O AMIGO PARTE 2
Parte da série O AMIGO
2ª postagem
– Oi – disse ele. – Olá. – eu disse envergonhado. – Qual o seu nome? – disse ele com sua voz grossa e cativante. – Marcos e o seu? – Christiano! Prazer – ele estendeu a mão para que eu apertasse. – Pô cara, to vendo que não vai ter mais aula né. – É! – respondi. – Você estuda aqui desde o ano passado?
Era tão estranha aquela conversa, em tão pouco tempo de conversa e ele já falava tão entusiasmado e simpático comigo que até parecia que nós já éramos amigos e era também desconcertante conversar com ele, pois ele me olhava diretamente nos olhos o tempo inteiro e eu mal sabia pra onde olhar.
– Sim, já sou antigo aqui na escola. –respondi. – Hm... Gosta de fazer o que? – perguntou ele.
– Depende em que sentido ué, gosto de fazer muitas coisas – eu disse sorrindo. – Música, sexo, esporte... Sei lá. Essas coisas assim. – Escuto tudo quanto é tipo de música, e detesto esporte. – Hm, beleza... E sexo? Você não respondeu – disse ele com um sorriso de lado.
Olhei pra ela como quem não estava acreditando naquela pergunta e ele começou a rir.
– To brincando contigo. – disse ele e o sinal da escola tocou. – Que aula vamos ter agora? – Não temos aula agora, é tempo vago. – Ah ta.
Ele era tão bonito que eu ficava sem graça de ficar perto dele ou olhar pra ele, eu não me sentia a vontade, era quase que desconfortável. Levantei da cadeira e saí da sala rapidamente sem perceber nada a minha volta. Fui para o pátio e parei na bancada da cantina, esperando ser atendido.
– Ta fugindo de mim, cara? – disse ele colocando a mão no meu ombro. – Claro que não, só vim comer alguma coisa. – eu disse sem graça.
– Eu quero dois salgados de frango, e dois guaranás. – pediu ele.
Olhei assustado ao ouvir que ele iria comer dois lanches daqueles ainda de manhã
– Aqui o seu pedido. – disse a atendente. – Obrigado. – agradeceu ele. – Toma! – ele empurrou o refrigerante e o salgado pra mim. – O que? Não! Eu tenho dinheiro aqui, não precisa. – Estou comprando pra você, é feio fazer desfeita para as pessoas, sua mãe não te ensinou isso? – disse ele me encarando com seus grandes olhos.
Me perdi no tempo olhando para suas sobrancelhas perfeitas e compridas até que desviei o olhar rapidamente. A impressão que eu tive era de que eu havia passado longos minutos olhando para aquele rosto.
– Ah não, parece até que sou um pobretão que não tem nem dinheiro pra comprar um lanche.
– Relaxa cara. Toma logo isso e para de falar. – ele disse dando uma mordida no salgado dele.