Capítulo 1 - Dilema

Parte da série Pré Astecas

A muito tempo atrás, um poderoso líder encontra uma solução sangrenta para lidar com seu desejo em segredo... Ainda bem que essas coisas não acontecem de verdade, não é mesmo?

Nota: Este é um texto de ficção, destinado a um público adulto. Ele descreve cenas violentas (assassinato, estupro, sacrifício humano). Não se encoraja a prática de violência contra outras pessoas na vida real. Se você não gosta desses temas, não prossiga. Considere-se avisado.

Num passado remoto, um destemido líder chegava a um impasse, num complexo problema. Seu povo havia conseguido alcançar um razoável nível de tecnologia e conforto, sem dependência de seus vizinhos. Logicamente, isso despertou a inveja desses, e depois de um longo tempo de guerra, finalmente ele emergia vitorioso.

Era uma vitória amarga. A batalha desnecessária drenou recursos preciosos, e agora o deixava com uma quantidade de prisioneiros maior do que podia ser alimentada, e mesmo possuindo maior conhecimento para organizar a massa humana, obviamente os presos não eram muito cooperativos.

Ele se via claramente diante de uma crise, com a diferença de que não havia mais culpados para apontar. Precisava tomar uma decisão firme, mas não a encontrava, e isso lhe tirava o sono. Rolou de lado, seu rosto interceptou a luz da lua cheia. Como se fosse o clarão o responsável pela sua insônia, ele se ergueu de seu catre, se movendo até a janela.

Suas mãos tocaram a fria rocha da qual sua morada fora construída, enquanto seu olhar percorria o vale abaixo, com várias casas mais simples, feitas da própria terra, iluminadas por algumas tochas, pelos poucos que ainda estavam despertos, e pelos guardas noturnos. O que seria de todos eles se seu líder falhasse?

Sentindo repulsa pelo toque áspero da pedra, sua mão procurou o calor de seu peito nu. Durante toda a sua vida havia se dedicado à liderança do povo. Era esperto o suficiente para deixar os religiosos, os guerreiros, os cientistas e o povo razoavelmente felizes, mas temia uma revolução caso não fosse possível manter todos sob suas rédeas.

Seu peito parecia carente de um toque. Sua mão se demorou numa gostosa carícia, enquanto ele voltava seu olhar para dentro do quarto de pedra, para o leito vazio. Logo ele olhou para fora novamente, pois há muito havia decidido preencher tal vácuo com as questões dos outros, assuntos bem mais nobres.

Mas o apelo da carne se impunha sobre seus pensamentos. Sua mão desceu deslizando pela pele lisa de seu abdômen bem modelado, parando um instante quanto sentiu a textura de seus pelos púbicos. Ele reconhecia, a insônia já era uma velha conhecida muito antes de ter que enfrentar os problemas de sua comunidade.

Seus olhos foram se fechando, a imagem dos casebres no vale se estreitando, enquanto seu punho se fechava em sua tensa masculinidade. Sua mente viajava visualizando treinos de batalhas corporais, corpos suados em contato, medindo força e vontade, e sua mão fundida à seu apêndice viril, surrava-o em intensa e deliciosa fricção...

E misturando lembranças e fantasias, visualizou homens lutando nus, agarrando-se, imobilizando e resistindo, encarando e gemendo! E seu punho se entregando a um frenético vai e vem, imaginando as nádegas de um lutador durante a penetração em seu parceiro, contraindo e relaxando ritmicamente num coito intenso e animalesco...

Seu corpo se contraiu em alguns espasmos, enquanto ele jogou a cabeça para trás, emitindo um gemido. Baixou o olhar em seguida, podendo ver as últimas gotas do seu prazer caírem sobre a pedra fria.

E como se pressentisse estar sendo observado, olhou para fora. O desejo pelo mesmo sexo era violentamente punido, e ele temia ser descoberto. Mas ele não viu ninguém. Mesmo que houvesse, quem poderia ter acesso aos seus pensamentos? Olhou para o alto, e viu que apenas a lua cheia era sua companhia. E como se houvesse ouvido seus pensamentos e respondido a eles, ele teve uma idéia, uma verdadeira iluminação.