Eu amo te odiar!

Caralho, como eu cresci tanto?

Perguntava-me enquanto checava os últimos detalhes do meu look no espelho do meu quarto. Estava de saída para a festa mais esperada de todos do colégio; A famosa festa de aniversário da minha, digamos, amiga do colegial, Lídia.

Cara, sempre fui popular, isso é definitivamente importantíssimo para mim! Sim, sou um garoto mimado e que gosta de menosprezar pessoas inferiores a mim. Na verdade, no fundo no fundo, eu sou uma boa pessoa, eu acho! Pode me julgar, to pouco meu lixando para opiniões alheias.

Dei mais uma olhadinha rápida e desci ao encontro de Sara, a amiga mais sincera e verdadeira que já tive, ela é totalmente o posto de mim, acho que esse é o motivo de eu gostar tanto de sua presença. Sou Bi, não sou assumido e muito menos afeminado ou abaitolado como muitos falam por aê.

- Amor, você está perfeito! – Sara falava enquanto dava uma piscadela para mim. Confesso, ela é uma fofa.

- Aff Sara, deixa de onda, brinco de ser perfeito sempre, né?

Porra que falta de educação a minha, deixe-me apresentar: Me chamo Bruno Dellari, tenho 16 e sou um garoto branco, uso franja, cabelos aloirados de um brilho inigualável que herdei de minha mãe que é modelo. E belos pares de olhos dourados para dar aquele toque especial, resumindo: Sou um garoto com atrativos de sobra, onde defeitos são menosprezados o tempo todo.

Estávamos a caminho dessa bendita festa, e Sara não parava de me encarnar (Encher o saco). Tudo estava indo certo na minha vida, tenho vários amigos, a maioria falsos, mas enfim... Estudo em uma escola legal, minha família se dando bem nos negócios tocados pelo meu pai, mamãe no auge do sucesso como modelo, Resumindo: Tudo certo pelo certo, como 10 mais 10 é 20 kkkkkk. Só faltava uma coisa, arrumar um(a) namorado(a). Sei lá, eu não tinha tanta vontade de namorar, até porque eu nunca me apaixonei de verdade por nenhum garoto ou garota.

Amor é para os fracos.

De certo, este era meu dilema.

Chegamos e fomos recebidos por ela, linda como sempre, Lídia Tompson. A garota mais popular da escola.

O engraçado é que, eu nunca me enrolei de verdade com garota nenhuma e o pessoal nunca reparou na minha homossexualidade, bem estanho, né? Mas ok.

- Bem vindos... Pegue! – Disse Lídia estendendo a mão e entregando dois copos vermelhos com ponche para nós dois.

- Valeu Lídia, parabéns! Aqui o presente. – entreguei o presente e adentrei a mansão dos Tompson que afinal, era bastante frequentada por minha pessoa nos últimos tempos.

- Divirta-se. – foi o que consegui ouvir enquanto era praticamente arrastado por Sara, uma garota branquinha de cabelos pretos enrolados que caía até a cintura, dando-lhe uma pintada sexy a ela.

Fomos até a pista de dança que já estava lotada, todos estavam animados dançando e se esfregando como um bando de animais no cio. Eu e Sara encontramos o grupinho onde ficava os populares fomos até lá. Nos cumprimentamos e fomos puxados para dançar ao som de This Kiss de Carly Rae Jepsen. Ate que tava legal o clima, eu estava praticamente sendo engolido por uma garota oferecida, mas ok! Não vou dar bandeira. Vou tentar manter o foco para não dar mancada. Até que ela é bonitinha sqn kkk.

A música parou e todos começaram a gritar pedindo para soltar o som, até que Lídia aparece ao topo da escada, super linda e sexy e todos não tiravam os olhos dela, afinal, ela queria que todos a olhassem mesmo. Agora sim, tocaram a música She Wolf (David Guetta feat. Sia) e Lídia vem descendo degrau por degrau super estilosa e ousada. Ela foi se aproximando mais e mais até chegar onde nós estávamos. O engraçado é que ela me puxou para dançar, eu aproveitei o embalo e fui ao ritmo dela. Cara eu tava me divertindo a beça, e pelo visto Sara também, pois estava aos amassos com Higor, o capitão do time de futebol da escola. Lídia me pediu para pegar uma bebida para ela e assim fiz, fui atrás de mais ponche pra gente. Mal peguei os copos com as bebidas e fui puxado por umas garotas bem atrevidinhas, elas se apresentaram e começamos a dançar. Aff acabei esquecendo da minha parceira de dança. Cara foi nessa frescura que acabei ficando porre e não me lembro de mais nada da noite anterior.

No momento me encontro num estado deplorável no jardim da casa de Lídia sendo acordado pelas investidas da língua do buldogue de estimação que os Tompson criam.

- Ai que enxaqueca véy. – Falava para mim mesmo. - Sai daqui cachorro nojento. – tentei empurrar aquela bolota de pelos de cima de mim. – Ai meu Deus, eu mereço!

- Quer ajuda com ele? – Pergunta uma voz rouca máscula atrás de mim.

- Hã?

Nessa hora me virei para ter uma visão melhor de quem estava me incomodado.

- Perguntei se você quer ajuda com o Greg. – Dessa vez a voz dele (a), pois poderia ser uma sapata, saiu firme.

Nossa, o tempo parou para mim. Que cara lindo. Senti-me atraído por ele, somente atraído. Caraca, o cara é um tesão de homem; Alto, deduzi que ele tivesse 1, 80 por aê, sem camisa com os músculos rígidos bem distribuídos pelo corpo bronzeado, e usava um topete natural que combinava perfeitamente com os traços do rosto dele, e aquele par de olhos acinzentados? Nossa eu simplesmente viajei na maionese. Porra como não me sentir excitado? Tive que me controlar para não ter uma ereção ali na sua frente.

- (Risos) Eita que a noite foi boa, hein? – Pergunta ele com um ar de deboche.

- O que?

Ele apontou para minhas calças que, até então, não havia reparado.

- Que diabos são isso? – Levantei para ter uma visão melhor da mancha que se formava em minha calça Skinny branca.

- (Risos) não se preocupada, eu te empresto um calção.

- Não precisa! – Fui meio grosso.

- Cê que sabe... – Ele se virou e caminhou em direção da casa, ou seja, mansão.

Como assim? Ele ta me esnobando? O que? Impossível!

- Aonde você vai? – Nunca fui esnobado na vida.

- Trabalhar ora...

- E o calção? – tentei argumentar.

- Mas... Tu falou que não queria garoto! – confesso que ele foi grosso.

- Mas eu quero! – eu estava indignado com o seu tom de voz, quem ele pensa que é?

- Sim, vai querer ou não? Diz logo que estou ocupado garotinho!

Garotinho? Agora ele me deixou irritado pra porra.

- Quer saber? Pega a porra desse calção e soca no teu... No teu... Ahhhr soca lá naquele lugar. – eu simplesmente estava bufando de raiva. Que cara mais escroto!

Ele não disse mais nada, só riu da minha cara. Pronto o circo estava montado.