Esperançosamente Devoto A Você [Capítulo 7]

Parte da série Doces Sonhos

Quando cheguei em casa meu pai me encheu de perguntas. Jay foi comigo e conversou com ele o que tinha acontecido, mas sem mencionar as partes em que nos declaramos um para o outro. Antes de ir embora ele me chamou para conversar outra vez.

- eu quero saber se você confia mesmo em mim – perguntou ele.

- confio. Eu vou conversar com meu pai hoje e dizer o que aconteceu, eu não consigo ficar com isso comigo por muito tempo mesmo.

- não tem problemas. Eu vou conversar com a Amy hoje também.

- tudo bem – falei respirando fundo sentindo um frio na barriga.

- não se preocupa com isso.

- é melhor a gente se ver apenas na quinta.

- tudo bem.

- até quinta – falei.

- já estou indo Henry.

- obrigado Jay – falou meu pai fechando a porta. – esta tudo bem mesmo filho?

- esta sim pai.

- filho eu te conheço... você já fez isso outras vezes e sempre que você faz isso é porque alguma coisa aconteceu. Podem e contar.

- posso tomar um banho primeiro, depois eu converso com o senhor.

- vou estar te esperando na aquí na sala.

Eu subi as escadas e fui para meu quarto tirando a roupa e os curativos e entrando no banho. A água fazia minhas feridas doerem.

Depois que sai do banho vesti minha roupa, mas não consegui sair do quarto então deitei um pouco na minha cama para pensar.

- será que eu tinha feito a coisa certa? E se eu estivesse indo rápido demais? E se Amy estivesse certa e eu fosse uma aberração? – aquelas perguntas sem respostas me deixavam em pânico. Eu comecei a sentir falta de ar, me sentia preso.

Eu me levantei da cama tentando controlar minha respiração e mesmo que eu pensasse em outra coisa não passava. Eu abri a porta do quarto e minha visão estava ficando embaçada e comecei a ficar tonto, mas antes que chegasse a escada e caísse meu pai subiu e me pegou nos braços.

- se acalma – falou ele. – respira fundo. – papai está aquí.

Eu tentava me acalmar e meu pai me deitou no chão e pedia para que eu respirasse fundo. Eu segurei a mão dele e apertei.

- respira pelo nariz e solta pela boca – falou meu pai.

Eu fiz o que ele pediu e minha respiração estava se estabilizando. Ataques de pânico sempre o assustavam, mas na maioria das vezes ele conseguia me acalmar. Minha respiração se controlou e aos poucos e já estava bem melhor.

- se levanta – falou meu pai me ajudando. – então vai me contar o que está acontecendo?

- sim. – vamos lá para a sala.

Nós descemos as escadas e eu me sentei no sofá.

- pai... – falei respirando fundo.

- tem alguma coisa a ver com esses machucados? Não foi você que o fez? alguém machucou você?

- não é isso - Quanto mais ele me interrompia mais nervoso eu ficava. – eu não vou conseguir falar se o senhor me interromper.

Ele se calou na hora.

- desculpa ser rude.

- não se desculpe – falou ele – eu sei como você se sente me desculpe ficar te pressionando.

- tudo bem.

Mais uma vez ficamos em silencio por alguns segundos.

- eu não sei como dizer isso, mas... eu estou apaixonado pelo Jay.

Ele ficou um tempo olhando pra mim e eu vi ele respirar fundo.

- não se preocupa, você vai trocar de terapeuta. Não precisa de machucar por sentir isso por uma pessoa – ele disse isso sentando um pouco mais perto de mim.

- ele me ama também pai. – falei de uma vez.

Meu pia se levantou e olhou pra mim.

- eu vou denuncia-lo. ele está abusando de você. Como eu não percebi? – ele disse isso andando de um lado para o outro.

- pai... não teve abuso.

- você não é capaz de dizer isso. – falou meu pai gritando comigo.

Eu fiquei assustado.

- me desculpa.

Eu olhei um tempo para o vento tentando organizar minhas palavras.

- não teve abuso. Eu estou apaixonado por ele. e ele disse que está apaixonado por mim.

Ele se sentou do meu lado e olhou pra mim.

- ele é casado.

- Eu posso te explicar tudo...

- não quero saber sobre disso – falou ele se levantando exaltado. Ele respirou fundo e olhou pra mim – pelo menos não de você... quero ouvir essa história toda dele, quero ouvir da boca dele.

- tudo bem – falei me levantando.

- em todas essas sessões vocês sempre...

- não pai. – falei passando as mãos nos meus cabelos e fechando os olhos. – em todas as sessões que eu tive eu fui apenas um paciente, ele realmente esta tentando me ajudar.

Ele ficou olhando para mim apreensivo. Eu abri os braços e fui até ele dando um abraço.

- esta vendo? Eu estou melhorando.

Nós nos abraçamos, mas assim que senti a respiração do meu pai no meu pescoço eu o soltei rapidamente.

- ainda fico incomodado quando sinto a respiração de outras pessoas em mim. – falei passando a mão no pescoço repetidamente.

- eu acredito em você Jack, mas eu devo me preocupar?

- acho que não. Pela primeira vez na vida eu não estou sentindo medo... ou pelo menos muito medo.

- eu confio em você. – falou ele com um meio sorriso forçado – eu vou ligar pra ele amanha de manhã.

- ok – falei indo até a cozinha e pegando um copo de vidro. Coloquei minhas luvas e o lavei para poder tomar água.

Quando chegou a tarde eu me arrumei para ir ao trabalho. Meu pai insistiu em me levar para o trabalho, comer no restaurante e me trazer de volta.

Assim que chegamos ele entrou comigo pela porta dos fundos.

- boa tarde – falei acenando para Rupert.

- o que aconteceu com seus braços? – disse ele se aproximando.

- um pequeno acidente.

Rupert então viu meu pai.

- boa tarde Henry – falou ele apertando a mão do meu pai.

- eu vim deixar esse garoto pra você. – falou meu pai colocando a mão no meu ombro que começou a pinicar e eu tratei de ir até a sala me trocar. – eu vou voltar à noite para jantar.

- será uma honra – falou Henry – quando chegar é só me chamar vou deixar a melhor mesa para você.

- obrigado – falou meu pai saindo e conversando com Rupert.

Eu vesti minha roupa e fui para a cozinha preparar algumas coisas e logo Rupert apareceu.

- seu pai te mandou um abraço e disse que te vê a noite.

Rupert veio até mim e ficou ao meu lado.

- está tudo bem? – perguntou ele em relação ao braço.

- está sim.

Ele disse isso e ficou sorrindo pra mim e se aproximou o rosto ao meu.

- eu não posso fazer isso. – falei me afastando.

- porque?

- eu conheci outra pessoa.

Ele parou por alguns segundos e logo perguntou.

- eu fiz algo que te machucou?

- não – falei me virando pra ele – eu é que não devia ter me deixado se aproximar de você sabendo que gostava de outra pessoa.

- quem é essa pessoa?

- eu realmente gosto muito de você e vou sempre me lembrar de que você foi quem me deu o primeiro beijo, mas lamento não poder corresponder o sentimento.

Nós ficamos em silencio alguns segundos apenas pensando e ouvindo o barulho de nada.

- você tem certeza? – perguntou ele.

- sim – falei olhando para ele.

- posso pelo menos te dar um último beijo?

Eu fiquei olhando pra ele e procurando razões para negar.

Nós nos aproximamos e demos um selinho. Ele então colocou a língua e nos beijamos calmamente. Eu tentava me soltar dele, mas ele continuava me beijando.

- por favor – falei entre um beijo e outro – não posso alimentar as suas esperanças. Eu tenho que ser verdadeiro com você.

Ele me deu um último beijo e se afastou.

- me desculpa – falou ele se afastando um pouco mais.

- sinto muito – falei olhando para o chão.

- se um dia você precisar de alguma coisa eu vou estar aqui.

Eu dei um sorriso e sai da cozinha topando com algumas pessoas que trabalhavam chegando. Eu realmente odiava desapontar as pessoas, eu gostava de Rupert, mas não do mesmo jeito que gostava de Jay. Eu fiz o que achava certo. Eu sabia no que estava me metendo, mas minha vida inteira deixei as pessoas fazer as escolhas por mim ou eu sempre escolhi o caminho mais fácil. Pela primeira vez eu senti que tinha o direito de ser feliz.

Assim como prometido meu pai veio jantar no restaurante e no fim do expediente ele me levou embora. Eu pensei muito na escolha que tinha feito antes de dormir. Doeu um pouco pensar em Rupert e o quanto eu o tinha magoado, mas com certeza eu tinha feito a escolha certa ou não teria sido dolorido pensar sobre ela.

Finalmente a quinta-feira tinha chegado. Meu pai decidiu não ligar para Jay na segunda-feira ele tinha decidido ir à terapia comigo para poder conversar com Jay. Ele ligou para Jay e confirmou a consulta para a quinta-feira.

Assim que chegamos ao consultório esperamos alguns minutos até que Jay apareceu.

- boa tarde – falou Jay pegando na mão do meu pai e depois pegando na minha.

- boa tarde – falou meu pai.

- podem entrar – falou Jay entrando.

Eu fui até as poltronas e limpei rapidamente. Limpei a minha e a do meu pai e depois da do Jay. Eles estava em pé sem dizer nada um para outro e depois de alguns minutos depois que limpei todos nós nos sentaram.

- podemos conversar – falou Jay se reconfortando na poltrona.

- você sabe que eu amo meu filho e espero que você não machuque-o.

- eu não pretendo fazer isso. Eu realmente gosto muito dele. – falou Jay sorrindo pra mim.

- você falou com sua esposa? – perguntei.

- sim.

- como ela reagiu? – perguntei outra vez.

- melhor do que eu esperava. Ela disse que não aguentava mais viver comigo. Nós meio que vamos nos separar “amigavelmente”.

- que bom – falei sorrindo.

- eu realmente quero que vocês sejam felizes. – falou ele sorrindo para Jay – Jack me disse que se sente bem melhor quando está com você.

- eu também queria falar sobre isso – falou Jay. – eu queria que Jack viesse morar comigo.

Eu levei um susto com esse pedido.

- será que não estão indo rápido demais tipo uns 200% mais rápido?

- eu também pensei nisso, mas o melhor para Jack agora é criar novas lembranças em novos lugares ou pessoas diferentes ou ele nunca vai melhorar. O que ele passou quando criança nunca irá ser apagado, mas nós podemos criar novas lembranças para que seu corpo e sua mente vejam que essas novas lembranças são mais importante do que as antigas.

Ele se aproximou de mim ainda sentado na poltrona e pegou na minha mão.

- e essa não é a parte mais importante... a parte mais importante é que eu e seu filho nos amamos.

Nós nos olhamos e eu olhei para meu pai.

- não posso fazer isso se o senhor não concordar. – falei sorrindo pra ele e pegando na mão dele.

- tudo bem – falou ele sorrindo pra mim. – tudo o que eu quero é que você seja feliz.

Depois que a sessão acabou meu pai chamou Jay para jantar em casa na sexta-feira.

- adoraria – falou Jay – assim podemos conversar sobre a mudança nós três juntos.

- tudo bem – falei me despedindo.

Meu pai insistiu muito e terça-feira foi o meu último dia no trabalho então eu fiquei encarregado de preparar o jantar.

Assim que o relógio marcou por volta das 20:00 horas Jay chegou para o jantar. Nós nos sentamos a mesa. Eu comi vagarosamente tentando relaxar.

- eu irei comprar um novo apartamento pra mim e depois você pode se mudar.

- tido bem – falei engolindo vagarosamente e sorrindo.

Quando eu ouvia as pessoas comendo, o barulho dos dentes ou da comida se mexendo eu sentia uma raiva muito grande, mas estava tentando muito melhorar.

Depois do jantar fomos até a sala para conversarmos um pouco até a hora em que Jay fosse ir embora. Enquanto conversávamos minha mente viajou por um instante e olhei para a cozinha. O chão para ser mais exato pensava em tudo o que tinha acontecido no dia em que nasci. Meu irmão tinha me dito tantas vezes que era como se eu me lembrasse de tudo. Enquanto pensava o celular do meu pai tocou.

- só um instante – falou ele se levantando do sofá.

- você está bem? – perguntou Jay chegando mais perto de mim.

- sim – falei respirando – só estou um pouco perturbado.

- com o que? – perguntou ele.

- com nada – falei dando um meio sorriso.

Meu pai apareceu outra vez na sala sem dizer nada. Ele estava meio pálido e tentando disfarçar o rosto.

- tudo bem? – perguntei.

- está sim – falou ele ainda em pé parecendo um pouco encabulado. – vocês se importam de ficar aquí? Eu preciso resolver um problema no trabalho.

- uma hora dessas? – falei me levantando.

- não é nada não precisa se preocupar – falou meu pai colocando a mão no meu ombro.

- aconteceu alguma coisa? – perguntou Jay se levantando.

- eu estou bem – falou meu pai indo em direção ás escadas.

Eu me levantei tremendo.

- aconteceu alguma coisa com meu irmão?

Quando disse isso meu pai parou onde estava e olhou pra trás. Ele me olhou intensamente e depois olhou para Jay.

- seu irmão sofreu um acidente.

Quando meu pai disse isso meus braços tremeram e meus dentes se bateram como se eu estivesse com frio.

- eu sabia – falei colocando a mão na minha cabeça. Jay tentou se aproximar e eu me afastei dele. – o que aconteceu? – perguntei tremendo. Eu mal conseguia conversar minhas palavras saiam enroladas.

- ouve uma explosão durante uma missão que seu irmão participava e ele ficou ferido.

- ele morreu? – perguntei me sentando no chão.

- ele não morreu – falou meu pai – ele apenas ficou ferido. Por sorte ele não estava perto da bomba. Eles acabaram de me ligar e disseram que seu irmão está vindo pra cá agora mesmo. em algumas horas ele vai ser transferido para um hospital no centro da cidade.

- eu o matei – falei colocando as mãos na cabeça.

- não foi culpa sua – falou Jay.

- você pode cuidar dele esta noite? – perguntou meu pai.

- posso sim, fica tranquilo e nos mantenha informado – falou Jay.

Meu pai pegou as chaves do carro e logo foi em encontro do meu irmão.

Eu continuei sentado no chão olhando para o vazio tentando encontrar um significado ou uma explicação para tudo aquilo. Realmente não tinha outra explicação... era minha culpa.

Jay se sentou ao meu lado, mas um pouco afastado.

- se quiser ficar sentado aquí eu posso te fazer companhia. – falou ele.

- eu matei minha mãe e agora eu vou matar meu irmão.

- você entende que isso não é culpa sua?

Eu ouvia aquelas palavras, mas não acreditava. Era minha culpa e de mais ninguém.

- o que nós conversamos? Você se lembra de tudo?

- sim – falei baixo olhando para o chão.

- a culpa não é sua. Não é culpa de ninguém. É simplesmente a vida, ela acontece rapidamente existe coisas boas e coisas ruins, mas essa é a vida.

- entendo – falei olhando pra ele e sorrindo e olhando para o chão. Eu comecei a contar os quadradinhos de madeira que formavam o chão da sala. – 1, 2, 3, 4, 5, 6... – eu contava tentando organizar pelo menos uma coisa na minha vida. Eu fiquei de quatro e comecei a passar o dedo pelos quadradinhos e contanto.

- mesmo antes da noticia você parecia distante – falou Jay. Eu não ligava para o que ele me falava apenas continuei contando.

- 33, 34, 35, 26...

Ele ficou sentado apenas olhando pra mim.

Eu me sentia humilhado, mas enquanto eu contava parece que minha vida era organizada. Dava-me certo conforto eu ter controle sobre alguma coisa. Por alguns minutos continuei contando e fui me afastando de Jay à medida que contava.

- o que te aborrece? Sou eu?

- 339, 340, 341... não! 342, 343...

- o que é então? Eu sei que além do seu irmão algo mais te aborreceu.

Eu não disse nada e continuei contando. A medida que contava eu começava a suar e as vezes caiam lágrimas dos meus olhos. Jay ficava olhando pra mim tentando me decifrar. Ele então se levantou e se sentou na minha frente me atrapalhando a contar.

- 404, 405... – eu olhei pra ele. – eu preciso contar os que você está em cima.

- não vou sair daqui. Eu sei que você sente necessidade de contar quando está nervoso e sente que perdeu o controle da situação.

- vou ter que começar outra vez – falei me sentando.

- não – falou Jay. – você pode contar outra coisa.

Ele disse isso desabotoando a camisa e tirando e esticando o braço.

- você pode contar os pelos no meu braço. São muitos e assim você pode ficar parado para que possamos conversar.

Eu olhei pra ele meio receoso e pela primeira vez tinha reparado na tatuagem de águia que ele tinha no braço. Continuei olhando para o braço dele e ele esticou mais o braço para que eu pegasse em minhas mãos. peguei o braço dele e comecei a contar os pelos do braço dele. Eram muitos e eles ficavam embaralhados e às vezes eles se arrepiavam à medida que passava meus dedos pelo braço dele.

Jay apenas me olhava atento.

- você não quer se mudar? – perguntou Jay, mas eu continuei contando.

Ele olhou mais um pouco pra mim atento:

- você têm medo de deixar seu pai sozinho? – falou ele mais uma vez. Outra vez não dei bola e continuei contando.

Ele continuou olhando pra mim e olhou para a cozinha e depois para os meus dedos passando no braço dele.

- você tem medo de me machucar também? – falou ele. eu parei de contar e fiquei segurando o braço dele sem fazer nada. Ele se assustou quando uma lágrima caiu no braço dele. – você tem medo de me machucar caso nós dois nos relacionemos?

- é um aviso! – falei olhando para ele. – olha só o que aconteceu com meu irmão.

Ele foi levantando o braço e passou no meu rosto:

- vem aquí – falou ele escorando na parede e me puxando fazendo com que eu o abraçasse. – isso não vai acontecer porque você nunca machucou ninguém. Sua mãe morreu de uma infecção e seu irmão se afastou de você por uma escolha dele.

Eu fiquei abraçado com ele pensando no que ele falava e apesar daquelas palavras serem as mesmas que eu vinha ouvindo a anos de algum modo eu me acalmei quando ele me disse.

Ficamos abraçados por 30 minutos até que o silencio foi quebrado.

- você quer ir se deitar? – falou Jay.

- quero – falei me levantando e Jay segurou na minha mão e me levou até na cama. eu me deitei e ele me cobriu.

- eu vou ficar acordado esperando por noticias do seu pai.

- fica aquí até eu dormir – falei pegando a mão dele e segurando em cima do meu coração.

- tudo bem – falou ele sentado na cama.

Eu fiquei segurando a mão dele e pensando na vida e tudo o que ele tinha me dito e antes que eu percebesse dormi.

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