CAPÍTULO 155: Garota de Programa

Parte da série Paixão Secreta

Havia chegado o dia 29 de outubro. Estava fazendo um ano da tragédia na “Partners Advocacy” onde três pessoas haviam morrido pelas mãos de Hunt que os matou sem piedade.

Havia sido feito um santuário em frente em frente a empresa, algumas pessoas colocaram fotos dos funcionários mortos e os visitantes deixavam flores, presentes e recados para aquele que tiveram o azar de irem embora mais cedo desse mundo.

A imprensa sensacionalista estava se aproveitando dessa data para mais uma vez fazer a minha vida pessoal vir a tona. Vários sites, jornais noticiavam com se a culpa deles estarem mortos fossem minha, eles diziam que eu era o único alvo de Hunt, o que não era verdade, mas eu não estava me importando com isso eu já tinha me acostumado as calunias que eles levantavam e toda vez que um repórter ligava no meu celular eu sempre dizia que não tinha nada a declarar, porque eles podiam distorcer o que eu dizia contra mim.

Eu acordei naquela manhã de sábado e vesti meu terno preto assim como Adam e nós fomos para a porta da empresa prestar a nossa homenagem. Adam estacionou o carro no subsolo da empresa e logo nós fomos até o elevador e Adam apertou o botão.

- você está bem? – perguntou Adam olhando para mim.

- estou sim.

- tem certeza? Essa data deve trazer muitas lembranças pra você.

- sim, mas eu não quero pensar nisso. Eu estou vivo e aquelas pessoas morreram por minha causa.

- você sabe que não foi culpado por isso o culpado é Hunt que vai apodrecer na cadeia.

- eu sei, me desculpa é que eu não posso evitar de pensar nisso – falei entrando no elevador com Adam e ele apertou o T para irmos para o térreo.

- tudo bem – falou ele me dando um selinho – é só se acalmar se os repórter perguntaram algo é só você não responder fica na sua. Nós não vamos demorar ,vamos só levar essas flores colocar lá e ficar um pouco em silêncio e depois vamos embora.

- tudo bem – falei saindo do elevador, nós fomos em direção á porta e assim que saímos um bando de repórteres começou a tirar fotos e a gritar coisas. Ainda bem que a policia tenha colocado uma faixa e estava cuidando para que a imprensa não ultrapassasse.

Adam colocou as flores junto ao resto de lembranças que as pessoas tinham deixado e ele ficou em silencio olhando para a foto daquelas pessoas. Eu olhei para Adam e ele estava vazio. Eu estava sentindo isso nele desde o dia em que a esposa o tinha ameaçado. Ela estava sentindo falta dos filhos, inteirava agora três semana que ele não os via.

Eu acordava no meio da noite com Adam inquieto na cama. Eu ficava olhando para Adam e ele tinha pesadelos e conversava dormindo. Ele chamava pelos filhos. Eu não conseguia imaginar a dor que um pai tem ao ser obrigado a ficar longe de seus filhos. Megan não podia sair do pais porque tinha sido intimada. Adam estava pedindo a guarda das crianças e a audiência seria em uma semana. Eu procurei não ficar pensando muito no futuro e no que poderia ou não acontecer, eu então olhei para o chão e olhei o rosto daquelas pessoas.

Durante vinte minutos nós ficamos em silêncio, alguns colegas e familiares vieram conversar com Adam e ele disse o quanto sentia pela perda deles Gray, Xavier, Steve e Jay chegaram um pouco depois e logo nós nos cumprimentamos e todos ficamos em silêncio por um tempo. Algumas pessoas e funcionários ficavam só me encarando. Eu acho que é porque algumas pessoas realmente me culpavam. Depois de 20 minutos Adam e eu seguramos nossa mão e entramos outra vez no prédio.

- vamos embora? – perguntei para ele enquanto íamos em direção ao elevador.

- vamos sim – falou ele.

Nós então descemos o elevador e assim que chegamos ao subsolo nós entramos no carro e em seguida nós partimos.

- vamos embora? – perguntou ele.

- vamos na casa do meu pai, nós nunca mais fomos lá desde que eu me mudei.

- tudo bem – falou Adam.

Nós então fomos em direção a casa do meu pai. logo que chegamos Adam estacionou o carro em frente e nós saímos. Eu fui até o interfone e apertei o botão. Alguns segundos depois ouvi a voz do meu pai.

- quem é?

- sou eu.

- eu quem?

- para de graça pai.

- pai? eu não tenho filho, meu filho não ficaria mais de dois dias sem me visitar.

- desculpa pai. Adam e eu estamos aqui e agora será que podemos entrar?

- não – falou ele desligando o interfone.

Antes que eu pudesse levar meu dedo outra vez ao botão o portão foi aberto e nós entramos.

- bom dia – falei indo em direção ao meu pai para um abraço.

- bom dia – falou ele esticando a mão de longe – não me abraça estranho.

- para de graça pai – falei passando e mão e indo até ele, mas ele deu um passo para trás. Eu então corri e dei o abraço antes que ele pudesse desviar.

- agora você tem pai né? Porque você sumiu por todo esse tempo?

- desculpa pai é que aconteceu tanta coisa. Eu estou me acostumando a vida de casado.

- e não dava nem pra ligar? – falou meu pai apertando a mão de Adam.

- eu já pedi desculpa pai.

- tudo bem, mas que não aconteça de novo.

- eu disse pra ele te ligar e te visitar, mas ele não quis – falou Adam.

- ta bom, agora você quer fazer amizade com o sogrão né? – falei seguindo os dois até a cozinha. – onde está Vanessa pai?

- ela está lá em cima tomando banho.

- ela não vai lá na empresa? – perguntou Adam.

- não, ela não se sente bem. Ela já acordou passando mal e nós estamos preocupados com o bebê, mas cá entre nós – falou meu pai pegando uma cerveja e dando para Adam – eu acho que é o dia de hoje. Ela não gosta de se lembrar.

- e eu? – falei olhando para meu pai.

- e eu o que? – perguntou meu pai tomando um gole de cerveja também. – quer uma cerveja?

- não pai. não vai perguntar como eu estou? Tentaram me matar faz um ano, eu fui baleado.

- porque quer que eu pergunte? Você não me visitou.

- esquece essa história.

- estou brincando – falou meu pai me abraçando – como você está?

- estou bem, obrigado.

- eu te amo filho – falou ele dando um beijo na minha testa.

- também te amo – falei abraçando ele. – onde está o Peter pai?

- passou a noite na casa do Denny.

- eles estão juntos ainda?

- estão sim. quase todos os dias Denny vem aqui, no fim de semana ele alugou alguns filmes e nós assistimos.

- porque o senhor não em chamou?

- você agora é casado – falou meu pai.

- e dai? – tenho certeza que Adam viria comigo e se não viesse ele deixaria eu vir sozinho né amor?

- sim – falou Adam tomando um gole.

- como eu ia te chamar? você nem estava me ligando ou visitando…

- ok pai, me perdoa – falei fazendo ele e Adam rir – chega dessa história.

- não se irrite filho – falou meu pai.

- sabe quem apareceu no nosso apartamento ao algumas semanas atrás? – perguntou Adam para meu pai.

- quem?

- Charley – falou Adam.

Mau pai não disse nada e olhou para mim – você está bem?

- sim pai, felizmente Adam estava em casa, mas se ele não estivesse eu não acho que ele teria feito nada.

- porque ele foi lá? como ele conseguiu entrar?

- ele trabalha no restaurante que nós pedimos comida.

- toma cuidado filho, não ande sozinho na rua a noite… agora que ele sabe onde você mora.

- sim senhor meu pai – falei abraçando ele – eu vou tomar todo o cuidado.

- ok – falou ele beijando minha testa.

Depois de uma hora nós decidimos ir embora e Vanessa tinha tomado banho e descido apenas para um alô e em seguida voltado para o quarto. Ela parecia realmente abalada e afetada pela data.

Nós então nos despedimos e assim que entramos no carro Adam deu partida.

- Vanessa parece mal né? – falei para Adam. Eu olhei em volta e todas ás casas já estavam enfeitadas para o Halloween.

- sim. essa data nunca vai ser a mesma para ninguém de nós.

- ainda bem que não foi no Halloween e nem na véspera se não iria estragar meu feriado preferido.

- você gosta do Halloween então?

- claro, eu comprei até alguns enfeites para colocar no apartamento e na sacada.

- você sabe que ninguém aparece em apartamento para pedir doce, certo? – falou Adam.

- claro que sim Adam. Eu fiz questão de conversar com o sindico do prédio e ele autorizou a entrada de crianças no prédio.

- você gosta mesmo dessa data né?

- muito. Eu tenho algumas lembranças dela com meu pai e minha mãe e além do mais eu gosto de filmes de terror.

- ok – falou Adam.

- me promete que na segunda vai estar em casa bem cedo para nós entregarmos doces para as crianças?

- prometo – falou ele me dando um selinho.

Adam e eu tomamos banho de piscina e Benjamin apareceu. Ele morava no prédio por isso ele tomava banho na piscina nos dias de folga. Adam tinha puxado assunto com ele e eles tinham se tornado meio que amigos. Eu tinha ficado feliz por Adam ser maduro e fazer amizade com ele afinal Benjamin era mesmo heterossexual como Adam tinha me dito.

A noite nós fomos dormir e como sempre por volta dás 02:00 e 03:00 da manhã eu acordei com Adam me chutando na cama. Ele estava tendo um de seus pesadelos. Ele falava o nome dos filhos e as vezes conversava coisas sem sentido. Ele sentia falta deles e eu não conseguia dormir com facilidade depois de vê-lo sofrer nos sonhos. Eu então liguei a TV e coloquei em um volume baixo, Adam tem sono pesado então isso não o incomodou.

Estava passando uma reportagem na televisão sobre os acontecimentos do dia e não demorou muito para a TV local mostrar a frente do prédio e noticiar sobre os acontecimentos daquele dia. Eu mudei de canal e acabei passando por um programa de fofocas. Eu ia mudar de canal quando a repórter chamou minha atenção.

- mais um escândalo na vida de Mickey. Uma garota de programa afirma que Adam White, marido de Mickey Fabray a pagou por sexo a mais ou menos uma semana.

Logo foi mostrado o rosto da garota de programa embasado.

- você tem certeza que era Adam White?

- sim. Ele chegou com seu carro preto, parou me chamou para o carro dele e no quarto insistiu em fazer sexo sem camisinha.

- ele te pagou quantos?

- R$ 500,00 – falou ela.

- o que você diria para o companheiro e atual marido de Adam se pudesse encontrar com ele?

- tome cuidado Mike – falou ela com uma voz de deboche – seu marido não está satisfeito na cama se eu fosse você daria tudo o que ele quer… Oops… – falou ela rindo – o que Adam gosta mesmo ele não tem.

Aquilo foi uma pancada na minha cabeça. É claro que eu não acreditava naquilo. Como uma pessoa tinha coragem de inventar uma mentira tão feias?

- nós procuramos Adam essa semana enquanto ele ia para o trabalho. Agora a cena mostrava Adam em frente ao trabalho.

- o que tem a dizer sobre as acusações da garota de programa que diz ter sido paga por sexo por você?

- é mentira. Eu amo meu marido e estou feliz com ele. – falou Adam se virando para entrar no prédio. Os repórteres gritaram perguntando várias coisas e Adam não deu atenção.

Adam sabia sobre essa história de garota de programa e não tinha me contado?

Mais uma vez foi mostrada a garota de programa.

- e se Mickey não acreditar em suas palavras? O que você diria para ele e as pessoas que não acreditam?

- Adam tem uma mancha de nascença na virilha da perna direita se ele não acreditar é só conferir a marca via esta lá.

- você ouviu… – falou a Repórter, mas eu desliguei a TV na hora.

Eu respirei fundo depois de ver aquela reportagem. Eu não acreditava naquilo tudo, é claro que é só uma garota de programa qualquer querendo fazer fama e ganhar algum dinheiro em cima de nossa história.

Eu me dentei virado para o lado direito da cama e fiquei olhando para a parede. Eu virava e mexia, mas não conseguia dormir. Depois de alguns minutos eu percebi que aquela reportagem me incomodava, eu então me sentei na cama e liguei a luz do abajur.

- não tem mal apenas conferir – falei para mim mesmo.

Adam estava deitado de barriga para cima e eu tirei o cobertor dele e coloquei a mão na cueca box preta que ele usava e puxei para cima o lado direito até o alto deixando a perna a mostra. Eu passei a mão na perna e não vi nenhuma marca. Eu olhei mais um pouco e afastando um pouco o saco com a mão eu vi uma marca preta.

A garota de programa tinha acertado. Eu nunca tinha vista aquela marca porque era difícil de ser ver, mas ela com certeza ficou reparando no corpo de Adam para ver algo para que pudesse provar.

Eu abaixei a cueca e o cobri novamente. Eu não sabia no que acreditar. Seria Adam um traidor? Ou tinha sido apenas um golpe de sorte da garota de programa?

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