Sedução

Conto de Andrei Trentini como (Seguir)

Sedução

Capítulo 1

O carro parecia que não iria mais desatolar. A roda girava em falso e só fazia cavar um buraco mais fundo. Antes que ficasse por ali de vez, Lucas e Ingrid resolveram descer e providenciar gravetos para sustentar a roda. Ingrid gritava de fora, um pouco nervosa, pedindo a Lucas que acelerasse ou parasse. Ela já estava começando a entrar em pânico.

Lucas percebeu o começo de desespero de Ingrid, viu que assim não iriam conseguir mesmo e foi à busca de outros suportes: madeira e pedras.

Agora sim, mais umas tentativas e pronto, conseguiram fazer a roda soltar-se e seguiram seu caminho.

Parecia ter chovido bastante nos últimos dias. Estava tudo muito molhado.

Lucas e Rafael trabalhavam em uma empresa de publicidade e propaganda, a RMN. Lucas estava no carro com sua namorada, Ingrid e Rafael em outro carro com sua namorada, Norma. Eles haviam escolhido passar as férias em Campos do Jordão por uma série de fatores. Em seus trinta dias de férias poderiam acompanhar por email o andamento de projetos que já haviam deixado encaminhados. Teriam férias mas estariam plugados na empresa. Campos do Jordão é um lugar próximo a São Paulo e estaria tudo facilitado. Além do que, economizariam dinheiro para fazer uma viagem mais cara em outro momento.

Lucas e Rafael desfrutariam de seus trinta dias de férias ininterruptos em Campos, enquanto Ingrid e Norma viriam a Campos só quando fosse possível, pois estavam abrindo um restaurante e serviço de catering, o Arimini, e a hora era inconveniente para se ausentarem por longo tempo.

Depois de errarem o caminho algumas vezes e perguntarem algumas outras tantas, Lucas e Ingrid conseguiram achar o lugar, um chalezinho na Vila Inglesa, parte de um conjunto de chalés que formavam uma espécie de condomínio.

Quando chegaram encontraram Norma e Rafael, que tinham achado o local mais fácil e já estavam descarregando suas bagagens.

Lucas e Ingrid não começaram a descarregar suas coisas imediatamente. Primeiro foram dar uma volta pelo chalé, encantados com o lugar. Um chalé simples mas confortável. Dois andares, com duas suítes em cima, embaixo uma sala de estar pequena com lareira e uma cozinha. Rústico e tranquilo, tudo o que eles queriam.

Acabaram de instalar-se e prepararam-se para fazer o jantar, pois já estava ficando tarde.

Capítulo 2

A noite parecia ter sido calorosa em ambos os lados do corredor, a julgar pelos gemidos e pela respiração ofegante que se tinha ouvido.

Os quatro levantaram-se, arrumaram-se e tomaram seu café da manhã. As duas meninas pareciam que estavam saindo de suas luas de mel. Não eram casais tão recentes, estavam juntos havia algum tempo já, mas o amor brilhava tanto nos olhos de Ingrid quanto nos olhos de Norma. Talvez o idílio campestre enfatize certos lados da alma feminina em especial.

Prontos para sair, resolveram dar um passeio breve pelas redondezas, para um reconhecimento de território. O ar da manhã estava frio, o que eles consideravam bastante estimulante para esta atividade exploratória.

Andaram bastante pelo terreno acidentado do local, mais de quatro horas, o suficiente para se cansarem e voltarem para casa vorazes para um almoço. Ingrid e Norma finalizaram um almoço já semipronto (era o métier delas!), e os quatro se fartaram com a comida de boa qualidade.

Logo após o almoço, as moças começaram a preparar-se para sua jornada de volta. Apesar de ser ainda domingo à tarde, sua nova atividade exigia que estivessem presentes em São Paulo à primeira hora da segunda e, afinal de contas, não estavam de férias como seus namorados.

Carregaram seus carros com seus pertences, deixando algo ali no chalé para a próxima oportunidade que pudessem voltar, e partiram em um dos carros. Na verdade partiram no carro de Lucas, deixando para os rapazes o carro de Rafael.

Logo após a partida das moças, Lucas e Rafael trataram de ir ao centrinho providenciar lenha, para o caso de terem de acender a lareira já esta noite. Estavam ambos morrendo de preguiça e, aproveitando o tempo livre, foram com todo o vagar, explorando o que aqueles arredores poderiam proporcionar-lhes nos próximos dias. Sondavam também onde haveria lenha mais perto para comprar, em uma próxima vez. Também sondavam onde haveria um empório ou vendinha, para que não tivessem que deslocar-se até o centrinho toda vez, e assim por diante.

À medida que se aproximavam do centro, as imagens de ruas e paisagens conhecidas foram revivescendo nas memórias dos dois, que conheciam bem Campos do Jordão da época de infância, mas não voltavam lá havia algum tempo. Comentaram entre si que a paisagem lhes estava trazendo sentimentos bons de saudades.

No centro, após darem conta de providenciar a lenha, resolveram aproveitar para fazer um passeio a pé e relembrar como era Campos. Realmente, fazia tempo que não iam para lá, perceberam muitas mudanças. Em um dado momento sentaram-se em uma cervejaria e aproveitaram para beber uma cerveja também.

Terminados estes afazeres, retornaram ao carro e voltaram para casa. Já era noite.

Ao chegarem em casa deram-se conta de que as noites seriam longas em sua estada em Campos. Estava tudo muito esquisito e vazio. Não tinham nada o que fazer. A TV não os seduziu por muito tempo, não tinham levado jogos ou qualquer coisa que os entretivesse a contento e estas horas entre o jantar e a hora de dormir haveriam de ser penosas em sua estada. Hmmm, falha de planejamento, coisa que, se tivesse ficado ao encargo e providência das mulheres, não haveria faltado. A sorte é que os dois eram bem amigos e faziam-se boa companhia.

Capítulo 3

A segunda feira começou diferente. Logo após acordarem, entraram em contato com a empresa para colocarem-se à disposição e comunicar que estariam em contato intermitente. Fizeram isso mais por formalidade, pois sabiam que não iriam dedicar muito tempo à empresa naqueles dias. Rafael leu em voz alta o email que estava passando para os colegas da empresa e deu uma risada irônica para Lucas. Apertou o “send” como se estivesse acionando o botão de bomba. Checaram seus emails, responderam, conversaram um pouco com clientes. Passaram a manhã inteira nesta função e logo a seguir saíram para almoçar.

No centrinho, procuraram um ofício de turismo e informaram-se sobre possíveis passeios e atividades. Aproveitaram para passar em uma locadora e alugar alguns filmes. Passaram também na livraria mais interessante que acharam e compraram alguns livros, para garantir que tivessem algo para fazer à noite. Era como se quisessem garantir que não iriam passar o mesmo aperto do primeiro dia. Estavam temerosos de que lhes faltasse o que fazer.

Em seguida foram ao bairro de descansópolis procurar uma estrebaria para alugar cavalos. Aí estava uma atividade que eles gostavam – andar a cavalo. Alugaram dois cavalos e foram passear pelas trilhas montanhosas.

O passeio foi muito excitante para os dois. Cavalgaram a valer, galoparam, seus corações dispararam ao percorrer desenfreadamente trilhas estreitas nas encostas das montanhas, arranharam-se nos galhos das árvores, enfim, divertiram-se a valer. Certa hora os cavalos tiveram um surto de pressa, como se quisessem chegar logo a algum lugar, e foi difícil manter a velocidade dos animais. Lucas e Rafael passaram um aperto fenomenal com esta corrida desembestada, destreinados que estavam de “pilotar” os cavalos. Nada na cidade grande se comparava à adrenalina de passar por uma encosta estreita e ter a impressão que o cavalo vai cair, ou que se vai cair do cavalo encosta abaixo, num galope acelerado.

Foi neste dia que perceberam que suas férias em Campos haviam começado. Planejaram animadamente seus próximos passeios enquanto jantavam em um restaurante do centro e depois voltaram para casa para assistir a um dos filmes que tinham alugado. O filme rodou sozinho, pois eles logo cederam ao cansaço e adormeceram. Quando perceberam que não veriam o filme mesmo, foram para seus respectivos quartos.

Depois de uma segunda feira intensa seguiu-se uma terça mais leve. Havia muitas respostas e providências a tomar com relação à empresa em São Paulo. Lá pelo final da tarde tiveram apenas tempo de seguir para o centro e jantar. Desta forma, chegando de volta ao chalé, tinham todo o tempo do mundo para acender a lareira, pois a noite estava fria mesmo, e ver dois filmes em seguida. De novo, foi a conta para caírem no sono.

Capítulo 4

Dia seguinte e tudo novo. Acordaram bem descansados, dispostos a buscar mais coisas interessantes. Impressionante como estavam achando disposição para fazer coisas que, numa situação menos usual, jamais lhes despertariam interesse. Em condições normais achariam passeios como trilhas e coisas ecológicas uma chatice, mas o ar da montanha parecia estar-lhes abrindo brechas no senso demasiadamente crítico. Estavam topando ideias que usualmente achariam piegas.

Tomados dessa nova disposição montanhesa, decidiram fazer um passeio bem turístico: visitar a Pedra do Baú. Foram de carro até as imediações e seguiram a pé fazendo a trilha até chegar às encostas da montanha. Dali em diante não poderiam prosseguir a não ser se fosse para escalar, o que não iriam fazer – mas já estavam satisfeitos, pois o passeio tinha sido muito interessante e de vários pontos conseguiram ter uma vista muito boa da região.

É impressionante como gente de cidade perde o contato com a natureza e toma como natural coisas que não são naturais. Estes dias de contato intenso com a paisagem, os espaços abertos, o ar limpo, o cheiro de plantas e animais e etc. haviam trazido sensações de bem estar que havia muito os dois não sentiam. A reaproximação do homem à natureza desperta reações fisiológicas incríveis, coisa que a vida urbana abafa. Fato é que estavam experimentando sensações físicas muito agradáveis. Ambos respiravam profundamente, deixando aquela sensação de natureza tomar conta de seus corpos. Não é algo que se traduza em palavras, eles sequer estavam comentando. Apenas sentiam um prazer imenso.

Ficaram ali por um tempo sentados, descansando, respirando e deixando a natureza tomar conta de seus corpos numa sensação de entrega intensa e agradável.

Quando voltaram para casa estavam plenos de um ânimo reconfortante e ao mesmo tempo relaxante. Depois de um jantar frugal, viram seu último filme e o sono veio rápido.

Pedra do Baú

A noite transcorreu tranquila levando-os para um outro dia em seu calendário de férias. Esta quinta tinha amanhecido fria, bem fria. Lucas e Rafael aproveitaram para resolver pendências da empresa no período da manhã e prepararam lentamente o que tinham em casa mesmo para servir de almoço. Lentamente, muito lentamente, tão lentamente que quando se deram conta já não dava mais tempo de planejar nenhum passeio, ainda mais porque o tempo estava muito frio. Perceberam que o máximo que poderiam fazer era dar uma volta pelo centrinho. Tarde fraca e ociosa mesmo, vacilaram...

Lá no centrinho, tomando uma cerveja, algo lhes ocorreu. Mente vazia, oficina do diabo. O que não pensam dois homens juntos? Rafael sugeriu alugarem um filme pornô. Lucas foi mais além: “Podemos alugar o filme sim, mas por que a gente não tenta achar duas putas e levar pra casa para uma festinha, Rafael”? A semente foi cair em terra fértil. Os dois já estavam um pouco altos, a ideia soou bem.

Passaram na locadora, vasculharam vários filmes pornôs como garotos adolescentes, excitados em fazer uma coisa proibida. Percorriam as gôndolas de pornôs com olhar safado, não falavam nada, mas vez por outra um dos dois vinha e mostrava ao outro uma capa interessante, acompanhada de um sorriso maroto. Comportavam-se de forma pueril, os ares de montanha e aventura provavelmente tinham evocado o lado juvenil de cada um. Acabaram escolhendo só dois. Passaram no caixa, acertaram e saíram de carro com olhar tácito de quem vai transgredir. Ainda estavam meio altos das cervejas que haviam tomado e começaram a percorrer as ruas próximas ao centrinho, rumando para bairros que já não pareciam mais tão nobres. Ruas mais pobres, pareciam habitadas por moradores locais e não turistas. Era ali que a verdadeira Campos do Jordão se revelaria.

Capítulo 5

De repente... pronto! Acharam aquela rua. Aquela... Inconfundível em qualquer cidade do mundo. Meio escura, algumas moças rondando sozinhas, com suas minissaias minúsculas, muito maquiadas, bolsas pequenas... Era ali mesmo.

Há quanto tempo não faziam isso! A sensação de transgredir tomou conta de suas mentes. A respiração mudou, o coração batia mais forte. Depois de tempos de namoro, era a primeira vez para os dois que isso acontecia.

Lucas estava dirigindo. Parou para uma das moças e começou a conversar. O papo de sempre com garotas de programa, o que fazem, quanto custa, se tem uma colega para seu amigo Rafael, etc. E também queria ver se rolava uma empatia. Esta primeira não vingou. Tinha pouco peito, meio gorducha, celulite, muitas coisas ruins.

Entrevistaram mais umas duas ou três moças, mas alguma coisa não estava acontecendo. Nenhuma era especialmente atraente para o que eles estavam procurando. Rostos feinhos, Uma era um varapau de magra, parecia viciada em alguma substância, passou má impressão. Outras meio gorduchas, corpos feios... não. Não estava acontecendo.

Já no auge da decepção algo ocorreu a Rafael:

“Lucas! Vamos entrar na internet, ver se tem uma acompanhante, mais sofisticada e tal. Vai ser mais caro mas mais seguro e de melhor qualidade”!

Lucas concordou imediatamente. Saíram daquele local e foram para uma rua mais civilizada, pegaram seus smartphones e começaram a procurar o que tinha em Campos. Vasculharam vários sites e contataram algumas pessoas até chegarem em uma tal de Bárbara. Mais apresentável, aliás muito gata, magra na medida certa, mas com peito e bunda fartos. Cabelos lisos compridos, pareciam naturalmente loiros, uma alemãzinha local. Dizia-se safada mas decente. Os dois ficaram interessados. Mas quem iria ficar com ela?

Ligaram, marcaram de se encontrar no centrinho para se conhecerem, e explicaram que eram dois caras, que ela precisaria indicar uma amiga para completar o quadro... Ela respondeu que conversariam sobre isso pessoalmente.

Marcaram num boteco menos visado, deram as indicações à moça e foram aguardá-la. Era uma espécie de entrevista. Uma meia hora depois chega Bárbara. Realmente um espetáculo de mulher. Além dos atributos físicos que faziam jus às fotos, ela era sensual, segura, quase sofisticada para uma garota de programa. Os dois ficaram muito atacados. Iria ser difícil escolher quem ficaria com ela. Lucas falou:

“Bárbara, gostamos de você, mas você não tem uma amiga assim, do seu nível, seu jeito, para inteirar os quatro”?

“Por que quer mais uma, Lucas? Eu garanto que dou conta sozinha dos dois”!

Na cabeça de Lucas e Rafael a ideia não cabia muito. Eles nem sabiam exatamente por que, mas devia ser porque, no íntimo, sabiam que ela não estaria “a todo vapor” com nenhum dos dois. Também não estavam gostando da ideia de um esperar enquanto o outro faz. Um entra no quarto com ela e faz o que quer enquanto o outro espera fora? Depois inverte? Fora a inevitável fantasia de comparação que haveria entre os dois. Era justo isso que eles não estavam compreendendo. E foi com muito jeito e sutileza que Bárbara foi deixando claro que não ficaria com os dois em separado. Iriam para a cama os três.

Aos poucos, Lucas e Rafael foram entendendo o que Bárbara queria. A princípio um pouco assustados, já exclamaram: “Mas nunca estive na mesma cama com outro homem! Mesmo sendo um conhecido, é esquisito! Não vou ficar à vontade”!

“Querido, eu vou colocar vocês muito à vontade, é só prazer, confiem na Bárbara”!

A ideia era ao mesmo tempo tentadora e assustadora para os dois. Era como se eles tivessem uma fantasia mal explorada de “partilhar” uma mulher um com o outro, mas havia um constrangimento inevitável. Como será que isso funcionaria? Um faz enquanto outro olha? Passou pela cabeça de Rafael que teria um certo tesão em observar o Lucas comendo uma mulher. Ao pensar nisso deu um sorriso safado. Lucas percebeu o sorriso safado do Rafael mas obviamente não adivinhou do que se tratava. Estava ele mesmo pensando em outra ideia excitante: dois caras pegando uma mulher ao mesmo tempo.

Capítulo 6

Bárbara percebia a hesitação nos olhares de ambos, mas ao mesmo tempo tinha experiência com isso e percebia também uma imensa curiosidade neles. Ela mesma tinha esta fantasia intensa e fogosa de pegar dois caras ao mesmo tempo.

“Mas olha, vocês dois. Não tenho nenhuma amiga para apresentar. Onde vocês vão conseguir ficar com uma mulher como eu, lindona, gostosa, sexy assim? Aqui nesta cidade? É o que vocês vão conseguir hoje, e está muito bom! Vamos lá vai? Vai ser uma experiência nova e super excitante para os dois, eu garanto”.

Acabou convencendo os dois. Rafael e Lucas acabaram cedendo, já meio embalados que estavam pela cerveja, um pouco sem jeito mas um pouco acesos também. Convidaram-na para ir ao chalé. Ela aceitou de pronto. Estipularam o preço e combinaram que a levariam e a trariam de volta depois. Entraram no carro e foram.

Lá chegando, Rafael abriu uma garrafa de vinho que tinha, para iniciar de forma mais sutil. Providenciou três taças e começaram a bebericar. Lucas convidou os outros dois a subirem a seu quarto.

Bárbara estava calma. Seus olhos traíam uma malícia de transgressão e de vitória. Havia conseguido seduzir os dois a realizarem uma fantasia que era dela também. Via-se ali que ela gostava do que fazia. Gostava de sexo, gostava de seduzir, era garota de programa por vocação.

Já os dois mostravam-se titubeantes apesar do álcool. Muito ansiosos por fazer o que estavam por fazer, porém um pouco amedrontados.

Foi Bárbara que iniciou a brincadeira quebrando o gelo. Beijou Lucas de forma muito insinuante, começou a acariciá-lo, depois fez o mesmo com Rafael. Em seguida afastou-se e começou a exibir-se para eles. Começou a despir-se como se fosse um strip. Tirava sensualmente cada peça de roupa e deixava-a cair languidamente, à medida que expunha suas formas majestosas. Os dois ficaram abobados de ver aquele corpo tão bem talhado, magro mas de belas curvas. Era uma moça de não mais que seus 25 anos, estatura mediana para uma mulher, pele branca, cabelos loiros. Tinha seios de tamanho médio, mas muito bem feitos, rijos e rotundos. Uma barriga reta de moça magra, que se continuava com as coxas generosas e uma bela bunda cheinha. Tudo em cima, sem partes flácidas. Primeiro dançou um pouco ao som da música que tocava, provocando-os como uma exibicionista, enquanto passava as mãos sensualmente pelo próprio corpo, exibindo-o.

Ela percebia o entusiasmo dos dois rapazes e começou a aproximar-se de Lucas. Começou a acariciar-lhe o peito, depois segurou a barra da camiseta dele e começou a puxá-la para cima, fazendo menção de que a tirasse. Lucas tirou. Bárbara elogiou o corpo de Lucas e começou a lamber-lhe o peito. Tomou as mãos de Lucas e fê-lo acariciar seus seios. Lucas quase pirou. Ficou louco de tesão. Bárbara disse: “Você gosta de um peitão, né”? E ele respondeu: “Eu sou tarado por peito”. Na hora que este ia avançar mais fortemente ela o interrompeu e foi na direção de Rafael, fazendo com ele o que tinha feito com Lucas.

Com a mesma maestria que tinha feito os dois tirarem suas camisetas repetiu o feito com o resto da roupa dos dois. No final estavam eles só de cuecas. Extremamente encabulados, o que era no mínimo engraçado. Ela aproveitou e comentou:

“Pessoal, mais à vontade, vocês não são amigos? Estão com vergonha de ficarem pelados um na frente do outro”?

Rafael respondeu: “Nunca fiquei pelado com homem em um contexto sexual”.

Bárbara disse: “Pode deixar que eu vou deixar vocês dois bem à vontade já já”.

E continuou. Ela conduzia, pois percebeu que os dois estavam muito sem graça, inibidos um com o outro. Ela tomava as iniciativas. Arrastou os dois para a cama. Ainda bem que a cama era grande. Cada um dos dois estava em uma extremidade, na quina mesmo, quase caindo, intimidados com a presença um do outro. Bárbara deitou Lucas e começou a lamber seu peito, acariciar suas coxas, lamber sua barriga, a bunda, enfim, explorar seu corpo. Logo após fez o mesmo com Rafael. Depois de um certo impasse, já estava tocando os dois ao mesmo tempo.

A timidez deles começava a ceder. Via-se, pela respiração dos dois e pelo olhar mais lânguido, que estavam cedendo ao prazer, apesar de ainda um pouco desconfortáveis, já davam sinais de que estavam gostando. Bárbara então aproximou-se mais de Rafael e passou a língua pelo pênis dele, que a estas alturas já estava bem rijo. Lambeu a glande e logo já estava fazendo um boquete classe no rapaz. Ele demonstrava muito prazer.

A seguir inverteu as posições e fez o mesmo com Lucas, só que sem deixar Rafael. Ao mesmo tempo que pagava um boquete para Lucas masturbava Rafael com a mão.

Com muita habilidade foi trazendo os dois para mais perto de si. Os dois de joelhos na cama. Muito sutilmente pegou as camisinhas que estavam à mão e colocou nos pênis dos dois. Lubrificou-os e ficou de quatro, introduzindo o pau de Lucas em sua vagina, ao mesmo tempo em que chupava Rafael. A desenvoltura de Bárbara causava-lhes assombro, mas este temor foi cedendo ao deleite. Lucas começou a dar sinais de que ia gozar. Bárbara tirou, sussurrou: “Não vai estragar tudo”! E deu um tempo com Lucas. Inverteu, pôs o pau de Rafael dentro de sua vagina e disse baixinho: “Pessoal, vamos com calma, vamos aproveitar e fazer isso aqui render”!

Ficaram brincando um tempo desta forma, cada hora um por cima e outro por baixo. Vez por outra os dois trocavam um olhar furtivo, muito tímido e sem jeito. Mas estavam sentindo uma coisa muito doida. Dava muito tesão a sensação de repartir uma mulher. Ela tinha razão, eles iam curtir mesmo.

Depois de muito brincarem, Bárbara conduziu ao impensável para os dois: foi levando sutilmente de um jeito que os dois a comessem junto. Sem mais, antes que se dessem conta completamente, estavam os dois dentro dela.

O olhar dos dois era diferente. De assombro ao mesmo tempo que prazer. Ela sabia o que estava acontecendo.

Rafael estava louco de tesão, e este tesão estava relacionado à sensação inédita de sentir o contato do seu pau com um outro pau. Olhou para Lucas intensamente nessa hora. Sabia que Lucas estava sentindo o mesmo. Bárbara ria-se por dentro, satisfeita. Ela já tinha presenciado esta situação tantas vezes em sua vida!

Então ela começou a gozar. Deixou-se levar. Desnecessário dizer que os dois gozaram imediatamente...

Capítulo 7

Finalizada a transa, Bárbara tentou puxar assunto, mas viu que os dois estavam meio fora de si. Pediu então que a levassem de volta e pediu o telefone dos dois, dizendo que tinha sido ótimo para ela também e que gostaria de repetir, se eles quisessem.

Realmente, os dois estavam meio fora do ar. Levaram Bárbara de volta quase sem dizer palavra. Voltaram ao chalé, mal disseram boa noite e foram dormir.

No dia seguinte acordaram com uma forte ressaca, física e moral. Para piorar, as meninas viriam passar o final de sexta e o sábado com eles, e eles teriam que arrumar a bagunça. Trataram de arrumar tudo, vasculhar a casa para ver se a Bárbara por acaso não teria deixado alguma coisa por engano. Que bobagem! Ela era profissional, não faria uma asneira dessas. Passaram bom-ar em tudo, pois havia um perfume inequívoco de mulher pela casa inteira. Os dois estavam feito baratas tontas. Bem, era a primeira vez que “transgrediam” desde o início do namoro de cada um.

Lá pelas oito horas chegaram as duas. Logo de pronto perceberam algo de diferente. Mulher tem senso aguçado para coisa errada. Perceberam “algo” diferente, mas não sabiam o que era. No final eles disseram que tinham tomado um porre no dia anterior e ficou o dito pelo não dito. Não que elas tenham engolido totalmente, mas acalmou os ânimos. Nem é preciso dizer que nada de muito “quente” rolou em nenhum dos quartos naquela noite. A justificativa ficou por conta da ressaca.

No sábado foram os quatro fazer um passeio de bicicleta e tudo se diluiu. À noite foram à casa de uns amigos que estavam dando uma festinha com quentão e pinhão na brasa.

A festa salvou a pátria. Eram amigos do grupo de Norma e Ingrid, as duas ficaram muito à vontade e divertiram-se muito. Começaram bebendo um pouquinho, soltaram-se e conversaram com muita gente. Apesar de a noite estar fria, tudo estava muito agradável. Acabaram bebendo além da conta.

Lucas e Rafael maneiraram bastante na bebida, inteligente e premeditadamente. Muito bem pensado, pois na manhã seguinte eram as meninas que estavam de ressaca física e moral, e os dois estavam muito bem. Ocuparam-se de preparar o almoço, organizaram a viagem de volta das duas, cuidaram da ressaca delas e saíram-se de bons moços.

Lá pelas quatro da tarde, quando elas estavam já recuperadas da ressaca, descansadas e prontas para a viagem, despediram-se e voltaram para São Paulo.

Capítulo 8

Depois que Norma e Ingrid foram embora, os demoninhos começaram a sussurrar nas cabeças de Lucas e Rafael de novo. A experiência com Bárbara tinha sido muito forte. Ao mesmo tempo que causava um certo desconforto, também trazia um desejo quase incontrolável de repetir. Não precisou muito tempo até que um dos dois abrisse a boca, e foi Lucas:

“Rafa, quando é que a gente vai repetir, hein”?

“Por mim podia ser hoje mesmo”.

“Você ainda tem o telefone dela”?

“Eu acho, peraí... ah, tá aqui”.

“Pô, vamos ligar então, quem sabe ela tá livre”?

Ligaram. Ela estava disponível. A excitação da aventura já acendeu na cabeça dos dois. Combinaram a mesma coisa: pegá-la no centrinho e trazê-la para o chalé. Desta vez sem muitas delongas, não ficariam bebendo cerveja no centrinho.

Depois de um papo bem descontraído, degustando um vinho, a coisa começou a rolar solta. Bem mais solta que na primeira vez, é claro. Já conheciam a situação, estavam bem mais à vontade. Até mesmo um com o outro.

Ainda todos vestidos, desenvoltos malabarismos aconteciam no sofá da sala, com sorrisos marotos trocados à vontade, sem inibição.

Bárbara nem precisou forçar a situação. Foi o próprio Rafael que sugeriu que subissem.

“Vamos mudar um pouco, experimentar a minha cama”...

Os outros dois acederam rapidamente. Desta vez as preliminares foram mais fáceis. Não que tivessem sido mais rápidas, mas foram mais soltas. Ninguém perdeu tempo com hesitações vexatórias. Tiraram a roupa uns dos outros muito mais à vontade, todos participando. Seus semblantes não mostravam pudor ou bloqueio, mas prazer e desenvoltura. Malícia.

Os primeiros movimentos repetiram-se como da primeira vez, era como se Lucas e Rafael já conhecessem um roteiro. As primeiras carícias, a exploração mútua dos corpos, sempre entre Bárbara e um dos garotos, os primeiros toques orais e genitais.

Mas desta vez Bárbara reservava uma surpresinha para eles. Era nessas horas que ela mostrava que fazia o que fazia por prazer, não por necessidade. Tinha vocação para a coisa, e muita criatividade. Depois de deixar-se tocar fartamente e tocar os corpos dos meninos ela mesma, começou a insinuar outros movimentos.

“Lucas, olha o peito do Rafael que bonito! Que peitão hein Rafa? Forte, redondinho, com biquinhos bonitos, deixa eu mamar!”

Depois de explorar bem o peito do Rafael, olhou para Lucas: “Experimenta Lucas! Passa a mão no peito dele! Olha como é firme e gostoso”!

Lucas hesitava. Não tinha vontade. Bárbara insistiu. Levava a mão de Lucas ao peitoral de Rafael. Com muito custo Lucas tocou sem jeito o peitoral do Rafael, enquanto Rafael fazia uma cara de sem graça.

“Gente, sem timidez vai? Vocês tão muito caretinhas! Se solta Lucas, cai de boca”!

E com a insistência de Bárbara Lucas aproximou seus lábios dos mamilos de Rafael e explorou-os. Bárbara sussurrou: “Tá muito fraquinho Lucas! Com mais vontade vai? É carne de primeira, filézão aí, pra você fazer esse pouco caso. Seu amigo é um tesãozasso”!

Lucas intensificou a exploração. No calor dos acontecimentos tudo se misturava. Como Bárbara estimulava fartamente o pau de Lucas, o tesão se misturava e isso facilitava para deixá-lo mais à vontade, com mais tesão.

Nem precisa dizer que logo após as posições foram invertidas, e Rafael estava explorando o peito de Lucas.

Bárbara estimulava ela mesma todas as partes possíveis dos meninos, quase que usando isso para aumentar o clima de tesão e sensualidade e conseguir fazer com que eles dois interagissem.

Devia ser uma fantasia dela. Tinha um tesão deliciosamente perverso e velado de fazer dois caras tocarem-se, interagirem um com o outro, talvez como alguns homens sentem tesão ao ver duas mulheres se tocando.

Assim foi. Aos poucos, além de tocarem a ela, Lucas e Rafael estavam tocando-se fartamente também, um ao outro. Exploravam seus corpos, lambiam-se, tocavam as coxas um do outro, massageavam os peitos um do outro, abraçavam-se, rolavam os três juntos e, a toda hora, o membro rijo de um roçava sobre o corpo do outro.

No fogo que estavam, volta e meia um deles mordiscava o outro, chegava mesmo a beijar partes do corpo do outro. Bárbara estimulava sua própria vagina com a mão de Lucas e sussurrou-lhe: “Beija ele! Beija, vai”?

Rolou um selinho fraco. Bárbara sussurrou lânguida: “Ah, assim não, tá fraquinho! Beija com vontade, vai”?

No calor dos acontecimentos, rolou realmente um beijo de língua. Sem graça, rápido. Foi o suficiente.

Trocaram de posição, de novo Bárbara no meio, de quatro, chupando Lucas e dando para Rafael. Sutilmente pegou a mão de Rafael e fez com que este pegasse o pau do Lucas.

Lucas teve uma sensação incrível. Um arrepio intenso percorreu-lhe o corpo. Experimentou um tesão imenso ao ter uma mão masculina, grande, forte, peluda segurando-lhe o pau. Pediu sussurrando ao Rafael: “Pega mais, cara, mexe nele”! Quando Rafael o fez, com um sorriso malicioso, foi instantâneo. Lucas gozou na hora. Uma sensação louca. Ele tinha ficado louco de tesão.

Antes que a coisa esfriasse, ela inverteu a posição, começou a chupar Rafael e pediu para que Lucas passasse a mão no corpo dele. De novo, Rafael que já estava quase para gozar, deixou o gozo vir vindo ao sentir a mão de um homem tocar seu corpo. Também gozou intensamente.

Pronto, o demoninho da luxúria, que habita a cabeça criativa de Bárbara, havia conseguido seu intento. Parecia até que o prazer dela era ensinar as pessoas a transgredirem o convencional.

Junto com Rafael ela tinha gozado também. Ela estava bem, relaxada, feliz. Eles também, mas um pouco sem graça, um pouco alarmados com o que haviam feito, sentindo-se ligeiramente sujos.

Eles permaneceram ali por mais alguns instantes, largados, sem forças. Depois foram tomar banho, separados, vestiram-se, conversaram mais um pouco e não se demoraram a levar Bárbara de volta ao centrinho. Na volta ao chalé vieram calados. Não conversavam um com o outro. Mudos vieram, mudos entraram, disseram boa noite e foram dormir.

Capítulo 9

Segundona amanheceu, outros ares. Ambos começaram a falar com a empresa, cada um com seus afazeres, ali ficando até a hora do almoço. Lá por meio dia e meia Lucas quebrou o gelo e disse:

“Rafael, a gente precisa comer, vamos pro centrinho”?

“É, tava pensando nisso, vamos sim”.

Foram, conversando pouco mas não mudos. Ficou tácito que ignorariam por um tempo a noite anterior.

Durante uns dois dias agiram normalmente, isto é, foram recuperando a naturalidade que sempre tinham tido um com o outro, fazendo outros passeios e tocando as férias. Foram a uma fábrica de chocolate de uns amigos e fartaram-se de comer. Fizeram outro passeio de bicicleta, foram visitar mais amigos, tomaram mais cerveja juntos e assim foi.

Na quinta foram visitar o rio Sapucaí, preparados para um banho. Logo em seguida da cachoeirinha, existe uma espécie de piscina onde é muito agradável tomar um banho. Exceto pela água, que é gelada no ponto de quase não se aguentar. Mas justo o choque de entrar nela é muito revigorante. Aliás, deve ser justamente a temperatura gélida da água que dá aquela sensação de bem estar depois do banho. Ou seja, depois de muito nadarem e divertirem-se nas águas geladas, voltaram para o chalé loucos para um banho quente e loucos por roupas quentes, já que o dia estava acabando-se e o frio da noite começava a se aproximar.

Cachoeira do Rio Sapucaí

Chegando ao chalé, mal descarregaram as coisas e já correram para seus quartos, ansiando pelo banho quente.

Lucas tomou seu banho fumegante e estava já enxugando-se quando encontrou Rafael congelando à entrada se seu quarto, trepidando de frio.

“O que foi, Rafa”?

“Meu chuveiro... não sei o que aconteceu, não está funcionando, não sai água quente”!

“Poxa, entra aí! Toma banho no meu agora, depois a gente vai ver o que aconteceu. Coitado, você tá congelando”!

Rafael entrou mais que depressa no chuveiro de Lucas e começou a tomar seu banho, reaquecendo-se. Lucas acabou de enxugar-se, vestiu um calção e foi pegar as coisas do Rafael no quarto dele: toalha e calção pelo menos.

Ao voltar, Lucas deitou-se na cama, quarto quente, e estava entretido lendo seu livro enquanto Rafael terminava o banho.

Quando Rafael terminou, saiu do banheiro e veio secar-se no quarto. Já recuperado do frio que tinha passado, secava-se conversando com Lucas.

“Esse livro é uma bosta Lucas, se eu tivesse visto que você ia comprar tinha avisado. Livro de saga geralmente não presta”.

“Eu nem tinha visto que era livro de saga Rafa. To vendo que não vai dar mesmo”.

“No cinema talvez compensa pelos efeitos especiais, mas nem sei”...

“É, eu não fui ver o filme porque não me interessou também”.

“Só um dos atores que eu acho que parece comigo, haha”.

“Hmm, que convencido você hein”?

“Não sei se eu sou convencido, mas você bem que fica checando meu corpo”.

“Ah, que checando seu corpo Rafael? Não pira! Acho que a Bárbara te deixou com ideias meio malucas”.

E pela primeira vez ousaram tocar no assunto... Rafael continuou:

“Será que fui eu quem ficou com ideias malucas? Desde hoje o banho de cachoeira que você não tira os olhos de mim. Você olhou para mim com outros olhos hoje Lucas. Diferente de como sempre foi. Mesmo agora ali no chuveiro você estava me olhando diferente, olhando para a minha bunda. E agora estava olhando pro meu peito várias vezes, meio de esguelha, achando que eu não to percebendo. Além do mais, eu sei que você é chegado num peitão. Eu acho que você gosta do meu peito”...

“Tá louco cara? Você bebeu”!

“Não bebi não. E a confirmação está aí debaixo das cobertas. Dá pra ver daqui que o seu pau tá duro aí dentro do calção. To vendo que você tá olhando para mim e tá de pau duro”.

“Ah, se liga Rafael, é você que tá pirando. Tá olhando pro meu pau né? Gostou é? Gostou de pegar aquele dia”?

“Bro, vamos parar com isso antes que vire briga. Deixa pra lá, esquece”.

“É, é melhor esquecer esta conversa mesmo. Tá com ideia fraca na cabeça”.

Lucas

Capítulo 10

Ideia fraca ou não fraca, teriam que conviver agora com o fato de que o chuveiro de Rafael estava quebrado. A água quente não saía e teriam que consertar. Eles não sabiam dizer o que estava acontecendo. O encanador conhecido não estava disponível antes da próxima segunda. Assim...

No próximo banho Rafael não resistiu e disse:

“Lucas, qual o problema afinal? Eu sei que eu tenho um corpo atraente. Acho normal você sentir tesão, principalmente depois do que rolou com a Bárbara. Acho que ela ensinou um caminho para a gente”. E depois terminou: “Pode olhar pros meus peitos à vontade, eu sei que são gostosos, não tem problema nenhum. Daí eu saio e você bate uma pensando em mim”. Disse em tom de brincadeira e de provocação. Lucas respondeu no mesmo tom: “Só se depois você chupar meu pau”.

Não demorou e Lucas foi até o quarto de Rafael.

Rafael

“Rafa, desculpa cara. Ainda não consegui levar na boa as coisas que fizemos com a Bárbara. Mas não vamos ficar assim. Vamos fumar o cachimbo da paz. Beber uma cerva como dois homens adultos, o que você acha”?

“Tá ok, vamos descer lá pra sala e tomar uma cerva”.

E foram, tomaram uma, duas, três. Logo, de novo, o demoninho da transgressão que corre na mente dos machos, principalmente no ócio, começou a sussurrar de novo.

“Lucas, cadê aqueles filmes pornôs? A gente esqueceu de devolver na locadora”!

“Puta, é mesmo cara. Agora já era, vamos pagar uma multa”.

“Bom, então vamos fazer valer. Vamos assistir”.

“Há – coloca aí”.

Colocaram o primeiro filme e começaram a assistir. Ambos ficaram excitados logo de cara. Já meio soltos pela cerveja, estavam à vontade para querer fazer coisas.

“Rafa, você não liga se eu bater uma pro filme né? Tô com muito tesão”.

“Nada cara, pode ficar à vontade, eu também vou ficar bem à vontade e colocar o meu pra fora”.

Não demorou muito e aquela certa intimidade que agora tinham um com o outro começou a dar sinais de vida:

“Lucas, deixa que eu pego um pouco. Você pega no meu”.

Meio a contragosto, Lucas concordou. Mas não negava, no íntimo, que tinha um certo prazer em sentir a mão do Rafael pegando no dele.

Daqui a pouco o próprio Lucas pediu:

“Rafa, tira a camiseta? Deixa eu ver teu peito”?

Rafael não hesitou. Sabia de muito que o Lucas tinha uma tara pelo peito esculpido dele. Tirou e deixou Lucas contemplá-lo bastante enquanto acariciava-lhe o pau. Depois convidou:

“Pega um pouco”.

Lucas começou a tocar o peitoral de Rafael timidamente. Rafael instigava-o a tocá-lo com mais vontade:

“Vai, pega mesmo, cai de boca, não tem problema Lucas”...

Lucas foi em frente. Deixou-se levar pela vontade que tinha de saborear os peitos do Rafael. Este dava mostras de seu prazer, fechando os olhos, dando gemidos e até inclinando um pouco a cabeça para trás. Isto estimulava Lucas a ir em frente, mesmo porque Rafael continuava brincando com o pau de Lucas.

Uma hora Lucas disse:

“ A gente podia chamar a Bárbara”.

Mas isso era só uma desculpa, um receio de encarar que seria capaz de sentir tesão por outro homem mesmo sem a presença de uma mulher. Rafael respondeu:

“Ah, que preguiça, ir até o centro, pegar, depois levar – a gente já tá aqui mesmo, já se resolve por aqui, ela já mostrou o caminho”.

Foi depois disso que a coisa adquiriu outro ritmo. Parece que ficou implícito que poderiam fazer tudo o que tinham feito com a Bárbara no outro dia. Tocaram-se mutuamente, roçaram seus membros um no outro, lamberam os corpos um do outro e começaram a entregar-se ao prazer de forma bem mais solta. Lucas colocava o pau no meio dos peitos do Rafael e suspirava fundo. “Puta peitão tesão Rafa, peitão delícia”!

A única coisa que não tinham feito até agora era um fazer um boquete no outro. A iniciativa foi de Rafael. Tomou o pau do Lucas e começou a lambê-lo. Primeiro com uma certa estranheza, depois foi ficando mais à vontade. “Lucas, teu pau é uma delícia cara. Você é muito pauzudo. Que pau gostoso”!

Lucas então pediu: “Engole um pouco mais Rafa”! E Rafael tentou colocar mais para dentro. Logo Lucas tirou em um gesto de incômodo e disse: “Sem o dente”! E foi aí que Rafael entendeu como as mulheres fazem. Aprendeu a tirar o dente e foi em frente. Lucas estava se contorcendo de prazer. Foi nessa hora que se lembraram da camisinha. Se fosse para continuar, e a coisa parecia que não ia parar por ali, então teriam que colocar. Puseram a camisinha um no outro, o que foi um movimento muito excitante para ambos.

Isto feito, Rafael pediu a recíproca do boquete. Lucas hesitava, mas Rafael insistiu. Lucas começou, sentiu um pouco de repulsa, tirou, mas logo voltou para insistir. Primeiro só de forma superficial, lambia a cabeça do pau de Rafael. Depois foi se sentindo mais à vontade e começou a engolir mais. Agora era a vez de Rafael de mover-se de prazer.

E ali ficaram, brincando com seus membros, lambendo seus corpos, entregando-se a um novo prazer. O filme pornográfico foi completamente esquecido.

A coisa toda terminou numa punheta mútua. Lucas começou a dizer baixinho: “Rafa, você é um tesão cara”! E ouvia de volta “Você também, Lucas”!

Gozaram os dois. E foram para suas camas morrendo de vergonha um do outro.

Capítulo 11

Na manhã seguinte os dois acordaram bem tarde. Mal se falavam, mal se olhavam, o mal estar era visível. Na cabeça de Lucas passava agora mais claro que estava se sentindo mal. Não saberia dizer se era vergonha, se era culpa. Não – agora pensando, não era nada disso. Era um mal estar criado por um excesso de intimidade que o estava incomodando. Existe uma inocência na relação entre dois homens que havia sido rompida. Aquele descompromisso, aquela descontração natural do ambiente masculino tinha perdido força.

Rafael estava pensando coisas semelhantes. Sim, desta vez as coisas estavam mais conscientes para ambos. Não se tratava só de um mal estar passageiro em virtude de um escorregão adolescente da véspera, um escorregão imprevisto como havia sido das outras vezes com Bárbara. Desta vez havia um certo pesar consciente e um sentimento de responsabilidade pelo feito. Rafael lembrou-se uma vez que tinha ouvido de um amigo o seguinte: Por que não existem estrelas sensuais masculinas? Como a Madonna é para as mulheres, não encontramos um equivalente masculino. Seu amigo havia respondido: “Só a mulher pode misturar uma parcela de inocência com uma parcela de provocação e sensualidade, o homem adulto não tem uma inocência a perder”. Pois bem, Rafael teve vontade de reencontrar este amigo e mostrar-lhe ao vivo e em cores que o homem adulto tem, SIM, uma inocência a perder. E talvez justamente por isso os gays sejam tão sensualizados. Este pensamento lhe deu calafrios, pois não queria, de forma alguma identificar-se com gays.

Estavam ambos ao mesmo tempo nervosos, desbaratinados e lentos.

Foi sorte que as meninas chegaram logo. Elas estavam viajando a Campos só nos fins de semana porque seu restaurante era um “por kilo”, sendo assim, só funcionava de segunda a sexta para almoço, por enquanto. Tinham intenção de expandir o negócio, mas no momento era assim que estavam, começando.

Chegaram e logo perceberam um clima muito estranho. Quis o destino que Rafael trocasse uma farpa inusitada com Lucas, e foi a deixa para que Norma e Ingrid pensassem que eles tinham brigado:

“Norma, eles nunca brigam, o que aconteceu”?

“Não sei Ingrid, não vamos nem tocar no assunto, releva e distrai a atenção deles, vamos tentar fazer dissipar, nem tenta descobrir que piora. Não interessa para nós, vamos tentar abstrair”.

De fato, o fim de semana transcorreu meio insosso, mas com o tempo a tensão foi dissipando, sendo que nada foi ventilado nem comentado. No domingo, à hora que elas estavam por ir-se, tudo parecia normal como antes.

Continuando semana adentro tampouco houve espaço para grandes divagações, pois no dia seguinte ao acordarem havia um grande problema na empresa que necessitava de atenção e concentração dos dois. Demorou bastante para que conseguissem pôr a casa em ordem, apaziguar a ira de um cliente insatisfeito, coordenar a equipe à distância e tudo o mais. Isso foi uma higiene mental, divergiu a atenção dos dois para fatos concretos menos contemplativos e para uma outra parte da relação que tinham: o coleguismo profissional. O fato tomou-lhes o dia inteiro e foram dormir cansados.

Mas o botão da sensualidade entre os dois já havia sido acionado e isto não tinha volta. No dia seguinte, após atividades de contato com a empresa e passeio de teleférico à tarde, Rafael foi tomar banho. Seu chuveiro continuava quebrado.

Estava secando-se no quarto de Lucas. Lucas já se permitia olhar fartamente para o tórax de Rafael, que percebia e deixava. Algo ocorreu a Lucas: o peito de Rafael, redondo e protruído que era, despertava nele um tesão muito semelhante ao que sentia pelos peitos das mulheres. No fundo, era quase a mesma coisa. Apenas a forma era mais espalhada e a consistência mais rija, mas no fundo muito semelhante.

Rafael deu um sorriso carinhoso, pois sabia o que Lucas estava pensando, e deitou-se ao lado dele na cama. Um Lucas pensativo passou as mãos pelos cabelos de Rafael, acariciando-os, enquanto Rafael dava um beijo no rosto de Lucas. Em seguida tomou as mãos de Lucas e escorregou-as por seu tórax, enquanto com a outra procurava o pau de Lucas por debaixo das cobertas, com sorriso malandro. Lucas retribuiu o sorriso malandro.

Rafael também explorava o corpo de Lucas com as mãos. Gostava do peito peludinho do amigo. Afundou a cabeça por debaixo dos lençóis e começou a lamber Lucas com leveza. Abraçava-o também, e era retribuído. No meio destas lambidas Rafael encontrou o pau de Lucas e começou a lambê-lo e estimulá-lo. Lucas, que já estava chegando perto de ficar muito excitado, afastou as cobertas e colocou o pau no meio do peito de Rafael, soltando gemidos de prazer. Rafael não resistiu: “Você adora eles, não é verdade? Aproveita”! Lucas não fez por menos. Passava o pau entre os peitorais de Rafael e disse: “Sempre te achei um puta gostoso”.

O clima frio e rústico propiciava a um deleite mais íntimo. No ardor destes sentimentos enlevantes os freios se rompem. Rafael começou a dar um beijo de língua em Lucas, que cedeu. E ficaram ali rendidos ao prazer, cedendo à delícia de explorarem-se livremente.

“Deixa eu te penetrar”? Perguntou Lucas a Rafael.

“Ah, não sei... aí já é demais”...

“Vai... vou fazer bem de leve, se não gostar eu tiro, eu to morrendo de vontade, eu vi que você gosta de pau, quem sabe você não curte”?

“Ok, pega a camisinha, mas no primeiro sinal que eu não to curtindo você tira, ok”?

“Feito”.

Muito sem jeito, Lucas começou a penetrar Rafael, que estava de costas sobre a cama. A cara de Rafael era de estranheza.

Nem precisa dizer que não deu certo.

Lucas insistiu: “Ah, acho que você não tá relaxado. Vou te estimular com os dedos bem gostoso, sem pressa, se der deu, se não der não deu, vamos tentar de novo”...

Foram algumas tentativas, o pau de Lucas não entrava. Mas aos poucos Rafael foi relaxando e Lucas conseguia enfiar a cabeça. Logo logo estava dentro. Brincou dentro de Rafael com muito cuidado, suavemente, quase sem mexer muito. Rafael foi se soltando até que ficou mais fácil. Mas uma hora a brincadeira acabou. Não daria para ficar naquilo. Lucas tirou e gozaram os dois fora. Depois disso, Rafael disse que gostou.

Em dias que se seguiram, a mesma posição foi repetida, até que Rafael cobrasse a recíproca de Lucas. Lucas hesitava muito, não queria ceder. Após muita insistência por parte de Rafael, aceitou. E, da mesma forma que tinha acontecido com Lucas, Rafael conseguiu penetrar o companheiro com cuidado mas com muito custo.

Se se houvesse de designar uma posição preferencial, Lucas seria ativo e Rafael passivo, mas nos dias que se seguiram eles fizeram de tudo, com muita ênfase nas preliminares, que eram o forte da dupla.

Capítulo 12

Os dias que se seguiram foram as férias que nenhum dos dois jamais teria esperado que acontecessem. Durante o dia faziam passeios, divertiam-se, portavam-se como dois amigos. À noite, seduzidos por um clima frio e aconchegante, entregavam-se ao prazer um nos braços do outro. Transavam muito, intensamente, todos os dias, quando suas namoradas não estavam lá. Entregavam-se à luxúria, aos prazeres carnais, faziam de tudo, deliciavam-se com a carne um do outro, extasiavam-se um com o corpo do outro, inebriavam-se de sexo um com o outro.

Lá pelo final das férias, um dia Rafael saiu do chalé e encontrou Lucas pensativo, sentado na mureta, com a mão apoiando o queixo.

“O que foi Lucas”?

“Sei lá Rafael, acho muito estranho o que está acontecendo entre nós. Nós não somos gays, correto”?

“Verdade, não somos mesmo”.

“Então o que é isso? Estamos fodendo o tempo inteiro, a gente fica se lambendo, se comendo, se fodendo igual dois cachorros de rua. Dois homens não podem fazer isso. Não está certo. A gente tem mulher, aliás a gente tem a mulher que quiser, pra falar a verdade. Estamos fodendo igual dois animais. Isto não está certo”.

“Se está certo ou não certo não sei, sei que estamos fazendo isso porque queremos, ninguém nos obriga. A hora que quisermos, paramos. Também não sinto que você não queira, você mesmo me procura muito para fazer o que fazemos”.

“Eu sei, é por isso mesmo que sinto a culpa. Estou me sentindo culpado por ser homem e procurar outro homem para ter prazer. Na hora não penso muito, mas certos momentos me bate uma certa estranheza de pensar que somos dois homens. Dois machos se esfregando, se lambendo, ardendo de tesão um pelo outro”...

“Sua culpa é religiosa? É por causa de bíblia? Pensei que você não desse muita bola pra religião”.

“Não, não tem nada a ver com isso. É estranheza mesmo. De vez em quando me sinto estranho, é como se estivesse me assistindo de fora, como num filminho, e daí fico chocado com a cena. A gente tem namorada, a gente tem sexo à vontade, a gente não precisa disso, é pura depravação”.

“Quer saber? Concordo. É pura devassidão. E é justo isso que me dá um tesão da porra”.

“Tem razão, acho que é isso”.

“Olha Lucas, acho meio estranho mesmo, mas aconteceu. Entendo o que passa pela sua cabeça mas não sinto isso. Aconteceu. Fazer o quê? Agora já foi. Podemos parar se quisermos, mas nunca vamos esquecer isso, sabia? Pro resto de nossas vidas, nem que a gente não faça nunca mais, nem que nunca mais um veja o outro. Certas portas nunca deveriam ser abertas”...

Comentários

Há 1 comentários.

Por Bruno Rocker em 2014-05-01 22:15:55
Perfeito! continua?