A Última Cartada - Prologo e Cap.1

Parte da série A Última Cartada

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Prólogo

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Ele sabia que o amava. O porquê de nunca ter demonstrado isso? Sinceramente, não sei. Tantos pensamentos em minha cabeça me deixavam zonzo. Já era demasiado triste arrumar para alguém que amo outra pessoa, imagine ainda ter de assistir de perto a felicidade dos dois promovidos pela minha infelicidade. Isso aí, mesmo que você ouviu, eu era um grande candidato para o prêmio NOBEL, não era? Pelo menos o deck estava cheio de vinho e a noite era só uma criança.

Pra começar pessoal, quero dar boas-vindas a todos que virão a acompanhar este meu novo conto e agradecer desde já à Casa por me receber novamente. Isso aí pessoal, eu disse novamente. Pra quem não se recorda, sou eu o Andim;D de “O drama da minha vida” e “Meu Anjo”. Esses dois contos iniciados no segundo semestre de 2012 e deletados por alguns motivos pessoais. Como já toquei no assunto, quero pedir mil desculpas a todos aqueles que acompanhavam meus contos e que eu sem nenhuma explicação “abandonei”. Meus queridos, mil desculpas, mas estou de volta e prometo que não sentirão falta dos outros contos, porque este aqui engloba os dois. Sem mais delongas quero apresentar vocês ao conto.

Oie, então, o conto é verídico, os personagens também são (lógico, dãh) e essa é a história da minha vida. Aos psicólogos de plantão estou aberto para suas constatações... Ah, devido a alguns problemas que obtive ao usar nomes verdadeiros nos outros contos e que me renderam muitas (com ênfase no muitas) dores de cabeça, terei que usar nomes fictícios para os outros integrantes da história. Não vou apresentar cada um deles aqui, vocês os conhecerão de uma forma bem espontânea no decorrer dos capítulos. Boa leitura e um xeroooo pra todos vocês...

Andim;D

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Capítulo 1

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É, realmente, não deveria ter exagerado tanto ontem. Culpa minha. Sempre é. Deveria me apresentar também como o culpado pela Primeira Guerra Mundial, tenho absoluta certeza, que mais esse fato, não faria diferença nenhuma. Tudo é culpa do Anderson. Mas como não estamos aqui pra falar de mim e sim dele, vamos a ele: Ricardo.

Seu sorriso me encantava e se olhar despertava em mim um fogo que eu tentei por muito tempo apagar, até descobrir que era como se jogasse gasolina na fogueira. Triste história, mas como sem ela não há história alguma, vamos lá... É julho e como em todos os anos, nesse período, eu estava bastante arreigado emocionalmente. Tá, não vou dizer que estava uma florzinha, mas sim, estava bem sensível. Ele apareceu nesse momento de minha fraqueza como um “cavaleiro de armadura reluzente, me oferecendo um espaço na sua montaria para fugir do dragão”. E eu fui me entregando cada vez mais ao jogo que mesmo sem perceber ele fazia comigo. Resultado? Acabei irremediavelmente e enlouquecidamente apaixonado.

Mas não começou aí, não poderia. Desde os meus 8 anos tenho consciência de que sou “diferente”. Tá, agora a pergunta: “Como assim diferente?”. Diferente poxa, a maioria das pessoas possui uma opção sexual, eu não... Não, eu não sou “Bi”, nem “hetero”, nem “homo”, nem tenho aquelas taras estranhos por mortos, ou animais, nada disso (com todo respeito). Pode parecer estranho, mas eu não tenho opção sexual. Por muito tempo achei ser abstênio, mas logo isso se revelou uma ideia errônea. Eu gostava sim, de pessoas, do que elas eram no seu intimo, a casca pouco me importava (Tá, nem tão pouco assim), mas o interior das pessoas sempre me fascinou e era o objeto de meus desejos.

Eu fui apresentado ao mundo do sexo exatamente na semana de aniversário de meus 8 anos. Tá, “sexo”, não é uma boa palavra pra descrever o que aconteceu, mas vou utilizá-la aqui por falta de outra... Então, estávamos na semana de aniversário de meus 8 anos e tínhamos viajado para a chácara em que viviam meus avós no interior de minha cidade. Agora, quem integrava esse nós? Eu, meu pai, minha mãe, tios, primos, alguns amigos da família e ele (tinha que ser ele). Mateus era o filho mais novo da minha madrinha, e na época estava com seus 16 anos. No auge da puberdade, ele era um garoto que estava “cheio de amor para dar”, se me entendem. Mateus não era lá um príncipe de Malhação, mas tinha um olhar meigo, um sorriso sacana e cuidava sempre de mim, não preciso mais dizer nada, né gente? Nada disso, preciso sim. Pros detalhistas de plantão, Mateus tinha por volta de 1.80 de altura, corpo definido pela academia, olhos cor de mel, e moreno. Não posso me esquecer do sorriso, o sorriso dele me encantava e ainda hoje me encanta, mas voltemos a história.

Mateus tinha o dobro da minha idade e já tinha tido muitas experiências. Eu, por outro lado, sempre fui um típico “filhinho do papai”. Ser bajulado, e mimado por todos me tornou uma criança extremamente inocente e até hoje eu posso garantir a vocês, sou virgem, e por mais que cause espanto a todos, também sou BV... Agora você deve estar muito louco tentando imaginar como raios eu fui “apresentado ao sexo” e ainda sou virgem. Não precisa esquentar os neurônios, eu explico...

Em uma tarde na chácara, enquanto estávamos todos descansando após o almoço, Mateus veio até minha rede e disse que queria me mostrar algo, Eu, inocente fui atrás. O safado me levou pro meio do mato e começou a tirar a roupa, fiquei sem entender nada. Depois de nu ele me disse para tirar minha roupa também e que eu gostaria da brincadeira, então obedeci. Basicamente ele ficou atrás de mim, se enroscando e esfregando na minha bunda (que modéstia parte é bem bonitinha gente) por um tempo, até gozar nas minhas coxas, depois ele me levou até um pequeno lago que tinha ali perto onde nadamos e me falou que aquele era o nosso segredinho.

Depois do episódio, Mateus ficou muito mais carinhoso comigo, me colocava no colo dele, sempre me chamava para “brincar” e passou a dormir algumas vezes na minha casa com a desculpa de me ajudar com algumas matérias e nós dormíamos de conchinha no meu quarto... Como as outras pessoas não notavam isso? Sinceramente, não sei. E nunca reclamei disso... Mas então, o tempo passou, ele viajou e quando voltou trazia na mala outra “mala”, uma namorada. Aí nossa pequena relação foi perdida, agora éramos completos estranhos um para o outro. E seguimos nossas vidas adiante.

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