Capítulo Um – Maluca Vida
Parte da série Minha vida...
Ah gente... As pessoas são más? Sou o único brinquedo?
— Você precisa me falar como se sente, Arthur – Fala Luciana minha psicóloga.
Eu não tenho amigos, adoraria que você fosse minha amizade, estou preso a este mundo, meu pai me trocou por negócios deve saber que sou gay, pelo menos tenho o dinheiro dele e alguns amigos longe daqui, Luciana eu penso se cada pessoa tem um anjo, se Lúcifer desceu com 33% não são muitos? Em dias atuais beira os 1,3 bilhões não?
— Arthur não vai ter progresso, pode falar comigo, o que sente agora?
Raiva, Ódio e um desejo infinito por vingança mas um dia vai acontecer, prometo.
— Ah Luciana só estou um pouco chateado.
— Por quê?
— Pedro, meu "colega" de turma.
— O que ele te fez?
Nada, só generalizou, falou que todos os gays deviam ser mortos e esquartejados,e incluiu na lista e disse que eu era a puta do colégio, na frente dos seus amigos.
— Não gosto muito dele, ignorante sabe, nem quis me emprestar uma caneta.
— Esse é o único motivo?
— Sim, ele até que é meio legal, mas...
— Olha Arthur só faltam 11 meses pra acabar o ano, e você já está no terceiro, se controle com ele, qualquer coisa fale comigo tá?
— E sua mãe como tá indo?
E por um momento minha concentração se foi, virei meus rosto e prestei atenção na parede com o quadro tão chamativo que devia ser até proibido, uma estante com livros, técnicas de psicologia, psicologia absoluta, tratamentos mentais, no centro do teto, um ilustre branco, a janela mostrando a vista da grande cidade, ainda não poluída. Minha mãe, deve está agora em um hospital, tratando de um suposto câncer de ovário ou útero, não sei ainda, segredo de família.
— Teve que ir essa semana aos Estados Unidos, à negócios.
— Está morando só? – Perguntou ela.
— Não minha tia Marina está comigo.
— Melhor assim, e a noite você ainda tem problemas pra dormir.
— Não minha insônia acabou com o remédio que você passou.
— Ótimo, acabamos por hoje, ainda é terça se esforce até sexta, certo?
— Claro – Levantei do divã, eu acho, despedi e fui em direção ao elevador.
Ao olhar no espelho, ainda não me reconhecia, esse sou eu? Perguntava, olhei a câmera atrás de mim, e parei com isso, no térreo a chuva começava a cair, fraca no início porém me molhando logo depois, 11 horas, chuva no Nordeste, fala sério.
— Alô? Daniel ta me escutando? Pode vim me buscar em frente à DM Machine?
— Estou perto, já chego aí – Respondeu ele, Daniel era um amigo meu, meio que comprado, empregado sabe? Tem uns 23 anos e anda pra onde eu vou, mas com sua moto, sentei em um banco enquanto aguardava, não demorou.
— Ainda bem achei que ia me molhar muito mais – Falei.
— Mais que isso impossível, kkkkk.
— Verdade, me leva pra da tia, tenho que ir me arrumar, colégio affz...
— Sobe aí – Já com a capacete subindo na moto que tenho tanto medo, não tem onde segurar coisa ruim.
— Sei que tem medo, se não quiser segurar atrás pode me abraçar.
— A-Ah, brigado, acho que vou aceitar.
— Cadê sua mãe?
— Teve que ir para os Estados Unidos – Gritava contra o vento e a velocidade da moto.
— Ah por isso nunca mais a vi.
— Ainda estuda?
— No momento não – Daniel respondeu e eu só pensava o motivo, abraçando apertado ele chegamos a casa da minha tia em minutos.
— Tia cheguei – Gritei na entrada da porta, ela vinha correndo da cozinha e disse.
— Meu filho, pegou chuva vai gripar novamente, sabe que sua imunidade é baixa, já não come no dia a dia, nem faz esportes, está magro.
— Ah tia, eu já sei disso depois como.
— Esse médico não está dando certo vou procurar outro – Engraçado que ela fala assim como se importasse, ah tendi, se eu acabar morto ela não vai poder sugar meus pais.
— A médica me recomendou uma viajem o que a senhora acha?
— Você não tá em condições.
— Hipócrita – Saiu baixo, mente louca.
— Quê?
— Nada não tia bota meu almoço? Hoje quero chegar cedo no colégio.
— Certo, vou pedir a Fátima.
— Vou tomar banho, até já.
Subi as escadas, com corrimões de madeira no quarto onde estava "hospedado" não tinha muita coisa, nada de cores, só uma TV, meu notebook, guarda roupa, cama, estante e uma cômoda, ah e a porta pro banheiro e do corredor, e a lâmpada, não pode se esquecer, pegando a farda, finalmente vou passar o dia falando com Felipe de novo, num banho vuash, num almoço vuash, sem conversar com a Naja, estava eu lá descendo da moto do Daniel, segundo dia de aula, as nuvens carregadas das onze, se passará e o sol apareceu fazendo um clima ameno e um belo arco íris que por segundos apenas eu vi.