Capítulo 1- (Lar Doce Lar) -parte 2

Conto de Alex20 como (Seguir)

Parte da série Paraisópolis

Bom pessoal obg pelos comentários anteriores, esse e a 2 parte do primeiro capítulo. Vou logo avisar q eu irei postar dois capítulos por semana. Um na sexta e o outro no sábado. Bjs boa leitura😙😉👍

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-Filho. - ouço a voz da minha mãe penetrar meu sonho –Alex, acorde!

-Oi, mãe. - digo com a voz sonolenta, coço os olhos tentando me adaptar à escuridão.

-Vem jantar. A pizza vai esfriar.

-Eu esquento no micro-ondas.

-Vem jantar! - minha mãe repete saindo do quarto.

Olho pelo relógio na cômoda e vejo que são 18:27PM. Levanto e vou ao banheiro lavar o rosto. Fico observando o meu reflexo. Os meus cabelos são castanhos, assim como os meus olhos. O meu rosto é um pouco afilado, não gosto muito dele. Não tenho nada de muito grandioso no meu corpo, eu sou...magro!

Sigo para a sala de jantar onde uma caixa de pizza está entreaberta. Pego um pedaço e vou para a sala em seguida e junto-me aos meus pais que estão vendo jornal.

-Que bom que acordou, dorminhoco. - meu pai bagunça meu cabelo.

-Pai, para com isso. - digo arrumando o cabelo.

Volto minha atenção para a TV, que começa a falar de uma notícia sobre o casamento gay.

-''Numa decisão histórica, a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou nesta sexta-feira o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Os 13 estados que ainda proibiam não podem mais barrar os casamentos entre homossexuais, que passam a ser legalizados em todos os 50 estados americanos. A decisão veio por cinco votos contra quatro.''- diz a âncora do jornal.

-Só se falam em gays ultimamente, eu não aguento mais! - minha mãe extravasa ao ouvir a notícia.

-É uma realidade, mãe. Eles só estão comemorando o direito que ganharam.

-Casamento é entre homem e mulher! - meu pai também entra na discussão.

Não digo nada. Nunca disse nada, na verdade. Discutir com meus pais sobre sexualidade é como tentar contar os grãos de areias em uma praia: impossível. Mesmo com total consciência da minha preferência por outros caras eu nunca contei nada pra ninguém. Quer dizer, tenho uns amigos que sabem, mas poucos. É uma das muitas coisas que guardo para mim mesmo.

-Vamos assistir outra coisa. - a voz de minha mãe interrompe meus pensamentos. Ela coloca em algum canal qualquer da TV por assinatura que passe filmes.

-Isso. –disse o meu pai - Olha só para nós assistindo televisão juntos como uma família! Nada no mundo paga momento como esses! – ele passa o braço no encosto do sofá e coloca os pés na mesinha de centro.

-Não seja folgado, Antônio! - minha mãe dá um tapa na coxa de meu pai.

-Desculpe, querida. Eu só queria me espreguiçar.

-Se quer se espreguiçar vá pra cama!

-Não é uma má ideia. - meu pai olha em seu relógio de pulso- Me acompanha?

-Claro.

-Ótimo! Preciso descansar bem, amanhã irei conhecer meu novo local de trabalho.

-Por falar nisso –cantarolou minha mãe -, Alex, você já deve ter visto do seu quarto que moramos bem pertinho dessa favela que o seu pai vai trabalhar.

-Sim, eu vi. –balancei a cabeça.

-Pois bem, não quero você lá. Aquele lugar não é para nós. Sabe-se lá as coisas que aquelas pessoas podem fazer conosco.

-Ah, que peninha! –fui irônico - O papai me chamou para um divertido tour pela comunidade mas vejo que não vai dá certo. - digo fazendo biquinho, na verdade, não estou triste com isso.

-Do que ele está falando, Antônio?- minha mãe olha para meu pai.

-Ora meu amor...não há problema nenhum em Alex ir comigo até Paraisópolis.

-Claro que há! Tem todo tipo de gentinha lá! Não quero meu filho com esses...esses, esses...delinquentes! - minha mãe faz careta.

-Não exagere, Isabel! Há muitos jovens bons naquele lugar!

-Faça-me o favor...- minha mãe vai em direção ao seu quarto.

-Não ligue para o que ela diz, nossa visita a comunidade ainda está de pé. - dizendo isso meu pai deixa a sala.

Levanto-me e desligo a televisão. Vou ao meu quarto.

-Deus, o que eu fiz pra merecer esses doidos como meus pais? - digo sentando em frente ao notebook. Quer dizer, o meu pai é legal, mas a minha mãe é um saco!

Entro no site de busca e digito por Paraisópolis.

-''Paraisópolis é um bairro favelizado da cidade de São Paulo...''- começo a ler os resultados da pesquisa- ''Paraisópolis vêm recebendo vários projetos de urbanização, entre eles encontram-se: a das vias de tráfego; obras emergenciais de reparos da infraestrutura; regularização fundiária; canalização de córregos; abertura de novas ruas e uma escola.''

Ora, ora...parece que Paraisópolis vêm mesmo avançado bastante. Não me parece ser um lugar tão pobre assim, pelo menos não na novela.

Desligo o notebook e deito na cama, decido ir dormir.

Acho que tenho planos para amanhã.

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