CAPÍTULO 126: Bebê A Bordo
Parte da série Paixão Secreta
- vocês podiam ter ligado – falei enquanto ajudava a levar as malas para os quartos.
- nós queríamos fazer uma surpresa – falou meu tio. – só não imaginei que não teria ninguém em casa.
- pois é, quando menos esperamos é que essas coisas acontecem – falei colocando a mala dentro do quarto de hospedes.
Eu desci as escadas e Leo estava entrando com uma mala.
- essa é a última – falou Leo.
- vou fechar o portão – falei indo até lá e fechando ele.
- senti sua falta – falou meu primo me abraçando e um beijo no rosto.
- também – falei abraçando ele forte – e então? Vai ficar me provocando?
- não – falou ele rindo – eu prometo.
Meu tio e Peter desceram escadas.
- seu pai está no trabalho? – perguntou tio Roger me dando um abraço.
- está sim – respondi dando um beijo no rosto dele.
- acho que devíamos mesmo ter ligado – falou ele com um sorriso.
- a surpresa deu certo. Só não saiu exatamente do jeito que vocês queriam, mas me surpreendeu e muito. – falei dando um abraço no Peter e ele deu um beijo no meu rosto. - então? Vão querer uma água, refrigerante, suco?
- que tal cerveja? – perguntou meu tio
- não tem – falei lamentando – mas eu posso buscar se vocês quiserem.
- pode deixar – falou meu tio.
- eu busco sem problemas.
- vamos com ele – falou Peter.
- vamos – falou Leo.
- pode ficar a vontade tio o supermercado fica dois quarteirões daqui.
- tudo bem – falou ele tirando as botas que usava.
- agora vocês é que vão ter que usar as roupas típicas daqui.
- nem pensar – falou meu tio – as gatinhas daqui são doidinhas em cowboys. Só de ver um eles ficam molhadinhas.
- eca tio, já terminou com a Maya?
- não, por quê? – perguntou ele tirando a camisa xadrez.
- todos os héteros são assim?
- a maioria – falou ele – e além do mais não custa nada provocar, não precisa traição, só uma chupa…
- pelo amor de deus não termine e frase – falei abrindo o portão com o controle – vamos logo porque se não…
- até daqui a pouco – falou ele.
Leo, Peter e eu saímos e eu fechei portão. Nós então saímos andando até o supermercado e no caminho fomos colocando a conversa em dia.
- como estão todos?
- A Gwen te mandou um abraço – falou Peter.
- obrigado, manda um pra ele quando voltarem.
- com certeza – falou ele.
- e o Joe e a Katty?
- estão ótimos – falou Leo – eles também mandaram abraços.
- fico feliz que todos estejam bem.
- graças a você – falou Peter – todos estamos bem graças a você.
- obrigado, mas não toque nesse assunto a febre por mim já se passou e eu não tenho mais fotógrafos correndo atrás de mim.
- ok – falou Peter.
- me conta Peter, já encontrou algum gatinho?
- que nada – falou ele.
- por quê? Não anda caçando?
- sei lá, eu saio por ai, vou aos bares, bebo, converso, faço amizade, mas não consigo ninguém. Não sei se é porque eu passei a vida toda me fazendo de hetero, mas parece que ninguém percebe que eu sou gay.
- é uma droga hein?
- pois é.
- quem sabe aqui você não consegue um namorado? Ai você já volta pra casa compromissado.
- quem sabe – falou ele.
Nós chegamos ao supermercado e fomos à sessão de bebidas e já pegamos várias para que não precisasse voltar lá por pelo menos duas semanas.
Nós pagamos as bebidas e Peter e Leo decidiram carrega-las sozinhos porque segundos eles um herói merecia ser tratado como um rei.
Nós chegamos em casa e já colocamos todas no refrigerados.
- eu vou fazer o almoço de vocês – falei na cozinha.
- não precisa eu faço – falou meu tio.
- nem pensar, enquanto eu estava na sua casa você cozinhou agora você vai ficar de pernas para o ar enquanto eu faço o almoço.
- você que manda – falou ele abrindo uma latinha de cerveja. Peter e Leo fizeram o mesmo, eu decidi ficar só com o refrigerante – quais são as novidades?
- eu não tenho nenhuma novidade – falou meu tio – e você? não quer nos contar nada?
Eu olhei para o meu tio e o encarei por alguns segundos
- meu pai te contou, não foi?
- foi sim, mas eu queria saber se essa estupidez era real e eu queria ouvir você dizendo.
- por favor, tio não me julgue.
- não estou te jugando, só acho que levou muito a sério o tal “herói” e agora vai se mudar.
- não é nada disso eu só estou querendo ter um propósito na vida.
- e esse é o propósito? Abandonar tudo só porque não encontra alguém decente aqui?
- quem te falou isso? meu pai né?
- com certeza. E eu concordo com ele, você é idiota de sair daqui. Mike os problemas não vão te deixar eles vão onde você estiver você deve enfrenta-los. Arranje outro propósito para viver. Tem tantas opções, se é para ser voluntário seja aqui mesmo.
- por favor tio, não quero falar sobre isso.
- está vendo? – falou meu tio – esse é você fugindo de um problema.
- eu tenho uma novidade – falou Leo.
- qual? – perguntei.
- a Katty está grávida.
- mentira! – falei olhando para ele.
- é verdade – falou ele sorrindo – eu vou ser papai.
- sério Leo? Que bom. Quando você descobriu?
- semana passada.
- porque não me contou?
- eu queria fazer uma surpresa e contar pessoalmente.
- ela está grávida de quantos meses?
- semana passada completou 10 semanas.
- espera – falei fechando a tampa da panela de arroz – quer dizer então que…
- quando você salvou a vida dela você salvou a vida do meu filho – falou Leo com lágrimas nos olhos.
- não chora Leo eu nunca te vi chorar.
- não estou chorando – falou ele limpando os olhos – só estou emocionado. Eu fico pensando se tivesse acontecido algo comigo, com ela ou com o bebê naquele acidente. A Empresa vai ter que pagar uma enorme indenização. Um bebê muda todo o processo.
- tomara que vocês ganhem – falei – Não pelo dinheiro, mas o único jeito de atingir as empresas é onde mais dói: nos bolsos.
- pois é – falou meu tio.
- eles já até escolheram o nome do bebê – falou Peter
- já sabem o sexo?
- sim – falou Leo – pagamos por um exame caríssimo, mas conseguimos saber o sexo.
- é menino?
- sim
- que legal – falei abaixando o fogo de duas panelas – qual vai ser o nome?
- Mickey Cory Russell Fabray – falou Leo.
- mentira. Vai colocar os meus dois nomes nele?
- sim – falou Leo – seu pai me contou que o seu pai biológico colocaria seu nome de Cory.
- obrigado Leo – falei indo para um abraço – eu fico emocionado.
Eu me deu um abraço sem se levantar.
- parabéns – falei beijando o rosto dele – você vai ser um ótimo pai.
- obrigado – falou ele.
- não sei se o meu pai falou, mas a Vanessa está morando aqui.
- sério? – perguntou Roger.
- ele não contou?
- não – falou Roger.
- meu pai é engraçado, ele conta os segredos de todo mundo, mas quando se trata dele ele se faz de besta.
Depois do almoço pronto todos pararam de beber e todos nós almoçamos. A tarde nós conversamos e assistimos televisão. Quando meu pai e Vanessa chegaram eles tiveram uma surpresa.
Todos se cumprimentaram e mais uma vez todos pegaram sua latinha de cerveja e já foram tomar todas e começaram a conversar. Vanessa e eu fomos os únicos a não beber cerveja.
- e então Roger, ele te ouviu? Porque o “paizão” dele não adianta mais falar nada. Se é que ele me considera mesmo um paizão porque não me ouve.
- para de falar sobre isso.
- eu falei sim Larry, mas também não adiantou ele insiste em cometer esse erro.
- e você Peter? – perguntou meu pai – dê um motivo para o Mike ficar.
- não sei nem o que dizer a ele, acho que ele tomou a decisão certa. Se ele acha que é o certo a fazer ele deve seguir o coração.
- obrigado – falei para Peter.
- tudo bem, ele sabe que as portas vão estar sempre abertas para ele voltar quando quiser.
- obrigado pai.
- Larry você não me contou que Vanessa estava morando aqui?
- não? – perguntou meu pai.
- não se faça de santinho pai.
- ok, eu confesso que não quis contar.
- ele tem vergonha de estar amando outra vez – falei.
- nós temos uma grande noticia Larry – falou meu tio Roger olhando para Leo.
- qual noticia? – perguntou meu pai.
- minha namorada, Katty esta grávida.
- sério? – perguntou meu pai indo até ele e dando parabéns – finalmente vai ser papai.
- sim. Eu estou animado.
- já sabem o sexo do bebê? – perguntou Vanessa.
- sim, homem.
- que droga – falou Vanessa – eu estou com 8 semanas e o médico ainda não sabe que o sexo do meu.
Quando ela disse isso eu olhei para ela institivamente e em seguida todos se calaram e olharam para ela.
- o que você disse? – perguntou meu pai.
- parabéns – falou ela colocando a mão na barriga – você vai ser papai outra vez.
- meu pai é estéril – falei olhando para ela.