Capítulo 7 - Paulo II

Conto de thsereno como (Seguir)

Parte da série Aquela História Escondida

Olá!

Depois de alguns (fucking) meses, voltei. Certamente não sei explicar os motivos que me fizeram parar ou voltar, mas alguma coisa tinha que fazer para não deixar a história no vazio. Quem tá chegando agora, dá uma acompanhada nos capítulos anteriores que estão no meu perfil. Farei de tudo para poder postar regularmente. (Se é que alguém lê ou se manterá interessado. hahaha).

Boa leitura!

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Aquele parecia o céu. Porém, se tudo que sobe, desce, graças à Gravidade... era hora do paraquedas ser desarmado.

***

Aquele que fora o melhor dia da minha vida, marcou a virada para um inferno astral inimaginável. Se eu acreditava que “aquele” dia seria para nos aproximar mais ainda, o Arthur não entendia dessa forma. Ele começou a ficar cada vez mais frio e indiferente. Nada de olhares pelos corredores, ou encontros fora da normalidade. Minha presença se tornou um fardo para ele e parecia não haver mais nada a fazer. Até as garotas de programa talvez fossem mais bem tratadas do que eu.

- Arthur...

- Que foi?

- Por que... Por que você está me tratando desse jeito?

- De que jeito?

- Assim... frio, indiferente, como se nada tivesse acontecido entre nós...

- Eu tô achando tudo normal. Afinal, nós não temos nada, não é mesmo? Eu não sou nada seu. Só estou curtindo você. Curtindo muito bem, por sinal... – e assim saiu com uma piscada irônica pelo corredor da escola.

Me senti da pior maneira possível. Um objeto, usado e explorado. E ainda assim aceitava tudo isso... Eu tinha que deixar de ser tão trouxa. Pelo menos uma vez.

***

Uma semana havia passado e desde então decidi esquecer o Arthur de uma vez. Ainda o encontrei ficando com uma piranha loira qualquer pelo colégio, só para me provocar. Aquilo foi o fim.

E quando menos esperava, ele tentava me seduzir novamente. Um certo dia, acabei indo para casa depois de resolver umas coisas para a minha mãe. A mesma iria sair também, mas deixou uma surpresa antes.

- Arthur?

- Paulinho?!

- O que foi dessa vez? Quer conselhos pra lidar com a piranha loira lá?

- Ih, rapaz... Tá com ciúmes agora? Achei que ainda gostasse de mim... De quando eu te pegava por aqui, beijando o teu pescoço...

- Ar...

- Pegando todo o seu corpo junto do meu...

- Ar... thur... CHEGA! Cansei de ser feito de trouxa por você.

- Mas gatinho... tá de TPM hoje?

- TPM uma porra, seu idiota. Eu achei que você era uma pessoa, no mínimo, verdadeira. Que gostava de mim. Não de forma tão fútil e mentirosa. Mas agora você mostrou quem é. Cansei, tá bom? Vou embora... – e me puxando forte pelo braço, me fez parar.

- Você não vai a lugar algum. Não sem antes ouvir o que tenho a dizer.

- O que? Mais mentiras?

- Eu amo você, seu idiota. Amo tanto que quero te proteger.

- De que?

- Meu pai é o diretor do colégio! Ele não pode saber em hipótese alguma de nós dois...

Não sei se estava sensível o suficiente, mas ao ver aqueles olhos fixos nos meus, me encarando e com um profundo desejo, me fez acreditar que ele estava certo. Afinal, ele não falava muito da família, nem de si. Era um completo mistério. Ninguém sabia como ele tinha parado naquela cidade. Muitos cogitavam que ele morava com a avó, outros com uma tia. Ainda tinham boatos de que ele era um filhinho de papai, e até que ele fosse um assassino e estivesse lá para se esconder. Não seria a primeira vez que estaria sendo enganado.

- Eu não acredito em você, Arthur...

- Paulo, o que eu preciso fazer para você acreditar em mim?

Boa pergunta. Eu realmente não sabia a resposta. Mas o silêncio foi suficiente para ele dar em cima de mim novamente. Mas dessa vez eu não queria, nem sentia prazer na situação.

- Arthur, para... por favor...

- Vai dizer que não vai sentir falta de mim, do meu cheiro, do meu beijo... do meu pau dentro de você.

- Não, Arthur, não vou sen...

- Shh...

Eu não conseguia me mover e nem me posicionar. Eu não consegui dizer não. Como ele conseguia fazer isso comigo? Foi o bastante para perder todo o encanto por ele. Aos poucos ele foi me deixando preso na cama. Meu corpo estava completamente entregue, mas a mente não. Com a mão, ele percorria todo o meu corpo.

- Arthur, eu não quero fazer isso...

- Hoje você não tem querer. Você não disse que me ama? Pois eu te darei todo meu amor agora, seu filho da p...

Depois de dar um tapa na minha cara, calou a minha boca com a sua camisa. Sem perceber, meus braços já estavam presos à cama. Assim, ele tirou toda a minha roupa e distribuía tapas por todo o meu corpo. Nunca tinha visto o Arthur tão agressivo, nem mesmo no sexo. Seus olhos, antes graciosos, agora eram tomados por uma fúria que não sei de onde surgiu. Então, mesmo sem lubrificante, camisinha ou qualquer carinho, ele tirou sua roupa também, me colocou de lado e me fodeu como nunca antes.

A cama se arrastava conforme cada estocada que ele dava. Os tapas ecoavam por todo o quarto e eu nem queria ver o resultado depois de levar tantos. Porém quem corria silenciosa era a minha dor. Não de ter toda aquela fúria me penetrando. Mas a dor de ser usado, iludido, ludibriado. Restou-me chorar silenciosamente e esperar aquele tormento acabar.

Não demorou muito e ele me fez engolir toda a sua porra, já não bastando toda a humilhação. E como se fosse um golpe de misericórdia, no fim, ele chorou. Deitou sob o meu peito e chorou também como nunca tinha visto antes.

- Pedro... Eu...

- Sai daqui, Arthur.

- Me desculpe... Eu... Estava fora de mim. Não poderia fazer isso com você.

E desamarrando os meus braços lentamente, ele foi proferindo desculpas que não seriam aceitas. Até ele proferir a frase que acabou com a minha vida...

- Eu sou soropositivo.

***

- E assim, meu caro Marcelo, eu decidi que nunca mais iria confiar ou amar alguém novamente.

A essa altura, o Marcelo já caia em lágrimas e mal conseguia dizer alguma coisa. Restou um abraço. Sincero, verdadeiro, amável, desprovido de medo ou preconceito.

- Sua vida não acabou, seu bobo! – ele dissera. Ela está apenas começando. Pode confiar em mim.

E depois de anos, aquele sorriso me passou confiança novamente. Enfim, um amigo.

***

Comentários

Há 1 comentários.

Por Fagner em 2015-12-17 13:20:04
Garoto. Você me fez chorar. Por um momento eu quis gritar, xingar o Arthur e te xingar também. Mas se trata de uma série, bem realista por sinal. E cá entre nós, uma das melhores. Não sei o que dizer desse Arthur, não tenho o que dizer dele. Só cabe a mim expressar a raiva que sinto, nesse comentário. Enfim, ia fazer um "belo" texto, mas você me deixou sem palavras. História incrível e você está de parabéns. Por favor, não suma. 💖