Morro Em Seus Olhos [Capítulo 18]

Parte da série Doces Sonhos

Eu tinha acabado de acordar. Eu fiquei em coma induzido por dois meses. Eu tive um sonho de como seria minha vida se escolhesse Kyle. Era muito injusto com Jay. Eu amo Jay e agora tinha minha resposta. Entre eu sofrer e Jay morrer eu preferia sofrer todas as dores do mundo do que imaginar ele machucado ou morto.

O médico veio naquela manhã depois que acordei para ver como eu me sentia. Meus braços, pernas e barriga todos estavam suturados.

- como você está se sentindo essa manhã? – perguntou o médico entrando.

- bem – falei tentando sorrir.

Ele deu uma olhada nos meus e me avaliou.

- como você está se sentindo? – perguntou ele outra vez sorrindo.

- já disse estou bem – falei sorrindo. Até que ter ficado em coma dois meses tinha me poupado de muita dor.

- eu sei – falou o médico – eu quero saber o que você está sentindo por dentro. Depois do que aconteceu você pode querer falar com nosso psicólogo.

- não precisa, meu namorado é psicólogo.

- tudo bem – falou o médico sorrindo – qualquer coisa é só chamar as enfermeiras que elas me avisam.

Eu agradeci o médico e meu pai entrou no meu quarto.

- bom dia filho – falou ele me dando um beijo na testa.

- bom dia – falei sorrindo.

- como você está se sentindo?

- estou bem, realmente muito bem.

- Jay e Jake vão vir te visitar hoje. – falou meu pai.

- Jay se afastou eu mim e ficou com Amy nesse tempo que eu estava dormindo?

- não – falou meu pai – Jack... Jake atirou em Amy quando chegou em casa e Jay não saiu daqui desde que você estava dormindo ele conversava com você todos os dias.

- Amy morreu então?

- sim.

- Jay ainda me ama? – perguntei.

- claro, ele nunca deixou de te amar – falou meu pai sorrindo.

Eu fiquei um tempo calado respirando fundo.

- conte as novidades – falei olhando pro meu pai – eu estou desligado do mundo por dois meses.

- em tão – falou meu pai sorrindo – eu acho que Lara e eu estamos namorando.

- sério? – falei sorrindo.

- sim, tudo isso que aconteceu nos aproximou mais ainda.

- fico feliz por vocês.

- Jake também está namorando uma garota que ele conheceu.

- e Kyle? – perguntei.

- ele também te visitou algumas vezes e pelo que me parece ele também está namorando!

- sério? – perguntei sorrindo – com quem?

- bom, ele retomou suas antigas amizades com os colegas policiais e pelo que me parece ele está namorando um dos policias de onde trabalhava.

- fico feliz por eles.

- você quer alguma coisa? – perguntou meu pai.

- quero Jay.

- se você quiser ele pode ficar com você até o dia que receber alta.

- você não se importa? – perguntei pro meu pai.

- não, só de saber que você está bem eu posso ir tranquilo pra casa.

Meu pai saiu do quarto e ligou para Jay pedindo para ele me visitar.

- ele vem?

- sim, ele disse que mais ou menos 20 minutos chega aquí.

- se você quiser ir embora eu fico esse tempo sozinho.

- se você não se importar.

- pode ir.

Ele foi embora e liguei a televisão para passar o tempo até que Jay chegasse.

Depois de 15 minutos 2 enfermeiras entraram no quarto para poder fazer a troca de todos os curativos no meu corpo.

Enquanto elas retiravam os curativos elas conversavam comigo.

- eu não sei se conseguiria passar pelo o que você passou – disse uma das enfermeiras.

- eu também não sei como consegui.

A outra enfermeira trocava o curativo do meu braço falou comigo.

- me perdoa se eu estiver intrometendo, mas você se sente bem sabendo que aquele cara saiu da prisão?

- cara? que cara?

Quando fiz essa pergunta Jay abriu a porta do quarto.

- bom dia – falou Jay. Ele estava com uma camiseta azul de botão listrada, seu rosto estava liso e seus olhos verdes vibrantes. Era como olhar para o paraíso.

- bom dia – falei sorrindo.

Ele veio até mim e me deu um beijo na boca. Um selinho e depois outro e depois outro.

- que saudades – falou Jay.

- eu te amo Jay.

- me perdoa – falou Jay.

- não precisa.

- eu devia ter te contado o que estava acontecendo com ela. Eu nunca imaginei que ela faria algo como isso.

- nós podemos voltar daqui um pouco – falou uma das enfermeiras. Elas se levantaram e saíram do quarto.

- obrigado – agradeci.

- eu te amo Jack – falou Jay alisando meu rosto. Seu rosto estava meio abatido e seus olhos pareciam mais brilhantes. Talvez porque não o via há muito tempo.

- você está com olheira – falei alisando o rosto dele.

- eu fiz a barba pra não parecer tão abatido. Eu não queria aparecer aquele cara que ficou 24 horas por dia sentado ao lado da sua cama desesperado para que acordasse.

- obrigado – falei pegando a mão dele e dando um beijo.

Ele sentou na poltrona e ficou olhando pra mim com um sorriso no rosto.

- como está Roger? – perguntei.

Ele respirou fundo antes de responder.

- bem melhor do que agora, em um lugar melhor provavelmente. – falou ele apertando minha mão.

- porque? Como assim?

- Amy foi na minha casa antes de ir na sua e bateu na babá e levou Roger. Eles encontraram ele no lixo.

- sinto muito Jay – falei apertando a mão dele.

- não sinta – falou Jay sorrindo. – ele está em um lugar melhor.

- sinto muito por ter passado por isso sozinho.

- eu estou bem – falou beijando minha mão.

Eu fiquei triste por ele.

- a bebé está bem?

- melhor do que você. Amy só bateu na cabeça dele e ela desmaiou.

- ainda bem.

Nós ficamos nos olhando e eu fiquei triste pela noticia do Roger.

- posso te perguntar uma coisa?

- pode – falou ele.

- quem é o cara que saiu da prisão?

Ele hesitou antes de responder.

- Kenny. – falou Jay.

- Kenny saiu da prisão? – falei surpreso.

- sim.

- mas como que as enfermeiras sabiam que eu tinha alguma ligação com ele?

- seu pai decidiu abrir queixa contra ele para poder impedir a liberação dele, mas como você estava em coma não teve como, o pior é que a imprensa caiu matando em cima disso especialmente porque o mesmo garoto abusado sexualmente tinha sido atacado à facada.

Eu fiquei olhando pra qualquer lugar querendo processar tudo aquilo.

- você está bem? – falou Jay – se quiser conversar comigo.

- eu estou bem – falei sorrindo pra ele. – não me importo mais com isso. Essa experiência toda me fez ficar dormente sobre tudo isso. Quer saber? Não me importo se ele está livre desde que fique longe de mim.

Ele apertou minha mão e eu olhei para os olhos dele sentindo a respiração quente dele em minha mão.

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