o telefone.

Eu fiquei lá sentado vendo a escuridão da noite, a rua deserta e o céu com algumas estrelas lá no alto. Estava muito frio. Eu estava com os braços cruzados e a mochila no meu colo para me proteger do frio e depois de 20 minutos ouvi um carro ao longe. Era Fritz.

Eu me levantei e esperei ele estacionar. Ele abriu a porta do carro e saiu e veio até mim.

- calma – falei – foi só um corte.

- só um corte? – falou ele olhando minha mão de perto – o que você fez? Apertou o caco de vidro?

- eu bati a mão com um copo de vidro ontem a noite na hora do jantar e fiz um curativo qualquer e fui me deitar. Eu acordei agora de madrugada com a mão doendo e tive que te ligar.

- ontem à noite? – falou ele enrolando a minha mão no pano. Nós fomos para dentro do carro.

- foi.

- eu te disse que era pra me ligar quando precisasse de mim.

- me desculpa, mas é esse tipo de pessoa que eu sou, o tipo que não gosta de incomodar.

- incomodar? Se você precisa de mim é só me ligar.

- não vamos brigar por causa disso, minha mão está doendo muito.

- ok – falou ele – vamos pra minha casa, você vai precisar de pontos.

Ao chegarmos a casa dele ele deu pontos na minha mão e logo fez o curativo. Em todo esse tempo ele não disse uma palavra sequer.

- obrigado – falei quando ele terminou.

- de nada – falou ele se levantando e indo até o banheiro sem dizer uma palavra

- Fritz, me perdoa, eu já pedi desculpas.

- você devia ter ligado quando se machucou.

Eu olhei para o relógio do celular e era exatamente 05h39min.

- eu não sei mais o que dizer. Eu já pedi desculpas não sei o que falar.

Ele saiu do banheiro e se deitou na cama. Eu fiquei sentado olhando pra ele. Ele estava realmente chateado apenas porque eu não o chamei quando precisava dele. Eu não conseguia entender.

- não vou mais brigar por causa disso. Obrigado pelo curativo e já que está chateado comigo você pode voltar a dormir eu vou ficar lá em baixo esperando a hora passar até que eu possa me arrumar. – falei em levantando e indo até a porta.

- não vai não – falou ele.

- vou sim.

- vem aqui – falou ele esticando a mão e então eu fui até ele e segurei na mão dele. – desculpa.

- tudo bem – falei – dá próxima vez eu prometo que te ligo.

- deita aqui comigo, eu te levo até o trabalho, nós podemos sair daqui ás 07h45min que você ainda chega cedo.

- tudo bem – falei dando a volta na cama e deitando ao lado dele. Nós nos cobrimos e ele me fez virar de costas e fez conchinha comigo.

Eu fechei os olhos, eu não iria conseguir dormir outra vez, mas pelo menos descansaria meu corpo. Ele ficou beijando minha orelha e alisando meu peito e eu consegui cochilar um pouco.

Por volta dás 07h10min ele me acordou e eu me arrumei e como ele só iria para a empresa a tarde ele me levou e me deixou na porta. Eu fui até o 20º andar e quando cheguei lá havia um rapaz sentado.

- bom dia – falou ele se levantando. Era o candidato do dia anterior.

- olá, você é Kennley? – perguntei.

- sou sim. – falou ele.

- prazer, eu sou Mickey, mas pode me chamar de Mike.

- ok – falou ele.

- você pode ficar aguardando que Adam vai chegar em seguida e ele vai te passar algumas coisas e você já começa a treinar comigo.

Logo Adam chegou e levou Kennley para dentro da sala e conversou com ele. Kennley saiu e eu comecei a trina-lo. Eu passe i básico e disse que o restante ele iria aprender com o tempo e com a própria experiência.

Na hora do almoço eu o chamei para almoçar comigo já que era o primeiro dia dele. Antes de sairmos eu mostrei o 5º andar e tudo o que era oferecido para os funcionários. Logo após fomos a um restaurante. Ele estava animado para o primeiro dia. Ele era branco, o rosto lisinho e um Piercing no canto da boca e é claro que ele não usava no momento.

Durante a conversa eu comecei a perceber que ele é gay, os trejeitos, os assuntos. Ele foi se soltando mais e percebi que ele era afeminado, totalmente ao contrário de mim ele não era tão reservado, ele era claramente gay. Nós demos muita risada durante o horário de almoço. Logo eu confirmei que ela é realmente gay, não precisei dizer que era gay porque ele me perguntou e eu apenas confirmei.

Depois do almoço nós voltamos ao trabalho e Xavier, Vanessa, Steve, Fritz e Gray apareceram e todos eles tiveram uma reunião que durou quase a tarde toda.

Depois do expediente nós dois nos despedimos e eu fui para casa.

Ao chegar em casa vi meu pai deitado no sofá com uma garrafa vazia caída no chão. Ele tinha passado o dia todo bebendo. Eu não aguentava mais ver meu pai naquele estado e o pior de tudo é que eu não podia fazer nada. Eu não podia obriga-lo a nada. Como filho meu papel era aguentar e cuidar dele do mesmo jeito que eu sabia que ele iria cuidar de mim. Desta vez eu não tentei leva-lo para cima eu trouxe um cobertor e o cobri lá mesmo no sofá. Eu arrumei um lanche para mim e resolvi subir logo.

Eu naveguei um pouco na internet quando Fritz me ligou.

- oi ratinho.

- oi amor – falei atendendo.

- está tudo bem com você?

- está sim.

- e seu machucado dói como antes?

- não muito.

- que bom, qualquer coisa você me liga.

- eu ligo sim. Beijos.

- beijo – falou ele desligando.

No mais tardar eu me cansei e logo me deitei e mergulhei em meus sonhos.

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