Capitulo 09 - Eu sempre estarei com você...
Parte da série Por Você
Antes...
Marcus não falou nada só me levou para casa com ele. Mamãe e papai não falaram nada são sei se foi pelo fato de verem meu rosto deprimido e cansado ou se foi pelo olhar de Marcus que ele lhes dirigiu quando entramos em casa.
Ele me levou para o quarto, me abraçou em silencio e saio fechando a porta atrás de si. Olhei para o meu quarto, a cama estava arrumada, a prateleira de livro estava organizada, os CDs e DVDs guardados e organizados a TV e o SOM estavam cobertos e o computador estava desligado. Eu não entrava naquele quarto há dias, eu não deveria esta em casa meu namorado poderia morrer a qualquer momento e foi nesse momento que me encostei no guarda roupa e voltei a chorar.
Ele iria... E eu não poderia fazer nada para impedir.
Meu corpo deslizou ate o chão e lá fiquei horas a pensar enquanto aos poucos minhas lagrimas se esvaiam.
>> Parte II <<
[A partir daqui a historia é narrada por Lucas Amell]
Depois...
Quando acordei eu estava na cama, alguém havia me colocado lá enquanto eu dormia. Levantei-me e fui para o banheiro onde tomei um banho e escovei os dentes. Voltei ao meu quarto vesti uma calça jeans e uma camisa regata vermelha, calcei os tênis e fui para a cozinha, mas antes que eu entrasse ouvi Marcus discutindo com nossa mãe.
– Eu não aceito isso!
– Continue dessa forma mamãe e vai acontecer tudo de novo. Você se lembra porque eu fui embora?
– Porque você tomou a decisão errada.
– Não seja hipócrita mamãe.
– O que você disse?
– O que eu ouvi. Você se esqueceu de onde veio?
– Não me esqueci.
– Esqueceu. A vovó não se orgulharia do “monstro” em que você se transformou.
– Cale-se!
– Não! Você quase destruiu a minha vida e quer fazer o mesmo com a de Lucas e eu não vou permitir isso.
Algo se chocou com a parede se despedaçando enquanto seus estilhaços caiam no chão. Dei meia volta e fui caminhando para o hospital.
O céu estava nublado, ventava e fazia frio e só agora eu percebera que a camisa regata tinha sido uma péssima idéia alem do fato de que havia uma neblina densa naquela manhã, logo o inverno chegaria.
A rua estava tranqüila e minha mente começava a trabalhar de uma forma diferente, como se algo crucial fosse acontecer e ao que parecia eu ficaria feliz, porque havia de uma forma inesperada a esperança de que Damon continuasse viva e a idéia me tranqüilizava. Havia algo diferente no ar.
Na maioria das vezes eu conseguia encontrar em mim uma função, o porquê de tudo ainda se escondia de mim, mas uma parte lá no fundo sabia quando chegaria à hora. Talvez uma pessoa só ame outra quando esta disposta a morrer pela pessoa amada e se houvesse alguma forma de fazê-lo eu o faria.
Isso se tornara um fato.
Uma brisa gélida atravessou o meu corpo, algumas árvores deixaram cair suas folhas amareladas no chão enquanto outras já mortiças balançavam seus galhos que chicoteavam o ar.
Ao longe um farol atravessava a neblina em ziguezagues – um motoqueiro bêbado provavelmente em alta velocidade ou talvez um adolescente curtindo a adrenalina de fazer manobras arriscadas em uma rua quase invisível – mas o motor rugia como um de um carro.
Foi quando a “moto” se aproximou e que percebi que não era uma moto ziguezagueando a rua e sim um carro com um dos faróis quebrados.
Fiquei inerte.
O carro se aproximara muito e era impossível desviar a aquela altura e então ele em atingiu e me jogou no ar.
Somente naquele momento compreendi que eu daria a minha vida por ele, Damon ficaria bem.
Minha cabeça tocou o chão, a dor inundou minha cabeça e depois o meu corpo, algo quente escorria da minha cabeça, tudo começara a ficar embaçado e aos pouco a escuridão dominava meus olhos e mesmo com a dor meus lábios esboçaram um sorriso de satisfação, de felicidade.
Ao contrario do que todos pensam a morte não é rápida e eficaz ao contrario ela é lenta e tortuosa e não houve um flashback de minha vida. Fiquei feliz por não ter uma reprise da minha vida. Mas uma imagem apareceu em meio à escuridão, era o rosto dele sorrindo pra mim e foi com aquele sorriso que tudo finalmente chegava a o fim.
– Eu sempre estarei com você...