Capítulo Três – Ricardo
Parte da série Minha vida...
Depois de longas horas na escola fui pra casa, e escondidinho tomei banho me troquei e peguei meu material escolar enquanto a bruxa não voltava da caminhada, liguei pelo Skype que achei no Face para Ricardo.
— Quem é? – Perguntou ele - Ia falar que estava saindo mas ouvi um forró bem ao fundo.
— A-Ah Ricardo é o Arthur não vou poder ir a sua casa, me da um endereço vou pedir um taxi e ele vai trazer você até aqui.
— Não vou poder pagar.
— Eu pago sem problema.
— Rua G n56, perto da praça.
— Certo ele já chega aí. – Falei procurando o cartão vermelho que meu pai me deu.
Depois de tentar e tentar e tentar, eu consegui um taxista que aceitasse ir pro fim do mundo, o distrito onze fica a mais ou menos 15km, do centro da cidade + / -, 1h, informei que quando o taxista chegasse no endereço marcado era pra esperar até eu aparecer, em vez de fazer o trabalho na casa da tia, íamos pro PyH, é um hotel 4 estrelas aqui na cidade, o último quarto, onde fica um panorama da cidade, é do meu pai, motivos "reuniões", segredo meu e dele, quando está fora fica comigo a responsabilidade. Peguei um táxi também, nem o Daniel poderia saber, eu estava lá no último andar vendo as diferenças da cidade o lado norte, tem vários e vários prédios altos quase tanto como, o leste apenas alguns e o escuro do litoral no fundo, no norte tem (praia) e é bem mais perto mas é coberto por outros prédios, no sul infinitas casas, representa a pobreza da cidade que não conseguiu acompanhar o outro lado, e o aeroporto da cidade, quando meu celular tocou.
— Alô?
— Já cheguei no Palacy estou te esperando.
— Já desço, quanto é a corrida?
— Cem.
— Certo. – Falei desligando o telefone, teria que ir buscar, o recepcionista do turno da noite é rigoroso.
— Nossa, você vem estudar aqui? – Perguntou Rodrigo, não respondi nada.
— Me segue. – Na recepção mostrei o cartão vermelho, logo uma moça veio e me levou ao elevador exclusivo.
— Pode ficar por aqui – Falei a ela, subimos e entramos no último e único quarto.
— Nooossa, você é rico? – Perguntou o Ricardo, olhando do vidro que se estendia do teto até o térreo a cidade iluminada a noite.
— Nosso conceito de riqueza é diferente Ricardo.
— Dá pra ver minha casa daqui – Falou ele no vidro da parte sul apontando pra um aglomerado de casas, amontoadas e sem infraestrutura nenhuma.
— Se tu não sentar nessa mesa a gente desce eu te mando pra casa e vou pra minha o principal é o trabalho – Falei já me irritando.
— Desculpa, é que você, como pode ter isso tudo e eu estudo tanto é batalho pela vida, minha mãe e meu pai nem ligam pra mim é brigam todo dia, não termos isso, e você tem, como? Deus te abençoou demais – Falou ele quase chorando.
— É por tua família acreditar em Deus que vocês ainda estão morando no onze. – Respondi, ele se calou e a gente foi fazer o trabalho. Acho que peguei pesado demais, depois que a gente acabou eu pedi.
— Desculpas, acho que foi muito grosso.
— Não que isso.
— Só continuem tentando um dia vocês conseguem, mas não adianta de nada ter tudo isso é não ser feliz, lembrem disso.
— Pode deixar.
— Tá com fome?
— Um pouco.
— Vou pedir algo.
— Pode mandar alguns peixes, comida japonesa e bolo por favor – No interfone eu falava.
— Pra que isso tudo menino? – Perguntou o Rodrigo.
— Pra pesar na conta do meu pai, kkkk.
— Sabe, você é legal, desculpa por não ter apertado sua mão mais cedo, é que minha família, e que eu s-. – Ele tava falando já lacrimejando de novo.
— Desculpo, mano não se preocupa com isso uma hora vai passar e você vai acabar saindo mais forte disso tudo.
— Verdade, sabe Arthur?. – Perguntou ele.
— Fala.
— Deitar aqui? – Falou ele passando a mão na casa, era grande, enorme, com uma colcha vermelha por cima, o quarto era uma exuberância, parecia coisa de Rei sabe?
— Ainda não descobri pra quê esse luxo todo pai.
— Quê? – Perguntou Ricardo.
— Nada não – Falei uma mulher entrou com um carrinho cheio de bandejas, o nosso pedido.
— Obrigado – Falei pra ela – Tirei um pedaço de um dos bolos e falei.
— A sua pergunta se eu sou rico, financeiramente talvez, afinal de casa 10 prédios que você vê 8 foram construídos por filiais ou a empresa da própria família.
— Noss-
— Se quiser deitar deite, dormir, durma pode ficar o tempo que quiser só não arranje confusão, nem passe da portaria, não poderá entrar novamente amanhã pela manhã bo serviço de quarto vem limpar a bagunça, preciso ir agora.
— Mas Arthur eu.
— Tem cem reais de volta pra pegar um táxi lá em baixo e ir pra sua casa, até amanhã na escola, talvez...
— Até... – Ele falou
Descendo pelo elevador, 'Pelo menos vou fazer um pobre ter a sensação de rico pelo menos uma vez'.
— Não vai saber usar 10% da suite – Falei no elevador e pensei no encontro com a bruxa da minha tia.