Capítulo 5 (Epílogo) - Decepção?

Parte da série O sobrinho do Papai Noel

A posição estava me incomodando, então tombei-o de lado, e ele não reagiu ao fim da nossa comunhão corporal, como se estivesse desacordado. Peguei o meu lençol e comecei a limpar o meu peito e abdômen. Cara, eu gozei pra caralho!!!

Ele repentinamente me abraçou, e começou a me beijar. Era como se estivesse tentando recuperar o tempo perdido, sentir um corpo de homem bem perto, um gosto de macho na boca... Claro que eu não me incomodei, e retribuí até ele cansar.

-Gostou do seu presente? - perguntou com um olhar malicioso. Me peguei pensando em quanto ele é bonito. Era exatamente como eu havia pedido ao Papai Noel...

-Muito. - respondi, não conseguindo conter um sorriso. Com a lucidez que segue o final de uma transa, eu reconhecia que era uma loucura, mas estava me sentindo seguro e completo com ele ali. E começamos a conversar.

E o estranho foi que ele pareceu um velho conhecido. E um tanto tagarela, acho que a experiência que havia terminado naquele instante o deixou desinibido, afinal eu já estava sabendo de segredos que ele não devia compartilhar com muita gente.

Me contou que trabalhava no design de brinquedos (que surpresa...) educacionais. Ramo da família, claro. Contou casos enrolados onde a liberação devido a normas de segurança, burocracias e concorrência foi difícil. Disse que malhava regularmente e gostava de nadar. Comia carne branca, mas evitava a vermelha há algum tempo. Adora café, tem um fraco por doces, mas se controla. E tinha o maior tesão por homens morenos e malhados como eu...

E como eu imaginava, ele disse que tentava esconder do tio-avô o seu gosto pelo mesmo sexo. Tinha receio que contasse ao restante da família. Nem sozinho mostrava que gostava de homens, pois diz-se que o Papai Noel sabe de tudo que voce faz... Só agora conseguia ver que tinha apenas perdido tempo.

Acabei me abrindo com ele também, contei várias coisas, e houve um momento no qual esperei uma resposta dele, e quando vi, estava dormindo. Sorri, confesso que era uma satisfação ter um homem maravilhoso como ele nu, adormecido na minha cama. Eu também estava cansado, e instantes depois, também acabei dormindo.

Despertei virado para o lado da janela. Parecia que o sol já estava alto, e percebi que estava com fome. Me surpreendi quando me virei e notei que estava sozinho. Ao mesmo tempo, vi que as portas dos meus armários não estavam completamente fechadas, como costumo deixar. E então, num choque, numa descarga de adrenalina, vejo a minha carteira em cima do criado mudo. Ela não estava lá antes, e agora não tinha dinheiro algum, e tenho certeza de que eu tinha alguns trocados.

Me encolhi de raiva. Então, ele era mesmo um ladrão. Mentiroso!!! Filho da PUTA!!! Me senti um trouxa, um idiota, acreditei como um pato na estória mais absurda do mundo! Sobrinho neto do Papai Noel!!! QUE LOROTA!!! Como pude achar que esse estranho poderia ser o homem da minha vida???

E me senti como um garoto, que depois de ter se comportado bem, e se divertido com o brinquedo novo ganho no Natal, descobre que o Papai Noel não existe, é TUDO MENTIRA!!! Como pessoas que dizem que nos amam são capazes de enganar a gente dessa forma? Qual O MOTIVO???

Tirei as mãos do rosto, e pensei em olhar quais dos meus aparelhos eletrônicos o safado teria levado da sala. Me levantei rapidamente, e aliviado, notei que estava tudo no lugar. Mas ouvi um ruído vindo da cozinha. Um som de talheres e louça.

E ele estava lá. Envolto em cheiro de café e do pão fresco que estava cortando. - Boa tarde, dorminhoco... - sorriu quando olhou para mim. Em cima da mesa vejo queijo e presunto como o pão, recém comprados (sei lá onde, hoje é feriado), e um troco, além de duas xícaras, algums talheres e manteiga.

-Ficou bem em mim, não acha? - ele abriu um pouco os braços, exibindo minha roupa, que realmente serviu bem no corpo dele. Corri e o abracei, queria senti-lo perto de mim, sentir o cheiro dele mais uma vez...

-O que houve?... - ele falou baixo, enquanto eu esfregava o rosto no pescoço grosso e firme dele. Minha cabeça girava devido aos pensamentos conflitantes, e balbuciei: - Você... é mesmo sobrinho-neto do Papai Noel?

Ele ficou em silêncio por poucos instantes, e então começou a rir. O soltei, e o encarei, meio irritado: - Qual é a graça?

-Ah, me lembrei de algo que o meu tio-avô disse. - ele fez uma pausa para se recompor. - Quando comecei a ajudá-lo, me fez prometer que não contaria a nenhuma criança o que estava fazendo. Fiquei curioso e perguntei se poderia contar aos adultos. Sabe o que ele respondeu?

Fiz uma expressão de interrogação, enquanto imaginava onde ele queria chegar. - Ele disse que podia, por que os adultos não conseguem acreditar que ele existe, mesmo com provas disso. - sorrindo, procurou meu olhar antes de continuar. - Inclusive é por isso que vivem contando às crianças sobre ele: olham para elas e tentam lembrar como acreditar que existe algo tão mágico e bom neste mundo como o Papai Noel.

De fato, era difícil mesmo de acreditar, e eu sorri hesitante, envolto em uma sensação estranha, achando que logo despertaria de um sonho incrivelmente bom. Porém ele ainda continuava ali, me trazendo uma intensa serenidade, mesmo depois do meu recente nervosismo.

-Cara, eu estou morrendo de fome. Vamos comer? - puxando uma cadeira para se sentar, ele interrompeu meus pensamentos. Eu também estava faminto, e respondi: - Demorou, vamos.

Com um gesto, ele não me deixou sentar: - Vai vestir alguma coisa primeiro! - Puts, eu esqueci que ainda estava pelado. Ele notou minha ligeira desorientação, e sorriu novamente. Nossa... Ele estava gostoso demais, sua figura máscula à minha mesa, mesmo naquele ambiente doméstico, emanava sensualidade e me provocava... Porém, fui buscar pelo menos a minha cueca.

Bom, e assim ele continuou usando roupas minhas até o Ano Novo. Ou talvez nem tanto, pois passamos muito tempo juntos na cama. As camisinhas que ele ganhou do tio-avô não foram suficientes. Tivemos que comprar mais. Não transamos de modo tão intenso e selvagem como da primeira vez, foi como se tivéssemos dado um novo início. Pude observar e apreciar com calma os detalhes da deliciosa anatomia dele, e ele a minha, e ajustamos as nossas vontades corpo a corpo, cedendo antes que o desejo nos tomasse por completo. Antes do ano terminar, eu penetrei em seu corpo virgem, e progressivamente fomos nos tornando mais ligados, mais unidos.

No Ano Novo, o levei até onde ele morava, e nos despedimos. Felizmente, foi por pouco tempo, pois ele veio morar comigo, e continuamos juntos desde então. O meu mundo mudou, para muito melhor. Até hoje, nunca conheci o Papai Noel em pessoa, porém nunca mais duvidei que ele realmente existe.

Comentários

Há 2 comentários.

Por em 2013-01-02 22:08:46
AMEEEEI! Mas agora quero a opinião de quem entende. Dar uma olhada no meu lá e comenta :P bllz? - VALEU! http://www.casadoscontos.com.br/texto/20130129
Por em 2013-01-02 22:08:46
AMEEEEI! Mas agora quero a opinião de quem entende. Dar uma olhada no meu lá e comenta :P bllz? - VALEU! http://www.casadoscontos.com.br/texto/20130129