CAPÍTULO 21: Meu Novo Romance

Parte da série Paixão Secreta

Eu levei um choque quando abri a porta.

- que bom que você abriu – falou ele.

De uma fez eu tentei fechar o portão, mas ele colocou a mão, empurrou e foi entrando.

Eu me virei assustado e sai correndo pra dentro e olhando para trás. Charley estava entrando e vindo atrás de mim. Eu passei pela cozinha e cheguei correndo na área e dei a volta na mesa ficando do lado do meu pai.

- o que é isso filho? – falou meu pai. – era meu amigo?

- é o Charley pai, ele está entrando.

- como é que é? – falou meu pai. Todos instintivamente afastaram as cadeiras e se levantaram. Menos Vanessa, Denny e meu pai. Meu pai tentou se levantar, mas eu apoiei a mão nos dois ombros dele e não deixei.

- não pai fica aqui.

- fica aqui – falou Fritz.

Eles foram em direção à porta da cozinha, mas antes que conseguissem eles Charley apareceu na porta.

- boa noite – falou ele.

- sai da minha casa – falou meu pai se levantando.

- volta aqui pai – falei tentando segurar na camisa dele. Meu pai foi tão rápido e com tanta raiva em direção a ele que a camisa rasgou nas costas, mas eu consegui parar meu pai por uns instantes.

- fica tranquilo Larry – falou Adam. – Charley você poderia por gentileza se retirar?

Eu fui para trás do meu pai e o abracei por trás. Desse modo ele não andaria.

- eu só vim ver o Mike. – falou ele. – Mike nós podemos ser o que éramos, vamos esquecer o que aconteceu.

- vai se ferrar – falou meu pai.

- Larry, sou eu, Charley, eu sei que eu errei, mas eu vim me desculpar.

- nem se atreva a falar com meu pai – eu larguei meu pai e fui em direção ao Charley. Agora foi meu pai que precisou segurar meu braço. – você é louco, deveria estar preso ou então no manicômio, você tentou em matar e tem a cara de pau de aparecer aqui? Não tem vergonha não.

- vamos chamar a policia – falou Gray pegando o celular.

- tudo bem – falou Charley. – Mike eu sei que você gosta de mim e vai querer me ver, outro dia quando estiver só em casa eu volto. Ou então te encontro na porta do trabalho e te dou carona até em casa. Ele disse isso e foi andando pela cozinha e Adam e Xavier foram com ele e quando ele saiu eles fecharam a porta.

Eu fiquei lá com meu pai até eles voltarem.

- está tudo bem. Ele se foi – falou meu pai.

Eu me sentei na cadeira mais próxima.

- não está tudo bem pai, você não ouviu o que ele disse? Que via me encontrar na porta do trabalho?

- não vou deixar você sair de casa sem mim – falou ele – você vai ter que parar de trabalhar.

- eu vou ficar trancado em casa pra sempre pai?

- não precisa – falou Adam – Larry eu posso conseguir uma ordem de restrição, geralmente demora um pouco, mas eu tenho um amigo juiz que pode conseguir pra mim em uma semana. Não precisar nem de audiência.

- eu ficaria muito agradecido – falou meu pai.

- agora vamos continuar o jantar – falou Steve.

Todos se sentaram e começamos outra vez a comer, mas desta vez em silêncio. Era como se estivéssemos em um velório.

Eu dei uma garfada e mastiguei vagarosamente, eu tinha perdido a fome com o que tinha acontecido, meu apetite foi embora.

Meu pai olhou pra mim e me viu triste e que não estava comendo.

- come filho – falou ele.

- eu perdi a fome – falei largando o garfo – vocês me dão licença? Eu vou para meu quarto.

- Mike, fica aqui.

- pai quando eu fico nervoso eu perco o apetite não adianta eu tentar comer.

Eu me levantei e fui até a cozinha e tomei um copo de água e subi ás escadas em direção ao meu quarto e quando entrei eu fui até o banheiro, escovei os dentes e fui logo me deitar. Eu estava cabisbaixo, triste. Porque aquelas coisas tinham acontecido comigo? Eu estava assustado pelo o que tinha acontecido.

Eu apaguei a luz do abajur e me virei para o lado de fechei os olhos tentando dormir, mas eu não conseguia. Estava muito atordoado. Eu fiquei por certo tempo deitado até que ouvi alguém batendo na porta, mas eu não respondi e fingi que estava dormindo.

A pessoa bateu outra vez na porta.

- Mike? Sou eu Fritz.

Eu então acendi a luz do abajur e mandei que ele entrasse. Ele abriu a porta e se sentou na cama.

- você está bem? Você tem que se alimentar. Vamos lá pra baixo para terminarmos de comer.

- eu perdi a fome, eu estou falando sério, quando eu fico nervoso é como se minha garganta travasse. Agora só amanhã. Eu estou cansado...

- não fica pensando no que aconteceu – falou ele.

- não estou pensando.

- então porque toda vez que alguém está te olhando você está arrumando um jeito de cobrir suas cicatrizes no pescoço.

- não é nada.

- pode me falar. Eu sei que você fica envergonhado, mas não precisa – falou ele fazendo com que eu levantasse um pouco minha cabeça para ver melhor. – se você realmente se sente incomodado com ela, eu tenho um amigo que é cirurgião plástico.

- não precisa – falei.

Ele alisou as cicatrizes com os dedos.

- eu fico pensando... e se nunca mais conseguir ter uma vida normal? Tudo na minha vida parece estar dando errado.

- posso te dizer uma coisa?

- pode

- hoje meu dia também não foi dos melhores, eu perdi um paciente hoje. Uma criança de apenas 10 anos ele era meu paciente desde que nasceu. Os pais estão desolados e uma hora dessas estão velando o filho.

- nossa... sinto muito, eu não fazia ideia. – falei me arrumando na cama.

- e mesmo assim eu fiz um esforço para vir a esse jantar para que você e seu pai não ficassem chateados.

- me perdoa por ser tão mesquinho, eu com esses problemas idiotas e tem pessoas com problemas reais.

- seus problemas são reais também, não estou dizendo isso para que se sinta mal, é para você ver que quando nossa vida está ruim, tem pessoas que tem a vida pior.

- eu entendo – falei.

- e então? você faz isso por mim? Será que consegue se esforçar e ir lá para baixo terminar o jantar? Assim você não me deixa chateado. E eu vou ficar chateado se não for, eu vim pelo seu pai, mas o motivo por estar aqui é você. Nós nunca tivemos aquele jantar que eu te convidei, mas temos essa chance.

- não sei. – falei – eu estou muito pra baixo. – falei sem olhar no rosto dele.

- eu sei de algo que pode melhorar o seu e o meu dia.

- o que?

Ele aproximou o rosto dele do meu e me deu um selinho. Eu fechei os olhos e correspondi com outro selinho.

- e então? Deixou seu dia um pouco melhor? – perguntou Fritz – pelo menos o meu acabou de ficar.

- deixou – falei aproximando o rosto do dele sentindo a respiração dele na minha boca e no meu nariz. Eu fechei os olhos por um instante antes de aproximar outra vez e dar outro selinho. Dessa vez coloquei a mão esquerda no rosto dele e ele colocou a mão esquerda na minha nunca e puxou meu rosto contra o dele. Demos vários selinhos sentindo a respiração um do outro. Aquilo foi muito bom, foi me acalmando por dentro. Eu não sabia a vontade que eu tinha de beijá-lo até que dei o primeiro beijo. Então demos um último selinho antes de darmos um beijo de língua calmo e silencioso. Coloquei a outra mão no rosto dele e senti sua barba em minha mão. Beijamo-nos por um bom tempo.

Depois de um tempo paramos para recuperar um pouco o folego. Eu então passei os braços por trás dele e dei um abraço sentindo o perfuma em sua nuca.

- melhorou meu dia também. – falei baixo.

- e então? Você iria lá para baixo para terminar o jantar?

- sim – falei ainda abraçando ele.

Eu o soltei e ele se levantou indo até a porta me esperando. Eu tirei o cobertor e calcei meus chinelos me levantei e chegando a porta ele abriu, mas antes de sairmos ele me deu um selinho.

Eu desci as escadas logo atrás dele e fui até a área.

- eu consegui – falou Fritz.

- vejo que você não é bom só com crianças – falou Adam para Fritz – ainda bem que voltou Mike – falou ele.

Fritz se sentou ao lado de Vanessa e eu me sentei do outro lado da mesa ao lado do meu pai. Ficávamos distantes um do outro.

- não se preocupa filho – falou meu pai – Adam vai conseguir a ordem de restrição. Não precisa ficar assustado, nada vai acontecer com você.

- eu digo o mesmo para o senhor – falei pegando outro prato e colocando um pouco de comida. Meu apetite tinha voltado.

Depois do jantar eu juntei todas as vasilhas e Steve me ajudou a arrumar a cozinha toda, lavamos as vasilhas, secas e guardamos. Enquanto fazíamos isso todos foram para a sala e logo que acabamos Steve pegou uma latinha de cerveja e foi para lá. Quando cheguei levei um susto, todos estavam bebendo.

- Gray não era pra você e o Adam não beberem?

- só uma latinha, nós conseguimos dirigir – Falou Gray.

- uma latinha uma ova. Me entreguem as chaves de todos os carros.

- não precisa – falou Adam – nós somos acostumados a beber e dirigir.

Aquilo me enfezou.

- porque vocês acham que se chama “acidente”? você pode ser o melhor motorista do mundo um dia pode acontecer. Eu estou falando sério, me entreguem as chaves. Eu vi uma das chaves em cima do raque na sala e peguei. – falta mais duas.

- tudo bem – falou Gray entregando a chave e logo em seguida Adam entregou.

- como nós vamos embora? – perguntou Adam.

- vocês podem dormir aqui. Têm dois quartos de hospedes, nós damos um jeito.

Todos estavam bebendo e eu como quem não quer nada me sentei ao lado de Fritz que conversava com Vanessa e meu pai. Eu fiquei do lado dele e fiquei ouvindo o que conversavam.

Eu coloquei uma música em som ambiente e as horas foram passando e eles bebiam cada vez mais. Eu bebi apenas duas latinhas e depois comecei a beber refrigerante. Logo eles começaram a ficar tontos e conversavam sem parar repetindo a mesma coisa. Steve veio me contar algo e juro que ficou 30 minutos para me contar apenas não gostava do irmão de Vanessa.

Fritz às vezes ia lá para fora fumar um cigarro e logo voltava a conversar com meu pai. Ele já estava tonto o suficiente para colocar a mão em mim. Na minha perna me abraçar e dizer e dizer que eu era uma pessoa de sorte por ter um pai que me amava.

Quando o relógio marcou 02h13min eu subi as escadas e arrumei os quartos de hóspedes. Todos começaram a se preparar para dormir. Eu e Gray éramos os mais sóbrios e ajudamos todos a irem para seus quartos. Vanessa e Steve em um quarto com cama de casal. Adam e Xavier ficaram em um quarto com duas camas de solteiro. Adam em uma e Gray em outra.

- Xavier você dorme no sofá cama. – falei puxando o sofá e armando a cama para ele se deitar.

- pode ficar a vontade – falou meu pai subindo as escadas, ele conseguiu subir sozinho e bem devagar.

- eu posso dormir aqui mesmo nesse sofá – falou Fritz apontando para um outro sofá na sala.

- você pode dormir no meu quarto.

- nem pensar, você dorme no seu quarto. – falou Fritz.

- vem comigo eu te ajudo a subir as escadas – falei passando o braço por trás dele.

Nós subimos as escadas devagar e logo chegamos no meu quarto ele se sentou na cama. Eu fui até o banheiro e escovei os dentes quando sai do banheiro ele ainda estava sentado na cama coçando os olhos. Ele estava morto de cansado.

- pode ficar a vontade, as toalhas são novas se quiser tomar um banho pode usar. Eu fui siando e ele segurou meu braço.

- dorme aqui comigo – falou ele.

- eu não.

- aonde você vai dormir?

- em qualquer lugar, eu vou me ajeitar.

- por favor – falou ele.

- você está bêbado, vai dormir. Eu vou sair e fechar a porta.

- me ajuda a tirar a camisa – falou ele.

Ele ficou em pé e levantou os braços, eu então retirei a camisa que ele usava. Eu entreguei pra ele, mas Fritz jogou na cama e me abraçou me dando um selinho e foi se deitando e me fazendo cair em cima dele.

- Fritz não – falei me levantando. – você está bêbado não vou fazer isso com você tonto.

Nesse momento senti uma aflição, eu me lembrei do que Charley fez ao meu pai. Eu não faria o mesmo que ele.

- tudo bem – falou ele se deitando.

- fica a vontade.

- de dá um beijo de despedida – falou ele.

Eu me aproximei dele deitado e dei um selinho na boca dele e logo o selinho se transformou em um beijo calmo de língua.

- boa noite – falei.

- boa noite – respondeu ele.

Eu sai do meu quarto e fui até o quarto do meu pai e dei boa noite. Antes de sair abri o guarda roupas e em uma das partes tinha um colchonete. Eu peguei o colchonete o cobertor e um travesseiro e fui saindo do quarto.

- coloca no chão e dorme aqui comigo. – falou meu pai.

- não pai, se você resolver vomitar a noite e vomitar em mim eu vou dar um ataque, é melhor eu dormir lá em baixo.

- tudo bem – falou ele.

Eu sai do quarto, desci as escadas e Xavier já estava dormindo. Eu fui até a cozinha e joguei o colchonete lá mesmo. Coloquei o travesseiro e me cobri. Eu fiquei pensando no dia que eu tinha tido, em Charley, mas o que mais pensava era em Fritz e em nossos beijos, eu sentia estar sonhando, eu estava gostando muito dele e dormi sonhando com seus beijos.

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