CAPÍTULO 163: Perdão e Amor

Parte da série Paixão Secreta

Eu estava me sentindo realizado. Eu tinha conseguido o contrato para dois livros então eu tinha um longo trabalho pela frente. Eu já tinha começado a fazer algumas anotações importantes sobre a minha vida. Eu estava fazendo uma espécie de seleção, o que entraria ou não no livro.

Era quinta-feira. Depois que Adam chegou do trabalho e nós jantamos nós fomos cedo para a cama. Eu peguei meu caderno e anotação e me sentei escorando na cabeceira e eu comecei a fazer algumas anotações. Adam estava sentado ao meu lado lendo um livro.

- e então? – perguntou ele parando um pouco de ler – está inspirado para seu livro? – perguntou ele sorrindo com seu rosto liso. Agora ele fazia a barba todas as manhãs.

- estou sim e não é tão fácil como parece, escrever sobre a própria vida é difícil. Você escreve e imagina as pessoas lendo e tenta não parecer muito emotivo ou fraco. Você tem o poder de escrever sobre você mesmo e escolher como as pessoas vão te ver e interpretar.

- não se preocupe com isso amor, eu sei que você vai conseguir, você é um garotinho inteligente.

- eu sei – falei dando um beijo na boca dele, quando nosso lábios se encontraram nós levamos um pequeno choque.

- o que foi isso? – perguntei rindo.

- nosso amor é elétrico – falou Adam jogando o livro em cima da cama e vindo por cima de mim e me dando um selinho na boca. Nós nos beijamos por um longo tempo.

- está chegando o dia – falei entre um beijo e outro.

- do que?

- do aniversário da morte da minha mãe.

- sinto muito.

- não precisa. Eu já estou acostumado com essa data. Todo ano meu pai fica depressivo nessa data, bebe bastante e eu procuro não tocar no nome dela.

- esse ano pode ser diferente – falou Adam se deitando e fazendo eu deitar a cabeça no ombro dele. Eu repousei minha mão na barriga dele e fechei os olhos – agora ele está casado com a Vanessa, ele está esperando outro filho, que com certeza será tão maravilhoso quanto você. Talvez esse ano seja diferente.

- será?

- tenho certeza que sim.

- tomara que esteja certo.

- mas me diz, como você se sente em relação a isso? – perguntou ele alisando meu braço.

- não sei… quer dizer, é uma dor que nunca acaba, apenas você a deixa de sentir depois de tanto tempo.

- eu sei como é. Quando meu pai morreu eu pensei que não conseguiria seguir com minha vida. Eu fiquei muito tempo parado no tempo apenas tentando entender o sentido da vida. Porque apenas o bom morre cedo?

- eu sempre me perguntei isso.

- mas veja só onde estamos? Você, eu… se nada disso tivesse acontecido talvez não tivéssemos nos conhecido.

- a males que vem para o bem.

- eu te amo – falou ele dando um beijo no meu rosto e pegando o livro e colocando no criado mudo. Em seguida ele apagou a luz do abajur e nós dois dormimos.

No dia seguinte o despertador tocou ás 04:30 da manhã. Adam desligou o despertador e se sentou na cama coçando os olhos. Eu então me sentei na cama.

- volta a dormir, eu vou levantar.

- não precisa – falou ele.

- porque você não aceita de uma vez? Faz tanto tempo e você continua se levantando – falei puxando o braço dele e fazendo ele se deitar – dorme de uma vez.

- tem certeza? – perguntou ele puxando o cobertor.

- absoluta – falei dando um beijo na boca dele – eu te amo.

- também te amo – falou ele fechando os olhos.

Eu fui até o banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e assim que voltei para o quarto eu vesti minha roupa. Eu peguei a roupa de Adam e depois eu passei levei para o quarto. Eu peguei o sapato dele e coloquei no meu colo e engraxei. Depois dos dois engraxados eu coloquei no quarto. Eu lavei minha mão e fui para a cozinha preparar o café da manhã de Adam. Preparei salada de frutas e embalei e coloquei na geladeira.

Eu então peguei a chave do apartamento para ir lá fora pegar o jornal. Eu desci o elevador e depois de andar por um corredor e pelos prédios eu cheguei a portaria.

- bom dia – falou Benjamin.

- bom dia, o jornal já chegou?

- sim – falou ele pegando um e me entregando, junto com algumas correspondências

- muito obrigado – falei pegando tudo e andando em direção do prédio. Eu estava olhando as correspondências quando ouvi alguém chamar meu nome ao longe.

- Mike – falou uma voz masculina.

Eu parei e olhei em volta, mas não vi ninguém, eu olhei para a portaria do prédio e vi Roman.

- Roman? – falei para mim mesmo.

- por favor Mike, vem aqui.

Eu olhei para os lados, não sabia o que fazer, o certo seria eu voltar para o meu apartamento, mas eu simplesmente não consegui.

- ok – falei para mim mesmo andando na direção da portaria. Roman estava falando algo para Benjamin e só ouvi o final da conversa quando estava perto.

- ...se fizer isso, nem ele vai poder te proteger – falou Roman olhando para Benjamin e quando me aproximei Roman olhou para mim e me deu um sorriso. Ele tinha algo diferente nos olhos.

- o que está fazendo aqui?

- nós podemos conversar?

- não temos nada para conversar.

- por favor Mike, olha só as horas – falou ele olhando para o pulso – são 05:50 da manhã. Eu não aguentei esperar até mais tarde.

- como assim não aguentou?

- por favor, venha dar uma volta comigo. É só isso que eu te peço.

- quer que eu chame o segurança? – perguntou Benjamin olhando para Roman.

- não precisa – falei saindo pela portaria.

- obrigado – falou Roman.

Nós começamos a caminhar lado a lado para o lado direito. Roman estava com uma calça social na cor parda e uma camisa social de manga curta na cor vinho.

- onde você estava indo vestido desse jeito?

- eu me arrumei para te ver – falou ele passando a mão no rosto que estava liso e sem barba.

- está sem barba? Decidiu quando?

- hoje de manhã. Eu acordei e apenas tirei.

- o que você quer Roman? – falei parando de andar – eu não te entendo, você disse tantas coisas ruins para mim, tentou separar Adam dos filhos e agora parece como se nada tivesse acontecido?

Ele tirou os óculos escuros que usava quando disse isso. Ele olhou profundamente nos meus olhos. Ele tinha uma expressão de felicidade no rosto. Ele colocou a mão no meu ombro esquerdo e olhou para mim de cima em baixo.

- eu só queria te ver – falou ele colocando a mão no meu rosto.

- para com isso – falei me afastando – eu estou casado. Eu não gosto mais de você.

- eu sei, me desculpa – falou ele – você entendeu errado, eu não quero nada com você, eu só queria pedir perdão por tudo o que eu te fiz.

- ok, eu te perdoo.

- sério? – perguntou ele com um sorriso.

- sim, porque isso é tão importante para você?

Ele então em deu um abraço e beijou meu rosto.

- muito obrigado.

- ok – falei abraçando ele e dando uns tapinhas amigáveis nas costas dele.

Ele então me soltou.

- será que podemos ser amigos? – perguntou ele.

- olha Roman eu te perdoo, mas o Adam…

- não tem problema, eu vou pedir perdão para ele também.

- sério?

- sim. Eu realmente me arrependo do que eu fiz.

- ok então, se ele te perdoar nós podemos sim ser amigos.

- ok – falou ele colocando a mão no bolso e tirando o colar que ele tinha me dado a muito tempo atrás e tinha pedido de volta – eu quero que você fique com isso.

- eu não posso aceitar de volta…

- pode sim – falou ele indo para atrás de mim e colocando o colar no meu pescoço. Ele e então deu a volta e olhou o colar. – viu só? Viu perfeito em você.

- você não disse que esse colar é muito importante para você? Porque ele não está com seu namorado?

- porque nós terminamos, e além do mais eu nunca dei ele para ninguém além de você.

- tudo bem, se você quer mesmo eu fico com ele – falei colocando o colar para dentro da camisa – agora eu preciso ir…

- vamos indo – nós então começamos a andar de volta. – não conta para Adam o que aconteceu aqui ok? Quando ele chegar hoje na empresa eu vou conversar com ele.

- tudo bem.

Logo nós chegamos em frente ao prédio outra vez.

- sabe, eu fico feliz que você esteja arrependido.

- eu também, eu sinto muito pelo mal que eu possa ter causado a você e a Adam. Espero que ele aceite as minhas desculpas.

- ele vai, Adam é um homem bom. Ele pode relutar no começo, mas ele tem um coração tão bom quanto o meu.

- espero que sim – falou ele me abraçando outra vez sem me avisar.

Logo ele me soltou.

- até mais – falou ele colocando os óculos escuros de volta com um sorriso e ele acenou indo em direção ao carro.

- ele te fez alguma coisa? – perguntou Benjamin.

- não.

- se ele aparecer outra vez, eu mesmo o tiro daqui.

- não precisa – falei sorrindo – mas obrigado pro se preocupar.

Eu então fui para o prédio outra vez. Eu entrei no apartamento e coloquei o jornal de Adam em cima da mesa e fui olhar as correspondências.

Eu me sentei no sofá e separei nossas cartas e em seguida comecei a abrir as minhas. Alguns eram faturas do cartão de créditos, outra do banco. No meio de tantas cartas eu abri uma que parecia ser dedo meu banco, mas quando abri caiu um envelope menor e branco que me chamou a atenção. Pessoa colocou a carta dentro do envelope dentro do envelope do banco que parecia ter sido violado e colado em seguida.

Eu então abri a pequena carta que não tinha remetente e vi que tinha sido escrita realmente a mão.

“Mickey, não conte a ninguém sobre esse envelope. Me encontre nesse sábado atrás do bar “Paradiso”. Não jogue esse envelope no lixo, queime ele.”

- Que carta mais estranha – falei me levantando e jogando ela e o envelope no lixo – desculpe senhor repórter, mas eu não vou cair nessa.

Em seguida eu voltei para cama porque eu estava cansado e o dia tinha começado estranho. Eu deitei minha cabeça no peito de Adam e ele me abraçou. Como era bom estar nos braços do meu homem. Eu não queria que levantássemos daquela cama nunca mais.

Comentários

Há 4 comentários.

Por Jason_ em 2014-05-16 15:57:30
Qual é o seu site?
Por ThiagoAraújo em 2014-05-16 13:23:54
Falta só mais dois capítulos e tudo acaba? :(
Por Klaytton em 2014-05-16 12:44:52
Muito curioso aqui pra saber como isso vau terminar!!!!
Por jv em 2014-05-16 10:38:20
Tem alguma coisa errada com essa carta