Nem Sempre Se Consegue O Que Quer [Capítulo 15]
Parte da série Doces Sonhos
Eu estava caído no chão olhando para o teto, estava tonto e suado, mas o pior de tudo é que não sentia nada do pescoço pra baixo.
- o que vai fazer comigo? – perguntei ofegante.
- sabe que eu não sei? – falou ela se levantando e pegando um copo de água na geladeira. – eu pensei que Amy não chegaria até aquí.
Eu achei estranho o que ela tinha acabado de dizer.
- você é Amy.
Ela olhou pra mim e jogou o copo no chão.
- eu não sou a Amy. Você acha mesmo que essa vadia chegaria até aquí sem minha ajuda? – ela falou isso com a voz diferente e com uma atitude mais agressiva.
- Amy... – falou tentando levantar minha cabeça.
- já disse que não sou a Amy – falou ela dando 3 passos em volta da mesa. – meu nome é Britney.
Eu não entendia nada do que estava acontecendo.
- então você achou que poderia roubar o marido da Amy e sair impune.
- por favor...
- não adianta implorar – falou Britney.
Ela pegou uma faca e veio andando até mim.
- você não vai sentir nada – falou ela.
- o que você vai fazer? – minha voz estava rouca e eu me sentia fraco.
- Quero saber por que Jay me trocou por você. Com certeza não é algo por fora, então vou ter que ver o que você tem dentro de você.
Ela então rasgou minha camisa com a faca e cortou logo abaixo do meu peito. Um corte de aproximadamente 40 centímetros na diagonal.
- eu não senti nada, mas fiquei tonto ao ver o sangue saindo.
- não faça isso – falei me sentindo tonto. Ela enfiou a mão de começou a olhar dentro como se tivesse algo dentro de mim.
- não tem nada aquí – falou ela.
Ela se levantou e ficou olhando pra mim como se estivesse pensando. O sangue escorria pela faca. Eu já não conseguia dizer mais nada. Eu tinha desistido.
Ela então se ajoelhou e cortou minhas pernas. Do pé até na coxa. Nesse momento eu desmaiei.
Eu estava em pá em, um parque de diversões. O tempo era escuro e nublado. Os brinquedos funcionavam e as luzes piscavam, mas não tinha mais ninguém além de mim.
Eu ví uma mulher vindo em minha direção. Eu não a reconheci no inicio mais assim que se aproximou eu ví que era minha mãe.
Eu corri até ela e dei um abraço nela.
- que saudades mãe.
- eu também filho.
Eu nunca tinha visto minha mãe pessoalmente, mas era como se eu a conhecesse desde pequeno.
- porque você se foi?
- eu não escolhi – falou ela com um sorriso no rosto. Ela usava um vestido azul enorme.
- eu sei – falei olhando para ela.
- você tem que ser forte Jackson. – falou ela alisando meu rosto.
- eu não sei se consigo.
- você é meu filho – falou ela se virando e o vento forte fazendo seu vestido voar.
- mãe, eu fiz a escolha errada?
- eu confio na escolha que você fez – falou ela olhando pra mim sorrindo e olhando para o céu e andando até a neblina.
Eu abri meus olhos devagar. Edu estava fraco e pálido, mas em contra partida não sentia nada. Amy estava sentada na mesa comendo alguma coisa. Eu estava deitado em sangue.
- Amy – falei fraco.
- me desculpa – falou ela olhando pra mim – eu não encontrei nada.
Eu não sabia mais como lutar então desmaiei outra vez. Assim que abri os olhos eu ví que ela estava me puxando pelas pernas.
- me deixa – falei com a voz rouca...
- não posso – falou ela. – Me perdoa e chorando – Falou Amy se ajoelhando – eu não queria fazer isso.
- tudo bem, tudo bem, liga pra ambulância. – falei fraco.
- não posso – falou ela se levantando – se Jay vir o que eu fiz com você ele nunca vai me perdoar, não se preocupe Jack eu cavei um túmulo pra você – falou ela apontado pra fora da cozinha. O sol estava se pondo e eu ví um monte de terra. Ela tinha cavado um buraco no quintal.
- Amy, por favor – falei começando a chorar.
- Patrícia – falou ela sorrindo.
Eu ví que a mão dela tremeu.
- eu tenho que te colocar no buraco. – falou Amy.
- não precisa – falou Patrícia. – vamos chamar a ambulância – falou ela cochichando. – temos que falar baixo se não a Britney vem.
Amy estava enlouquecendo. Ela estava mudando de humor, voz e personalidade.
- eu voltei – falou Britney.
Ela começou a me puxar pelas pernas, era como se toda vez que ela trocasse de personalidade até sua força fosse alterada, ela parecia mais forte e agora me puxava com facilidade.
- por favor, não faz isso. – falei enquanto eu já estava na grama deixando um rastro de sangue. Eu tentei me olhar e eu estava branco e roxo, minha cabeça estava doendo e eu mal conseguia ficar com os olhos abertos. Começava a escurecer e Amy ou sei lá quem me largou e foi até a cozinha e depois de procurar acendeu as luzes. Eu queria gritar, queria pedir socorro, mas vinha voz mal saída.
Assim que chegou perto do buraco ela me colocou com cuidado, o que era irônico vendo o que ela tinha acabado de fazer comigo, minhas pernas, meus braços, peito e barriga estavam cortados. As feridas eram grandes e se abriam a medida que ela me colocava no buraco.
Ela pegou a pá e começou a jogar terra nas minhas pernas.
- serás que ninguém vai me salvar? Será que é assim que eu vou acabar? – foram as perguntas que vieram em minha mente enquanto ela jogava terra que ia entrando nas feridas.
- só pra você saber – falou ela parando – sua amiga Kamylla veio até aquí. Eu disse que você tinha saído e que eu era empregada. Você não pode gritar já que estava desmaiado.
Era meu fim. Por estranho que pareça eu tinha aceitado. Eu tinha feito o que minha mãe tinha dito. Eu lutei até o final, mas aquele era o final.
- quem está aí? – perguntei.
- Britney, Patrícia e Amy. – falou ela sorrindo.
- por favor, me mata antes, eu não quero morrer enterrado vivo. – eu falei com os olhos vermelhos. Lágrimas corriam por eles. Lágrima também escorria pelo meu nariz.
- ok – falou ela rindo e indo pulando até a cozinha muito feliz.
Ela voltou duas coisas na sem nada na mão e me perguntou.
- eu tenho uma faca e tenho comprimidos.
- nenhum – falei engolindo seco. – a pá. – falei fraco.
- você quer que eu bata na sua cabeça com a pá.
- sim – falei fechando os olhos bem devagar e abrindo.
- ok – falou ela largando a faca e a caixa de remédios.
Ela se levantou e pegou a pá.
- vou bater bem forte para te desmaiar. – falou ela sorrindo – depois eu só vou parar de bater quando ver seu cérebro saindo pelo nariz.
Eu fechei os olhos esperando.
- Jack, saiba que isso não é pessoal, nós poderíamos até ser amigos, mas eu preciso do meu marido. Na verdade foi ele quem me mandou fazer isso.
Eu abri os olhos e fiquei olhando para ela.
- é verdade, meu marido ainda me ama. Eu sou o amor de Jay, ele disse que eu só o teria se algo acontecesse com você.
Começou a correr águas dos meus olhos, eu sabia que Jay nunca diria uma coisa daquelas, eu sabia que ele não me trairia, Amy estava louca.
- me perdoa, eu não queria que você morresse sem saber a verdade.
- ok – falei fechando os olhos.
- tudo bem falou – ela levantando a pá, mas antes que ela descesse com toda a força e acertasse minha cabeça eu ouvi alguém gritando.
- Jack!