CAPÍTULO 113: O Começo No Final

Parte da série Paixão Secreta

Passaram-se alguns meses desde toda a confusão envolvendo Peter e Derek. Por algumas semanas eu tive um conflito pessoal sobre as minhas ações naquele dia e eu cheguei à conclusão de que eu não me arrependia do que tinha feito. O que tinha feito era certo e eu pensei que talvez não tivesse feito pelos motivos certo, eu só estava tentando fazer por Peter o que ninguém fez por Felix.

A mãe de Peter tinha ido morar com a irmão na cidade e Peter ficou morando conosco. O pai dele não tinha dado as caras por lá, mas meu tio e Leo o tinham visto na cidade, mas Thom não tinha nem olhado na cara deles.

Meu tio ficou sabendo que quando alguém pergunta ao Thom sobre o filho, Thom dizia que não tinha filho e isso machucou Peter porque ele sempre fez de tudo para impressionar o pai e conseguir sua aprovação. Thom era cabeça dura e mesmo sendo obviamente gay continuava com a pose de machão fodedor de bucetas.

Naquela manhã eu recebi uma ligação surpresa do meu pai dizendo que estava quase chegando em Shelbyville. Vanessa e Adam estavam vindo com ele. Eu tinha ficado feliz por saber disso e meu tio chamou à namorada e os dois preparavam um grande almoço.

As 10h00min da manhã Leo iria busca-los no aeroporto e eu iria acompanha-lo. Antes de sairmos eu tomei um longo banho, vesti minha melhor roupa, estilo cowboy para impressioná-los e ás 10h00min Leo e eu entramos no carro para busca-los. Peter ficou em casa cuidando dos animais naquela manhã de sábado, Gwen tinha se afastado um pouco de todos nós, acho que ela ficou ferida pelo seu noivado com Peter ter sido apenas de faixada.

Nós chegamos ao aeroporto quase meio dia que era a hora em que o avião deles chegaria. Nós esperamos por alguns minutos e ficamos conversando.

- Mike, você tem algum plano para o 4 de julho?

- ficar em casa e assistir a queima de fogos pela TV, por quê?

- nós temos uma tradição. Todo ano nós acampamos na floresta para assistir aos fogos, bebemos e nos divertimos bastante e a meia noite assistimos aos fogos.

- quem vai?

- essa tradição foi criada a uns sete anos atrás: Peter, Katty, Gwen e Joe.

- não sei, acho que vou ficar em casa mesmo, a Gwen não vai se sentir bem comigo lá. Eu acabei com o noivado dela e fiz sexo com o pai dela.

- você vai sim – falou Leo – você não vai ficar o 4 de julho em casa.

- agora eu me lembrei – falei inventando algo na hora – meu tio me chamou para ver os fogos na cidade.

- ele não vai se importar se você não for com ele – falou Leo.

- desde que cheguei aqui eu sempre vou aos lugares que você me leva, dessa vez eu vou com ele.

- tudo bem – falou Leo.

Eu olhei para o portão de desembarque e vi os três saindo.

- olha eles lá – falei me levantando.

Eu fui em direção a eles e corri para o meu pai e dei um abraço nele.

- que saudades pai – falei abraçando ele forte.

Leo cumprimentou Adam e Vanessa enquanto eu e meu pai ainda estávamos abraçados.

- senti sua falta pai – falei começando a chorar.

- chora não filho – falou ele começando a chorar também.

Eu nunca tinha ficado tanto tempo longe dele. Eu senti a falta dele em todos os dias que eu estive lá.

- você sabe o que pai te ama não é mesmo? – falou ele beijando meu rosto.

- sei sim – falei beijando o rosto dele.

- nós estamos aqui também – falou Adam brincando.

- desculpa – falei limpando as lágrimas dos meus olhos.

- como vai? – falei estendendo a mão e Adam apertou.

- estou ótimo e você? – perguntou ele. – era estranho vê-lo sem o terno que usava todos os dias de sua vida.

- oi Mike? – falou Vanessa me dando um abraço.

- tudo bem Vanessa?

- estou ótima, senti sua falta.

- também senti a sua.

- parece que ele não sentiu minha falta – falou Adam – eu tive uma briga com minha esposa porque ela não queria que eu viesse e mesmo assim estou aqui e ele só me deu um aperto de mão e não me ligou nenhuma vez sequer desde que saiu de lá.

- desculpa – falei indo até ele e dando um abraço – desculpa não ter ligado.

- senti sua falta garoto, contratei uma estagiária para ficar em seu lugar e você faz muita falta – falou ele olhando para mim – o Xavier e o Gray mandaram um abraço e mandaram um beijo para você, mas eles não puderam vir.

- manda um abraço para eles também.

- vamos indo? – falou Leo.

Nós fomos até o carro e eu fui na frente com Leo. Todos faziam comentários quando passamos pela cidade e logo estávamos na estrada de terra em direção a fazendo do meu tio.

- parece que a fazendo sugou mesmo o meu filho – falou meu pai – olha só as roupas desse malandro – ele deu uma risada.

- fazer o que né pai? Estou a alguns meses aqui e já me sinto um cowboy, filho da terra…

- fiquei sabendo que você já causou muita confusão por aqui – falou meu pai.

- meu tio não sabe guardar segredo, vai me pagar um sabão?

- que nada, fico feliz por você abrir mão do seu conforto para ajudar outras pessoas.

- obrigado, mas não toque nesse assunto lá o Peter está morando com meu tio.

- sem problemas – falou meu pai – vou lá conhecer o meu genro.

- para pai, que genro que nada.

- tudo bem – falou pai rindo.

Logo nós chegamos e todos foram apresentados. Eu então fui apresentar todos para Peter.

- Peter – falei indo lá fora. Peter estava capinando.

- oi? – falou ele olhando para mim.

- vim te apresentar algumas pessoas. Esse é Adam.

- prazer – falou Peter.

- essa é Vanessa, namorada do meu pai.

- muito prazer – falou Peter.

- esse aqui é meu pai, Larry.

- boa tarde – falou meu pai apertando a mão dele – é bom finalmente conhecer o namorado do meu filho.

- pai! – falei dando um empurrão nele – para de graça.

Peter deu uma risada.

- não sou namorado dele não – falou Peter.

- para de graça pai, pelo amor de qualquer coisa – falei tremendo de vergonha.

Adam e Leo riram alto.

- é um prazer te conhecer – falou Peter voltando ao trabalho.

Nós voltamos para dentro da casa e meu tio deu um abraço no meu pai e em seguida apresentou todos a sua namorada Maya.

- o almoço vai demorar muito pai? – perguntou Leo.

- mais ou menos duas horas – falou ele.

- eu queria ir na cidade – falou Adam.

- pode ir no meu carro – falou meu tio.

- você vem comigo Mike? – perguntou Adam. – você me mostra a cidade.

- vou sim – falei

- pega a chave – falou Leo jogando a chave para Adam.

- não demorem muito, se voltarem em duas horas o almoço já estará pronto.

- ok – falei. – até mais tarde – falei me despedindo de todos.

Adam e eu entramos no carro e eu mostrei o caminho que ele devia seguir.

- é só seguir a estrada Adam, não vire nem para a direita e nem para a esquerda é só seguir e chegaremos a cidade.

- ok – falou Adam ligando o carro.

Nós então seguimos viagem e levei Adam a uma lanchonete e nos sentamos ao ar livre para conversarmos enquanto comíamos pão de queijo e outras quitandas.

- como está a cidade grande? – perguntei dando uma mordida.

- está ótimo, não é tão divertida sem você.

- não exagera – falei rindo.

- estou dizendo, todos os dias eu sinto que falta algo naquela empresa e naquela cidade.

- se está dizendo – falei tomando um gole do refrigerante. – quer dizer então que a patroa não queria deixar você vir sozinho?

- não – falou Adam pegando um cigarro – será que pode fumar aqui?

- pode sim.

Ele acendeu o cigarro.

- ela não queria de jeito nenhum.

- porque todo esse ciúmes?

- acredita que ela viu uma mensagem de texto no meu celular? Uma mensagem incriminadora?

- mentira, sério? E você? Contou a verdade para ela?

- claro que não. Eu inventei uma história para ela. a mensagem dizia, “aguardo ansiosa pela noite” e eu disse que Gray tinha pedido o celular emprestado porque o dele tinha caído na água. Eu nem pude sair aquele dia.

- Dr. Adam o senhor é sem vergonha mesmo – falei comendo outro pedaço.

- fazer o que?

- e como ela deixou você contratar uma mulher para ser sua assistente?

- ela fez as entrevistas, você acredita? – falou Adam rindo. Um atendente veio com um cinzeiro na mão e colocou em cima da mesa. – que gentil – falou Adam dando um sorriso para o atendendo – muito obrigado.

O atendente se afastou encarando Adam.

- você mal está na cidade e já tem um admirador secreto. – falei.

- que nada – falou Adam ele só foi gentil.

Eu levantei o cinzeiro e peguei um guardanapo e mostrei para ele.

- ele deixou um guardanapo com o número de telefone.

- mentira – falou Adam pegando o guardanapo. – puxa vida, isso infla meu ego – falou ele.

- deve ser sua barba – falei apontando para o rosto – a maioria dos homens aqui sua e de certa forma é uma marca da masculinidade.

Ele então dobrou o papel e colocou no bolso.

- o que? – falei para ele – guardando por quê? Não está pensando em ligar né?

Adam comçou a rir.

- está rindo do que?

- você está com ciúmes.

- claro que não.

- claro que sim – falou Adam assoprando a fumaça e pegando o guardanapo no bolso e me entregando discretamente. – não se preocupe Mike, você é o único homem para mim – falou ele rindo.

- sem graça – falei pegando o guardanapo e embolando. – não faço isso por ciúmes, mas pela sua esposa, você tem que parar de trai-la.

- porque? Eu não consigo, sempre que eu vejo mulheres atraentes eu sinto algo dentro de mim.

- isso se chama tesão, e isso passa com masturbação, sabia? – falei para ele.

- você sabe que não é a mesma coisa, e além do mais você não reclamou quando trai minha esposa com você… duas vezes – falou ele rindo.

- eu passei dessa fase, sabe. Se você quisesse algo comigo agora eu não aceitaria.

- sério? – falou Adam – eu só aceitei vir nessa viagem para darmos uma trepadinha. – falou ele rindo.

- então perdeu viagem.

- brincadeira – falou ele apagando o cigarro.

- posso te falar uma coisa Adam? Nós somos amigos e eu não quero que fique com raiva de mim por causa disso.

- ok – falou ele.

- você disse que sua esposa te pegou na cama com outra mulher não foi? É por isso que ela se tornou tão ciumenta?

- foi.

- eu acho que você tranza com todas essas mulheres por pura galinhagem, eu acho que você não deixaria sua esposa por nenhuma dessas mulheres. Você faz sexo adoidado com muitas mulheres, mas não teria coragem de deixar sua esposa, você a ama Adam. Você só precisa aprender a valoriza-la porque não vai ter ela para sempre.

- não concordo com isso – falou Adam – eu acho que só não encontrei a mulher certa para mim.

- essa é a desculpa que todo traidor usa.

- eu falo sério – falou Adam tomando um gole do refrigerante dele. – eu só preciso encontrar a mulher perfeita para mim, a que vai me fazer carinhos me dar a buceta e o rabo – falou ele rindo.

- eu estou falando sério Adam.

- eu sei, me desculpa – falou ele com um sorriso. – eu falo sério Mike, eu amava minha esposa, mas as coisas mudaram a um tempo e eu não em vejo envelhecendo ao lado dela.

- então você não tem que procurar mulheres para tranzar. Você precisa conhecer mulheres que valem a pena. Corteje-a, leve-a a um restaurante, passe um tempo conhecendo e se vocês combinarem e você perceber que vale a pena é que vocês vão para a cama. Seja honesto com sua esposa sobre isso.

- eu tenho medo de dispensar minha esposa e acabar não encontrando a mulher que me faça feliz. Ai eu acabarei minha vida sozinho.

- você não precisa encontrar uma mulher para ser feliz. Você pode passar a sua vida fazendo sexo, solteiro se divertindo.

- eu digo o mesmo para você – falou ele comendo o primeiro pão de queijo.

- não estamos falando sobre mim Adam.

- mas podíamos – falou Adam – eu posso te dar um conselho também?

- pode – falei.

- Mike você fica preocupado em encontrar alguém que te faça feliz e acaba perdendo o presente. Você não deve se preocupar com isso.

- mas Adam, meu sonho é se casar e talvez ter um filho ou dois. E se eu morrer sem realizar esse sonho?

- e se eu acabar velho ao lado de uma mulher que eu odeio? Eu posso não odiar ela agora, mas se eu continuar nesse casamento eu vou odiá-la – falou Adam.

- você está certo – falei terminando o refrigerante. – eu é que preciso parar de me intrometer na vida das pessoas.

- nós somos amigos, não é se intrometer, é se importar.

- se você diz…

- obrigado pelos conselhos – falou ele.

- você também, eu tentar ser mais relaxado.

- por falar nisso o Roman te mandou um abraço – falou Adam.

- sério? – perguntei animado, isso era sinal de que ele pensava em mim.

- sério, mas não fica animado faz uns três meses que ele está namorando um dos estagiários.

- ok – falei me sentindo desapontado. Fiquei muitos meses sem pensar nele e a primeira vez que ouço o nome dele fico animadinho.

- vamos indo – falou Adam levantando a mão. O atendente que levou o cinzeiro apareceu e Adam entregou o dinheiro na mão dele. – esse é pelo ótimo atendimento – falou Adam colocando o dinheiro direto no bolso do atendente.

- obrigado senhor – falou ele com um sorriso.

Nós nos levantamos e fomos para o carro.

- seu canalha – falei quando entrei no carro.

- é bom se sentir desejado – falou Adam – mesmo que eu não vá ligar para ele não tem motivo para que eu o trate mal.

- você está certo. – falei.

Ele ligou o carro e seguimos de volta para a casa do meu tio.

- faz tempo que não me sinto desejável – falei para ele.

- sério? – falou Adam.

- sim. Já faz alguns meses…

- não fala isso – falou Adam – você é desejável e sem querer te desrespeitar, se eu te pegasse hoje te deixaria dois dias sem andar direito.

Eu dei uma risada.

- obrigado, me sinto desejável de novo.

- por nada – falou Adam.

- posso te perguntar uma coisa Adam?

- pode – falou ele.

- você é bissexual?

- não – falou Adam – eu sou bi curioso – falou ele rindo – eu gosto de mulher, mas eu sou um homem sem preconceitos e eu não costumo ignorar meus sentimentos e sensações e eu senti atração em você. Talvez eu seja bissexual, mas a verdade é que você é o único que me deixou excitado em toda a minha vida.

- me sinto lisonjeado – falei rindo.

Ele deu uma risada e nós seguimos viajem de volta.

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