CAPITULO 25: Um Beijo No Punho
Parte da série Paixão Secreta
CAPÍTULO 25: Um Beijo No Punho
Antes de irmos para a casa de Fritz passamos na vídeo locadora e alugamos dois filmes. Assim que chegamos a casa dele, ele foi pedindo comida japonesa e eu me sentei no sofá. Eu não conseguia tirar meu pai da cabeça, eu ficava pensando em como ele estaria se sentindo, depressivo, bebendo já faz três semanas e não ia mais para o trabalho, eu realmente precisava fazer algo. Eu me assustei quando Fritz repousou as mãos no meu ombro.
- te assustei foi?
- quase me matou – falei.
Ele deu a volta no sofá e se sentou ao meu lado.
- está pensando no que?
- em nada.
- você parece estar deprimido, você não queria vir?
- queria sim, não é nada – falei forçando um sorriso.
Ele me abraçou e deu um selinho na minha boca.
- vou fazer você esquecer o que estiver pensando. – ele disse isso me dando um beijo de língua.
- já esqueci – falei dando um beijo no rosto dele.
- você quer tomar um banho? – perguntou ele.
- quero sim.
- você pode vestir uma bermuda minha – falou ele.
Eu o segui até o quarto dele e Fritz pegou uma bermuda de dormir e colocou em cima da cama e saiu do quarto.
Eu arranquei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro quente. Eu fechei os olhos sentindo a água na minha pele, tudo o que vinha na minha mente era meu pai. Eu não conseguia tirá-lo da minha cabeça.
Tomei o banho e vesti a bermuda e logo que sai Fritz tomou o banho dele. Enquanto Fritz estava no banho à comida chegou, eu paguei e coloquei na cozinha. Eu estava preocupado com meu pai e aproveitei para ligar no celular dele.
O telefone chamou e ninguém atendeu, meu pai ainda estava bebendo. Minha vontade era de ir embora, mas Fritz não acharia nada legal se eu fizesse isso e eu também queria ficar na companhia dele afinal tínhamos ficado o dia todo separados.
- a comida chegou? – perguntou ele descendo as escadas.
- sim. – falei forçando um sorriso.
Ele se aproximou de mim e me deu um beijo demorado.
- eu te disse que meu beijo melhorava o astral.
- sim – falei.
Nós comemos e começamos a assistir um dos filmes. Apagamos todas as luzes e sentamos bem pertinho um do outro com um cobertor sobre nossas pernas.
Enquanto assistíamos eu peguei meu celular e ficava ligando para meu pai, mas ele não atendia.
- tudo bem? – perguntou Fritz – parece que você não está se concentrando no filme.
- estou sim – falei.
- o filme está ruim?
- não – falei – é só impressão sua.
- tudo bem, se estiver ruim nós podemos tirar.
- ok – falei.
Nós continuamos a assistir o filme e Fritz começou a alisar minha perna e a todo o momento dávamos beijos. Certo momento não ligávamos mais para o filme e tudo o que fazíamos era beijar.
Eu fechei os olhos e senti ele beijando meu pescoço e eu apertei o ombro dele e logo pedi que ele parasse.
- me desculpa – falei.
- o que foi? – perguntou ele.
- eu não posso fazer isso, eu preciso ir embora.
- eu fiz algo que você não gostou?
- não é você, é meu pai. eu estou preocupado com ele.
- aconteceu algo com ele?
- eu não sei, faz dias que ele não via trabalhar e fica só dentro de casa eu tenho medo de deixa-lo sozinho. Desculpa-me por isso, mas você pode me levar em casa?
- claro – falou ele se levantando.
Eu fui até o quarto dele e vesti a minha roupa e ele vestiu apenas uma camiseta azul e nós entramos no carro.
- quer que eu passe a noite com você? – perguntou ele.
- não. Acho melhor que apenas eu fique com ele.
- tudo bem.
Nós seguimos viajem.
- se você precisar de qualquer coisa, pode me ligar a qualquer hora tudo bem?
- claro – falei.
Depois de um tempo já estávamos na porta da minha casa.
- obrigado por me trazer – falei – e me desculpa por estragar a noite.
- não precisa se desculpar, especialmente pelo motivo. Eu seria muito mesquinho se ficasse chateado por causa disso.
- obrigado – falei dando um selinho nele. – te vejo amanhã.
- te vejo amanhã – falou ele esperando eu abrir o portão e entrar. Logo ouvi o barulho do carro indo.
Logo que eu abri a porta da sala eu vi meu pai sentado no sofá com a TV ligada em um volume muito alto. Havia uma garrafa de bebidas em cima da mesa de centro e ele estava com um copo.
- pai?
- onde você estava? – perguntou ele com a voz um pouco fraca.
- eu te disse que ia sair, eu te liguei e o senhor não atendeu. Precisamos conversar pai.
Ele então ficou de pé, ele estava um pouco tonto.
- sobre o que? – perguntou ele sério tomando um gole.
- sobre você não ir ao trabalho, não sair mais de casa e ficar bebendo o dia inteiro.
- o que? Não posso beber dentro da minha própria casa?
- pode pai, mas é que...
- se uma bicha me embebeda e coloca o pau em mim dentro da minha casa, porque eu não poderia beber nela.
Aquilo me chateou um pouco.
- pai, o senhor está bêbado.
- cala a boca, cala a porra da boca – falou ele pegando a garrafa e enchendo o copo outra vez.
Eu não disse nada e apenas dei uns passos até ele.
- sai de perto de mim – falou ele.
- larga esse copo pai – falei levando as mãos de leve até o copo.
- POR QUÊ?! – meu pai gritou. - POR QUÊ? A casa é minha e eu faço o que bem entender –
Ele disse isso jogando o copo contra a televisão fazendo um estouro. Aquilo me assustou e me fez recuar. Eu olhei a tela a TV quebrada e olhei pra ele.
- o que está fazendo? – perguntei bravo – você não é assim.
- para de me dizer o que ser, o que fazer, como eu sou... a culpa é sua. Você fica trazendo esses homens pra dentro da minha casa.
- vamos pai, eu te levo pra cama – falei me aproximando e quando eu cheguei perto o suficiente para abraça-lo e leva-lo escada acima ele me empurrou e me deu um soco no olho com a mão direita. O soco me fez cair no chão em cima da mesa de centro que era de vidro e ela se quebrou nas minhas costas.
Meu pai colocou as duas mãos na cabeça quando me viu caído se contorcendo de dor.
- filho... eu... me desculpa.
Eu então me levantei e olhei no chão. Não tinha sangue. Por sorte o vidro era temperado e não teve nenhum estilhaço grande, mas meu rosto estava ardendo e doendo. Eu estava tonto.
- filho, me desculpa, eu não sei o que... – falou ele pausando e colocando a mão na testa.
- vamos, eu te levo pra cama. – falei passando a mão nas costas dele e o guiei até o quarto de hospedes com a cama de casal e o deitei.
- me perdoa – falou ele fechando os olhos na cama. Ele estava tonto e cansado.
- tudo bem, esquece isso e vai se deitar – falei saindo do quarto e fechando a porta. Quando a porta bateu foi como uma martelada no meu coração eu comecei a chorar. Coloquei a mão no meu olho e senti-o inchado e um pouco de sangue caindo.
Eu fui até meu quarto e entrei no banheiro e vi meu olho começando a inchar, vermelho. Chorando eu abri o armário odo banheiro e coloquei remédio no olho. Ardeu bastante, mas eu aguentei. Minha mão tremia enquanto o remédio entrava na ferida. Mais lágrimas escorriam.
Eu sai do quarto e desci as escadas indo até a geladeira e peguei gelo e coloquei em um pano e coloquei no olho. Eu olhei para a sala e vi a mesa e a TV quebrada com as lágrimas escorrendo dos olhos.
Eu comecei a sentir uma dor no quadril, provavelmente da queda e tive que subir a escada mancando. Eu fui até o quarto e abri a porta ele já estava desmaiado na cama. Eu fechei a porta e fui para o meu quarto, apaguei a luz e me deitei me cobrindo. Eu fechei os olhos esperando a dor ir embora, mas só aumentou a dor que eu sentia, mas eu preferi fechar se olhos fechados porque pelo menos assim parecia que tudo aquilo era um pesadelo.