CP5-1/3 - Preso. Até você chegar.
Parte da série Desculpa se te quero!
Eu não pensei em outra coisa. Fui imediatamente para um delegacia esclarecer essa história.
Ao chegar lá, dei meu testemunho. O policial não deixou que eu saísse, eu deveria esperar o pai de João chegar e explicar a historia. E ele chegou...
- SEU MALDITO! – Sérgio berrou, e se aproximou de mim tentando me violentar. – CADÊ O MEU FILHO?!
Suas lágrimas eram pesadas. Eu acho que compreendi o que ele sentia. Um filho que pode vir a falecer em algum momento, um filho especial, um filho órfão de mãe. Eu sentia muito por ele. Eu sentia muito que eles não acreditaram na minha história.
- DIGA! SEU DESGRAÇADO! – continuou ele.
Infelizmente, Sérgio resolveu mesmo armar um circo. Chamou a mídia.
Quando me vi, estava cercado por repórteres e um mar de microfones. Eu não era réu! Até que provassem isso! Absurdo! Eu respirei, e contei a história toda. Desde o dia que nos conhecemos, o momento que nos reencontramos e consequentemente o nosso primeiro beijo. Sérgio me olhava com reprovação e nojo. Contei a parte da loja e o assalto.
- Como você espera que acredite que meu filho lhe beijou? – perguntou Sérgio. – Ele não é nenhum boiola não! Você está mentindo! Você vai preso por calúnias e informações falsas.
- Senhor, se acalme. O assalto, de fato, ocorreu. Buscamos, também, informações no hospital para saber mais a respeito. Tudo que o Sr. Roberto nos diz é verdade. – disse o delegado.
- Mas e agora? Onde está o João? Ele ainda está com você? – perguntou a repórter.
- Não! Ele fugiu após ver essa notícia exagerada na televisão. Acho que ele acha que eu realmente o sequestrei e... não sei. – eu disse, triste. Não conseguia mais falar com os repórteres. Não conseguia encarar Sérgio. Tudo estava péssimo. – Eu só quero ir embora e procurar por ele.
- Você não vai à lugar algum. Infelizmente, você não pode comprovar que você não o raptou de fato. Ele podia estar com você em todos esses momentos por pressão e ameaças, ou seja, contra a vontade. Infelizmente, terei que manter o senhor aqui. Até que João seja encontrado.