Superando as diferenças

Conto de Anjo perdido como (Seguir)

Parte da série Uma noite a mais

Me levantei com a ajuda de Carlos, enquanto Allan cruzava a multidão.

Carlos: Eu lhe juro que não foi minha intenção eu não sabia...

Eu: Não tinha como você saber Carlos e não se preocupe, vou tentar resolver isso não pretendo estragar a relação de vocês mas agora preciso ir atrás dele.

Meu telefone toca é o número de Jacque.

Jacque: Eu sei que é sua formatura mas corre pra cá. Nosso filho está nascendo!

Eu: TÔ INDO PRAÍ!!! (Falei gritando) Carlos seu filho vai ter que esperar pois o meu está nascendo.

Carlos: Corre pra lá garoto.

E foi o que fiz, cheguei lá Jacque estava quase dando a luz, mas cheguei a tempo de ver meu filho nascer. Olhar aquele ser tão pequeno e indefeso me fez esquecer de tudo, nada mais me importava naquele momento pelo menos era o que eu pensava mas infelizmente estava errado pra variar.

Os médico olhava preocupado, enquanto um enfermeiro me conduziu pra fora da sala. As horas passavam e mais parecia que eu estava ali a uma eternidade.

O médico saiu e eu tentava controlar meu nervosismo.

Eu: Doutor?

Dr: Você é o quê da moça rapaz?

Eu: Pai da criança, e melhor amigo. Mas seja o que for pode me falar doutor. (Disse isso ao ver a expressão no rosto dele)

Dr: Rapaz vejo que é esperto e não vou mentir pra você. A sua amiga não contraiu como deveria após o parto e está perdendo muito sangue já fiz tudo ao meu alcance, mas no estado em que ela está só um milagre poderá salvá-la.

Eu chorava sem saber o que fazer, tudo rodava na minha cabeça isso não podia estar acontecendo, peguei o telefone e disquei alguns números.

Stella: Alô?

Eu: Mãe! Vem pra cá urgente eu preciso de você. A Jacque já teve o bebê mas não está nada bem.

Stella alugou um jatinho particular e voltou pra casa. Quando chegou ao hospital já vinha acompanhada dos pais de Jacque ela sabia que para mim tê-la chamado a coisa era séria, e eu tava tão desesperado que havia me esquecido dos meus ex-sogros. Minha mãe chegou eu só consegui abraça-la e desabar ainda mais no choro.

Se passaram dois dias comigo no hospital, findou mais uma noite e o dia clareava, eu no quarto com Jacque e o bebê. Ela se esforçava pra abrir os olhos.

Jacque: Dudu? (Sua voz quase não saía)

Eu me aproximei para ouvi-la.

Eu: Não se esforce Jacque.

Jacque: Onde está nosso filho?

Eu: Está aqui.

Jacque: Me deixe vê-lo!?

Eu peguei o pequeno no colo e o levei até ela, ela sorria mesmo fraca e acariciava nosso filho.

Jacque: Que nome vamos dar a ele?

Eu: Não sei. Porque não decide?

Jacque: Que tal Rhian?

Eu: Me parece ótimo!

Não gostava muito do nome mas não iria contrariá-la. Precisava ir ao banheiro me recompor acabei demorando muito mais do que esperava. Voltei pro quarto e quase caí de costas Allan estava lá.

Eu: O que ele faz aqui?

Jacque: Eu o chamei, pois preciso falar com ambos.

Fingimos estar tudo bem entre nós para não preocupar Jacque.

Jacque: Eu sei que não tenho mais, muito tempo de vida. Mas eu vou pedir pra vocês que cuidem de Rhian.

Ela olhava nosso filho enquanto falava e aquilo me dilacerava, eu que sempre me orgulhei de ter controle das minhas emoções comecei a chorar descompassadamente, vi que as lágrimas também rolavam o rosto de Allan.

Jacque: Vocês dois vão me prometer cuidar dele, para sempre.

Vamos! (Allan e eu falamos juntos)

Saímos da sala porque já estava sendo difícil demais o clima lá dentro. Allan e eu paramos a porta ele começou a falar baixo para que Jacque não escutasse.

Allan: Afinal conseguiu o que queria.

Eu: Sinceramente não sei do que está falando.

Allan: Não se faça de inocente. Agora vai me dizer que não foi você que denunciou meu pai? Agora sei com o quê o chantageava.

Eu: Allan, sinto lhe informar mas eu não tinha como saber disso.

Allan: Que fique claro que eu só vim aqui hoje por se tratar de Jacque, pois por mim eu não olharia mais na sua cara.

De repente todo o amor que eu sentia desapareceu dando lugar a um ódio tremendo.

Eu: Pense o que você quiser. Dane-se! Não estou com paciência pra discutir com você moleque mimado.

Dizer aquilo me machucava, mas eu estava ferido e ia acabar com aquela discussão ali mesmo.

Eu: Você vai se despedir de Jacque, ou vai embora daí mesmo?

Falei em tom frio entrando na sala, sendo logo seguido por ele. Ao nos ver Jacque esboçou um sorriso meigo e morreu sorrindo vendo nós dois, me joguei aos pés da cama de Jacque chorando desesperadamente ela acabava de nos deixar e agora seria só eu e Rhian, sinto a mão de Allan no meu ombro, levanto-me de modo a olhar em seus olhos tudo o que queria era abraçá-lo mas não precisava da sua piedade, não mesmo.

Allan: Você vai superar ....

Eu: Eu sei disso, agora se não me engano você estava de saída.

Minha mãe vinha na porta e nos viu naquele estado, já imaginava o que havia acontecido.

Allan: Oi dona Stella.

Stella: Oi Allan, quanto tempo não o vejo, e é triste que nos encontramos nessa situação. Porque não veio antes?

Ele ficou meio que sem entender, não respondeu porque eu não deixei.

Eu: Ele está de saída mãe.

Ele se foi vendo que não o queria por perto.

Eu: Mãe preciso que tome conta de tudo, preciso resolver uns assuntos.

Stella: Claro meu filho, faz dias que você não sai daqui.

Allan havia me deixado muito confuso, já na porta do hospital liguei pra Carlos que me explicou sua situação, eu informei que iria ajudá-lo ainda não sabia como mas ia, seu julgamento seria em três semanas.

O tempo praticamente voou e eu não havia achado uma solução ainda, atarefado com o Rhian mesmo com minha mãe me ajudando. O julgamento era duas horas da tarde de hoje ainda era onze horas quando saí correndo sem explicar nada pra minha mãe, só disse que estava saindo e ia demorar, a Babá estava com Rhian.

Corri pro hospital o mesmo que Rhian nasceu depois de algumas horas de debate ele me deu o que pedi, saí em disparada já eram quase duas horas.

Peguei a moto e voei para o tribunal, já estava atrasado quinze minutos, só consegui entrar subornando o guarda ainda me perdi entre as salas quando cheguei ao local eram duas e meia entrei bruscamente todos se voltaram para mim.

Juiz: O que deseja? Além de interromper um julgamento em andamento meu rapaz. E que tenha um bom motivo para que não vá passar a noite na cadeia.

Respirei fundo.

Eu: Acredito ser a única testemunha de defesa do Tenente Carlos...

Continua...

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