CAPÍTULO 119: Espírito Indestrutível
Parte da série Paixão Secreta
Depois que eu almocei eu decidi arrumar a cozinha para meu tio.
- não precisa – falou meu tio – meu pequeno herói pode ir descansar que eu arrumo essa bagunça – falou meu tio se levantando da mesa?
- nem pensar tio. O pequeno herói aqui vai arrumar a cozinha nem que eu tenha que te derrubar no chão com um soco.
- tudo bem – falou meu tio colocando o prato na pia e em seguida me dando um abraço. – você sabe que vou sempre ser agradecido por você ter salvado a vida do meu filho não sabe?
- sei sim tio – falei abraçando ele.
Realmente me abraçar não era uma boa ideia. Eu sei que ele é meu tio, mas qualquer corpo masculino que me abraçasse iria me despertar, afinal eu tenho necessidades e eu tinha que me controlar. Meu amor por Adam falava mais alto.
- tudo bem tio – falei soltando – vai dormir ou fazer qualquer coisa e deixa que eu arrumo a cozinha.
- obrigado filho – falou ele saindo da cozinha.
Eu então coloquei uma música para tocar no meu celular e comecei a arrumar a cozinha. Eu fiquei distraído pro um longo tempo e de repente meu celular tocou. Eu estava com a m
Ao cheia de sabão e apenas olhei para quem me ligava e era Vanessa. Eu peguei o pano de pratos e enxuguei rapidamente minha mão e peguei o celular.
- oi Vanessa.
- oi Mike.
- e então? Ligando para falar do Gray?
- sim. Eu não consegui encontra-lo. Ele viajou.
- que droga.
- eu só quis de avisar para que você não ficasse na esperança de que eu falasse com ele, mas assim que ele voltar eu converso com ele, parece que ele volta hoje mesmo.
- tudo bem então Vanessa. Obrigado por me avisar.
- de nada – falou ela.
Eu então desliguei o telefone celular e voltei a arrumar a cozinha. Não tinha sido uma noticia boa, mas também não tinha sido uma noticia assim tão ruim. Eu só precisaria de um pouco mais de paciência.
Depois que eu arrumei a cozinha toda eu decidi ir para meu quarto e ler um livro. Não tinha nada para fazer em tão era isso ou sujar todas as louças e lavar de novo.
Eu peguei um livro qualquer na estante do meu tio e fui para meu quarto, me deitei na cama e abri o livro. Eu comecei a ler o livro e como de costume logo comecei a sentir sono. Era a mesma coisa toda vez. Eu então me sentei na cama e escorei na cabeceira e voltei a ler.
Dessa vez eu consegui ler mais páginas do que deitado, mas foi inevitável porque o sono veio e dessa vez eu não consegui segurar e adormeci. Eu estava tendo um sonho estranho que envolvia praias e galáxias antes de despertar.
Eu olhei para o relógio no criado mudo e ele marcava 16h51min. Eu tinha dormido muito.
- nossa, será que meu tio se lembrou do remédio do Leo? – falei me levantando apressado. Eu fui até o quarto de Leo e abri a porte de uma vez me esquecendo de bater, mas dessa vez isso não foi um problema, porque ele estava dormindo.
Ele estava sem camisa porque estava muito quente. Eu então coloquei a mão no ombro dele e sacudi de leve.
- Leo! Leo! – falei quase cochichando, mas ele não acordou então valei com voz normal – Leo Acorda!
- o que foi? – perguntou ele acordando assustado.
- desculpa te assustar, mas eu só queria saber se meu tio te deu o remédio dás 15h00min.
- que eu me lembre não – falou ele esticando os braços. Não muito porque se não machucaria o local da cirurgia.
- vou procura-lo e perguntar para ele.
- ok – falou Leo.
- já volto – falei.
- Mike! – falou Leo.
- o que? – falei olhando para ele.
- eu fico brincando com você e me esqueço de agradecer por ter me salvo.
- você já me agradeceu… tipo umas 100 vezes.
- e eu vou continuar agradecendo.
- tudo bem – falei sorrindo para ele – por nada, eu sei que faria o mesmo por mim.
Ele deu um sorriso.
Eu desci as escadas e procurei meu tio.
- tio Roger! – falei indo até a cozinha, mas ele não estava. Eu então fui até lá fora e o vi montado no Sombra.
- Tio! – gritei acenando e logo ele veio em minha direção.
- oi Mike, espero que não se importe por estar montando o Sombra.
- não em importo não.
Ele chegou perto de mim e eu alisei o rosto do Sombra.
- ele é um cavalo esperto não é mesmo?
- é sim – falou meu tio – e então, estava me procurando?
- sim tio, queria saber se você deu o remédio do Leo.
- nossa Mike, eu esqueci! – falou meu tio – vou agora dar o remédio para ele.
- não precisa, pode ficar ai com o Sombra que eu dou o remédio.
- tem certeza? Esses últimos dias eu meio que tenho deixado o Leo em suas mãos.
- sem problemas tio.
Eu então voltei para dentro e peguei um copo de água na cozinha e o último comprimido da cartela e subi as escadas.
Eu abri a porta e Leo estava de olhos fechados dormindo.
- está dormindo?
- não – falou Leo abrindo os olhos. – só descansando os olhos.
- aqui o seu remédio – falei entregando o comprimido para ele.
Leo se sentou na cama com muita dificuldade e então eu decidi ajuda-lo. Eu coloquei o copo em cima da cômoda e ajudei ele a se sentar.
Em seguida eu entreguei o copo e ele tomou o remédio.
- obrigado – falou Leo.
- por nada.
- posso te falar uma coisa Mike?
- pode.
- você percebe que se não estivesse aqui aquele dia nós todos teríamos morrido? Todos os anos nós fazíamos a mesma coisa, após a meia noite nós íamos para a cidade e depois voltávamos para o acampamento. Você foi nossa salvação.
- sim, percebo.
- eu vejo você triste às vezes, algumas vezes você reclama de estar sozinho e tal, mas você percebe que talvez você tenha tido uma vida ruim de propósito para que chegasse a esse momento? Se você não tivesse passado pro tudo o que passou você não estaria aqui e nesse momento eu estaria morto.
- faz sentido.
- olha Mike eu não acredito em deus, mas acredito em Karma. Você sofreu muito, quem sabe a partir de agora você não começa a receber sua recompensa depois de todo o sofrimento?
- bem que podia estar certo.
- eu estou certo Mike. As vezes pensamos que nossa vida não tem sentido e que nada dá certo, mas chega um momento em que percebemos que se não fosse pelas experiências vividas nós não seriamos os seres que somos hoje. Você tem um espirito indestrutível Mike. Eu não sei se conseguiria passar pelo o que você passou, mas olhe para você… passou por tudo aquilo e ainda está aqui de pé.
- pois é – falei envergonhado abaixando a cabeça – mas será que eu mereço uma recompensa? E se foi apenas uma coincidência? E se meu sofrimento estiver longe de acabar.
- é claro que o sofrimento sempre vai existir, mas quem sabe no futuro você não tenha alguém para dividir seu sofrimento.
Eu fiquei vermelho quando ele disse aquilo.
- você ficou vermelho… meu priminho já tem alguém em vista?
- mais ou menos.
- vai lá primo, diz pra mim quem é? É alguém que eu conheço?
- não posso falar Leo, é meio que um segredo agora.
- por favor primo, compartilha comigo essa alegria. Eu me sentiria bem melhor se soubesse que você não está depressivo. Eu sei que as vezes você fica depressivo e eu me sinto mal por isso.
- não sei…
- por favor. Só um nome. Não precisa me explicar nada. É só dizer o nome.
- tudo bem – falei respirando fundo – Adam.
- Adam? O que veio aqui?
- sim.
Leo ficou em silêncio por alguns segundos.
- bom… fico feliz por você primo – falou ele com um sorriso – quem sabe Adam não seja o seu Karma?
- espero que sim – falei animado. – obrigado por essa conversa.
- por nada – falou Leo com um sorriso.
Eu sai do quarto, desci as escadas e coloquei o copo em cima da pia quando ouvi o barulho de um carro entrando na fazenda e parando em frente a casa. Eu fui até a porta de entrada ver quem era e tive uma surpresa. Era Gray.
- Gray? – falei abrindo a porta.
- oi Mike – falou ele com um sorriso no rosto.
- o que está fazendo aqui? – ele veio em minha direção e me deu um abraço forte. Eu fiquei surpreso pelo abraço, mas eu o abracei também.
- eu vim te ver – falou Gray.
- é uma surpresa – falei – hoje mesmo eu estava falando com a Vanessa sobre você ter sumido.
- deixa disso, eu andava muito ocupado com o trabalho, mas decidi vir aqui.
- vamos, eu vou te apresentar ao meu tio. – falei me virando para entrar.
- não – falou ele segurando meu braço com um sorriso – eu preciso te dizer agora ou vou explodir.
- o que?
- foi ontem Mike – falou ele olhando fundo nos meus olhos – o Steve acordou.