CAPÍTULO 104: Pessoas
Parte da série Paixão Secreta
Nós estávamos a caminho da casa de Peter o vizinho mais próximo de onde meu tio morava. O sol estava esquentando e eu abri toda a janela do carro para sentir o vento no meu rosto. Tinha sido exatamente como meu tio disse a noite era bem frio, mas em compensação o dia era quente demais.
- que calor – falou Leo desabotoando a camisa até a metade.
- muito calor – falei passando a mão na testa e tirando bastante suor. – está tão cedo e mesmo assim tão quente.
- pra você deve estar mais quente ainda porque não é acostumado com esse clima.
- pois é.
- pode desabotoar sua camisa se quiser. Meu pai disse para usar, mas não existe regras, não precisa usar sempre dentro da calça… para dizer a verdade não precisa usar essa roupa sempre, pode usar as suas quando bem entender.
- entendido, mas quando estiver no meio de semana vou usar essa mesmo – falei desabotoando dois botões do pescoço para baixo e tirando de dentro da calça porque realmente me incomodava.
Nós viramos para a estrada de terra e seguimos por um bom tempo e passamos por todos aqueles lugares outra vez na frente de várias fazendas distantes umas das outras.
Depois de uns 20 minutos chegamos na fazenda dos Morgans e Leo virou para a esquerda e seguiu um curto caminho até a entrada deixando o carro longe. Ele parou o carro e desligou.
- se quiser ir pode ir Leo eu fico aqui te esperando.
- que nada, venha comido, é bom que eu te apresento para eles e você já fico conhecendo alguns dos meus amigos.
Nós descemos e fomos andando até a entrada e antes que chegássemos um homem abriu a porta.
- já era sem tempo – falou ele apertando a mão de Leo quando nós chegamos.
- que nada, você é que sumiu – falou Leo olhando para mim – Mike esse aqui é o Joe Meyer.
- prazer – falei apertando a mão dele. Meu tio tinha razão ele era muito bonito e simpático era uma pena que ele não estivesse namorando.
- vamos entrando – falou Joe – o Peter está lá nos fundos com a Gwen – falou Joe.
Nós chegamos na cozinha e a mãe de Peter estava na cozinha.
- bom dia – falou ela com um sorriso cumprimentando.
- bom dia Sr. Morgan, tudo bem com a senhora? – falou Leo.
- estou ótima e seu pai? vocês estão bem?
- estamos ótimos – falou Leo.
- quem é esse? – perguntou ela com um sorriso – um rosto novo?
- sim, esse e Mickey, meu primo que veio da cidade grande.
- bom dia – falei apertando a mão dela.
- um prazer te conhecer – falou ela com um sorriso. – veio de longe Mickey?
- de San Diego.
- San Diego? É bem longe – falou ela – veio apenas para férias ou está pensando em morar por aqui?
- não sei bem o que vim fazer aqui, só o tempo irá me dizer.
- bom, espero que goste daqui. – falou ela com um sorriso – seja bem vindo.
- obrigado – falei sorrindo para ela. ela me fez sentir em casa, nunca tinha me sentido bem tratado dessa maneira na casa de outra pessoa.
- Senhora o Peter está lá fora? – perguntou Leo.
- estou aqui – gritou uma voz lá de fora.
Nós então saímos para fora. Havia um homem com um cigarro na boca juntando palha em um monte. Ele estava vestido como nós calça jeans, camisa xadrez para dentro da calça, botas pretas. Ele parecia estar suado e cansado. Quando aparecemos ele olhou para nós e fechou os olhos um pouco por causa do sol. Ele deu uma tragada no cigarro e jogou no chão pisando em cima e veio em nossa direção assoprando a fumaça. ~
- tudo bem? – falou ele apertando a mão de Leo.
Ele tinha cabelos pretos e usava-os arrepiado. Seus olhos eram verdes. Assim como a maioria dos homens de lá ele usava uma barba preta no rosto e eu pude ver que ele tinha uma boca sexy.
“que droga”. Pensei comigo, eu disse que não me relacionaria com homens mais velhos e no mesmo dia já tinha reparado em dois deles. O pai e o filho. O que eu podia fazer? Eu tinha um fraco por esse tipo de homem.
- olá – falou ele olhando para mim. Ele me assustou porque eu estava olhando sem piscar para ele. Por mais que eu evitasse as vezes não conseguia disfarçar muito bem.
- oi.
- esse é o primo que você tanto falou? – perguntou Peter para Leo. Ele estendendo a mão e eu apertei.
- sim. Mickey esse é Peter, Peter esse é Mickey.
- muito prazer – falou Peter.
- igualmente.
- onde está a Gwen? – perguntou Leo.
- estou aqui – falou ela largando uma caixa no chão. Ela tinha vindo do celeiro. Ela tirou as luvas que couro que usava e deu um beijo na boca de Peter quando se aproximou de nós e ele a abraçou.
- muito prazer sou Gwen – falou ela estendendo a mão para mim e eu apertei.
- sou Mickey.
Gwen tinha os cabelos castanhos que iam até um pouco abaixo dos ombros, usava franja e seus olhos eram de um cinza esverdeado. Ela tinha um sorriso bonito, aquele era provavelmente o casal mais bonito que eu já tinha visto na vida.
- então Mike… posso te chamar de Mike? – perguntou Gwen com um sorriso.
- pode sim.
- de onde você veio?
- eu vim de San Diego.
- é mesmo – falou ela para Peter – lembra amor, nós vimos ele na televisão.
- é verdade – falou Peter com um sorriso no rosto.
Que droga, estava demorando alguém tocar nesse assunto…
- não se preocupe – falou Gwen – nós não estamos nem ai para o seu passado, como diz nosso salvador: “não jugueis para não serdes julgado”.
- não se preocupe o Leo nos contou que você veio para cá para encontrar um pouco de paz… não se preocupe as pessoas aqui não sei importam muito com isso – falou Peter.
- que bom – falei sem graça. Não tinha como não ficar envergonhado, mas eles tentaram fazer eu me sentir melhor e é isso que conta.
- então o que você tanto queria comigo? – perguntou Leo.
- cara eu estava sem tempo de ir lá falar com você, mas eu queria perguntar se vocês topariam sair amanhã com a gente? Vocês estão nos devendo a comemoração do nosso noivado. – falou ele beijando Gwen.
- mas é claro que sim – falou Leo – pode contar comigo – estava pensando que podíamos passar a noite, bebendo e dançando.
- podem contar comigo – falou Joe.
- sua concubina não se importa se você sair para beber?
Todos deram risada.
- para de ficar o chamando disso – falou Joe.
Eu fiquei sem entender então não ri.
- o Mike está boiando – falou Gwen.
- realmente não sei do que estão falando.
- o nosso amigo Joe conheceu o namorado o namorado atual quando não estava solteiro pela internet. Só depois de muito tempo que ele terminou o namoro para ficar com o amante.
- entendi.
- não liga para eles – falou Joe – é tudo mentira.
- mentira? – perguntou Peter – o ex-namorado ficou tão traumatizado quando descobriu que Joe o traia que ele se mudou daqui e nunca mais deu as caras.
- ele se mudou por que quis – falou Joe rindo – eu não tenho culpa se ele era apaixonado por mim e eu não era apaixonado pro ele. Nós não escolhemos por quem nos apaixonamos.
- verdade – falou Gwen.
- olha, tenho que ir embora levar a ração dos animais – falou Leo – mas fica combinado então.
- você também vai Mike? – perguntou Gwen.
- vou sim.
- que bom, vamos esperar ansiosos por você e prepare-se para dançar muito.
- bom, eu não danço muito bem – falei para ela.
- música Country é fácil eu te ensino – falou ela.
- combinado então – falei.
- nos vemos amanhã então – falou Peter apertando a mão de Joe, depois de Leo e depois a minha.
- até amanhã – falou Leo se despedindo.
Nós fomos para o carro de Leo e Joe foi para o carro dele e logo cada um virou para um lado e seguimos.
- você se librou de uma – falou Peter.
- porque? – perguntei.
- eu falo sobre o Joe. Ele é meu amigo, mas se ele foi capaz de trair uma vez ele pode trair de novo.
- ele conheceu esse cara na internet?
- Joe namorava um rapaz que morava na cidade, um rapaz chamado Spencer. Eles namoraram por um bom tem, mas Joe sempre foi muito conectado ao mundo virtual e acabou conhecendo nas salas de bate papo um outro carinha chamado Junior. Eles se falaram pela internet por um tempo, até ai tudo bem. A coisa ficou feia quando Joe resolveu dirigir 200 quilômetros para passar um fim de semana com o amante e Spencer descobriu. Foi uma briga feia. Ele até se mudou.
- credo, a coisa foi feia então.
- parece que o Spencer era apaixonado pelo Joe e ficou decepcionado com a traição.
Logo chegamos a casa do meu tio e ele estacionou o carro.
- quer dizer então que não importa o lugar que estamos às pessoas sempre estão se mudando para esfriar a cabeça. Eu me mudei para cá para ter uma mudança de ares e esse tal Spencer se mudou para a cidade grande…
- é sim, a diferença é que cada pessoa combina em um lugar diferente. Não desanime com essa história – falou Leo pegando a ração no ombro – quem sabe aqui não é o seu lugar?
- quem sabe – falei indo para dentro junto com meu primo.
Nós demos a volta e fomos até o celeiro e meu primo colocou a ração para as galinhas que vieram correndo.
- a proposito primo, quantos anos tem aquele seu amigo?
- o Joe ou o Peter?
- os dois.
- o Joe tem 26 anos e o Peter tem 30. – falou ele olhando para mim – porque a pergunta?
- nada, só curiosidade – falei colocando luvas na mão, estava na hora de limpar o celeiro.