CAPÍTULO 140: Controle

Parte da série Paixão Secreta

Meu despertador me acordou ao som de Janet Jackson ás 04:30 da manhã. Pelo menos isso o filho de uma puta do ladrão não levou. Isso e a minha saúde. Eu desliguei o despertador e me levantei indo para o banheiro. Desta vez eu fui embalado ao som de Stevie Wonder. Fechei os olhos enquanto esfregava o xampu nos meus cabelos e em seguida limpei todo o meu corpo. Era meu primeiro dia de volta no trabalho e eu não queria começar com o pé esquerdo.

Eu sai do banheiro enrolado na toalha e em seguida joguei ela na cama e vesti minha cueca, depois minha camisa de botões, minha calça social. Eu me sentei na cama e coloquei meus sapatos pretos engraxados. Ainda bem que Maxwell, o ladrão. não se interessava por roupas.

- Maxwell – falei em voz alta colocando o segundo sapato – esse nem deve ser o nome do ordinário.

Eu me levantei, peguei minha gravata vermelha e fui até o espelho e coloquei. Antes de descer eu olhei o relógio e ele marcava 05:10. Eu desci as escadas, arrumei o meu café da manhã, o do meu pai e o da Vanessa. Depois que eu tomei o café da manhã no silencio total da noite eu subi as escadas escovei os meus dentes e fui até o quarto do meu pai me despedir.

- pai? – falei abrindo a porta.

Eu fui até ele no escuro.

- pai eu já estou indo.

- me espera, eu te levo – falou ele se sentando.

- não precisa pai.

- eu te levo – falou ele.

- está muito cedo o dia que o senhor quiser me levar o senhor tem que me avisar antes, ok?

- tem certeza?

- tenho sim. – falei beijando o rosto dele. – eu te amo paizão.

- te amo filho – falou ele deitando outra vez. Eu o cobri.

- até a noite – falou Vanessa.

- até – falei acenando para ela e saindo do quarto.

Eu peguei minha mochila, minha carteira e sai em direção a estação de metrô. Ao chegar lá eu coloquei os fones de ouvido para não dormir quando me sentasse. Quando o metrô chegou eu me sentei o mais próximo da porta. eu coloquei os fones de ouvido em uma música qualquer e eu deitei minha cabeça no vidro.

Eu estava quase dormindo quando Gabriel se sentou ao meu lado no metrô e me deu um susto me cutucando.

- bom dia – falou ele.

Eu tirei os fones de ouvido e olhei para ele.

- bom dia Gabriel, como está?

- estou ótimo, e você?

- estou bem – falou ele bem agasalhado, assim como eu – eu vi você no noticiários ontem. Sua casa foi assaltada.

- esse pessoal não perde tempo.

- sinto muito, já pegaram ele? Provavelmente não né?

- não. O assalto foi ontem, hoje é quarta da manhã. Só se eles tiverem pego ele de madrugada e ainda não me ligaram para avisar.

- tomara que peguem ele.

- espero que sim.

- deixa eu te perguntar – falou ele.

- o que?

- eu fiquei sabendo que o Gordon te mandou embora. É verdade?

- é sim.

- eu sempre achei ele um Ogro. Não tem um assistente que o suporta, ele te disse que o último se suicidou.

- sim, mas eu tenho certeza que não foi por causa dele.

- todos dize quem foi por causa de depressão, mas até o dia da minha morte eu vou dizer que foi por causa do Gordon.

- ele não é assim tão, mal… quer dizer, ele é carrancudo, mas é justo.

- justo? Você está sem emprego porque chegou atrasado.

- bem a verdade…

- de justo não tem nada. Eu queria saber o quer se passa na mente dele para que seja tão perverso.

- eu estava dizendo que…

- você se livrou de uma.

- o Gordon me ofereceu o emprego de volta.

- mentira.

- verdade.

- quando foi isso? – perguntou Gabriel.

- ele foi na minha casa ontem a noite e me ofereceu, e eu aceitei.

- gente… você deve estar brincando.

- não.

O metrô parou em uma estação e eu vi Stacy entrar e Gabriel acenou para ela.

- bom dia – falou Stacy com um copo de café da Starbucks na mão. – ela olhou para mim – bom dia Mike, como está?

- estou bem.

- sinto muito pelo o que aconteceu a sua casa.

- também sinto.

- Stacy você não vai acreditar no que o Mike estava dizendo.

- o que? Perguntou Stacy.

- lembra que nós ouvimos que o Gordon tinha demitido o Mike?

- sim.

- o Gordon foi na casa dele ontem e ofereceu o emprego dele de volta.

- jura? – falou ela bebendo o café – último cara se matou por causa dele.

- eu não acho que isso é verdade – falei rindo.

- bom, os tempos estão mudando. Eu nunca fiquei sabendo que Gordon tenha voltado atrás em alguma decisão.

- pois é, mas ele voltou e eu aceitei o emprego.

- que bom – falou Stacy – talvez você possa apresenta-lo a algumas mulheres. Eu acho que ele é mal humorado porque nunca tranza. Ele é gato, mas vamos ser sinceros que mulher vai aguentar um homem com a personalidade dele?

- vai saber – falei não muito interessado no assunto.

- eu ouvi dizer que Matt é gay – falou Gabriel.

- sério? – falou Perguntou Stacy – porque eu ouvi dizer que Seth e Matt se pegam.

- eles não são irmãos? – perguntei para Stacy.

- sim, mas pelo visto eles não tem muito respeito dentro da família.

- ok – falei tentando mudar de assunto – espero que eles encontrem o ladrão que invadiu minha casa. Ele e os amigos dele.

- é bem capaz que Gordon tenham mandado eles assaltarem sua casa – falou Stacy.

- eu andei mexendo nos arquivos na sala de Seth e me parece que ele é chifrudo – Gabriel.

- como você sabe? – perguntou Stacy.

- você já viu a foto do filho dele? tem a pele morena – falou Gabriel rindo. Stacy logo caiu na risada

Logo nós descemos na estação de metro e ao caminho da empresa eu vi Jude do outro lado da rua em frente ao Casablanca e ela acenou para mim.

- bom dia – gritou ela.

- bom dia. – gritei.

- venha almoçar comigo hoje.

- vou sim – falei acenando.

Nós entramos na empresa.

- quem é aquela doida? – perguntou Stacy.

- o nome dela é Jude.

- nós sabemos – falou Gabriel – você anda com ela? algumas pessoas dizem que ela gosta de se drogar nos becos quando está no turno da noite.

- o que? – perguntei.

- pode perguntar por ai – falou Stacy.

Eu dei uma risada.

- quer saber? – falei olhando para os dois. – será que dá para pararem de fofocar tanto? Eu mal cheguei aqui e vocês já me inventaram milhões de histórias ridículas sobre a vida dos homens que deram oportunidade na vida de vocês. Administrem melhor o tempo de vocês, trabalhem mais e fofoquem menos, o ideal é não fofocar, mas parece que a língua dos dois são maiores do que a boca e não conseguem guarda-las. Não me importa de Seth e Matt se pegam ou se Gordon não tranza ou se a Jude do outro lado da rua se droga. Pelo menos eles tem uma vida e tenho certeza que eles cuidam dela. Procurem cuidar da de vocês.

Eu então sai andando na frente deles e em seguida parei e voltei.

- e por favor, se me encontrarem no metrô outras vez, finjam que não me conhecem e fiquem longe de mim.

- você tem que saber quem são as pessoas a se fazer amizade – falou Stacy.

- se não você pode não durar muito tempo – falou Gabriel – nós trabalhamos para nossos chefes a mais de seis anos, em quem você acha que eles vão confiar?

- isso é uma ameaça?

- leve como quiser – falou Gabriel.

- aqui não é o colegial. Você não vão conseguir me derrubar com uma fofoca ou um apelido de mal gosto, quantos anos vocês tem? 12? Me poupem de suas teorias ridículas.

Eu então fui até a recepção, peguei meu crachá e entrei no elevador. Eu não aguentava tanta fofoca perto de mim, eu cortei logo o mal pela raiz antes que as fofocas me trouxessem um problema imenso.

Eu cheguei no 9º andar e liguei todas as luzes, alimentei os animais e em seguida destranquei a porta da sala de Gordon. Eu liguei o computador, liguei o ar condicionado no mínimo e abri as cortinas para iluminar o lugar. Enquanto estava lá dentro eu ouvi barulho de portas se abrindo. Provavelmente era Gabriel e Stacy organizando a sala dos chefes deles. Quando eu sai eles já não estavam mais lá.

Eu fui em direção a recepção e o elevador de abriu e Seth saiu do elevador.

- bom dia – falou ele.

- bom dia.

- como está sendo a volta?

- melhor do que a saída.

- que bom – falou ele com um sorriso entrando na sala dele.

Eu fui para a recepção e liguei o computador e limpei o balcão que tinha um pouco de poeira.

- bom dia – falou Gordon saindo do elevador.

- bom dia. – respondeu ele olhando para o celular, era difícil olhar para ele que ele não estivesse hipnotizado por aquilo.

- trouxe para você – Ele colocou uma embalagem de papel e um copo da 7-Eleven em cima do balcão. Eu olhei e ele começou a ir em direção a sala dele.

- obrigado – falei para ele, mas acho que ele nem ouviu porque estava longe.

Eu abri e tinha quitandas, pão de queijo, biscoito de queijo entre outras coisas. Eu dei um gole do café e comecei a comer enquanto arrumava alguns arquivos no computador.

- bom dia – falou Matt me assustando.

- bom dia – falei.

- Mike, eu queria pedir desculpas pela confusão que eu causei, eu realmente sinto muito.

- tudo bem, mas por favor não peça mais favores porque se não eu vou ter que negar.

- tudo bem – falou ele.

Depois que comi tudo o que Gordon me trouxe e tomei o café eu joguei no lixo e comecei o trabalho.

- que droga – falei me lembrando que eu não tinha olhado a gaveta para saber se tinha alguma coisa para digitar.

Eu de ia volta na recepção e fui até a sala dele e bati na porta.

- pode entrar – falou Gordon.

- com licença – falei entrando.

- ele parou de ler alguns segundos e olhou pra mim esperando eu dizer algo.

- eu esqueci de olhar na gaveta… os documentos.

- ok – falou ele olhando por cima do óculos que ele usava, em seguida ele ajustou os óculos na cara outra vez e tinha voltado a ler.

Eu fui até a mesa dele e ele se afastou para o lado por alguns segundos e quando abri a gaveta eu vi que tinha muita coisa para ser digitada. Eu peguei todos os papeis e com dificuldade fechei a gaveta e em seguida sai da sala.

- com licença – falei abrindo a porta com a mão apesar de estar abraçado com uma montanha de papel.

Eu coloquei os papeis ao meu lado na recepção, me sentei e comecei a digitar. Eram contratos que tinham sido alterados e tinha muita coisa escrita a caneta que eu tinha que reescrever por cima do que estava riscado.

Eu fiquei entretido por um longo tempo até que o telefone da recepção tocou.

- Cohen Brothers, bom dia!

- bom dia – falou uma mulher ao telefone. – será que você poderia transferir a ligação para o safado do meu marido.

- desculpe, mas qual deles é seu marido?

- o Seth.

- tudo bem, vou transferir para ele.

- quer saber? Eu vou ai.

- tudo bem.

- avisa ele que eu estou a caminho.

- tudo bem falei desligando o telefone.

Eu liguei para Seth, mas ele não atendeu o telefone então eu me levantei e bati na porta dele.

- pode entrar. – falou ele.

- com licença – falei abrindo a porta – a esposa do senhor ligou e disse que está a caminho.

- ela estava brava?

- parece que sim.

- que droga – falou ele – ela deve ter descoberto que eu cancelei um dos cartões de crédito dela.

- com licença – falei fechando a porta.

- você faz um favor para mim? – perguntou Seth.

- eu faria com muito prazer, mas eu recebi ordens de não fazer favores. Realmente não deu muito certo quando eu resolvi quebrar essa regra.

- ok, obrigado assim mesmo – falou ele.

- eu sai da sala e antes que eu chegasse a recepção Seth pegou o telefone e ligou para Gabriel.

- Gabriel, porque você não atende seu telefone, eu estou a muito tempo te ligando e ele só chama.

Ele esperou alguns segundos.

- tudo bem, mas que não aconteça outra vez. Venha aqui por gentileza. Obrigado – falou ele desligando o telefone. – obrigado – falou Seth – o meu está com defeito.

- sem problemas – falei voltando a digitar.

Eu estava digitando a todo vapor, nem tinha me importado com a ida e a volta de Gabriel. Primeiro ele veio com ramalhete de flores e depois um telefone novo. Logo a esposa dele chegou eles conversaram na recepção e logo ela se foi.

- cansei – falei estralando meus dedos.

- são 09:40 da manhã e você está dizendo que se cansou? – perguntou Gordon aparecendo de uma vez e me assustando.

- me desculpe.

- não diga que está cansado enquanto estiver na recepção – falou ele parado em frente a ela.

- sim senhor.

- pode por favor me dar um pedaço de papel e uma caneta.

- sim.

Ele então anotou alguma coisa no papel e depois me mostrou.

- eu tenho um caso agora ás 11:00 no tribunal então vou sair e só volta mais tarde, um rapaz vai vir aqui hoje ainda de manhã para pegar minha conta bancária e você passa esse papel para ele.

- sim senhor.

Ele então entrou no elevador e logo a porta se fechou.

Pela primeira vez eu sentia que eu tinha o controle da minha vida e era bom se sentir dessa maneira, eu não dependia de ninguém, nem um chefe bonzinho ou de outra pessoa. Eu mesmo iria traçar o meu caminho e eu estava feliz por fazer isso.

Comentários

Há 1 comentários.

Por NewDoctor em 2014-04-23 22:28:46
Mike <3