O primeiro encontro a gente nunca esquece. (Capítulo 2)

Parte da série Opostos

Obrigado pelos comentários, irei tentar ser mais explicativo em algumas cenas, outras irei ser mais rápido para não ficar algo cansativo. Espero que gostem.

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“Qual a maior loucura que vc já fez?- Pergunto por mensagem ao Daniel.

Cara, acho mexer com alguns tipos de drogas foi uma loucura, mas não posso dizer que foi a maior. Quem nunca fumou uma maconha? É super tranquilo, as pessoas possuem uma forma arcaica de se pensar quando o assunto é esse.- Ele me responde.

Eu não vejo problema, mas não é algo que eu tenha vontade de fazer, talvez por falta de oportunidade ou algo do tipo.- Digo em seguida.

E vc? – Ele rebate.

Acho que subir na mesa bêbado e ficar pulando em um pula-pula também bêbado e cair na lama em uma festa pq também estava bêbado foram minhas maiores loucuras.- Digo

Meu Deus, que garoto alesado*!- Ele responde com uma escrita engraçada.

Vc sabe, eu sou mais caseiro e quieto não fiz loucuras em um nível mais alto que vc.- Rebato.

Vdd, já eu saio sempre que posso com minhas amigas para barzinhos ou festas. Adoro isso- Ele retruca.

Percebi pelas fotos kkk- encerro.”

Exatos 12 dias atrás, falei pela primeira vez com Daniel. Tudo estava indo a mil maravilhas. Todos os dias lhe felicito “Bom dia!”, todos os dias, ficamos horas e horas pendurados ao telefone conversando sobre tudo e ao mesmo tempo sobre nada. É engraçado pensar que em 13 dias e mesmo sem nos conhecermos pessoalmente já foi suficiente para que eu pudesse desenvolver um afeto muito especial por aquele garoto. Dentre esses 13 dias descobrimos muitas coisas uns dos outros. Ele já tem uma vida mais independente, faz faculdade, trabalha e mora sozinho ao mesmo tempo que toda sua família sabe de sua sexualidade e convivem de uma forma mais pacifica e tranquila. Ao que passo eu sou totalmente seu oposto, ainda moro com meus pais e não trabalho.

Conversa vai e conversa vem, eis que chega o dia 26/05/2016. Acordo-me extremamente ansioso. Com o corpo frio, Esqueci de fechar a janela do quarto, esfrio bastante. Levanto-me e saio do quarto, meus pais já haviam ido trabalhar, então faço minha higiene matinal, tomo café da manhã e vou para a faculdade.

O dia passava devagar, como uma lesma tentando se deslocar. Por mensagens falávamos o quanto estávamos ansioso para o nosso encontro.

“Irei sair daqui as 15:00, irei de van dessa vez.- Digo a ele.

Tudo bem, por volta das 16:00 estarei em casa já.- Ele me responde.

Chegarei um pouco mais tarde que esse horário- digo- Seria uma boa vc me mandar a localização de sua casa, assim não me perco.- Digo-lhe preocupado.

Tudo bem, aqui está.- Ele me envia.”

Não consigo nem almoçar direito de tanta ansiedade, vou para casa um pouco mais cedo para dar tempo de me arrumar. Tomo banho, faço um pequeno lanche e visto uma roupa. Vou direto para o ponto onde as vans para Arapongas passam e pego a primeira que vejo.

Dentro aquelas pessoas todas e aquele apertado horrível, deparo-me com os pensamentos em Daniel, será que vou satisfazer as expectativas dele? Será que ele vai satisfazer as minhas? É um pouco assustador pensar tudo isso, de certa forma era uma experiência nova para mim, estava extremamente nervoso, e quando fico nervoso sou um desastre em pessoa. Quando não derrubo algo, eu mesmo faço o favor de me derrubar.

“Acabei de chegar em Arapongas, vejo que estamos a apenas 5 km de distância agora.- Envio para ele.

Estou saindo do trabalho agora, irei para casa e tomarei um banho para te receber.- Ele me responde.

Tudo bem, quando vc estiver apto a visita, me fale.- Digo.

Se vc quiser eu posso ir te buscar- Ele responde.

Não obrigado, irei me virar, se eu não achar sua casa pelo GPS eu ligarei.- Respondo.

Ok- ele diz”

Essa não, para aonde a van está indo, ela deveria entrar nesta avenida que leva para o centro. Meu Deus ela está indo para o Shopping fica muito afastado de tudo.

• Pessoal, irei mudar a rota, pois temos uma blitz. Não se preocupem iremos ao centro, mas por outro caminho.- Grita o motorista em meio aos comentários das pessoas sobre a rota desconhecida.

Ok, pelo menos essa rota mais longe dará mais tempo para que ele tome banho e se arrume. Ele deve tá exausto, trabalhou o dia inteiro. Pego meu telefone e vejo a localização que ele me mandou mais cedo. NÃO É POSSÍVEL!!! Vejo que estou a apenas 150 m, 100m, 90 m a medida que andamos. Vejo que consigo chegar em sua casa. Está muito próximo, então mando o motorista me deixar na esquina mais próxima do quarteirão.

Assim foi feito, desci da Van com o coração na mão, estava a apenas 80 m de distância. Começo a andar em direção a casa dele, e começa a chover também, mas que merda. Então começo a correr feito um louco até que paro em um toldo em uma rua de barro, pouco movimentada. Começo a me secar, quando olho para o ambiente ao redor me vem o medo, parecia ser um bairro perigoso. Então resolvo olhar meu telefone por uma última vez e outra surpresa. “Você está a 0 m de distância eu estava para em frente a casa dele e nem sabia. Tenho vontade de correr para esquina, mas a chuva estava forte então fico por lá mesmo. Começo a observar tudo. Vejo que do outro lado da rua havia um sobrado com uma varanda de vidro temperado, vejo calças estendidas e vejo um garoto com uma toalha amarrada na cintura, possivelmente acabara de tomar banho. O cabelo estava molhado. Ele parecia lavar algo. Agora ele olha para trás e.... Puta merda é ele. É ele? Eu me pergunto. Meu Deus, é ele mesmo. Ele me olha fixamente, sua expressão muda, agora suas mãos estão na boa e sua cara é de assustado. Ele corre para dentro do sobrado.

“Cheguei kkkk – Mando mensagem.

Não acredito que é você. Não sabia que estava aqui já. Vc me viu de toalha, que vergonha.- Ele me responde.”

Fico esperando ele vir a abrir a porta, se passam 5 minutos, nada dele. Ele colocou a cabeça na janela. Acho que ele não vai querer me ver mais. Foi muito foda nosso primeiro encontro, começo a ficar triste.

“Não vai querer me ver mais?- Pergunto por mensagem.

Vou, irei abrir a porta.- Ele diz

Por favor, rápido. Estou com medo de ser assaltado e já me molhei bastante.- Respondo mais rápido que tudo.”

Alguns minutos se passam e ele abre a porta com a mão na boca, visivelmente constrangido.

• Prazer.- Digo-lhe e aperto sua mão.

• Satisfação- ele me responde em tom de brincadeira. Eu até imaginei o restante da resposta, mas não veio.

Vamos calados até seu quarto, pois como ele mora sozinho ainda estava montando seus móveis e não iramos sentar no chão.

• Nossa, que susto eu te dei.- Começo a puxar assunto.

• Eu não imaginava que vc iria achar minha casa tão facilmente.- Ele diz incrédulo.

Olho em seus olhos castanhos escuros e vejo sua alma, misteriosa e atraente. Ele faz o mesmo.

• Você fala demais, me beija logo. – Daniel diz.

Nossos lábios se encostam pela primeira vez, sinto a maciez de sua boca, seu hálito fresco e gostoso. O beijo fica mais quente. Começo a sentir uma forte ereção, então deitamos na cama e começamos a sarrar, o ritmo era lento e aumentando a cada beijo, a cada toque.

• Não devemos prosseguir ele diz- Ele diz parando os beijos.

• Eu também acho, primeira vez que nos vemos.- Digo de acordo.

Percebo sua expressão ficar mais fria, acho que fiz algo que o incomodou. Ou algo incomoda ele, mas eu deixo para lá, deve ser só impressão minha. Retomamos os beijos de forma mais lenta, mas carinhosa. Era incrível como tínhamos química, nem parecia um primeiro encontro. Sinto seu pau pulsar na minha perna, faço o mesmo na perda dele e o de uma forma cada vez ais frenética e forte.

Poderíamos ficar assim o dia todo. –Digo interrompendo. Olho o relógio e vejo que já está anoitecendo e a último horário de van para minha cidade já estava muito perto. Explico-lha que tenho que ir.

• Eu queria que vc ficasse mais, me senti tão bem ao seu lado. – Ele me diz.

• Eu senti paz em você, maluco isso nunca te vi e já tenho um elo muito especial- Digo

• É mesmo seu garoto, Alesado? – Ele diz brincando.

• Mermu, mermu- Respondo fazendo aquelas vozes ridículas de casais meigos.

Seguimos para fora de sua casa, ele liga sua moto e me leva até o ponto. Vou sentindo seu cheiro, ao longo do caminho. Me sinto cada vez melhor com ele. Até que chegamos ao ponto.

• Foi um prazer enorme te conhecer- Digo entregando o capacete em suas mãos.

• O prazer foi todo meu, espero te rever em breve.- Ele me responde.

• Certamente- Digo.

Continua...