CAPÍTULO 107: Dentro da Floresta

Parte da série Paixão Secreta

No domingo eu acordei ás 08h00min horas. Tomei um banho gostoso e depois de dentes escovados eu desci para preparar o café da manhã de todos, mas pelo o que eu vi meu tio de meu primo tinham acordado mais cedo do que eu. Tinha um bilhete na geladeira.

“fomos á cidade, vamos voltar antes do almoço – Roger”.

- ok – falei colocando o bilhete de volta no imã. – nem domingo esse pessoal dorme? – falei indo a geladeira pegando o leite na geladeira. Eu enchi um copo de leite e depois peguei algumas bolachas e me sentei-me à mesa e comi olhando lá para fora.

O sol já tinha aparecido e eu não tinha absolutamente nada para fazer. Foi quando eu tive a ideia de cuidar do Sombra. Eu podia lavar o estábulo, dar um banho nele e escovar os cabelos.

Eu terminei de comer e lavei as louças que eu sujei. Desta vez eu não estava com calça jeans e camisa xadrez, pelo menos no domingo eu queria usar as roupas em que eu me sentia confortável.

- bom dia Sombra – falei entrando no estábulo.

Tinha vários cavalos de todas as coras diferentes. O Sombra estava do lado direito no meio dos outros. O 5º da fileira. Eu nunca tinha tirado ele para fora sozinho, mas eu tinha que aprender afinal eu não teria sempre alguém para fazer isso por mim.

Eu coloquei comida para todos os cavalos e deixei o Sombra por último. Eu coloquei a comida e esperei ele ficar distraído e então eu abri a portinha de madeira que o mantinha preso.

Eu abri e me lembrei de nunca ficar atrás dele porque se não levaria um coice certeiro.

- Sombra, calma, sou eu… Mike – falei me aproximando de lado enquanto ele comia.

- agora ele já não ficava agitado quando me via parece que ele estava entendendo que eu era o dono dele.

Eu encostei a mão do lado esquerdo dele e alisei a crina. Ele já nem se importava com a minha presença como antes.

Eu esperei ele terminar de comer e coloquei o arreio no cavalo e o levei para fora. Lá fora eu o guiei até uma espécie de vasilha de madeira enorme para que ele tomasse água e ele bebeu bastante.

Depois eu o levei até um lugar perto da mangueira e o amarrei. Eu liguei a mangueira e comecei a jogar água nele. Eu pensei que ele pularia pra lá e para cá então joguei bem de longe, mas a verdade é que ele ficou quietinho.

- com o que eu lavo um cavalo?

Eu então fui até um quartinho e procurei por produtos para cuidar do cavalo e encontrei um sabonete e xampu feitos especialmente para cavalos.

Eu voltei e lavei todo o pelo dele massageando bem. na hora do rosto eu fiquei com um pouco de medo porque eu poderia machuca-lo de alguma foram como por exemplo deixar sabão entrar no olho dele, mas eu fui muito cuidadoso.

Depois do sabonete foi o xampu e em seguida eu o enxaguei bem e depois de limpo eu o levei de volta para o cercado e o deixei solto para se secar. Ele saiu correndo fazendo a crina balançar e naquele momento eu vi o quão lindo o Sombra.

Eu fiquei entretido vendo-o cavalgar em círculos e às vezes relinchando quando eu notei que um carro entrou na fazenda e não era o carro do meu tio. Eu fiquei lá olhando para ver quem seria.

De dentro do carro saiu Peter e Gwen. Eu fiquei lá e eles acenaram para mim quando me viram e foram em minha direção.

- bom dia Mike – falou Gwen.

- bom dia – respondi.

- bom dia – falou Peter com um aperto de mão.

- bom dia.

- então? Deu o primeiro banho no seu cavalo? – perguntou Gwen

- dei sim. Com um pouco de medo, mas eu consegui.

- como ele se chama?

- Sombra.

- bonito nome – falou Peter – ele se parece com uma sombra, todo preto é meio até sombrio.

- sim, mas me digam não é o cavalo mais bonito que já viram?

- com certeza – falou Gwen.

- então… - falei – o meu tio e o Leo não estão. Eles foram á cidade.

- sim, nós sabemos – falou Peter – eles passaram lá em casa antes de irem embora, mas a verdade é que nós viemos falar com você.

- comigo?

- sim – falou Gwen.

- sobre o que?

- olha Mike, ontem nós não dissemos nada para não estragar o clima e porque Joe estava lá, mas nós queríamos pedir desculpar por ele.

- pelo o que? Pela história do video?

- sim – falou Gwen – Joe é um cara legal, mas as vezes ele é um babaca.

- não esquenta com isso. todo mundo está curioso mesmo para ver como eu sou na cama…

- isso nos leva ao segundo pedido de desculpas – falou Peter. – sentimos muito por termos assistido, nós sabíamos quer ele ia nos mostrar e mesmo assim assistimos.

- tudo bem – falei.

- assistimos tudo – falou Gwen.

- sem problema.

- duas vezes – falou Peter.

- nossa… eu preciso assistir a esse vídeo, parece que tem coisa boa nele porque se assistiram duas vezes é por que foi bom…

- bom até demais – falou Peter rindo.

- mas é sério – falei – não precisam ficar tensos com isso o que aconteceu, aconteceu. Fazer o que né?

- é assim que se fala – falou Gwen olhando para o cavalo outra vez.

- eu espero um dia poder montá-lo – falei.

- você não sabe? – perguntou Gwen – que ultraje, mas por sorte você conhece o melhor cowboy da região – falou ela olhando para Peter.

- se você quiser eu posso te dar umas aulas… de graça é claro – falou Peter.

- eu não vou incomodar?

- claro que não – falou Peter – quer saber? Vamos deixar marcado essa aula, que dia você pode?

- qualquer dia que você quiser, eu converso com meu tio.

- pode ser quinta-feira?

- claro.

- combinado então – falou Peter – você é um garoto esperto Mike, acho que com uma aula você já aprende a andar de cavalo sozinho.

- tomara – falei.

Depois de admirarmos o Sombra por mais alguns minutos eles disseram que iriam embora e se despediram.

Meu tio e meu primo voltaram ás 10h00min. Eles trouxeram rações para os animais entre outras coisas: ferramentas, produtos de limpeza e cuidado, etc...

Meu tio fez no almoço galinha. Meu prato preferido. E eu ajudei. Depois do almoço eles foram se deitar, penduraram suas redes embaixo das árvores.

- você também quer uma? – perguntou meu tio.

- não tio, obrigado. Eu vou passear pela floresta vou conhecer.

- ok – falou ele se deitando – tome cuidado ok? Olhe onde pisa porque pode torcer o pé ou pisar em algum animal como cobras…

- acho que não vou mais.

- brincadeira – falou meu tio rindo – pode ir tranquilo.

- se quiser eu vou com você primo – falou Leo já deitado na outra rede.

- nem pensar, pode ficar deitado e descansar eu vou sozinho.

- ok, mas quando chegar a floresta pega um galho mais ou menos do seu tamanho e use como os cegos para saber se tem buracos ou se o chão é firme. – falou Leo.

- ok – falei começando a me afastar – até mais.

Eu olhei para frente e vi o sol que me aguardava. Ainda bem que a floresta tinha bastante árvores então teria bastante sombras. Eu olhei no meu relógio que marcava 02h30min da tarde e segui caminho.

Eu segui pelo pasto durante uns 40 minutos. Eu pulei os cercados das vacas e segui mais um pouco e logo comecei a avistar a floresta. Eu me desviava das vacas, mas meu primo tinha ditos que elas eram inocentes então não tinha perigo.

Aos poucos as árvores foram chegando. Primeiro uma longe da outra então foi ficando mais denso e eu decidi parar para pegar um galho como meu primo tinha mandado.

Eu peguei um galho de mais ou menos 1 metro e 60 e fiquei com ele “apalpando” o chão. Eu fui andando pela floresta vendo as árvores e de vez em quando eu encontrava uma diferente e parava para vê-la melhor. Eu sempre pegava uma folha ou uma flor da árvore e sentia o cheiro. Se tivesse fruta eu colocava em uma sacola que eu tinha levado, afinal não comeria até voltar para casa para que meu tio garantisse que não era venenoso.

Depois de uma hora minha sacola estava cheia. Eu tinha encontrado algumas frutas conhecidas como mangas, bananas, graviola, figo e comi alguns enquanto caminhava.

- vou descansar um pouco – falei parando em uma clareira e me sentando no chão.

A floresta era barulhenta, mas não era um barulho irritante e sim um barulho que relaxava quanto mais alto ficava. Eu escutava ao longe água. Os pássaros começaram a cantar eu fique sentado ouvindo com atenção.

Aquela posição logo me cansou e eu coloquei a sacola um pouco distante e usei de travesseiro. Eu me deitei para relaxar um pouco. Eu respirei aquele ar limpo e senti um bem estar muito grande. Como era bom estar na natureza. Diante aquilo eu simplesmente apaguei.

Eu senti uma picada no braço e acordei coçando. Uma formiga tinha me mordido. Eu abri os olhos e olhei para o céu ainda de dia. Eu provavelmente tinha dado apenas um cochilo. Eu olhei no relógio que meu tio tinha me dado de presente e vi que já eram 16h30min.

- nossa eu dormi demais – falei me levantando e batendo a mão no corpo para tirar algumas formigas e folhas atrevidas.

Eu peguei meu galho-guia e comecei a andar de volta. Eu andava com um pouco de pressa porque começava a escurecer rápido no Tennessee então fui com mais pressa do que na ida.

Depois de 15 minutos andando eu percebi que o barulho do rio não diminuía completamente. Eu ouvia ele desaparecendo e de repente ele aumentava outra vez.

- não é possível que eu me perdi – falei olhando em volta. Eu não conseguia reconhecer nada.

Eu respirei fundo.

- ok – falei alto – se eu aprendi uma coisa com os documentários na TV é que não se deve desesperar quando você se perde na floresta.

Eu então comecei a seguir reto por um caminho. Eu andei por um bom tempo até que encontrei algo que me fez parar. Uma cruz.

- que porra é essa? – falei me ajoelhando para ver melhor aquilo. Era uma cruz de madeira enfiada na terra. Eu limpei com o dedo e vi que tinha um nome. Norman – 17/08/1927 á 01/02/1987.

Eu me levantei rápido. eu estava em um cemitério. Eu olhei em volta reparando e percebi outras cruzes entre os musgos e plantas que as cobriam. Eu senti um frio na minha barriga. Eu não costumava ter medo, mas estar perdido na floresta e encontrar um cemitério é perfeitamente a cena de um filme de terror.

Logo eu percebi que a floresta começava a escurecer. O sol estava se pondo. Eu olhei no relógio e já era 17h25min. Agora sim eu podia me desesperar. Eu peguei a sacola de frutas outra vez e meu galho e comecei a andar através do cemitério. Eu não me lembrava de ter passado por lá, mas talvez eu chegasse a algum lugar porque um cemitério não estaria muito longe da civilização.

Eu andei rapidamente esperando ver um lugar em aberto, mas tudo o que eu via era floresta, floresta, floresta.

- que droga, eu não trouxe o celular logo agora? Mas não sei se no meio desse mato eu teria algum sinal foi quando eu tropecei e comecei a cai em um barranco. Eu desci rolando e só parei quando cheguei em um lugar plano.

Eu tentei me levantar com medo de ter quebrado alguma coisa. Eu mexi os braços e consegui só tinha alguns ralados, eu tentei mexer minhas pernas e eu também consegui. Eu olhei para o lado e o rio estava a dois metros de distancia de mim.

Ainda bem que eu tinha amarrado minha sacola com frutas alguns minutos antes então as frutas não se espalharam. Eu tentei me levantar e fiquei de pé, mas quando coloquei o pé direito no chão eu dei um grito, cambaleei e voltei a cair do chão.

Eu tinha torcido meu pé. Ele estava doendo muito. Eu dei uma olhada e vi que começava a inchar.

- como eu vou embora daqui? – falei comigo mesmo. – Socorro! – gritei alto.

Eu sabia que ninguém ouviria, mas a sensação de estar preso no meio da floresta era apavorante e gritar era o que me aliviava.

Eu então comecei a chorar. Eu não sabia o que fazer. Meu pé doía e a floresta ficava cada vez mais escura. Eu não conseguia me mover, acho que estava em estado de choque porque tudo o que eu conseguia fazer era olhar para o rio e ver o reflexo do sol desaparecendo.

- eu tenho que me controlar – falei para mim mesmo.

Eu parei de chorar e comecei a pensar nas possibilidades. Para minha sorte parecia não ter muitos animais naquela floresta a minha única preocupação seria a seda, a fome e o frio.

Eu tinha o rio perto de mim. Eu podia ir em um pé só e beber água. Eu tinha frutas então podia controlar a fome, mas o frio… esse era o problema.

Decidi não pensar nisso agora, esperaria o frio chegar para me preocupar e eu tinha que mandar vibrações boas para o céu para que não chovesse se não eu estaria morto.

- quer saber? – falei para mim mesmo – meu primo e meu tio conhecem essa floresta como a palma da mão deles e com certeza já devem ter notado que eu desapareci então já devem estar me procurando. Eu fale isso sentindo um alivio.

Comentários

Há 1 comentários.

Por jv em 2014-04-01 23:24:48
You achando q vai acontecer algo