Meu neto, nosso filho

Conto de Anjo perdido como (Seguir)

Parte da série Uma noite a mais

Todos no lugar levaram um choque, inclusive Tenente Carlos que me olhava espantado.

Juiz: O que o leva a crer que, pode provar o que está falando?!

Eu: Estes documentos.

Juiz: Aproxime-se rapaz.

Eu: Acho que aqui está a prova que o Tenente Carlos não estava no local dos crimes no dia dos acontecimentos.

Falei enquanto entregava os papéis ao juiz que analisava atentamente.

Juiz: Então conte-nos o que aconteceu.

Eu: Não me orgulho do que vou dizer mas não posso deixar um inocente ir pra prisão. (Suspirei) Eu estava numa fase não muito boa e resolvi me drogar na esperança que aquilo me trouxesse alívio, só que acabei usando demais e tive uma overdose o Tenente Carlos me encontrou caído e me levou pro hospital onde passamos três dias como o senhor mesmo pode ver aí na ficha médica, nesses dias ele não saiu do meu lado o que pode ser comprovado nas assinaturas de quem me acompanhava na última página deste documento.

Juiz: Só não entendo como com um álibi desses, ele ia se deixar ser preso. (O tom de voz era desconfiado)

Eu: Quando saí do hospital o fiz prometer que ele não falaria disso com ninguém, ele me disse que o faria desde que eu nunca mais voltasse a usar drogas. Como bom amigo que é Tenente Carlos só estava cumprindo sua palavra.

A sessão teve uma pausa e eu tive que esperar o desfecho, o advogado de Carlos dizia que com o meu depoimento ele tinha 80% de certeza que ele seria absolvido. Tenente Carlos me olhava estupefacto, ele não sabia de onde eu havia tirado tudo isso mais não escondia a felicidade pelo que eu estava a fazer.

A sessão foi retomada e depois de uma longa enrolação, ele foi inocentado todos comemoravam e ali agora eu era um intruso fui saindo quando Allan pega-me pelo braço.

Allan: Embora seja grato pelo que fez aqui. Isso não muda nada entre a gente se foi essa sua intenção.

Ele estava aprendendo a me levar do amor ao ódio em segundos. Olhei pra ele sério e frio como um iceberg.

Eu: Larga de ser prepotente garoto, se toca e se coloca no seu lugar. (Falava calmante apesar de puxar o meu braço num movimento brusco) Não fiz isso por você, fiz isso porque era certo, não ia me conformar com seu pai na cadeia não agora. E se era só isso que tinha pra me dizer, já vou indo afinal meu filho precisa de mim.

Dei as costas e saí dali quase que chorando, era óbvio que eu fazia isso por Allan justo agora que seu pai estava se acertando com a família não podia deixá-lo ir preso, quando estou descendo as escadas ouço alguém me chamar não reconheci a voz mas me virei.

Carlos: Não acredito que ia sair sem se despedir de mim ainda mais depois do que acabou de fazer.

Eu: Sou um homem ocupado agora, meu filho depende de mim e só de mim Carlos.

Carlos: Como conseguiu aquelas provas?

Eu: D-I-N-H-E-I-R-O, foi difícil mas me lembrei da ficha de Jacque e me veio a ideia. Só rezei pra ele não mandar você assinar nada e perceber que as assinaturas eram falsas.

Carlos: Mas uma vez você me salvando. Garoto você tem ideia da quantidade de crimes que cometeu?

Eu: Em nossa última conversa você disse estar mudando eu acreditei em você, e não achava justo você ir preso agora que tudo ia tão bem. A propósito você quer aquela maldita fita? Ou eu mesmo destruo?

Carlos: Faça o que quiser com ela! Vejo que você não está muito feliz, e acho que é por causa de Allan. Se houver algo que eu possa fazer.

Eu: Há sim! Cuida do nosso garoto por nós dois. (Falei já chorando)

Carlos: Pode ficar tranquilo eu vou cuidar.

Nos despedimos num abraço apertado e consolador bem paternal, e fui pra casa cuidar de Rhian.

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Narração de Allan

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Fomos pra casa comemorar a inocência de meu pai, embora ainda estivesse magoado com Eduardo por tudo que ele fez, chantagiar meu pai e depois denunciá-lo. Fiquei surpreso por ele aparecer com as provas que inocentariam meu pai, como ele podia ser tão confuso e me deixar confuso. Meu pai me chama acho que quer falar a sós.

Carlos: Filho precisamos conversar, é sobre Eduardo.

Allan: Ah então foi por isso que ele te inocentou pra poder ter você sobre controle e ajudá-lo.

Carlos: ALLAN, CALA SUA BOCA EU NÃO ADMITO QUE VOCÊ FALE ASSIM DELE, NÃO PRA MIM!!!!

Eu não sei o que ele fez, mas pro meu pai berrar comigo daquele e jeito e ainda por cima defendê-lo, algo estava errado abaixei a cabeça e fiquei em silêncio.

Carlos: Olhe pra mim quando estiver falando com você. Pode ser que você venha a me detestar depois do que vou lhe contar mas o Eduardo fez sacrifícios demais por mim e por você pra ficar sofrendo daquele jeito.

Meu pai me falou da chantagem que fez a mim, me recordando de tudo me falou de uma tal gravação que Eduardo fez e do que ele fez com isso eu estava revoltado não podia ter sido tão cego, Eduardo só estava defendendo nosso amor e continuava me defendendo mesmo eu sendo tão injusto com ele eu já chorava e meu pai continuava a falar.

Carlos: Filho eu só tenho a agradecer ao Eduardo, se tudo aqui em casa está do jeito que está é graças a ele.

Allan: Mas ele não foi atrás de mim aquele dia, ele me desprezou então.

Carlos: Para de arrumar desculpas pra encobrir seus erros Allan, eu já fiz isso e você sabe muito bem como isso causa sofrimento. Ele não foi atrás de você porque alguém ligou dizendo que o filho estava prestes a nascer, e pelo estado que você disse que a moça estava e sabendo como Eduardo é. Ele deve ter ficado com ela todos os dias.

Allan: Então mais uma vez o acusei injustamente.

Carlos: Filho, ele se meteu com gente perigosa, reconciliou nossa família, inventou provas pra me inocentar tudo pra não te ver sofrer. Se isso não é amor eu não sei o que é. Só espero que um dia você possa me perdoar.

Allan: Mas eu te perdoo pai. Só espero que o Dudu me perdoe depois de tudo. (Corri para abraçá-lo)

Carlos: O que ainda faz aqui? Vai atrás dele. E traz meu neto pra mim conhecer.

Saí desesperado mas não pude deixar de sorrir do comentário de meu pai ao dizer neto, ele sabia que se dependesse de mim não teria netos, mas restava Antônio não pude deixar de lembrar o que Jacque havia pedido.

Cheguei na casa de Eduardo a dona Stella me recebeu, quase não a cumprimentei perguntei se ele estava e subi correndo as escadas quando ela disse que sim.

Ele admirava o filho tão encantado, perdido naquele pequeno ser que se assustou ao me ver entrando porta adentro antes que ele pudesse falar, o abracei chorando.

Allan: Me desculpa?

Eduardo: Ahn?

Allan: Eu sei de tudo meu pai me contou, me perdoa por favor?

Eduardo: Olha pra mim, você não sabia e eu te amo demais pra ficar zangado.

Ele me beijava, me acalmando, como esse homem pode ser tão compreensivo? Mesmo comigo que tanto o julguei, ali eu tive a mais plena certeza eu o amo, mas o bebê começou a chorar. Ele foi ver do que se tratava.

Eduardo: Espera um pouco meu filho está chorando, já continuamos a conversa.

Allan: Seu filho? Você quis dizer nosso filho!....

Fim da narração de Allan

Continua....

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