Todo teu / 1 Capitulo
Parte da série Todo teu / 1 Temporada
Acordei assustado, a transpirar. Não conseguia dormir e não conseguia deixar de pensar no meu primo. Tudo tinha começado numa manhã de
junho, fazia agora quatro anos. Eu era apenas um miúdo e estava a
descobrir a vida. O Fábio, na escola, já me tinha dito que era normal, que significava que já éramos homens e os homens faziamno. Eu não percebia muito bem, mas experimentei. Era bom tocarme, eram umas cócegas boas, que arrepiavam. O Fábio também dizia que era normal ficarmos a tremer, cansados. Agora já compreendia o que ele queria dizer, aquele formigueiro enquanto me roçava nos lençóis, abraçado à
almofada, e os espasmos que depois me percorriam o corpo.
Nessa manhã, há quatro anos, quando acabou, fiquei quieto, a respirar depressa, como se estivesse a recuperar de uma corrida de vinte minutos. Fechei os olhos e sorri, eu adorava aquilo, agora faziao quase todos os
dias. Foi então que tudo se precipitou.
– Tu estiveste a fazer o que eu acho que estiveste?
Sentime a estremecer com o susto e abri os olhos, em pânico. O meu
primo estava de pé, à porta do quarto, a olhar para mim com um sorriso de gozo. Senti um enorme calor na cara. O que é que ele estava a fazer ali? Vio curvarse sobre a cama e agarrar os lençóis.
– Não! Pedro! – exclamei em pânico.
Tentei segurar a roupa, mas não fui a tempo, ele puxoua para trás, destapandome. Instintivamente, encolhime sobre mim próprio, tentando taparme, mas não consegui, estava sem as cuecas e ele viu tudo, percebeu bem o que tinha acontecido.
– Viestete! – aquilo era uma afirmação, não uma pergunta.
Pensei levar as mãos à cara, para me esconder, não sabia porque estava a
sentir tanta vergonha, mas não podia fazêlo, para não me expor, e
enterrei a cabeça na almofada para não o ver e para ele não me ver a
mim. Preferia asfixiar a encarálo.
– Viestete, sim! – percebi que seria e adivinhei que estava a olhar para a
mancha molhada nos lençóis.
– Vaite embora, Pedro! – gritei, com a voz abafada pela almofada,
morrendo de vergonha, pressionando o corpo com toda a força contra a
cama, o que me valeu uma valente palmada no traseiro, que estalou pelo quarto e me fez dar um pulo na cama.
– Não sejas parvo, deixame ver!
– a sua voz endureceu.
Tentou tirarme as mãos da frente do sexo, mas eu continuei a resistir. Ele riase, mas não desistiu.
– Chega, Nuno. Para já com essa merda! Deixame ver!
Eu ainda era um rapaz de treze anos, ele já era um homem de vinte e
dois. Não consegui resistir. Agarroume as mãos, abriume as pernas, viroume e ficou a olhar, parado. Não queria que aquilo estivesse a
acontecer, não queria ter sido apanhado. Fechei os olhos com força. Mas os segundos passaram e o seu silêncio avivoume a curiosidade, que se
sobrepôs à vergonha. Espreitei para ver o que fazia, e esse movimento como que o despertou.
– Já fazes isto há muito tempo?
– Não – murmurei, sentindo a cara a ferver.
– Agora já és um homem, primito! – a sua expressão era um misto de
divertimento e admiração.
Adorei ouvir aquilo, a vergonha e o medo atenuaramse, ele parecia orgulhoso de mim. O meu corpo descontraiuse, foi um alívio enorme, tinha pensado que fosse gozarme. Geralmente, ele acabava sempre por
troçar de mim.
– Estou orgulhoso de ti – confirmou.
Esbocei um sorriso tímido, que se desvaneceu instantaneamente quando ele passou o dedo pela minha barriga molhada e depois o levou à boca.
– O que é que estás a fazer? – pergunteilhe, escancarando os olhos de
espanto.
Ele sorriu ainda mais.
–Tens de limpar isto – disse, pegando nas minhas cuecas e passandoas na parte húmida dos lençóis.
– Ninguém pode saber, ouviste? Muito menos a avó!
Contínua...
-------------AVISO------------
Os capítulos dessa série serão publicados de segunda à sexta, serão 5 capítulos por semana.
Espero que gostem !!