Capitulo 09 - Eu amo você
Parte da série De Repente Amor
ANTES
Não respondi e olhando para ele e o vi aplicar sua força na corda. Mais uma vez a corda tocou o meu corpo e ele sempre fazia a mesma pergunta, mas ele já sabia a minha resposta.
Meu silencio era a resposta.
E ele odiava isso e não aceitava que eu seu único filho fosse... Ele odiava as pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo, passei minha vida o ouvindo falar mal dessas pessoas e seria a gota d’água que seu filho fosse como as pessoas que ele mais odiava.
Não houve ruído de choro ou de dor.
Eu já contara trintas lapadas com a corda ensangüentada em meu corpo... Tudo começou a escurecer de repente... Então eu paguei.
Quando voltei a mim, ele ainda estava me batendo, agora com menos força ele estava cansado, eu podia ver o choro da minha mãe que vinha de algum lugar da casa e implorava para que ele acabasse com aquilo.
Arrastei-me devagar ate a porta, me levantei em meio o ardor das minhas costas e do meu corpo que estava vermelho e quase roxo. Abri a porta e sai. Começava a nevar e a partir daí fiquei perdido...
AGORA
Parte I
[Narração feita por Adam]
Nevava.
O branco dançava em meio ao ambiente. Carros passavam em suas idas e vindas.
Que horas será? – eu me perguntava.
Eu havia andado por algum tempo, não reconhecia aquele lugar, meu corpo estava gélido e os ferimentos estavam fechados. Havia roxo em quase todo o meu corpo.
Não havia uma memória clara da ultima vez que me vi em algum lugar conhecido. Duas coisas eram claras: o branco e o vermelho.
Eu havia corrido por horas talvez ou minutos eu francamente não sabia. Cansado parei e me encostei-me em uma arvore, seu tronco estava coberto de neve assim como a copa, ao tocá-la houve uma ardência me afastei da arvore e puder o branco manchado pelo vermelho de minhas costas, mas eu já estava cansado então decidi fechar os meus olhos.
Quando acordei meu corpo estava coberto por uma camada Iná de neve. Levantei-me e segui para qualquer lugar.
Fazia frio naquela noite como todas as outras que havia passado nas ruas dessa cidade, meu corpo tremia mais do que o comum e minha barriga doía, minha garganta estava seca e quase não havia mais forças para me manter em pé.
Não sei quantos dias ou horas fique a perambular por essas ruas irreconhecíveis, então vi um enorme letreiro com um X vermelho e a palavra Mart em azul e segui para lá.
>> Parte II <<
Quando finalmente cheguei ao local eu já havia desistido de continuar de caminhar, eu queria deitar e dormi. Aproximei-me do estacionamento a procura de um lugar para me deitar quando um garoto que era muito familiar desceu do carro e me olhou com duvida, o olhei, mas por mai que eu tenta-se me lembrar não saia nada da minha mente.
- Adam? Você esta bem? – ele perguntou.
- Quem é Adam? – me perguntei – Ele pensa que sou eu? Meu nome é Adam?
Eu queria responder e perguntá-lo, mas não havia força pra isso então ele me segurou pelos ombros para que eu o olha-se, mas eu estava cansado de mais para tentar me manter são.
Eu estava com sono e iria dormir porque naquele momento era tudo o que eu queria...
Apenas dormir.
E tudo ficou negro.
Eu não conseguiria mais abrir meus olhos.
>> Parte Final <<
[Narração feita por Lucas]
Adam ficou alguns dias no hospital e em duas semanas teve alta, eu fui buscá-lo e o levei para o shopping para comprar roupas.
O pai dele havia descoberto o relacionamento dele com Lucas através de uma vizinha que os havia visto aos beijos próximo a escola há alguns dias atrás.
Ele o havia espaçando e o colocado para fora de casa. Adam perambulou pelas ruas da cidade em pleno inverno com as roupas leves e o frio havia piorado a recuperação dele.
Ele estava morando comigo.
Apesar dos dias terem se passado ele evitava falar com a maioria das pessoas no colégio e ate mesmo com minha família – ele só se sentia a vontade para falar comigo – a mãe dele havia ido à escola para falar com ele, mas ele recusou e só trocou poucas palavras com ela e por que eu insisti e foi assim durante todo o inverno.
Minha mãe havia conseguido trocar as aulas dele para que ele ficasse na mesma sala que eu e havia conseguido uma bolsa de estudos para ele.
As férias finalmente haviam chegado e eu estava deitado na cama olhando para o teto branco, eu não estava pensando em nada especial, Adam estava na cozinha provavelmente se empanturrando – o que me fez rir por um breve momento ao imaginar ele falando de boca cheia enquanto dona Ângela brigava e ria satisfeita – o que eu não faço normalmente.
As comemorações do final de ano foram divertidas, ri muito vendo ele tentar se manter em pé em um skate em pleno inverno na nossa sala e muito mais quando ele se engasgou com uma trufa de chocolate. Por mais que ele sofrera nos últimos meses ele parecia esta bem agora, ele estava feliz.
A maçaneta do meu quarto fez um ruído e a porta se abriu, eu não precisava olhar para ela para saber que era Adam.
Ele caminhou ate a cama e se deitou ao meu lado.
- Você cheira a bolo de chocolate.
- Eu não poderia dispensar tal gostosura da dona Ângela.
Ri. Houve um silencio no quarto e virou o rosto para me olhar e eu fiz o mesmo.
- Obrigado – ele disse.
- Pelo?
- Por tudo o que esta fazendo por mim...
- Não precisa agradecer... – houve um novo silencio – Adam...
- O que?
Seus olhos estavam nos meus e eu sabia agora o que eu sentia apesar de ser errado, mas eu não estava me importando com o que os outros pensariam, eu só desejava ser feliz, desde o começo.
Ele me olhou como se procura-se algo.
- Eu gosto de você.
- Gosta?
- Não...
- Não? – olhou ele surpreso. – Não estou entendendo.
Eu me aproximei, minha mão segurou seu rosto e o beijei.
- Eu amo você.
NOTAS
Peço minhas humildes desculpas pela demora para postar este capitulo, tive uns problemas e meu pc não queria abrir esse site em especifico. Mas bem depois de resolver minha situação com meu pc estou aqui eu com este ultimo capitulo da temporada.
Agora darei sequencia a "Por Você" e assim que conclui-lo trago a segunda temporada de "De Repente Amor"
Meus mais estimados agradecimentos ao Leitor Português e a todos que leram este conto. ^^