CAPÍTULO 143: Tudo Okay

Parte da série Paixão Secreta

Ao entrar no prédio eu dei um oi para a recepcionista e entrei no elevador. Ao sair do 9º andar eu topei com Stacy e Gabriel.

- bom dia – falei para os dois.

- bom dia – responderam juntos.

Eles entraram no elevador e eu fui cuidar da recepção e da sala de Gordon. Eles estavam bem mansinhos porque um dia antes eles tinham levado uma “catracada” dos chefes porque estavam fazendo coisas erradas na empresa.

Depois que organizei a sala de Gordon eu abri a gaveta e peguei alguns papeis dentro. Desta vez erma poucos e não muitos como da outra vez.

Eu fui para a recepção e já comecei a digitar os contratos. O primeiro a chegar foi Gordon.

- bom dia – falei olhando para ele. Ele estava conversando com alguém no celular e apenas colocou o lanche em cima do balcão. Ele apontou para o lanche de depois para mim. Gordon então foi para a sala dele.

Eu comi o lanche enquanto digitava e depois que eu comi eu fui rapidamente até o banheiro e escovei meus dentes.

Eu voltei para a recepção e continuei digitando os papeis. Seth e Matt chegaram separados e ambos foram para suas salas. Tempos depois Gabriel veio e foi até a sala de Seth e saiu de lá com uma pasta com vários documentos.

- Mike – falou Gabriel.

- sim.

- o Seth pediu para que você me ajude a tirar cópias desses documentos porque ele precisa deles com urgência.

Eu olhei para a porta da sala de Gordon e depois para Gabriel.

- eu vou perguntar para o Gordon – falei dando a volta na recepção e indo em direção a sala dele e antes que eu chegasse eu ouvi Seth chamando meu nome.

- Mickey.

- sim – falei me virando.

- onde você vai?

- eu vou perguntar para Gordon se ele me libera.

- não pergunta nada, é só ir.

- mas da última vez que eu…

- eu sou seu chefe e eu estou mandando você ir com o Gabriel para o 10º andar e ajudar ele a fazer essas cópias urgente e eu não quero ouvir um pio siando da sua boca, isso é uma ordem – falou Seth se virando para entrar na sala dele.

Seth ouviu o barulho de uma porta se abrindo e quando olhou para trás eu já tinha entrado na sala de Gordon.

- você não sabe bater? – perguntou Gordon aparentemente irritado.

- me desculpe, é que eu queria perguntar uma coisa.

- o que é? – perguntou Gordon.

- o Sr. Seth mandou eu ir ao 10º andar ajudar Gabriel com um trabalho, mas eu disse que perguntaria para o Senhor primeiro Sr. Gordon.

- puta que pariu… não me atrapalhe para perguntar uma coisa dessas, acha que eu estou aqui brincando? Eu já disse que não. Você não faz trabalho nem para Seth e nem para o Matt.

- sim senhor.

- dá o fora daqui e não entre outra vez sem bater na porta – falou ele irritado voltando a digitar algo no computador.

- sim senhor – falei saindo e fechando a porta.

Eu olhei para Seth e Gabriel na recepção.

- eu não posso – falei andando até eles.

- quem você pensa que é? – perguntou Seth. – você se acha alguém importante o suficiente para desobedecer uma ordem minha?

- não senhor.

- você tem duas opções: ou você vai agora com Gabriel para o 10º andar ou você pode pegar suas coisas e ir para o olho da rua.

Eu fiquei parado sem saber o que fazer. Eu pensei no que faria e mais uma vez disse.

- por favor Sr. Seth eu não posso fazer serviço para o senhor nem para.

- está demitido – falou Seth.

- mas senhor…

Antes que eu dissesse algo Seth Pegou um vazo de plantas e jogou no chão e os estilhaços voaram para todos os lados. Gabriel e eu demos passos para trás assustados.

- o que está acontecendo aqui? – perguntou Matt saindo da sala e vendo toda aquela bagunça.

Eu olhei para Gabriel e ele mexia os lábios delicadamente.

- sai daqui – falou Gabriel sem emitir som.

Eu então fui para as escadas e quando dei o primeiro passo eu senti uma dor na perna. Eu então em sentei e olhei minha perna. Alguns pequenos cacos tinham enfiado na minha perna. Nada grave, mas estava ardendo muito.

Eu então ouvi Gordon saindo da sala e ele e Matt estava conversando com Seth. A porta das escadas se abriram e eu levantei assustado.

- sou eu – falou Gabriel

- você me assustou – falei me sentando.

- está tudo bem? – perguntou Gabriel

- sim. só alguns cacos de vidro entraram na minha perna, mas não é nada profundo. Só está ardendo.

- eu levei um susto – falou Gabriel.

- eu também – falei – por que ele fez isso?

- o Seth sempre foi esquentadinho.

- entendo. – falei tentando tirar os pequenos cacos da minha perna, mas eu não conseguia – você não se machucou?

- não – falou Gabriel – o balcão me protegeu.

- ainda bem.

Eu ouvi então alguém abrir a porta de uma vez.

- Mickey? – falou Gordon.

- estou aqui.

- você está bem?

- estou sim, só alguns pequenos cacos de vidro entraram na minha perna.

- deixa eu ver – falou ele ficando alguns degraus abaixo do meu. Eu levantei a calça e ele viu. Ele não disse nada inicialmente, mas olhou para Gabriel – você está machucado?

- não – falou Gabriel.

- e está fazendo o que aqui? pode voltar ao trabalho.

- sim senhor – falou ele se levantando – depois eu venho ver como você está Mike.

- obrigado Gabriel.

Ele então subiu as escadas para o 10º andar.

Gordon tocou de leve próximo as feridas.

- ai – falei movendo a perna.

Ele não disse nada.

- acho que vou ter que ir ao hospital para tirar.

- eu vou ser sincero com você – falou Gordon olhando para mim – se você for ao hospital eles vão fazer perguntas, o que aconteceu aqui foi agressão física o sindicato vai cair matando em cima de nós, além da imprensa e os seus pais que vão querer nos processar. Eu sei que você está machucado, mas será que poderíamos manter isso apenas entre nós?

- tudo bem.

- consegue andar?

- sim.

Eu me levantei e nós subimos as escadas e assim que abrimos a porta eu vi que alguém já estava limpando a sujeira no chão. Seth e Matthew não estavam lá e pelo o que eu conhecia sobre essas situações eles estariam no RH nesse momento conversando com um advogado especializado no meu caso.

Nós entramos na sala de Gordon e eu me sentei em uma poltrona. Ele foi até um armário de madeira na sala abriu e de lá tirou um kit de primeiro socorros. Ele colocou uma cadeira na minha frente colocou uma toalha na perna esquerda dele e colocou minha perna em cima.

- vai doer um pouco – falou ele.

- ok.

Ele começou a retirar os cacos devagarinho com uma pinça. Eu me contorcia as vezes porque parecia dar uns puxões.

- não mexe a perna senão vou te machucar mais – falou ele.

- tudo bem – falei apertando uma almofada.

Nós ficamos em silêncio e eu me limitava a não dar gemidos de dor.

- meu irmão sempre foi esquentado – falou Gordon – não fique com raiva dele.

- eu não vou ficar com raiva, eu vou ficar é com medo. Se ele faz isso hoje imagina o que não pode fazer?

- meu irmão não é capaz de machucar ninguém. Ele só tem pavio curto.

- e eu pensando que você era o pior. – falei isso sem pensar – eu sinto muito não quis dizer isso.

- eu sei, ele tem olhos azuis, um sorriso bonito e todos acham que ele é a pessoa que aparenta ser. Aposto que todos vão pensar que fui eu.

- eu sinto muito, eu sou bocudo as vezes e não penso antes de falar.

- isso vai doer – falou ele colocando a pinça em cima de um pano e em seguida ele pegou um remédio e limpou a ferida com um algodão. Dessa vez eu não consegui não gemer de dor e ele não disse nada. Em seguida ele enrolou uma faixa na minha perna e colocou esparadrapos para segurar.

- obrigado – falei tirando a perna e colocando no chão.

Ele se levantou e jogou algumas coisas no lixo e guardou o kit de volta no armário. A porta da sala se abriu e Seth e Matthew entraram.

- com licença – disse Matt e em seguida os dois entraram.

- o que aconteceu lá? – perguntou Gordon.

- eu pedi para ele fazer um favor e ele não aceitou fazer – falou Seth.

- o que nós já combinamos Seth? vocês dois tem o assistentes de vocês.

- eu já conversei com ele – falou Matt.

- eu sei – falou Seth olhando para mim – eu sinto muito mesmo Mike.

- tudo bem – falei me levantando – foi um acidente.

- eu fui até o RH e eu consegui isso para você – falou ele me entregando um cheque, mas você tem que assinar esses documentos em que se compromete a não prestar queixas.

- está todo resolvido – falou Gordon.

- não, não está – falei olhando para ele e depois para Seth. – eu não quero seu dinheiro.

- o que você quer?

- nada? – falei dando dois passos.

- você não vai conseguir mais do que isso – falou Seth.

- eu não quero mais do que isso, eu não quero nada. Vocês se importam se eu apenas voltar ao trabalho?

- não – falou Matt.

- pode ir embora – falou Gordon – pode chamar um taxi que eu pago a corrida.

- não precisa, foram praticamente arranhões eu nem estou mancando.

- tem certeza?

- sim.

- termine de digitar aqueles papéis antes de voltar para o almoço. – falou Gordon dando a volta na mesa e se sentando.

- sim senhor – falei saindo da sala.

- está feliz Seth? – perguntou Matt. – você deu sorte dessa vez se ele nos processasse seria o nosso fim.

- eu sinto muito – falou Seth – eu não sei o que deu um mim – falou Seth se sentando.

- o que está acontecendo? – perguntou Matt.

- estou com tantos problemas em casa, eu não sei o que deu ema mim.

- não me interessa o que está acontecendo em sua vida pessoal a próxima vez que quiser descarregar em alguém descarregue no seu assistente, não no meu – falou Gordon saltando uma veia na testa. Ele estava realmente puto com o que Seth tinha feito comigo.

- ele está certo – falou Matt – quer dizer… você não devia descarregar em ninguém. Você se livrou de uma irmão – falou Matt dando um tapa de leve nas costas de Seth.

- sinto muito – falou Seth se levantando – vocês estão certos. – o que posso fazer para compensá-lo?

- o que pode fazer para compensar? – perguntou Gordon olhando para Seth. o Mickey é um dos poucos nessa empresa que não forma contratados como prestação de serviço. Se acontecer algo com o aquele garoto eu é que vou responder porque eu sou o responsável por ele quando ele está no horário de trabalho.

- sinto muito irmão – falou Seth – eu realmente sinto muito.

- esquece isso – falou Gordon – só tenta não esmurra-lo quando sair da sala.

Eu já tinha voltado a digitar os papéis quando Seth e Matt saíram da sala. Eu continuei digitando e nem dei moral para os dois. Matt voltou para sua sala mas Seth veio até mim.

- Mickey eu sinto muito mesmo pelo o que aconteceu.

- sem problemas.

- espero que isso não deixe nosso ambiente de trabalho hostil, eu não gostaria que você ficasse intimidado ao mer.

- sem problemas.

- ótimo – falou ele com um sorriso.

Eu então voltei a digitar os papéis e faltavam poucos. Ás 10:22 Gordon saiu da sala dele veio até mim.

- Mickey, eu quero te explicar como você deve transcrever esses documentos.

- sim senhor – falei prestando atenção.

- você precisa pesquisar os códigos penais… - o telefone da recepção tocou

- me desculpe – falei pegando o telefone. – Cohen Brothers, bom dia.

- Mickey, tem um senhor aqui na portaria chamado Jonathan Meyer ele disse que quer te ver.

- ele veio trazer documentos para que eu assine?

- sim. ele disse que é tabelião.

Eu dei uma olhada rápida para Gordon e logo disse.

- você pede para ele aguardar? Assim que eu puder eu desço.

- manda ele subir – falou Gordon.

- não precisa ele pode esperar.

- com licença – falou Gordon pegando o telefone – pede para ele subir por favor? Obrigado. – falou ele desligando.

- obrigado – falei voltando a olhar para os documentos.

- como eu ia dizendo, tem um site na internet que você acessa e pode conferir se está tudo certo, se houver diferenças, uma letra ou número que seja você me avisa.

- ok.

- depois que você terminar de olhar você…

O elevador se abriu.

- bom dia – falou um senhor entrando – meu nome é Jonathan Meyer, eu procuro o senhor Mickey Judah Fox…

- sou eu.

- …Fabray Zebulun Krigsman…

- sou eu – falei mais uma vez, mas ele me ignorou

- …Klutz Perl Amzalag – ele parou de falar e olhou para mim.

- sou eu.

- senhor Amzalag, eu preciso que assine esses papeis por gentileza, não vou tomar muito do seu tempo.

- sim – falei olhando rapidamente para Gordon para ver a expressão dele, mas era a de sempre.

Ele colocou vários papéis em cima da mesa.

- você assina todos os papéis de lado e depois assina nos locais com o xis.

- sim – falei pegando os papéis e assinando o mais rápido o possível. Era meio que impossível com o nome desse tamanho, mas eu tentei assinar rápido.

- depois que assinar tudo eu preciso da assinatura de uma testemunha. – falou o senhor.

- eu assino – falou Gordon tirando uma caneta do bolso.

- é em todas as páginas – falei para ele.

Ele pegou o primeiro papel e começou a assinar.

Enquanto assinava Gordon falou pausadamente:

- eu acho que sei muito bem onde devo assinar, afinal eu assino papéis como esses desde que tinha sua idade, Sr. Amzalag – depois que disse isso ele olhou para mim deu um sorriso que durou 3 segundos e depois que o sorriso desapareceu ele pegou outro papel e começou a assinar. Eu nem sabia se aquele sorriso tinha sido real ou apenas o reflexo do sol na janela.

Eu fiquei olhando para ele assinando por alguns segundos.

- está esperando o que? – perguntou Gordon.

- desculpa – falei começando a assinar os próximos papéis.

Depois de uns 10 minutos eu assinei o último papel e em seguida Gordon assinou o último papel e ele fez uma pilha organizou e entregou os papéis para o senhor.

- muito obrigado – falou o senhor apertando a mão de Gordon e depois a minha.

- obrigado o senhor – falei dando a volta no balcão e apertando o botão do elevador. Logo que ele chegou o senhor entrou e eu apertei o botão do térreo para ele.

- você é muito gentil. – falou Jonathan.

- até mais – falei quando o elevador fechou as portas. Em seguida eu voltei para a recepção – desculpe por isso – falei voltando a olhar para os papéis.

- tudo bem – falou Gordon me mostrando os papéis outra vez – quando você terminar de revisar você me mostra antes de começar a digitar.

- sim senhor – falei me sentando para terminar os contratos de cedo.

Quando deu o horário de almoço eu bati o ponto e fui almoçar no Casablanca. Eu contei para Jude tudo o que tinha acontecido.

- eu não acreditaria se você não tivesse me mostrado a cicatriz.

- pois é.

Enquanto comíamos eu vi Gabriel e Stacy se aproximando.

- boa tarde – falou Gabriel e em seguida Stacy.

- bom tarde – respondi.

- e então? – perguntou Gabriel – eu não queria atrapalhar o almoço de vocês só queria saber o que aconteceu?

- o Gordon fez o curativo – falei levantando minha calça.

- que coisa – falou Gabriel.

- quem fez? – perguntou Stacy.

- o Gordon.

- para não serem processados o Ogro até curativo faz. – falou Stacy.

- será que você podia respeita-lo? – falei abaixando a calça – eu não sei se ele te fez algo, mas eu não tenho nada contra ele. Eu respeito o seu direito de odiá-lo, mas será que dava para não fazer isso na minha frente? Eu não fico falando mal do seu chefe então não fique falando mal do meu.

- cala a boca – falou Gabriel para ela – desculpa por tudo, ainda bem que está bem – falou Gabriel se afastando.

- obrigado – falei acenando para ele.

- puxa a vida – falou Jude rindo.

Depois do almoço eu disse para Jude que tinha que ir buscar o terno de Gordon e ela disse que já tinha que voltar para o trabalho.

- até mais – falei me despedindo – até segunda.

- até segunda – falou ela.

- até - falei me afastando.

Eu peguei o papel com o endereço que estava no meu bolso e fui até o taxista mais próximo e entreguei. Depois do assalto na minha casa eu só pegava taxi licenciado. Não mais ligava em qualquer número que eu encontrava.

Depois de 15 minutos ele me deixou na porta da loja de ternos. Eu entrei lá e logo fui recebido.

- boa tarde, posso te ajudar em algo? – perguntou uma moça simpática.

- sim, eu vim buscar o terno de Gordon Adelstein Cohen.

Ela procurou no computador no computador.

- aqui está: Gordon Adelstein Cohen – falou ela pegando um número e em seguida ela entrou em uma sala nos fundos e voltou com um terno embalado em um plástico, gravata, sapatos e meias.

- está tudo aqui?

- sim – falou ela

- muito obrigado – falei pegando tudo bom muita dificuldade.

- U$ 2.670,00 – falou ela.

- o que? – perguntei.

- o valor. Vai fazer o pagamento com dinheiro ou cartão.

Que droga, eu tinha me esquecido do dinheiro.

- cartão – falei colocando tudo de volta no balcão.

- débito ou crédito? – perguntou ela.

- débito – falei entregando o meu cartão.

Depois de tudo pago eu peguei novamente todas as mercadorias e fui até o taxi que tinha me esperado e logo eu coloquei tudo dentro e mandei ele me levar até a empresa.

Logo que ele chegou eu paguei a corrida e fui até o 3º andar e deixei tudo lá. Na hora do meu intervalo eu levaria para o 9º andar. Porque a essa hora Gordon já teria chegado.

Eu voltei para o trabalho ás 14:00 e ás 15:00 Gordon chegou do horário de almoço e entrou na sala dele. eu comecei a revisar os contratos que ele tinha me dado e ás 15:40 ele saiu da sala dele.

- Mickey, você não esqueceu do meu terno não né? – perguntou ele vindo até mim.

- na verdade, seu terno ficou pronto hoje, mas eles só podiam entregar amanha…

- o que eu te disse? Eu não disse que precisava para hoje? – falou ele colocando a mão na testa parecendo preocupado em seguida ele olhou no celular e discou o número da loja. – da próxima vez você me diz imediatamente. Agora eu vou precisar do terno e essa porra não vai estar aqui – falou ele estressado.

Eu decidi não dizer nada. Gordon tinha o costume de não ouvir o que as pessoas tinha a dizer e odiava ser interrompido. Então eu ouvi tudo em silêncio.

- como você quer ser meu assistente e confiar minha vida a você se não posso confiar uma simples tarefa como encomendar um terno… boa tarde – falou ele para a pessoa no telefone. – eu fiz a encomenda de um terno e eu gostaria de saber se eu posso ir busca-lo.

Ele fez uma pausa.

- está no nome de Gordon Adelstein Cohen, se é que passaram meu nome certo – falou ele no tom de voz normal. Ele não costumava gritar, ele ofendia muito, mas sempre com a voz normal.

Ele esperou mais um pouco.

- como é que é? Quer saber? Eu vou ai – falou ele desligando o telefone e olhando para mim – eles disseram que alguém retirou meu terno hoje ás 13:00.

- fui eu.

- o que?

- eu estava dizendo que eles só poderiam entregar o terno amanhã então eu fui busca-lo hoje na hora do meu almoço.

- onde ele está?

- está no 3º andar, eu coloquei lá porque não corria o risco da roupa amassar. Eu sempre fazia isso no meu antigo emprego.

Ele ficou olhando para mim e em seguida ele começou a bater os dedos no balcão como se estivesse pensando em algo.

- pegam eu terno e traga pra mim por favor, vou estar na minha sala – falou ele se virando e indo para ela.

Eu então dei a volta no balcão e entrei no elevador até o 3º andar. Eu peguei a sacola da loja com o sapato, a gravata e as meias com uma mão e o terno com a outra. quando cheguei ao elevador pedi que alguém apertasse o 9º andar para mim.

Ao chegar no 9º andar eu fui em direção a porta de Gordon e usei a mão com a sacola para bater na porta.

- pode entrar – falou ele.

Eu abri a porta com dificuldade e fechei. Eu andei até ele e Gordon se levanto eu pegou o terno e colocou com cuidado em um cabide que tinha na sala dele. ele pegou a sacola, tirou tudo de dentro e viu que estava tudo certo.

- sente-se por favor – falou ele.

Eu me sentei e ele se sentou na minha frente.

- você pagou com seu dinheiro?

- sim – respondi – espero que não tenha feito nada de errado.

- a única coisa que fez de errado foi ter cuidado de um assunto do trabalho no seu horário de almoço – ele disse isso procurando algo e logo eu percebi que ele procurava um talão de cheques.

- quanto deu tudo? – perguntou ele com a caneta preparada em cima do talão de cheque.

- deixa eu pegar a nota fiscal – falei procurando nos bolsos

- eu não quero ver a nota fiscal – falou ele batendo a caneta duas vezes em cima da mesa – eu estou te perguntando quanto deu tudo.

- U$ 2.670,00. – falei rapidamente

Ele então começou a preencher o cheque e parou de repente.

- deixa eu ver se tenho o dinheiro do taxi. – ele pegou a carteira e tirou uma nota de U$ 50,00 – isso sobre o valor do taxi.

- sim senhor – falei pegando.

Ele voltou a preencher o cheque e eu guardei o dinheiro no bolso. Ele preencheu o cheque e me entregou.

- pode descontar quando você quiser – falou ele.

- obrigado.

- pode ir embora – falou ele.

- você está me demitindo?

- não, eu estou te mandando ir embora mais cedo.

- obrigado – falei me levantando.

Eu me virei e dei dois passos e ele me chamou.

- Mickey – falou ele escrevendo algo em uma agenda.

- senhor? – falei me virando e voltando.

- você tem ido na sinagoga ultimamente? – perguntou ele sem olhar para mim.

- na verdade faz mais de dois anos que eu não vou. – falei sem graça. Eu era a desgraça do meu povo e uma vergonha para deus.

- você quer ir comigo no domingo? – perguntou ele sem olhar para mim ainda escrevendo algo.

- eu?

- sim. Domingo. – falou ele olhando para mim com a cara séria.

- quero.

- então eu te busco ás 18:00 na sua casa.

- tudo bem – falei querendo sorrir, mas me segurei.

- ok – falou ele voltando a escrever algo – agora dá o fora daqui.

Eu me virei e sai da sala dele. depois que eu arrumei a recepção eu fui até a sala de Matt e Seth avisar que eu já estava indo embora. Fui primeiro a sala de Matt e assim que bati na porta ele disse que eu podia abrir.

- com licença – falei abrindo a porta – eu só quero avisar que já estou indo e que a recepção vai ficar sem ninguém.

- mas já? Está tão cedo.

- Gordon me liberou mais cedo.

- brincadeira – falou ele. – vai na paz.

- até segunda – falei fechando a porta.

Eu fui até a sala de Seth e bati na porta.

- pode abrir – falou peguei minha mochila e fui embora. Pronto para chegar em casa.

Comentários

Há 2 comentários.

Por NillDidas em 2014-04-25 19:43:09
... Hehe... Mike de Toucaaaa <3 Gosto muito *-*' Manda ele pra Sinagoga de Toca, aposto que algum Judeu não vai resistir :D Eu não resistiria, mesmo não sendo Judeu :D :P
Por InWorldAlone em 2014-04-25 00:26:28
Por favor, não pare nunca de escrever este conto! A história, os personagens, o enredo... tudo.. tudo é tão perfeito. Essa história de certa mudou minha vida e muitas decisões que eu tive que tomar esse conto me influenciou muito. Novamente, por favor... NÃO pare nunca com essa história, no mínimo ate o capítulo 300 haha.