Madrugada Entre Amigos

Conto de Alequino como (Seguir)

Parte da série HAPPY - Felizes apesar de tudo

Uma ambulância e um camburão da polícia militar já estava no local. O ladrão tinha fugido, o policial conversava com Gustavo e a enfermeira conversava com Ted.

Alguma coisa grande estava esticada no chão coberta por um saco preto, e eles esperavam pela perícia.

Um carro descia rápido a rua e parou do outro lado do restaurante.

De dentro saíram Hugo, Darlan, Celo e Carlos que foram direto ao encontro do amigo, abraçando-o todos de uma vez.

- Está tudo bem com você? - Perguntou Carlos.

- Fisicamente, sim. Mas não sei se alguém saiu bem dessa situação. A não ser minha mãe, que acabou de jantar e foi embora - disse Gustavo.

- Depois de tudo que aconteceu aqui? - Perguntou Darlan, visivelmente abismado.

Gustavo concordou envergonhado.

- Desculpa, Gustavo. Eu sei que ela é sua mãe - disse Darlan.

- Tudo bem, Darlan - disse Gustavo, ficando triste, se é que já não estivesse o bastante.

Darlan o abraçou, e aquele não era o momento para pensar em si mesmo, mas Guatavo retribuiu o abraço.

Depois de resolverem mais algumas coisas, foram todos para a casa dos Mendes. Menos Ted que foi para a sua casa.

- É melhor vocês tomarem um banho e irem dormir. Já está tarde e todos temos aula amanhã - disse Darlan, e o irmão concordou, antes de subir os degraus seguido por Gustavo e Celo.

- Quem me dera se esse banho lavasse a culpa que eu estou sentindo, também - disse Gustavo, sentando-se na cama do melhor amigo, que tirava um pijama do pequeno closet.

- Ei, você não tem culpa de nada - disse Celo, abraçando-o amigo.

- Olívio só está morto, porque saiu para me defender - disse Gustavo.

- Ele só está morto, porque o bandido estava armado. A culpa não é sua! - Disse Carlos.

- Sei lá - disse Gustavo levantando-se. - Posso ir na sua frente? Estou louco para dormir... Ou tentar, pelo menos.

Carlos concordou.

- Está tudo bem por aqui? - Perguntou Darlan, colocando a cabeça para dentro do quarto.

- Obrigado por irem buscar o Gustavo - disse Carlos ao irmão.

- Não tem de que, Carlos. O Gustavo é seu amigo, e ele é como se fosse da família. Faríamos qualquer coisa por ele e por Celo, do mesmo jeito que faríamos por você.

- Por mim? - Perguntou Carlos, se levantando e se aproxando do irmão. - Você já faz sendo o irmão que eu me orgulho de ter - e os dois se abraçaram.

Celo sorriu daquela cena e ae lembrou do irmão.

- Gente, eu tenho que avisar ao meu irmão o que aconteceu. Com licença - disse ele, saindo do quarto.

Depois dos banhos eles se deitaram. Celo foi o primeiro a adormecer.

- Eu nunca pensei que eu fosse passar por essa situação, parece até cena de um romance - disse Gustavo.

- Um homem que nem te conhecia. Ele realmente devia ter um bom coração - disse Carlos.

- Será que Ted está com raiva de mim?

- Se o marido era bom, eu creio que ele também era. Mas se você quiser tirar a dúvida, podemos fazer uma visita a ele.

- Eu não sei onde ele mora.

- A cidade não é tão grande assim, a gente descobre.

- Obrigado... De novo.

- É o que os irmãos fazem.

Eles se sorriram no escuro. E por menos que enxergavam, entenderam que o outro também sorria.

- Eu pela primeira vez na vida senti como se tivesse um pai - disse Gustavo, agora com os olhos marejados.

- Amigo. Não sei se essa é a hora para o assunto, mas o que sua mãe te disse, para você sair do restaurante?

- Ela disse que se aquele fosse o futuro, estavamos no fim dos tempos, se referindo ao Ted e ao Olívio que estavam de mãos dadas.

- E você saiu do armário? - Perguntou Carlos, ficando assutado.

- Não, mas disse que ela tinha que aceitar as diferenças. Ela foi ao banheiro, e eu embora. Pelo menos era o que eu faria. Nas depois de hoje eu não quero mais esconder. Eu sei que eu deveria esperar ser idependente, mas eu acredito que tudo acontece por um motivo, e eu farei isso pelo Olívio, e claro, por mim.

- Você sabe que eu e o Celo nunca vamos deixar você desamparado se acontecer alguma coisa.

- Vocês não são amigos, são anjinhos - disse, fazendo o amigo se emocionar.

- É melhor nós dormimos. Amanhã, ou melhor, hoje, temos duas provas.

- Boa noite - disseram um ao outro.

Carlos, que não conseguia dormir, depois do que lhe pareceu quinze minutos, levantou-se e foi até a cozinha, tomar um copo de água.

- Assaltando a geladeira? - Pergunrou Hugo, assustando-o.

Ele deu um riso, nervoso.

- Vim pegar um copo de água, não estou conseguindo dormir. - Também.

- Hugo, obrigado por ter deixado a pizzaria para buscar o Gustavo conosco.

- Não precisa agradecer. Ele é seu melhor amigo, e você é irmão do meu. Isso faz de você meu amigo também. E amigos fazem coisas desses tipo um pelo outro.

- Valeu - disse Carlos, abraçando-o de repente, e ficando sem graça ao perceber o que tinha feito (os dois estavam sem camisa).

- Não tem de que - disse Hugo, sorrindo. - E aí, apesar do final da noite, o que achou dela?

- Gostei, mesmo. A galera mais velha é bem legal - disse Carlos, ainda sem-graça.

- Fiquei feliz que você apareceu. Para falar a verdade, eu achei que você não ia muito com a minha cara. Seu irmão sempre disse que era bobeira minha, mas você nunca falou muito comigo.

Carlos estaca ficando mais sem-graça a cada palavra de Hugo.

- Eu gosto de você... Quer dizer... Como amigos gostam de amigos... Entendeu?

- Claro - disse Hugo, visivelmente querendo rir, mas segurando para não fazê-lo.

- Você gostou do relógio?

- Adorei. Era como se você soubesse exatamente o que eu queria ganhar.

Carlos parecia estar sob uma luz negra vermelha naquele momento.

- A não ser o livro da Amanda, mas como ela disse que foi você que a ajudou a escolher, tenho que te agradecer duas vezes - disse Hugo, abraçando Carlos, mais uma vez, e dessa vez, puxando a cabeça de Carlos para seu peito e enfiando os dedos por entre os cabelos dele.

- É melhor eu ir dormir - disse Carlos, antes de voltar para o seu quarto.

- Estava comendo alguma coisa? Demorou - disse Celo.

- Você estava acordado? - Perguntou Carlos.

- Desde que você se levantou.

- É. Um pedaço de pudim

Celo concordou e se virou para o outro lado.

Carlos deitou-se, sorriu-se e suspirou, antes de, finalmente, dormir.

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