CAPÍTULO 141: A Caminho

Parte da série Paixão Secreta

Depois que Gordon se foi eu me sentei outra vez e voltei a digitar. Eu fiquei distraído e mesmo ouvindo o barulho do elevador chegando no andar eu não parei de digitar para olhar.

- bom dia – falou uma voz masculina.

- bom dia – falei olhando.

- Mike? – falou ele.

- Fritz? – falei me levantando.

- tudo bem com você? – falou ele estendendo a mão.

- tudo – falei apertando a mão dele.

- está trabalhando aqui agora?

- sim. comecei essa semana.

- é bom te ver – falou ele com um meio sorriso.

- também, mas me diz… no que posso te ajudar?

- tenho hora marcada com o Dr. Cohen.

- qual deles?

- é verdade – falou Fritz olhando o cartão no bolso – Matthew.

- só um minutinho.

Eu liguei no telefone de Matthew e ele logo atendeu.

- Matthew o Dr. Fritz está aqui.

- pode mandar ele entrar.

- tudo bem – falei desligando o telefone.

- pode entrar, a porta do meio.

- obrigado – falou ele.

Fritz entrou na sala de Matt e eu voltei a digitar meus contratos. Depois de quase uma hora Fritz saiu da sala e apertou minha mão outra vez antes de ir embora se despedindo.

- até mais – falou Fritz.

- até.

- Mike, eu nunca tive a oportunidade de dizer pessoalmente que eu sinto muito por tudo o que passou.

- quer saber? – falei com um sorriso – o que passou, passou. Vamos esquecer.

- sério?

- sim.

- fico feliz, ainda bem que você é uma pessoa de coração bom – falou ele.

- até mais – falei vendo ele desaparecer no elevador.

Depois que Fritz se foi eu continuei digitando aqueles contratos gigantes até que deu a hora do meu almoço. Eu desliguei meu computador, peguei minha mochila e desci para o térreo. Para meu azar eu peguei o elevador com Stacy e Gabriel. Eu não disse nada quando entrei.

- já são meio dia? – perguntou Gabriel para Stacy.

- 11:58 – falou Stacy.

- o Gordon gosta que as pessoas saiam na hora certa para o almoço – falou Gabriel – você vai arrumar confusão.

- ainda bem que eu não tenho esse problema – falou Stacy – Seth é um ótimo chefe é só eu conversar com jeitinho que ele me deixa sair mais cedo, ainda bem que nosso almoço é só ás 13:00 Gabriel se não íamos ter que encontrar certas pessoas todos os dias.

- vocês sabiam que eu já levei um tiro? – falei olhando para eles – um tiro, de um atirador que entrou no meu antigo emprego.

- o que isso tem a ver? – perguntou Gabriel.

- um tiro não me derrubou, vocês acham mesmo que vocês vão conseguir abalar minha estrutura?

O elevador se abriu e eu fui direto ao Casablanca. Jude estava me esperando.

- você sumiu – falou ela sorrindo.

- você acredita que eu fui mandado embora? – falei me sentando.

- no seu segundo dia?

- sim.

- o que aconteceu? Porque está de volta?

- meu chefe pediu para que eu voltasse, ele disse algumas coisas pesadas quando me mandou embora, então me ofereceu um salário maior e pediu que eu voltasse.

- que sorte você tem.

- sorte? Você não viu no jornal que minha casa foi invadida ontem?

- sério? Eu não vi! Alguém se machucou? Você estava em casa?

- felizmente não.

- ainda bem – falou ela.

Nós então pedimos nossa refeição e comemos enquanto conversávamos. Depois que eu comi e decidi ficar por lá mesmo conversando com Jude. Ela só tinha uma hora e trinta minutos de almoço e ela tinha 30:00 minutos para fazer a maquiagem e eu a ajudei dessa vez.

- sabe, aqui nós temos um palco com microfone – falou ela – quando saímos da área dos funcionários.

- eu vi – falei olhando para o palco.

- um dia talvez você cante ou nós dois cantemos um dueto.

- quando esse dia chegar, chame um táxi porque estaremos muito bêbados.

Ela riu.

- já vou indo Janet.

- até – falou ela colocando seus patins.

Eu então fui até a área dos funcionários no 3º andar, escovei meus dentes, lavei meu rosto e voltei para o trabalho.

Eu peguei a montanha de papel outra vez e continuei digitando. Eu tinha finalmente chegado na metade. O serviço de dois dias tinha se acumulado, mas eu estava conseguindo digitar tranquilamente. O fato de cada um ter seu assistente ajudava bastante e eu ficava com mais tempo para fazer o serviço.

Eu digitei por várias horas e eu só fui interrompido algumas vezes com clientes de Matt, Seth e o boy que tinha ido buscar o número da conta bancária de Gordon. Eu estava distraído digitando quando Gordon chegou e ele olhou para a recepção.

- o que está fazendo aqui? – perguntou ele.

- digitando os documentos.

- das 15:45 ás 16:00 você tem um intervalo.

- eu não sabia, nenhum dos estagiários me falou nada.

- vá para o 10º andar lá na copa eles servem o lanche.

- ok – falei olhando o relógio que marcava 15:50.

Eu sai rapidamente fui para o 10º andar. Ao chegar lá eu fui para a copa. As pessoas estavam me olhando demais, provavelmente porque o boato da minha demissão e admissão tinha se espalhado. E também por causa do assalto, porque toda a imprensa resolveu fazer um escarcéu por causa disso.

Para não causar confusão ou falatório desnecessário eu comi meu lanche rapidamente e tomei o suco com a mesma pressa. Quando entrei no elevador o meu celular tocou. Era meu pai Stephen.

- oi pai – falei atendendo.

- oi filho, que saudades.

- também estou com saudades suas.

- eu fiquei sabendo agora que vocês foram assaltados.

- pois é. – falei descendo no 9º andar.

- eu vou arrumar um tempo para te visitar. As eleições são daqui dois anos e eu já estou atarefado.

- é assim mesmo, sofrer um pouco até alcançar o objetivo

- verdade – falou meu pai – eu te ligo depois com mais tempo filho, não quero te atrapalhar no seu trabalho.

- como o senhor sabe?

- esqueceu quem sou eu?

- não – falei dando uma risada indo para a recepção.

- até mais filho.

- até – falei desligando o celular e voltando ao serviço.

Eu continuei digitando a papelada por mais uma hora. quando o relógio marcou 16:55 eu parei de digitar e estralei os dedos. Era hora de ir para casa.

Gordon saiu da sala dele e veio até mim.

- Mickey você já digitou todas as páginas?

- não. Falta algumas.

- eu preciso disso paras hoje, você pode fazer hora extra?

- posso.

- fique até você digitar tudo.

- tudo bem.

Ele voltou para a sala dele e eu voltei a me sentar.

Havia algumas máquinas de bater ponto espalhadas na empresa, bastava apenas colocar o dedão e depois que eu fiz isso eu voltei para a recepção. Stacy e Gabriel apareceram no 9 andar para fazer o mesmo. parecia que eles estavam fazendo isso de propósito, mas eu não liguei eu sou superior a isso.

Eu não ligava para eles, porque tudo o que me importava naquele momento era o meu trabalho que era digitar aqueles contratos. As 18:10 Seth trancou sua sala e se despediu de mim. Ás 18:55 Matt trancou sua sala e também se despediu de mim.

Ás 19:00 eu me levantei um pouco para esticar minhas pernas afinal eu ficaria lá até acabar de qualquer jeito. Eu decidi ligar para o meu pai e avisar que eu chegaria mais tarde.

- oi filho – falou meu pai atendendo.

- tudo bom pai?

- tudo ótimo, o que você manda?

- pai eu estou fazendo hora extra então vou chegar um pouco mais tarde.

- tudo bem. – falou meu pai – só me diz uma coisa filho…

- o que?

- vai ser igual as horas extras com Adam?

- para de graça pai, nem pense nisso. Eu não estou pensando, eu só quero acabar logo o meu serviço ir para casa comer, tomar um banho quente e me deitar.

- brincadeira filho, eu te amo viu.

- também te amo pai.

Eu deliguei o telefone e voltei ao trabalho. Meu ritmo agora não era o mesmo de quando eu cheguei então estava bem devagar mesmo faltando apenas quatro folhas inteiras. Minha cabeça estava cheia. Não aguentava mais ver palavras na minha frente.

Depois de uma hora eu finalmente tinha acabado o relógio marcava exatamente 20:00 horas.

- finalmente – falei salvando o arquivo umas quatro vezes seguidas só para garantir que estaria lá. eu enviei o arquivo para o e-mail de Gordon e em seguida eu desliguei o computador, arrumei minha mochila e fui até a sala dele e bati na porta.

- pode entrar – falou ele digitando algo no computador.

- eu já terminei.

- enviou para o meu e-mail?

- sim senhor.

- perfeito – falou se levantando e pegando a carteira.

- eu já vou indo.

- espera – falou ele tirando três notas de U$ 50,00 e me entregando.

- pra que isso?

- eu não sei meus irmãos, mas quando meu assistente faz hora extra ele recebe na hora. U$ 50 dólares por hora.

- tudo bem – falei pegando o dinheiro e guardando no bolso. – obrigado – falei me virando e ele foi até a cadeira.

Eu abri a porta para sair da sala e ele chamou meu nome.

- Mickey? – falou Gordon.

- sim senhor? – falei olhando para ele.

- você conseguiu não foder tudo hoje.

Eu não disse nada.

- bom trabalho – falou ele se sentando.

Ele realmente não iria sorrir nunca? Ele sempre estava com aquela expressão que não era forçada. Ele realmente tinha cara de malvado. Pelo menos eu tinha sido elogiado… mais ou menos.

- obrigado senhor – falei saindo da sala.

Logo eu estava a caminho de casa. Eu tinha trabalhado feito um condenado e tudo o que eu queria era minha cama. Afin

Comentários

Há 1 comentários.

Por NillDidas em 2014-04-23 23:16:49
Mano... estou ansioso pra caramba. Saudades de Steven, Xavier, Gray... :( Não quero influenciar no seu texto!!! Você consegue ser hilário, objetivo e surpreendedor quando quer! Sua história tem começo, meio e fim. Tudo com nexo, e eu amo isso. Eu estou bem frustrado por estar tão apegado a isso, eu sempre me achei o fodão, o insensível, o cara que estaria lá para o sexo e depois não ligaria, até conhecer minha paixão, e agora essa história... me sinto impotente... :|