Prévia (Capítulo 1)

Parte da série Opostos

Gente, minha primeira série aqui. Resolvi contar um breve momento da história da minha vida. Uma história cheia de momentos felizes e momentos tristes, espero que gostem, pois ela trás um tema muito importante para o meio gay.

13/05/2016

06:00 am

Feixes de luzes em minha cabeça ascenderam à luz bem nos olhos. Acordo com um humor trevoso, essa noite não foi uma das melhores estive muito abatido esses dias com a faculdade tirando todas as forças possíveis que eu poderia ter. Mas que indiferença minha, nem me apresentei. Sou o Saulo, tenho 20 anos e moro no interior em uma cidade chamada Oblívia longe da civilização, diga-se de passagem.

Sim, sou gay e bem resolvido comigo mesmo, entretanto não tive coragem de contar a minha família, acredito que a reação seria drástica de todas as formas. Saio do quarto e vejo minha mãe, Laura, colocando o café da manhã na mesa.

• Bom dia mãe!- digo em uma voz rouca e nada animada.

• Bom dia, ânimo!!! É assim que você quer ser um engenheiro? Mais força para lutar.- Disse ela com seu humor estranho de se entender na maioria das vezes.

Faço minha higiene matinal, tomo café mais rápido que o flash e vou correndo para meu carro, como sempre estava atrasado para as aulas. Não é que eu seja ruim de escola, a questão é que nasci em um fuso horário diferente. Detesto acordar cedo. A vida não é fácil quando você é um universitário sempre há algo a ser feito. Minha vida amorosa sempre parada. Não sou daqueles que ficam sempre com pessoas, eu sou mais demorado. Não é questão de, “cu doce” como algumas amigas dizem, é que sou mais reservado e detalhista o que me torna um ser mais crítico e eventualmente mais chato.

Indo para faculdade, coloco “Bad Blood” da Taylor Swift e começo a fazer a coreografia enquanto o carro está parado no sinal. Quem nunca fez isso? Até que avisto um grande amigo meu, também gay, e antes que pensem que já tivemos algo... Não, o considero como irmão. Desde sempre ele me ajudou com minha sexualidade e me deu conselhos sábios.

• Hi bitch!- Digo quando paro o carro para ele entrar.

• Hi ramiga.- Diz ele com uma expressão cínica. – Aumenta essa que eu adoro! – rebate ele em relação a música.

E assim vamos cantando e performando a faculdade. Mais um dia normal, aulas, números, sono, números, cansaço, números, não to entendendo, números... é um ciclo tendencioso.

12:00 pm

Durante o intervalo, fui à biblioteca devolver uns livros, mas a fila era enorme, pois estavam mudando o sistema de cadastro. Então, sem nada para fazer, resolvo mexer no tinder. Vejo algumas combinações, mas um perfil me chamou atenção. Na foto, o garoto estava em uma praia de sunga na maior vibe blogger. Começo a reunir e ler suas informações de perfil e vejo o seu instagram. Como piscar de olhos, começo a me interessar mais por aquele garoto desconhecido, vejo suas fotos de antigamente, a maioria em festas ou barzinhos. Vejo que vive uma realidade muito diferente da minha, só vivo estudando mesmo. Curto 4 fotos dele e espero por sua reação, de imediato deixo meu perfil aberto para que ele possa ver minhas fotos. Ops...! Chegou minha vez, entrego os livros, meio atordoado e ansioso por uma resposta daquele garoto, nunca me senti assim.

• Saulo, graças à Deus a nossa aula de Geometria foi cancelada, o professor faltou.- Diz Dayanne em um tom de alegria.

• Sério? Vou para casa ver se durmo hoje um pouco, não preguei o olho esta noite. - Digo aliviado

• Eu também, irei com você.- diz ela insinuando uma carona.

• Tá bem, eu posso te levar sim, Se eu estou de carro? Claro, vem comigo, te dou carona.- Digo rindo e vamos para o estacionamento.

• Você sabe que te amo não é magrelo?- Diz ela tentando me agradar.

• Claro que sei, impossível não me amar. – Digo de ombros.

• Sua modéstia ariana sempre tão convencida. – Caímos na risada.

Deixo Day em sua casa e vou para minha, almoço e deito no sofá com a finalidade de tirar soneca, mas antes resolvo pegar o telefone para ver a hora.

13:03 pm

“Daniel Almeida” curtiu 4 fotos sua.

Deparo-me com essas notificações e me vem um sorriso imediato no rosto. É o garoto do tinder que stalkeei hoje mais cedo. Então o sigo e de imediato ele me segue de volta. Resolvo ter algo que me falta muito: Atitude. Então mando-lhe um “Oi” no direct e sou respondido na mesma hora.

“ Oi, tudo bem?- ele me respondeu.

Tudo e com vc?- Pergunto-lhe.

Tudo ótimo, graças á Deus- ele retruca.

Quantos anos você tem? –ele me pergunta.

Tenho 20 e vc?- Rebato.

Também tenho 20.- Daniel diz.

Legal, de onde vc é?- Pergunto ansioso.

Sou de Arapongas, moro sozinho aqui, meus pais moram em Limoeiro do Oeste e vc?- Ele diz.

Sou de Oblivia, bem próximo de Arapongas, apenas 42 km. – Digo.

Vdd, muito próximo. Vc tem Whats? Aqui é meio bugado para se conversar. – Ele me propõe.”

Então resolvo passar meu whats e assim conversamos por toda tarde, mesmo ele estado em expediente de trabalho. A tarde se estendeu para noite e falamos de tudo um pouco. Começo a ver que apesar de sermos opostos e levarmos estilos de vida discordantes há uma certa finalidade e uma certa simpatia em nossas conversas que fluíam a todo momento e parecia não querer acabar nunca. Passamos o restante da semana inteira nos falando por mensagem e até por ligações.

“Saulo, vc não acha que já passou da hora de nos conhecermos pessoalmente? - Questiona Daniel.

Acho sim, mas não sei quando, pois minha faculdade é integral e vc trabalha os dois horários e moramos em cidade diferentes, próximas, mas diferentes. – Digo preocupado.

Venha dia 26, irei sair mais cedo dará para passarmos pelo menos um pouco de tempo juntos, como você tem que voltar antes de anoitecer iremos passar pouco tempo juntos, porém iremos nos ver- Ele me diz esperançoso.”

Continua...