CAPÍTULO 161: Página Em Branco

Parte da série Paixão Secreta

Eu dei dois passos para sair da cozinha e me virei.

- vocês não tem um pingo de respeito próprio? Porque vocês não param de ficar apontando os defeitos de Adam e começam a apontar os defeitos da pessoa que vocês veem quando olham no espelho?

- você Ariel, aparente ser um cara fodão, mas na verdade não deve passar de um garotinho mimado.

- Lilly, você deve ser uma dessas mulheres submissas ao marido. Deixaria a carreira por causa dele. Você provavelmente a pior de todos. Você falar mal do seu irmão é uma coisa, agora deixar seu marido babaca falar mal dele é uma coisa bem diferente.

- me respeita – falou Jason se levantando na hora para me bater e Adam levantou junto.

- se você encostar a mão nele eu te mato – falou Adam.

Jason então se sentou com Lilly puxando o braço dele.

- Diana você acha que eu não vi como você olhou para Adam quando ele chegou? Você não tem vergonha? Respeita seu marido. Ariel se eu fosse você eu tomava cuidado.

- e você Valerie. Você pode ser uma ótima chef, mas sinceramente eu odiei sua comida e não se faça de idiota porque Adam te disse sim que eu sou judeu. Ele pode estar mentindo para te proteger porque apesar de tudo o que vocês fazem com ele, Adam sempre os tratou como irmãos e eu tenho certeza que ele defenderia vocês com unhas e dentes apesar de ser tratado como lixo.

Eu parei e respirei fundo.

- e sim, eu tenho um vídeo de sexo na internet e eu não me arrependo dele, se eu voltasse no passado eu faria a mesma coisa porque se não hoje eu estaria casado com um homem egoísta e nunca teria dado a chance para Adam.

- o brigado – falou Adam para mim.

- vocês deviam ser como Xavier que está sempre ao lado do irmão, ou então como Oliver que foi o único de vocês que me recebeu bem e não ficou apunhalando Adam.

Quando eu disse isso todos começaram a discutir bravos comigo. Não durou muito porque a mãe de Adam se levantou e nesse momento todos olharam para ela que estava em pé encarando todos.

- vocês todos deviam se amar. Vocês são irmãos. Não deviam estar atirando bombas um nos outros deviam estar ajudando a carregar os feridos – falou ela olhando ao redor – o que o pai de vocês diria se estivesse vivo?

- ele com certeza não apoiaria Adam.

- sim apoiaria – falou ela – o pai de vocês ama todos vocês. Ele apoiaria até se vocês fossem assassinos. Esse é o trabalho dos pais.

Todos ficaram em silêncio.

- Adam meu filho – falou ela olhando para Adam, eu não me importo quem você ama a única coisa que eu quero saber é se você está feliz.

- eu estou mãe… muito – falou ele segurando minha mão.

- mil perdões por ter estragado o dia de ação de graças da senhora. – falei respirando mais calmo.

- sem problemas – falou ela – eu teria feito a mesma coisa quando tinha a sua idade e não pense que foi você que estragou esse dia, foram esses ingratos. – falou ela olhando para eles – Valerie, você vai agora fazer outro jantar para o Mickey.

- não precisa mãe – falou Adam se levantando – a senhora não se incomoda se nós formos embora, certo?

- claro que não – falou ela com um sorriso – podem ir se quiserem.

- obrigado – falou Adam indo até ela para um beijo.

- foi bom conhecer a senhora – falei chegando próximo a ela e dando um abraço.

- foi bom te conhecer também. Espero poder ter você e Adam aqui em casa para um jantar decente.

- com certeza – falei soltando ela – até mais.

Adam e eu saímos da casa e fomos até o carro dele e entramos.

Nós estávamos andando em direção ao carro e Adam me perguntou.

- você está bem? – perguntou Adam olhando para mim.

- estou – falei colocando a mão na cabeça sentindo uma pontada.

- tem certeza?

- tenho – falei cambaleando e caindo no chão desmaiado.

- Mike? Mike? – falou Adam se ajoelhando no chão. Essa é a última coisa de que eu me lembro antes de ficar completamente inconsciente.

Eu abri os olhos devagar e eu estava dentro de um quarto de hospital deitado em uma cama. Eu olhei para o Adam e ele estava sentado ao meu lado segurando minha mão.

- bem vindo de volta – falou ele beijando minha mão.

- o que aconteceu? – perguntei olhando para ele.

- você desmaiou e eu te trouxe para o hospital.

- o que eu tenho? Porque tenho esses desmaios?

- o médico fez uma tomografia computadorizada e em breve deve trazer os resultados.

- que horas é agora? Se sairmos agora podemos ter o jantar de ação de graças em casa mesmo. Nós dois preparamos.

- é meio tarde – falou ele mostrando o relógio que marca 01:40 da madrugada.

- nossa, já é sexta-feira?

- sim.

- e meu pai? Ele sabe onde estou?

- sabe sim. Ele está lá fora. Se quiser eu chamo ele.

- ok.

Adam se levantou para chamar meu pai e quando o ele abriu a porta do médico estava chegando.

- boa noite – falou o médico.

- boa noite – falou Adam.

- eu trouxe os resultados dos seus exames – falou o médico pegando em minha mão – é bom te conhecer acordado.

- ainda bem que acordei – falei me sentando na cama – e então? Eu tenho um câncer?

- o que é isso? – falou Adam – não diga uma coisa dessas.

- desculpa.

- Mike – falou o médico – você por acaso tem passado por muito estresse ultimamente?

- tenho certeza que o senhor me conhece doutor, então eu acho que sabe a resposta.

- sei sim – falou ele colocando o raio luz contra a luz – o resultado mostrou que você tem uma falha no cérebro, de nascença.

- uma falha? – perguntou Adam preocupado.

- sim. Não é muito comum essa falha, geralmente é causado quando a mãe sofre muito estresse na gravidez.

- provavelmente foi isso. – falei, eu já sabia das histórias que meu pai Stephen me contou e os meses que passei na barriga da minha mãe foram muito estressante para ambos.

- tem como resolver essa falha com cirurgia? – perguntou Adam.

- bom, as más noticias é que não é possível corrigir essa falha, nem com cirurgia e nem com medicamentos.

- isso não são más noticias, isso são péssimas noticias – falei sentindo minha respiração aumentar.

- se acalme – falou o médico colocando a mão no meu ombro – eu tenho boas noticias.

- e quais são?

- essa falha não te causa nada além de desmaios quando você fica nervoso.

- ela não pode sei lá… me matar?

- não. Essa falha é o seguinte – falou o médico olhando para Adam e para mim – você tem um certo ponto do cérebro que não recebe oxigênio suficiente. Quando você fica nervoso ou ansioso sua respiração aumenta e essa parte não recebe oxigênio suficiente. Você provavelmente sente alguns sintomas antes do desmaios: tontura, dor da cabeça, respiração ofegante…

- sim, eu sinto isso mesmo.

- pois então. Não existe remédio que você toma contra isso. Só á um jeito de você não desmaiar: não ficar nervoso. Você tem que procurar se manter calmo.

- só isso? – perguntei rindo.

- então quer dizer que ele não corre risco de vida?

- de certa forma corre um pouco mais do que você e eu por exemplo – falou o médico – por exemplo: se ele desmaiar e bater a cabeça ou desmaiar dentro da piscina… mas nesse caso as providencias podem ser tomadas e como eu disse: Se manter calmo é seu remédio. Existem frutas, legumes que podem te deixar mais calmo, eu posso te recomendar um nutricionista se quiser.

- queremos sim – falou Adam.

O médico então tirou um cartão de nutricionista e entregou para Adam.

- muito obrigado doutor – falou Adam.

- eu vou assinar esses papéis dando alta e vocês podem ir para casa.

- muito obrigado falei ficando de pé.

- estou tão feliz que não é nada sério? – falou Adam me abraçando.

O médico assinou os foi embora.

- chama meu pai que nós estamos indo.

- eu acho que não é uma boa ideia.

- porque?

- devido as novas descobertas sobre sua saúde eu acho que sair por aquela porta vai te deixar muito nervoso.

- porque? Aconteceu alguma coisa com meu pai? – falei começando a ficar nervoso.

- não – falou Adam me abraçando – me desculpa por fazer você pensar isso, não. Relaxa que seu pai está ótimo.

- ok, então o que é?

- meus irmãos estão todos lá fora.

- o que eles estão fazendo aqui?

- eles ficaram preocupados com você.

- preocupados uma ova… eles vieram me torrar mais um pouco.

- não fala isso, meus irmãos e irmãs são bons.

- ok – falei respirando fundo. – eu acho que consigo fingir que gosto deles.

Quando eu disse isso, alguém bateu na porta.

- posso entrar? – falou Ariel acompanhado de Jason o marido de Lilly.

- podem – falei ficando atrás de Adam.

- por favor, não venham aqui chateá-lo – falou Adam.

- nós viemos pedir desculpas. – falou Jason.

- tudo bem, eu aceito. Fazer o que? Agora nós somos partes da mesma família.

- Oliver e Valerie também mandaram suas desculpas, eles esperaram você acordar, mas tiveram que ir embora – falou Ariel.

- tudo bem.

- só de pensar que talvez o que fizemos possa ter te provocado um mal físico me fez pensar no que eu te disse, e eu peço perdão – falou Jason.

- sem problemas.

Ele esticou a mão e apertou.

- eu também sinto muito – falou Ariel – enquanto você estava dormindo eu conversei com Adam e ele realmente te ama.

- muito – falei segurando a mão de Adam.

- pois é, ele estava me contando como você estava triste por não ter um legado e não saber o que quer da vida. Adam usou a expressão: “Mike se sente como uma página em branco” e foi então que eu lembrei…

- do que? – perguntei.

- o pai da Dianna é dono de uma editora e eu consegui uma entrevista para você.

- editora? – falei pegando o cartão na mão dele.

- sim, eu contei quem você era e ele se interessou em você. Eu não sei bem o que ele quer, mas quando o pai dela marca uma entrevista é que eles querem contratos para contratar novos escritores.

- mentira! Sério? – falei olhando o cartão de visitas.

- sim – falou ele – eu espero que isso compense por todas as idiotices que eu disse.

- com certeza – falei esticando a mão e ele apertou.

- nós precisamos ir – falou Ariel apertando a mão de Adam e Jason fez o mesmo.

- boa viagem – falou Adam.

Eles então saíram da sala.

- eu não acredito – falei sentando na cadeira – eu tenho uma entrevista com uma editora.

- essa pode ser a chance que você estava esperado. Esse pode ser o rumo de sua vida.

- Mickey Amzalag, escritor – falei olhando para o nada - será? – falei olhando para Adam.

- você só vai saber se tentar.

Eu estava feliz. Depois de um dia ruim eu tinha tirado alguma coisa boa dele. Eu com certeza não deixaria essa chance passar.

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desculpem pela demora para postar. eu estava sem internet desde domingo! ;)

Comentários

Há 5 comentários.

Por Gee em 2014-05-15 00:10:29
É incrível, como este conto entrou em minha vida e ficou, alias em nossas né gente. Pena que tudo que é bom dura beem pouquinho. Mas tenho certeza que vc virá com mais um que marcará nossas curiosidades e que vamos nos afundar a cada dia que passar, igual a esse do nosso querido Mike. Tudo de bom pra vc e que tudo seja ótimo em sua vida. Parabéns futuro AUTOR DOS NOSSOS LIVROS. :)
Por Ryan Benson em 2014-05-14 21:44:00
Oown nossa cara, legal o jeito como vc coloca uma parte de si msm em cada personagem! Quer dizer, nao a parte da doença mas... Ah acho q vc entendeu, rsrs! Uma pena q esteja acabando, eu adoro esse conto...
Por NillDidas em 2014-05-14 19:22:51
Nossa mano... Que tenso :/. O que deu para sentir com sua explicação é que ninguém morre disso, e isso alivia seus fãs, haha :P. Eu consigo imaginar o que é dar fim a um trabalho que te faz tão bem, eu parei com futebol ano passado para me dedicar a música, as vezes quando viajo para minha cidade ainda jogo com meus amigos, mas não é a mesma coisa. Tomara que seu próximo conto seja a nível desse. ^^ boa sorte com a criatividade!
Por Cley em 2014-05-14 00:39:35
Já conheço essa doença de um outro conto seu. Li ele a pouco tempo! Papai me comeu, se eu não me engano é esse o titulo!
Por Jason_ em 2014-05-13 23:13:17
Mais, estou triste que esteja chegando ao fim :(