Capítulo 5 - Tarde no Parque

Conto de thsereno como (Seguir)

Parte da série Aquela História Escondida

Olá, pessoal!

Resolvi seguir uma sugestão de um amigo/leitor e agora publicarei às terças e quintas. Dá para me organizar direitinho e dá para deixar um tempinho para vocês imaginarem o que acontece no próximo capítulo. Tá bom?

Sejam bem vindos aqueles que ainda não tinham lido. E aos que já leem, comentem pfvrrrrrr. Sou carente, preciso já dá pra conquistar um de vocês pela escrita. hahaha.

Divirtam-se com esse capítulo (Como se divertir com mais drama do que outra coisa? Prometo que o próximo episódio será o último ~dramático~ em muito tempo. rs)

Dica: para fazer esse capítulo, fiz basicamente ouvindo essa música. Se possível, ouça ela no começo e tudo faz sentido. Até chorei ouvindo ça merda lembrando de momentos..........

É do Ed Sheeran e se chama Photograph (https://www.youtube.com/watch?v=YYc9NPiVw7c). Sem mais delongas, vamos lá.

***

O amor pode machucar, às vezes. Ou seria sempre?

Se o amor nos machuca, por que corremos sempre atrás dele?

No fundo, nós somos todos masoquistas. Nós gostamos de sofrer, mesmo sabendo o que pode acontecer.

Nós criamos as memórias para não serem esquecidas, para mantê-las vivas.

Bem, aquele pôr-do-sol permaneceria vivo.

***

(Marcelo)

Eu não preciso fazer isso

Fugir não é uma saída

Só mera alternativa

Por não saber ser feliz.

Ele me faz feliz

Mas eu ainda não o faço

Não faço pelo emoção

Apenas pela razão

De um dia sem fim

Eu voltarei para ti

Sem ser covarde

Sem qualquer alarde

Para te ter de vez.

Por hora, não sou seu

Nem sou meu.

À outra pessoa pertenço

A qual nem mereço ter.

Eu não costumava acreditar

Nem no céu, nem no inferno.

O céu reside contigo.

Sem o seu amor,

Só resta o inferno.

- Marcelo, meu bem?

- Pois não, Arthur?

- Volte para a cama, eu preciso de ti.

Espero poder voltar ao céu. Espero ainda ser digno do teu amor.

- Vou em instantes. Só desligando o computador.

- Você e seus vícios. O que foi dessa vez?

- Nada demais - completei desligando o computador. Você já viu o pôr-do-sol?

- Várias vezes, Marcelo. Coisa besta...

- Por quê?

- Todo dia é a mesma coisa. Ele se esconde, deixa a noite para todos e depois volta como se nada tivesse acontecido.

Só podia lamentar por ele não ver da mesma forma que eu.

- O sol sempre se esconde, traz as noites para os prazeres. No outro dia, ele volta, ainda mais forte, mais disposto ainda para iluminar. Ele sempre traz uma esperança de que tudo irá ser resolvido...

- Hum... Que droga foi essa mesmo que você usou, hein?

- Nada, querido. Você está certo...

O tempo congelaria para sempre agora.

***

(Neto)

Abri meus olhos com algum esforço. O sol não aparecera nessa manhã. Apenas uma nuvem cinzenta cobrindo o céu prometendo uma grande chuva. Talvez fosse o que eu precisasse. Duas semanas se passaram desde o pôr-do-sol e toda a felicidade esperada se foi junto com o sol.

Confesso não saber expressar o que sinto a vocês, até porque não sinto nada desde que tudo aconteceu. Sem mais palavras, ligações, ou qualquer outra forma de contato. O Marcelo me exortou de sua vida, sem um mínimo de consentimento. Teria ele feito isso com outros? Bom, isso não importa agora, não é mesmo? Facebook excluído, ligações na Caixa Postal, mensagens sem retorno. Apenas a solidão, sem saber que ela poderia sim voltar mais forte.

Nada restou. Apenas memórias. De que servem então essas memórias se elas me fazem sofrer? "Elas o mantem vivo", corrige-me o subconsciente. Todavia, essa cama não irá resolver nada e nem trazê-lo de volta, se eu ainda o quero. "Eu preciso agir". Agora.

***

Vesti o meu melhor sorriso e perfume e resolvi encarar a vida da forma que ela deveria e merecia... com coragem.

O tempo nublado persiste, porém segui marchando rumo às últimas memórias. Não atrás de você sabe quem, mas atrás da minha paz que foi perdida lá. Eu estava disposto a recuperá-lo.

A cidade estava mais vazia que o habitual. Quem sabe era feriado e eu desconhecia. Parti para o Parque a fim de pensar sobre tudo.

Lá estava a Lagoa de volta, me encarando novamente. O tempo mudou, eu mudei. Existem lugares que não importam o que façam, permanecem com a mesma beleza sempre. Esse é um desses.

Fechei meus olhos para ouvir o vento passar. Porém não só o sopro passava. Alguns passos se aproximavam com o cerrar dos galhos. Sua respiração ofegante lhe entregara. Não poderia me virar por precaução. "Vai que era um assaltante", pensei.

Ele ia chegando mais perto. "Não posso me mover, não posso me mover, não posso me mover. Finge que tá morto, sua mãe não te ensinou a tantos anos pra nada...".

Silêncio.

O creck creck havia sido interrompido. Então a pessoa que julgava ser um assaltante se aproximou e despejou seu corpo ao meu lado. Eu não podia estar mais nervoso.

- Não precisa fazer nada disso.

Permaneci intacto.

- Nem se assustar.

Àquela altura isso já seria impossível.

- O Senhor deseja algo? Eu tenho algumas moedas e...

- Senhor? Moedas?

O silêncio foi quebrado por uma enorme gargalhada do homem ao meu lado. Pelo menos consegui fazer alguém rir.

- O que você acha que eu vou fazer?

- Ué, dia de semana num Parque onde poucas pessoas frequentam, com baixa segurança... só posso temer por um assalto!

Ele conseguiu sorrir outra vez. Abri meus olhos.

- Eu só quero uma coisa sua - aquele tom pareceu conhecido por um instante. Eu só quero sua companhia.

Virei meu rosto para encarar aquele homem e mal poderia acreditar no que via...

- Paulo, você por aqui!

- Sim, meu caro sem nome. Não só você procura por paz aqui.

- Me desculpe, é... Neto... - disse ao apertar sua mão, totalmente sem jeito.

- É um prazer revê-lo, Neto, embora você não possa dizer o mesmo...

- Cara, me descuuuuulpa! Eu não poderia ser mais ingênuo. Me perdoe. Você sabe como as coisas andam hoje em dia...

- Eu sei, apenas estou zoando contigo. Você está certo. Porém não precisava tremer tanto.

Minhas mãos estavam tão brancas quanto as bolas dos olhos.

- Você me deixou tenso.

- Eu não pude evitar.

- Você não ficaria com medo?

- No seu lugar? Talvez. Hoje em dia tenho medo de outras coisas, talvez...

- Como o que?

- Bem... pior que roubar algo material seu, é roubar um sentimento, um coração... e não mais devolvê-lo. Concorda?

Assenti. Mas não queria lembrar disso.

- Devo concordar com você. Mas por que esse assunto?

- Eu frequento esse lugar a bastante tempo, e já vi gente chorando, lamentando, fazendo de tudo. Olhando para a Lagoa como se quisesse se afogar...

- Pareceu que eu ia me jogar?

- Com toda certeza!

O ar tenso deu lugar a um anseio descontraído. Estava começando a gostar daquele rapaz...

- Eu sei reconhecer um coração partido.

- Fui um alvo fácil, então, eu suponho.

- Sim. Desde o princípio. Aquele rapaz... Eu o vi te observando naquele dia. Vi o quanto você esperou por ele. Você confiou nele demais, sabia?

- E você parece que me conhece há anos! Como posso confiar em você também? Ai, meu Deus! Estou falando com a mãe Diná e não fui avisado?

- Idiota.

Definitivamente, eu estava engraçadinho hoje. Porém, toda a graça pareceu desaparecer em um instante do olhar do Paulo. A luz dos olhos deu lugar às lágrimas.

- Um coração partido sempre reconhece o outro.

De fato, agora tinha um amigo.

(Continua...)

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Comentários

Há 1 comentários.

Por rickteen em 2015-04-23 23:04:57
A M A N D O, PRECISO DE MAISSS *--* Parabéns o trabalho está maravilhoso! Mantenha o ritmo que essa história ta maravilhosaa