Capítulo 01 - Aquarela
Parte da série Aquarela
Eu sempre gostei de desenhar e principalmente pintar. Eu tenho talento assim como a minha irmã Malu.
Eu moro com a minha mãe, a Glaucia e a minha irmãzinha Malu, eu amo elas então eu sou o "homem da casa".
Segunda as 06:00 da manhã eu tinha que estar acordado pois tinha que tinha que ir para escola, a mesma escola e os mesmos rostos e quem sabe aparece um rostinho bonito la, ne?
Desci a escada e dei um beijo no pescoço da minha mãe Glaucia.
- bom dia querido - falou ela comendo seu pão, porque PÃO é a paixão dela, não existe substituto para PÃO, para ela.
- bom dia mãe, cadê a minha totosa?
- a malu ta brincando no banho, eu só vou termina de comer e dou um banho nela - falou Glaucia.
Eu sai de la da cozinha e fui até banheiro e encontrei a Malu brincando com a água na banheira.
- bom dia Malu, minha totosa - falei dando um beijo na boca dela.
Ela limpou a boca depois que dei um selinho nela.
- ah sua fresca, tu limpa é? - falei rindo.
Voltei para cozinha comi a minha torrada e tomei um banho gelado, ele me acalma.
Me arrumei para escola, e estava feliz por ser o meu último ano naquela escola porque eu estava na terceira série do ensino médio.
Sai do quarto pronto e peguei a minha mochila e sai de casa.
- Tchau mãe, tchau Malu - falei fechando a porta e abrindo o portão.
A escola não era longe, mais eu gostava de chegar cedo porque primeiro, a sala tem muita gente e apesar de ser grande, as vezes falta cadeira e o pobre coitado tem que ir em outra sala pegar uma cadeira, E segundo é mais silencioso.
Eu cheguei e tinha poucas pessoas na escola, e ainda estavam chegando os professores.
Entrei na sala e os meus amigos Leila e o Jeff estavam sentados no meio e conversando. Sentei na frente da Leila.
- bom dia Felipe - falou Jeff.
- bom dia pra vocês.
Leila sorriu e volto a conversar com Jeff, e eu acabei escutando a conversa.
Eles estavam falando da Paula uma patricinha da nossa sala, e eu me virei e perguntei:
- o que vocês estão falando da Paula?
- Você não vai acreditar, ela apanhou da mãe - falou Leila.
- nossa - falei entediado.
- não é só isso, a mãe dela bateu nela porque descobriu que ela esta grávida - falou Jeff.
- ela merecia - falou Leila.
- que horror Leila - falei.
- Ela é metida Felipe, se acha e vive humilhando as pessoas.
- pois sé.
- e aonde ela esta? - perguntei.
- no banheiro feminino - falou Jeff.
Eu sai da sala e fui até o banheiro feminino, olhei para os dois lados e não vi ninguém e entrei.
Dei passos leves e bem devagar e ouvi alguém chorando, ela estava encostada na parede do fundo encolhida.
- Paula você esta bem?
- sai daqui.
- Paula eu só vim te ajudar, se você precisar de mim eu vou estar sempre disponível para te ajudar.
Ela levantou a cabeça, ela estava com os olhos vermelhos e inchados e disse:
- obrigada - falou ela baixinho.
- vem, vamos para sala.
- ok.
Fomos para sala de aula e ela ficou melhor quando eu a ajudei. Eu percebi que ninguém falava com ela, me deu tanta pena dela.
08:00 o professo de Matemática chega e inicia a aula conversando com a gente, era uma forma de chamar nossa atenção e ele sempre consegui.
Quando o professor anuncia um trabalho em dupla o Fernando aparece na porta da sala.
- bom dia professor - falou ele entrando.
- Então, eu quero que vocês façam a atividade do quadro em dupla, a entrega é para segunda-feira que vem - falou professor na cadeira dele.
- Essas atividade é só para vocês relembrarem o que estudamos no segundo ano - falou o professor saindo da sala.
Eu decidi que faria dupla com a Paula ja que ninguém quis fazer com ela, quando eu me levantei o Fernando me chamou, olhei para trás e o vi com um sorriso:
- Felipe você quer fazer dupla comigo? - falou o Fernando.
Eu queria muito, porque eu tinha uma queda por ele desde da quarta série mas eu pensei na Paula também.
- desculpa Fernando, eu vou fazer com a Paula - falei sorrindo.
- tudo bem - falou ele chateado.
Eu fui até a paula e perguntei:
- Paula?
- oi Felipe.
- você quer fazer dupla comigo?
- claro.
- você sabe aonde eu moro?
- sim.
- então você vai la em casa hoje, ta bom pra você?
- Hurum, eu vou mais que horas? - perguntou ela quando eu ia embora.
- 15:30 ok?
- ok!
Terminou a ultima aula e eu e a Paula fomos andando até a casa dela que era mais próxima da escola.
No caminho ela perguntou:
- Felipe você ta querendo algo a mais comigo? Porque eu vou logo avisando que não estou afim.
Eu ri.
- eu sou gay, paula.
- sério? Não brinca.
- é sério.
- nossa então o meu primo Fernando tem uma chance contigo - falou ela animada.
- o Fernando é gay?
- é, só não espalha, só eu sei.
Conversamos durante a caminho inteiro, damos gargalhadas das minhas experiências e as dela. Quando eu me despedir da Paula eu senti que pela primeira vez eu tinha uma amiga de verdade.
15:35 toca a campainha e eu olhei pela janela, era a doida da Paula.
Eu desci a escada e abri a porta, ela entrou e fomos para o meu quarto. Eu ensinei a Paula como resolver algumas equações e ela me ajudou a resolver outras. Quando terminamos ficamos conversando.
- Felipe... - falou paula.
- o que?
- quando você vai contar para sua mãe que você é gay?
Eu e ela estávamos sentados na minha cama e eu respondi:
- Não sei, talvez depois que eu tiver minha independência financeira.
Paula ficou quieta.
- e você? - perguntei.
- eu o que? - falou ela rindo.
- como você vai resolver os seus problemas?
- eu vou morar com o meu avô, ja que a minha mãe quer que eu aborte meu filho - falou ela passando a mão no cabelo.
- você vai embora? - falei trise.
- é, eu vou embora - falou ela se levantando e olhando a paisagem pela janela do meu quarto.
- que pena, você vai embora quando?
- quando terminar o primeiro bimestre, vai ser melhor pra mim, eu vou começar uma vida nova ao lado de pessoas novas, vou ser mamãe - falou ela sorrindo.
- fico muito feliz por você - falei saindo da cama e dando um abraço nela.
17:00 Paula foi embora e eu fiquei feliz pensando no que ela iria fazer. As vezes me da uma vontade de jogar tudo para o alto, pegar uma mochila e sair por ai.
Continua...