CAPÍTULO 118: Mike No Céu Com Diamantes

Parte da série Paixão Secreta

Os segundos viraram minutos e os minutos horas, as horas dias e os dias semanas. Passaram-se algumas semanas depois do meu ato heroico. Parece que agora todos tinham se esquecido do que eu tinha feito de ruim e quando me viam na rua todos queriam me cumprimentar e tirar foto comigo. Até o turismo em Shelbyville melhorou as pessoas apareciam de todos os lugares e quando eu ia à cidade elas me reconheciam e me parabenizavam. Eu acabei ganhando uma medalha de honra do prefeito de Shelbyville pelo meu ato. O prefeito me pediu para dar palestras nas escolas para os escoteiros e bombeiros mirins. Eu tinha até feito uma sessão de fotos para um catálogo da Peta em prol dos animais.

Eu estava tão conhecido que tinha até ganho uma página na Wikipédia. Alguns “fãs” tinham criado. Eu tinha até uma comunidade no facebook intitulada “Mike Merece Ser Feliz”. Parece que todos sabiam tudo na minha vida e isso não me incomodava como antes. As pessoas tinham para do de me jugar. Certa vez uma pessoa me parou na rua e disse que no começo pensava que eu era um garoto mimado e vadio que tinha uma fita de sexo na internet, mas depois do acidente ele me viu como realmente era e parou de me jugar e começou a torcer por mim.

Algumas pessoas na comunidade do facebook tinham criado uma lista: 10 razões para que Mike e Roman fiquem juntos e outra comunidade citavam 20 razões para que não voltássemos. Era engraçado ver as pessoas opinando na minha vida. Eu não achava ruim, pelo contrário, pela primeira vez eu sentia que minhas escolhas podiam fazer a diferença. Algumas pessoas pediam que eu voltasse a usar o facebook ou uma conta no Twitter, mas eu logo disse que não gostava de redes sociais, mas que sempre passava no facebook apenas para dar uma olhada nas comunidades dos fãs.

Eu sabia que essa febre iria passar, mas eu estava aproveitando para dar uma olhada no mundo e saber como o mundo me via. Meu jantar com o presidente tinha sido excelente. Eu e meu pai chegamos a Chicago, DC no dia do jantar, o presidente mandou um carro nos buscar e nos levar até a casa branca. Nós passamos o dia como dois turistas conhecendo a cidade e logo à noite nós jantamos com o presidente.

Meu pai Stephen estava cheio por causa das eleições. Como ele estava concorrendo ele teve que renunciar ao cargo de governador. Nós quase nos víamos, mas nos falávamos sempre que possível.

A mãe de Peter tinha ido morar com a irmã na cidade e Peter ficou morando com o pai na fazenda. Eles estavam se dando bem depois do acidente. Parece que Thom acordou para a vida ao ver o filho sofrer o acidente. A empresa do carro foi processada por falhas nos freios e o processo está aberto e Adam, Xavier, Gray, Roman e Vanessa se ofereceram para representa-los.

Havia uma pessoa que não falava comigo a mais ou menos dois meses. Era Gray. Sempre que eu ligava no celular dele chamava até cair. Às vezes eu ligava na empresa, mas ele sempre estava copado. E perguntei ao Adam e ele disse que Gray estava bem era só que ele andava muito ocupado. Eu liguei para Xavier e perguntei e ele disse o mesmo que Adam. Os dias se passaram e eu achei estranho. Eu tinha ido à cidade de carona com Peter e ele tinha me deixado de volta em casa.

Adam e eu conversávamos sempre. Ele ainda estava dando entrada no divorcio. Megan tinha contratado um advogado. Ela não queria o divorcio. Adam disse que ela queria terapia de casal. Ele disse que não gostava mais dela e que tinha se apaixonado por outra pessoa e ela jurava que essa paixão de Adam passaria e que ele voltaria para ela, mas Adam não iria desistir e já tinha até dia marcado no tribunal.

Eu tinha comprado remédios na farmácia para limpar a cicatriz da cirurgia de Leo que passava os últimos dias de folga deitado na cama, assistindo TV. Às vezes ele tentava forçar um pouco, se levantar e fazer algum trabalho, mas eu e meu tio ficávamos no pé dele dizendo que ele teria que ficar mais tempo de repouso se os pontos arrebentassem.

Eu entrei pela porta dos fundos e meu tio estava na cozinha fazendo o almoço.

- cheguei – falei entrando com a sacola da farmácia nas mãos.

- você demorou – falou ele olhando para mim enquanto mexia algo na panela.

- a fila estava grande, mas eu comprei tudo.

- você quer ficar aqui olhando as panelas enquanto eu faço o curativo? Você fez o curativo da última vez.

- não se preocupe, eu mesmo faço.

- tudo bem então, obrigado.

Eu então subi as escadas e fui até o quarto de Leo e abri de uma vez. Leo estava se masturbando.

- Leo! – gritei fechando a porta.

- Mike e desculpa – gritou Leo do quarto.

- pelo amor de deus tranca a porta.

- e como você espera que eu tranque? Eu mal consigo levantar da cama.

- vai terminar o que começou ou o que?

- pode entrar.

Eu então abri a porta e ele continuava deitado, mas dessa vez estava com seu pênis dentro da calça.

- me desculpa – falou ele.

- que vergonha – falei fechando a porta e entrando.

- se você está com vergonha imagina como eu estou?

- está tão necessitado assim?

- fazer o que né? Não posso fazer sexo enquanto não estiver 100% curado.

- isso não significa que a Katty não possa vir aqui e satisfazer você de outros jeitos.

- eu sei, eu sei… - falou Leo – me desculpa.

- sem problemas – falei me sentando na cama e levantando a camisa dele. eu então tirei o curativo antigo e comecei a limpar com álcool a cicatriz.

- você quer terminar o serviço pra mim? – perguntou ele.

Eu então dei um puxão proposital em um dos pontos.

- ai, eu estou brincando.

- eu também.

- brincando? Eu quero que você tire leite de mim não sangue.

- quer saber – falei me levantando – se vira.

- é brincadeira primo.

- para de graça. Eu já disse que essas brincadeiras me deixam sem graça.

- tudo bem, eu prometo não fazer mais…

- ok – falei me sentando.

- …hoje! – completou ele rindo.

Eu então terminei de fazer o curativo e em seguida eu guardei todos os remédios, esparadrapos e curativos na gaveta de cima da cômoda.

- prontinho, agora você pode terminar o seu serviço.

- tudo bem, mas será que pode cuspir na minha mão, por favor – falou ele abrindo a mão estendida na minha direção. Seu cuspe é mais quentinho.

- eu nunca mais me ofereço pra fazer o curativo no lugar do meu tio – falei saindo do quarto ouvindo Leo rir.

Eu fui para meu quarto e fiquei pensando o porquê de Gray estar me evitando e eu decidi ligar para a única pessoa que não mentiria pra mim: Vanessa.

Eu peguei meu celular e disquei o número dela.

- olá – falou Vanessa atendendo.

- bom dia Vanessa, tudo bem com a senhorita?

- tudo ótima e com o senhor Dr. Mike?

- estou ótimo.

- o que você manda?

- deixa eu te perguntar uma coisa… você promete me dizer a verdade?

- prometo.

- porque que o Gray está me evitando?

Ela ficou em silêncio alguns segundos e depois respondeu.

- você acredita que ele está me evitando também?

- sério? Porque será?

- eu não tenho a mínima ideia. Talvez ele só esteja muito atarefado sabe, por causa de alguns pequenos casos que ele pegou esses últimos dias.

- será?

- talvez.

- você me faz um favor?

- faço – respondeu Vanessa.

- você fala com ele, por favor?

- falo sim, pode ficar tranquilo, quando eu ver ele hoje eu vou perguntar.

- obrigado Vanessa. Você é um amor.

- de nada.

- um beijo.

- beijo – falou ela desligando o telefone.

Eu então tomei um banho e depois desci as escadas. O almoço ficou pronto e eu coloquei o almoço do meu primo e levei escada acima para ele.

Eu bati na porta.

- posso abrir a porta? – perguntei.

- pode sim. – falou meu primo.

Eu então abri a porta.

- agora toda vez você vai perguntar?

- sim, não quero correr o risco – falei enquanto ele sentava na cama.

Eu então coloquei a mesa de cama no colo dele.

- e então primo… – falou Leo.

- então o que?

- qual a nota?

- pra que?

- você sabe… do meu…

Eu me levantei da cama.

- vou almoçar bye.

- diz ai primo… qual a nota você dar?

- quer saber a nota? – falei abrindo a porta do quarto.

- quero – falou Leo.

- não posso dar a nota antes de fazer o teste drive. – falei brincando – mas eu sei que meu tio vai sair hoje mais tarde ai eu vou colocar uma coisa na sua bebida e vou fazer o teste. Quando você acordar você recebe a nota.

Ele deu uma risada.

- para de graça primo.

- eu não estou brigando – falei fechando a porta – cuidado ao beber algo que eu lhe der – falei gritando na porta.

Agora sim ele iria maneirar nas brincadeiras. Eu odiava aquelas brincadeiras, não pelo fato das brincadeiras em sí, mas pelas ideias que ele as me davam. Fazia tempo que eu não ficava com alguém e aquelas brincadeiras ficavam invadindo minha mente e me dando ideias erradas do meu primo… o deus! Não vejo a hora de Adam finalizar esse divorcio.

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