Primeiro Capítulo...

Conto de Anjo sem asas como (Seguir)

Parte da série A vida de Alan Reymond

- Saia da minha casa seu viadinho escroto...

Gritos e palavras de ofensas acordaram a toda vizinhança daquela humilde comunidade do Rio de Janeiro, curiosamente os vizinhos saíram para fora de suas casas e foram ver o que se passava lá fora e surpreenderam-se ao ver que era a família Reymond, conhecida naquele local por serem pessoas extremamente religiosas e rígidas do bairro.

Percebiam-se os olhares de espanto ao ver que o senhor Alberto Reymond agredia ao filho Alan Reymond e lhe dizia palavras ofensivas na rua, sua mãe Roseane Reymond estava parada em frente a porta da residência chorando, mas, não estava esta sozinha seu filho mais velho Robert estava abraçado a ela e a consolava, quase um imperceptível sorriso se formava em seu rosto ele parecia se diverti ver o irmão caçula ser agredido por seu pai.

- Pai por favor para, socorro alguém me ajude!

Os gritos e pedidos de socorro do menino comoviam a todos os vizinhos presentes, mas, porém ninguém se quer moveu um músculo para ajudá-lo, não queriam interferir na briga entre pai e filho. Foram verdadeiros covardes.

- Não ouse me chamar de pai, seu viado nojento, monstro, eu lhe dei a melhor educação que um pai poderia dar ao seu filho, te eduquei, trabalhei duro para que você sempre tivesse do bom e do melhor, e agora descubro que meu filho sangue do meu sangue, que deveria ser macho é na verdade um viado, um gay, uma bicha.

Alberto agarrou o filho pelo cabelo e o jogou no chão, agachou-se e começou a socar o garoto, Roseane não suportando mais a assistir as agressões mandou que Robert o afastasse de Alan.

- Para Alberto você vai mata-lo, Robert faça alguma coisa.

- Tudo bem.

Robert caminhou até o pai e o afastou de Alan, fazendo com que as agressões fossem interrompidas.

- Vamos papai não vale apena sujar suas mãos com esse imundo.

Robert olhou com desprezo para o mais novo, que chorava ao chão.

- Tem razão meu filho, meu único filho, vá suma daqui seu desgraçado e nunca mais apareça, você é a maior decepção que um pai poderia ter, eu tenho nojo de olhar para essa sua cara imunda.

Como se as agressões físicas e palavras de ofensas não fossem o bastante, Alberto cuspiu na face do garoto que só chorava.

Robert e Alberto seguiram para a casa, deixando aquele corpo sem forças deitado no chão, mas antes Robert voltou até o irmão e disse-lhe:

- Espero que tenha gostado de toda essa humilhação seu imundo, espero nunca mais ter que olhar para essa sua cara seu viadinho escroto.

- Eu odeio você Robert, você é um monstro, vocês são todos uns monstros.

Robert então o chutou no estomago.

- O monstro aqui é você sua bicha.

Então partiu.

- Eu juro que vou me vingar, vocês vão pagar por tudo isso que me fizeram, vão chorar amargas lágrimas de sangue.

Disse gritando e chorando. Criou forças para se levantar e olhou para os lados, viu todos os vizinhos o encarando uns o olhava com desprezo e outros com pena.

- O que estão olhando seus covardes?

Gritou. Continuou então com muita dificuldade a andar por aquela rua maldita, caminhou por muito tempo até que conseguiu chegar a um ponto de ônibus, olhou no seu relógio de pulso e viu que não passava das dez e meia da noite, um último ônibus que ia em direção ao centro da cidade passaria em poucos minutos, na verdade não foi preciso esperar muito cinco minutos depois que ele havia chegado no ponto o ônibus chegou e ele entrou e pagou por sua passagem, era o único passageiro e tinha pouco dinheiro nada mais do que 50 reais no bolso, estava sujo, machucado, assustado e no seu coração ódio de seus pais e do seu irmão Robert, o mesmo que fora o pivô de todo o seu problema, expondo para o pai um diário em que Alan confessava que era gay.

Não tinha para onde ir, Alan estava abandonado a própria sorte, correndo risco de ser assaltado, ou coisa do gênero. "mas o que poderiam levar?.." Pensou. Alan não tinha tanto dinheiro, mas, poderia ser estuprado, sequestrado ou traficado para traficantes de pessoas, pois apesar de sujo e ferido no rosto, ele era muito bonito e tinha um belo corpo, Alan tinha cabelos ondulados de cor castanho claro, pele clara, olhos castanhos claros, nariz afilado e de boca pequena e vermelha. Quem o olhasse o jugaria ser um adolescente de 14 anos, quando na verdade Alan tinha 18 anos.

Algum tempo se passa e o cobrador, vendo o estado em que Alan se encontrava resolveu puxar assunto com o garoto.

- O que aconteceu contigo garoto?

Perguntou o cobrador, Alan olhava chorando pela janela os prédios e casas que ficavam para trás e sem mover o rosto o respondeu com grosseria.

- Isso não é da sua conta.

Disse com voz de choro.

- Então vá se fuder viadinho escroto.

Foi impossível para Alan não lembrar de seu pai, instantaneamente flashes veio a sua mente lhe trazendo a tona as agressões e humilhações que sofreu do pai. Como se puxasse uma alavanca ativando o choro do menino, que dessa vez ficou mais alto e com soluços.

O cobrador surpreso com a reação do garoto, arrependeu-se de ter lhe dito essas palavras, levantou-se do seu lugar e foi até onde Alan estava numa tentativa frustrada de acalma o garoto.

- Qual é cara eu não disse por mal, não vai ficar aí chorando por isso não é?

Mas não obteve resposta, Alan continuou chorando.

- Pô cara me desculpa.

- Não é sua culpa estou chorando por outro motivo.

- Quer desabafa?

- Porque desabafaria com um estranho?

Rebateu Alan.

- Ok ok.

O cobrador voltou para o seu lugar e ainda olhando para Alan disse:

- Tem lugar para ficar? Parece um garoto abandonado, onde estão seus pais?

- Não tenho ninguém, pelo menos não mais.

- Nossa quer que te leve a um abrigo, conselho tutelar?

Alan então esqueceu o seu choro e sorriu, riu das palavras do cobrado.

- O que foi?

- Quantos anos você acha que tenho?

- Sei lá, 15 anos?

- Não cara eu já tenho 18.

- Ultima parada.

Gritou o motorista.

- Aí se quiser pode passar a noite e tomar um banho na minha casa, posso lhe emprestar algumas roupas, o que acha?

- Mas eu nem te conheço.

- Eu me chamo Leonardo, mas pode me chamar de Leon.

Alan pensou na oferta, não era hora para ser orgulhoso, precisava de ajuda e não tinha para onde ir, Leon parecia uma boa pessoa, após pensar na proposta Alan o respondeu:

- Ok eu topo você me parece ser uma boa pessoa.

Leon sorriu para ele e gritou para o motorista.

- Ae Carlão toca pra garagem.

Seguiram então para o local onde guardavam os ônibus.

- Aí espera ae mano que já volto.

Disse Leon para o garoto, Alan estava parado em frente ao portão de entrada da garagem dos ônibus, um local enorme cheio de ônibus e alguns motoristas conversando sobre o expediente, minutos depois Leon para de moto na frente de Alan e o manda subir.

- Anda sobe aí.

Disse lhe entregando um capacete, receoso Alan olha para o rapaz e pega o capacete de suas mãos.

- Hum tudo bem.

- Não precisa ter medo, vou ir com cuidado.

Deu a partida na moto e seguiram caminho até a casa de Leon, 40 minutos depois chegaram até a zona sul do Rio, Alan estranhou. "Como um mero cobrador pode morar num bairro chique como este?" Pensou.

Algum tempo depois adentraram um estacionamento de um prédio de apartamentos de luxo.

- Você mora neste prédio?.

Questionou Alan.

-Sim qual o problema?

Rebateu Leon.

-Não me leve a mal mas... Mas seu salario de cobrador não lhe permitiria morar aqui.

Leon então sorriu para ele e começou a caminhar até o elevador, Alan o seguiu e entraram juntos e seguiram para o 17 andar.

- Tem muitas coisas que você ainda vai descobrir de mim.

- Falou parceiro.

Disse Alan com cara de tédio, mas na verdade estava se perguntando de como um cobrador tinha um apartamento de luxo em um prédio na zona sul.

A porta se abre e os dois saem e andam lado a lado até o fim do corredor, pararam na penúltima porta e Leon a abriu estava tudo escuro, ao ascender a luz Alan se encantou com a beleza do apartamento, era tudo em um toque moderno e retro ao mesmo tempo.

- ual.

Disse Alan.

- Você gostou?.

- Muito.

- Então vem vamos para o quarto onde você vai ficar.

Alan o seguiu por um corredor depois de passarem por três portas Leon o abre e entra primeiro, logo em seguir Alan adentra o quarto. O quarto era bonito, bem limpo e muito organizado, havia uma televisão de ultima geração embutida na parede, do lado da porta na mesma parede onde situava-se a tv havia uma cômoda, uma cama de casal a frente da janela de vidro e do lado da cama mais ou menos dois metros de distância uma porta que deveria ser o banheiro.

- Gostou?

- Sim, muito obrigado por me ajudar e me deixar passar essa noite aqui.

- Olha estive pensando enquanto vínhamos para cá e você pode passar o tempo que quiser aqui.

- Não não quero abusar.

- De maneira alguma, onde você irá morar? De baixo da ponte?.

- Tudo bem mas irei arrumar um emprego e lhe ajudarei com as despesas.

- Ok não se preocupe depois falamos disso. Ali tem roupas de banho já já lhe trago umas roupas limpas e depois cuidaremos do seus machucados.

- Obrigado Leon você parece até um anjo.

Disse Alan se aproximando e colocando a mão em seu ombro, olhando em seus olhos e expressando um sorriso, mas percebeu que o rapaz havia ficado meio tímido e um pouco nervoso.

- Não foi nada bem deixe-me ir.

Saiu então do quarto e Alan seguiu até a cômoda pegando algumas toalhas e seguindo para o banheiro logo em seguida.

Já debaixo do chuveiro Alan pensava em tudo que lhe aconteceu nas ultimas horas, pensava em seus pais com muito rancor e ódio e muito mais ódio ainda de seu irmão Robert.

- Você não sabe o que te espera Robert, vou me vingar de você e desse monstro que um dia se disse meu pai, vão se arrepender amargamente por toda essa humilhação que sofrir.

A água quente caía sobre seu rosto limpando as impurezas e manchas de sangue seco, ficou mais ou menos 8 minutos tomando banho queria se livrar de toda a sujeira que havia no seu corpo. Depois do banho secou-se e foi até o espelho e viu o novo Alan, mais limpo e mais calmo diferente do Alan que entrará aqui minutos antes.

Saiu do banheiro e caminhando até sua nova cama viu algumas peças de roupas que Leon havia lhe deixando enquanto tomava banho, entre as roupas que havia na sua cama procurou por algo que pudesse vestir para passar a noite, achou uma regata e uma cueca nova que ainda estava com etiquetas. Arrancou sua toalha da cintura e foi surpreendido por Leon que entrará sem bater no quarto.

- Alan depois... Ah me desculpe não sabia que estava pelado.

Continua...

Comentários

Há 5 comentários.

Por Salvatore em 2015-06-13 16:30:54
Não cara, sua série tá perfeita. Vc n tá realmente pensando em desistir como vc falou em uma paixão improvável n é? Por favor n pare
Por victoriana victoriano em 2015-06-11 14:25:14
Amei,estou ansiosa para ler o próximo capítulo.
Por Nando martinez em 2015-06-11 14:13:44
Nossa e muuuuito bom ameei
Por Cass em 2015-06-11 13:22:51
Gostei muito! Esperando o próximo ep.
Por diegocampos em 2015-06-11 05:58:18
Nossa adorei continua