Capitulo 3 - ''Não podemos ser amigos''

Conto de C.E Demetrio como (Seguir)

Parte da série Diário Secreto

AVISO IMPORTANTE

Esta é uma obra de ficção baseada na livre criação literária e sem compromisso com a realidade, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.

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Série: Diário Secreto

Capitulo 3 – Não podemos ser amigos

Criado por: C.E Demétrio

- Socorro, eu preciso de ajuda. Grito o mais alto que posso para que alguém próximo me escute, mas não posso ficar parado, vou até o telefone público que fica próximo e ligo para Emergência.

- Por favor, me ajudem. O meu amigo bateu cabeça e está sangrando muito, por favor!

Assim que bato o telefone no gancho vejo que minhas mãos estão sujas de sangue fico dele entro em pânico novamente, tudo ao meu redor começa a girar, meus olhos ficam pesados e de repente sou dominado pela escuridão.

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Não tenho muito amigos, não me entenda mal, eu gosto de fazer amizades, mas a maioria das pessoas se distancia de mim, ou se aproximam apenas para se aproveitarem, meus melhores amigos são Jhonatan e Lívia, eu e Jhonatan moramos na mesma rua, e conhecemos Lívia juntos desde então não nos separamos, eles são as únicas pessoas que me compreendem e que me aceitam do jeito que sou, mesmo eu achando que não há nada de errado comigo.

Soa o último sinal da escola, me perco naquela multidão de alunos. Depois de alguns segundos avisto meus amigos próximos ao portão, vamos embora os três juntos, é o último dia de aula, vamos entrar em férias.

- O que vocês vão fazer nas férias? Pergunta Lívia

- Vou passar alguns fins de semana na praia. Respondo. – Fora isso, nada demais! Respondo.

- Eu vou ter que passar na minha tia, forçada. Disse Lívia desanimada. – Minha prima tá um insuportável depois que começou a namorar.

- Namorar? Ela é uma moleca. Digo

- Concordo, mas é só um namoradinho de ensino médio. Explica Lívia

- Namoradinho? Pelo amor de Deus! Não sabe nem limpar a bunda direito. Poupe-me né!

Lívia e Jhonatan caem na risada, eu também começo a rir de mim mesmo, continuamos conversando sobre nossos planos para as férias, Jhonatan ainda não tem planos, como foi nosso último dia de aula daquele ano convidei meus amigos para almoçar em casa, Lívia disse que não tinha como ir, pois tinha que cuidar de sua sobrinha, Lívia vai para sua casa, nos despedimos e segui para minha casa com meu amigo.

- Sobrou você e eu não aceito não como resposta.

- Depende do cardápio.

- Macarrão com queijo e uma saladinha bem gostosa.

- Aí você me mata, não vou fazer essa desfeita.

Jhonatan me envolve com um braço.

- Melhor amigo do mundo. Diz Jhonatan, ainda com o braço em volta de mim.

- Oh. Olha só o casalzinho de bichas.

Jhonatan tira o braço do meu pescoço e viramos logo identifico Arthur um dos idiotas do colégio, felizmente não estudamos na mesma classe, ele está com sua turminha, são quatro garotos do 6° ano.

Decidimos não dar bola, estamos quase perto de casa não quero me incomodar com essas otários, damos as costas para eles.

Sinto duas mãos nas minhas costas, não consegui me segurar cai no chão de meu cotovelo rala no chão do asfalto.

Olho para o meu braço que está arranhado e ensanguentado, ele olha com um olhar de preocupação, acho que nunca o vi assim, tão preocupado comigo. Jhonatan levanta e empurra Arthur, mas ele não cai.

- Que isso cara? Pergunta Jhonatan com raiva.

Arthur dá um soco na cara dele que vão ao chão, os outros garotos o pegam no chão, levantam e seguram John enquanto Arthur dá socos nele. Empurro Arthur para que ele caia no chão, mas ele me dá um soco também, me seguro para não cair, na verdade nem sei como eu consegui força para fazer isso, dou um chute no meio das pernas dele, no momento que ele grita e cai com os joelhos no chão, porra até eu senti, mas foi a única alternativa que eu encontrei naquela hora desespero, e dou um soco na cara dele, seus ''amiguinhos'' correm deixando ele naquela situação, logo em seguida ela vai embora.

Jhonatan está bem machucado, mais do que eu, o levo apoiado em meu ombro até chegarmos à minha casa, preparo uma compressa fria e coloco em seus olhos, pego o soro filológico e o mercúrio.

- Aqueles vagabundos, eu vou acabar com eles, ai. Estou limpando seus machucados, parecem menores depois de limpar todo aquele sangue, na verdade um pequeno arranhão próximo a sua boca e sua bochecha esquerda que está um pouco inchada.

- Você não vai fazer nada, se acontecer alguma coisa com você... Não sei o que faria. Digo

- Eu também, você é muito especial para mim, não importa quem você é, ou de quem você goste eu sempre vou estar do seu lado. Diz ele olhando diretamente para mim.

Meus olhos se enchem, saiu de perto dele. Depois de tudo o que eu passei ele me faz essa declaração, foi demais para mim, meu emocional, físico e psicológico estavam abalados, eu não consegui aguentar, chorei!

- O que houve? Pergunta Jhon, preocupado.

- Eu não aguento mais! Todo dia é esse inferno. Que merda, o que fiz para merecer isso? eu não faço mal a ninguém e porque todo mundo me trata como se eu fosse uma aberração, parece que eu estou andando sobre ovos, eu estou com muito medo, não sei mais do que eles são capazes eu tenho vontade de me matar e acabar com isso logo. Não sei como consegui falar, soluçar e chorar ao mesmo tempo,.

Jhon pega nos meus ombros me vira e ficamos cara a cara.

- Olhe para mim, você não vai fazer isso... Porque eu não consigo imaginar minha vida sem você, eu te amo!

Eu o abracei, e chorei mais ainda, parece que o peso do mundo está sob os meus ombros, Jhonatan era minha fortaleza aquele momento, ficamos abraçados por um longo tempo, sentindo o calor de seu abraço, sinto tocando os meus cabelos, depois olhamos um para o outro e ficamos ali olho no olho, pouco a pouco nossos rostos foram se aproximam, sinto seus lábios nos meus, naquele momento todas as minhas preocupações foram embora, era apenas eu e ele, todas as minhas dores, todos os demônios que me atormentavam sumiram, todas as minhas angustias sumiram evaporaram aquele beijo, era o balsamo que levou ao paraíso, sinto sua mão tocando minhas costas, sinto um calor por dentro que me domina, sinto meu coração mais batendo forte, sinto um frio na barriga, um arrepio na espinha, não existe palavras no mundo para descrever este momento, eu não sei beijar, nossos lábios apenas se tocam mas sinto o gosto das minhas lágrimas nos lábios dele, não consigo respirar, meu corpo começa a tremer, nos distanciamos, ficamos imóveis, olhando um para o outro por um tempo.

- É melhor você ir embora.

- É-é-é é... Melhor eu... Ir para casa.

John pega sua mochila e vai embora, de repente sinto aquele vazio dentro de mim, o que vai acontecer agora? Será que vamos ser amigos depois disso? O que foi que eu fiz? eu sou um idiota, porque fui beijar meu melhor amigo?

Perdi a fome, decido tomar um banho e ir para cama, não consigo parar de pensar no que aconteceu hoje, a briga e o beijo, não consigo parar de pensar no beijo, não vou ter coragem de olhar nos olhos dele novamente, ainda bem que estamos de férias, quem sabe depois ele esquece isso, ou eu também, mesmo achando isso impossível, foi o meu primeiro beijo, nunca imaginei que seria com um garoto, seus lábios rosados e macios tocando os meus pela primeira vez... Eu quero mais, quero beijá-lo mais, mas sei que isso não é certo, ele é meu amigo, nós somos meninos, se já nos bateram apenas porque estávamos indo para a casa juntos, imagina se soubessem que nos beijamos, devo manter em segredo, não vou contar a ninguém nem mesmo para Lívia.

Acordo, olho no relógio 18h30min, minha cabeça está rodando, não estou acostumado a dormir tanto tempo durante o dia, ouço barulhos na cozinha, é minha mãe está preparando o jantar.

- Olá mamãe

- Oi filho, tudo bem?

- Tudo bem. Menti, minha cabeça está uma completa desordem, um pouco deve ser de fome, pois não almocei, peguei dois pães fatiados, presunto , queijo, alface e tomate e fiz um sanduíche natural.

- Me contaram que você e o Jhonatan se meteram numa briga hoje. quero saber de tudo.

- Uns rapazes que estudam da nossa escola arrumaram briga conosco no caminho para casa, mas foram eles que começaram, ignoramos, mas eles partiram para o ataque, não vou apanhar parado, só que o Jhonatan apanhou mais, ele me defendeu.

- Não gosto que você se meta em brigas, mas tenho que concordar que vocês devem se defender de quem arranja briga com vocês. Seu rosto está melhor?

- Está sim. Dou um abraço em minha mãe, tão bom quanto o de Jhonatan.

- Porque o abraço? Perguntou minha mãe. - tão inesperado.

- Porque eu te amo

- Também te amo, meu amor!

Naquela noite, não consegui dormir, na tentativa de parar de pensar no que aconteceu hoje, assisti um filme na TV, depois cai no sono, sonhei com nós dois juntos.

O que fazer no primeiro dia de férias? Pego minha bicicleta dou algumas voltas no parque, quando encontro John sentado de frente para o lago, pensativo.

- Oi. Estou pisando em ovos, pois não sei qual será a reação dele.

- Olá, tudo bem? . Ufa pelo menos ele respondeu, e perguntou se estou bem?

- Está tudo bem?

- Eu não sei quanto mais eu penso mais confuso eu fico.

- Bem vindo a bordo! O que fazemos agora?

- Não podemos ser amigos, pelo menos não agora. Eu preciso de um tempo para pensar.

- Não somos namorados para dar um tempo, somos amigos. Fico um pouco alterado.

- Não estou falando para acabarmos com a nossa amizade, mas para não ficarmos tão próximos, Por favor! Diz John

- Como eu estou confuso também acho que vai ser melhor para nós dois.

- A gente se vê. Diz John

Vou embora com a incerteza que minha amizade será firme e forte como antes.

Continua...

Comentários

Há 1 comentários.

Por em 2016-07-23 23:43:41
capitulo 3 nu e 1 nao ?