Amor Platônico - 04

Conto de Biel como (Seguir)

Parte da série Amor Platônico

- Você deve estar me confundindo com alguém – Disse Flavio tentando contornar a situação.

- Ah...deve ser mesmo. Desculpa – respondeu Henrique.

- Então? Vamos entrar? – Disse Kesydane.

Flavio foi diretamente ao banheiro, fechando a porta e trancando.

- Posso jurar que já tinha conhecido esse cara – Comentou Henrique.

- Eu vivo me confundindo. Hoje em dia as pessoas são tão iguais – disse Kesydane sentando na cama de seu amigo.

Flavio começou a instalar uma microcâmara na torneira do banheiro. Ele parecia estar bem preparado, porem ele se descuida e deixa cair uma peça pequena mas pesada.

- Tudo bem aí? – Perguntou Henrique ao ouvir ao barulho.

- Está tudo ótimo. Deixei cair o meu celular, só isso – Respondeu.

- Hum, ok.

Minutos depois, Flavio sai do banheiro e agradece a Henrique por permiti-lo de usar.

Henrique e Kesydane saíram do hotel a tal festa. Era a comemoração de um aniversário de uma cafetina muito famoso. O seu nome era Isanilda, mas todos a conheciam por Graça. Ela organiza uma agencia com garotos de programa aos 50 anos de idade.

Os dois chegaram a festa ouvindo em volume máximo a música “Rather Be”. Graça estava conversando com dois homens bem atraentes quando percebe a chegada de Kesydane.

- Oi fofinha – cumprimentou Graça.

- Fofa não, faz eu parecer gorda – disse Kesydane.

- Ah desculpa querida.

As duas se cumprimentaram dando dois beijos nas bochechas.

- Quem é o garoto? – Disse Graça se referindo a Henrique.

- Esse é o meu amigo Henrique. Henrique Graça, Graça Henrique – Apresentou Kesydane.

- Divirtam-se, eu já estou ficando bêbada com esse copo de refrigerante mesmo – Disse Graça gargalhando.

Os dois foram até o bar e se sentaram nas cadeiras que vizinham o balcão. Henrique logo tomou copo de vinho

- Você bebe? – Perguntou Kesydane.

- Socialmente. Esse lugar tá animado – disse Henrique olhando o horizonte. Ele observa um garoto com trejeitos femininos dançando funk com um dos dançarinos seminus – Que ousado.

- O que? Aquilo? – Disse Kesydane olhando para o garoto que dançava com o dançarino – Esse cu vai rodar nessa noite – falou rindo.

- E eu vou ficar sem pegar ninguém.

Kesydane olhou desconfiada para Henrique que parecia deprimido. Ela pede um drink para o atendente que lhe dá rapidamente – Obrigada – agradeceu a ruiva.

- Eu posso conseguir um garoto de programa bem gostoso para você.

- Eu não curto isso.

- Ah deixa de ser chato. Olha lá – disse ela apontando com um olhar para um homem que estava sentado sozinho – Aquele ali é novato na casa da Graça. Bonitinho.

- O que quer que eu faça?

- Vai lá puxar assunto com ele. Deixa que eu pago

- Um boquete? – Falou Henrique rindo.

Ela mostrou o dedo do meio a ele rindo.

Henrique caminhou até o homem que lhe foi recomendado por Kesydane. Ele estava sentado em uma mesa sozinho e de cabeça baixa. Henrique já estava meio alterado pela bebida.

- Oi? – Disse Henrique.

- Oi – Respondeu o garoto meio espantado.

- Meu nome é Henrique, e o seu?

- Me chamo Thales.

Henrique se sentou na cadeira ao lado dele e viu que ele era lindo. Tinha um corpo musculoso na medida certa e olhos encantadores.

- Você é lindo.

- Obrigado – disse Thales envergonhado – Vamos para o quarto?

- OK.

Os dois estraram em um quarto pequeno, era ali que os garotos de Graça atendiam aos seus clientes.

Henrique começou beijando ele, mas o Thales não se soltava. Parecia que Henrique estava beijando uma estátua.

Henrique o coloca contra e começa beijando a sua boca ferozmente. Os seus beijos foram descendo até chegar no pênis de Thales...algo estava errado. Ele não estava excitado.

Henrique parou com os beijos e se levantou e olhou no fundo dos olhos de Thales a procura de uma resposta.

- Você não é gay – Afirmou Henrique.

- Desculpa, eu poço tentar novamente – disse Thales desesperado se aproximando.

- Não! –Disse Henrique se afastando dele – Por que você está nesse lugar?

Thales começou a chorar e se sentou na cama com as mãos cobrindo o rosto.

- Me fale, eu posso te ajudar – Disse Henrique se ajoelhando na frente.

- Eu não tenho para onde ir. Preciso de grana para me sustentar.

- E os seus pais?

- Eu não tenho pais – Respondeu Thales enxugando as lagrimas – Eu vive em um orfanato e quando completei 18 anos, recebi uma proposta para ser modelo de um agente, que na verdade me enganou e levou tudo o que eu tinha.

- Se acalme. Eu vou te pagar. Não vou falar pra ninguém.

- É sério?

- Sim.

Henrique o abraçou acariciando a sua cabeça como uma forma de consola-lo.

- Já está melhor? – Perguntou Henrique.

- Sim – Respondeu Thales envergonhado.

- Eu vou pra casa – Falou Henrique pegando 100R$ de sua carteira e pondo na cama – Aqui está.

Henrique não tirou Thales da sua cabeça. Buscava formas de ajudá-lo em sua mente perdida. Encontrou Kesydane bebendo com um grupo de amigos dela não apresentados.

- Kesy! – Chamou a amiga.

- Oi? – Respondeu ela notavelmente desiquilibrada.

- Eu vou embora. Só estou te avisando.

Henrique se virou e ela o pegou pelo braço – Hey, galera! – Gritou Kesy.

Todos olharam para os dois calados.

- Esse cara é meeeeuuu ...amigo – Disse Kesy levantando com o seu braço, o braço de Henrique – Eu quero que vocês deem atenção a ele...

- Kesy – Tentou Henrique interromper ela.

- Porque ele é MUITO bacana...

- KESY! – Henrique falou mais alto, dessa vez ela parou de falar e olhou pra ele.

- Vê se cresce! – Henrique disse saindo do bar deixando um silencio no ambiente.

Ela apenas olhou ele sair calada

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