Fodido como puta até dizer chega

Conto de Vincent como (Seguir)

Algum tempo atrás fui a um clube de sexo daqui da capital paulista, como costumo fazer quando a libido se torna insuportável. Não sirvo para relacionamentos monogâmicos a longo prazo e acho que o jogo da caça por um único parceiro de uma noite é maçante; por isso fico abstinente de sexo por meses e, quando estou subindo pelas paredes, vou a este clube, que é muito real, se alguém porventura se interessar. É real, também, o relato que se segue.

Sou branco, loiro, cabeludo, olhos verdes, alto, malhado, lisinho. Estou longe de ser perfeito, mas eu sei proporcionar uma experiência sensorial que satisfaz a maioria dos homens. Minha pele é macia, boa de deslizar as mãos. Meus glúteos são fartos na medida certa, não são duros nem caídos. Meu rosto conserva traços de juventude que ainda fazem os outros me tomarem por moleque de 18, razão pela qual gosto de deixar uma barbicha rala, clarinha no contorno do rosto, deixando as maçãs lisas para uma mais proveitosa experiência de quem quiser me possuir.

Em outras palavras, tenho ciência das minhas virtudes e limitações e faço uso delas. E, com o passar dos anos, tenho tido uma quase incansável capacidade de dar, de ser fodido por toda a sorte de homens, números que chegam a vinte ou mais por noite. Sei fazer deep throat, garganta profunda, e abocanhar tudo até o talo. Aguento rolas muito grossas e muito compridas, seja de quatro, frango assado, de pé ou de bruços; do jeito que o cara preferir. E consigo ser uma espécie de príncipe, pois mesmo ajoelhado abocanhando uma pica descomunal ou arreganhado numa roda de fodas ainda mantenho dignidade e controle. Sou experiente, apesar de não ser maduro, e sei como arrancar o prazer de um homem. No fim do dia é disso que gosto: prazer alheio.

Não sou efeminado. Se você me visse na rua jamais iria me imaginar dando pra um latino enquanto um negão se atola na minha boca e outros cinco nos rodeiam se masturbando. Nenhum amigo sabe sobre esse meu “Lado B”. Profissionais já me rotularam patologicamente ninfomaníaco, mais de uma vez. Talvez eu seja. Só que mesmo sendo todo machinho na minha voz aveludada, porte e postura, quando o assunto é sexo eu sou fêmea, eu preciso acasalar, procriar, ser esporrado por vinte ou trinta homens para me satisfazer, a abelha-rainha, a serpente que desliza por entre as potenciais presas, amantes por cinco ou dez minutos.

Devo ter chegado por volta das seis da tarde, junto com a noite. A regra do clube é ficar completamente nu. Todos pelados, sem toalha nem sunga. Camisinhas gratuitas ficam à disposição. Dei muita sorte, pois a maioria dos caras que estavam lá naquela noite eram ativos. É frustrante quando a maioria é de passivos pois a concorrência é maior e eu não gosto de coisas/pessoas difíceis quando estou ali. Meu “Lado A” adora desafios. Meu “Lado B” quer a vida fácil. Pois bem, quando subi as escadas rumo ao dark room, logo à entrada fui abordado por um rapaz que desde o vestiário estava me comendo com os olhos. Ele era mais alto do que eu, gordinho e tinha um pau mediano, ideal para inaugurar as minhas pregas. Não perdemos tempo com formalidades como nomes, até porque sempre me apresento com pseudônimos, e fomos a uma das cabines com chave. Transamos gostoso, por uns cinco minutos. Ele gostava muito de beijar e toda vez que estava quase gozando, com minha boca ao redor do pau, me puxava para cima, para beijá-lo. Como frequentemente acontece, fui eu quem dei as costas a ele e me ofereci para passar para a próxima etapa. Ele deslizou com facilidade para dentro de mim e, infelizmente, gozou rápido, acabando a diversão. Não foi das mais memoráveis das minhas transas. Não consigo lembrar a fisionomia dele. Serviu apenas para me abrir um pouco e me deixar lubrificado para os próximos.

Estava saindo do quarto depois dele e encontrei um moreninho esguio, lisinho de tudo, com cara de ser novinho e estar afim de mim e, chamando-o, dei meia volta e tornei a entrar na cabine. Às vezes me sinto meio Hilda Furacão em seu quarto de Minas Gerais, um homem atrás do outro a noite inteira, fila de machos ávidos por satisfação dentro de mim. Eu poderia ter um namorado e, de fato, namorei duas vezes, me satisfazia com sexo uma vez por dia, com um parceiro, e chegava facilmente ao orgasmo. Mas o primeiro namoro acabou de forma muito errada e o segundo de forma trágica, e eu meio que perdi a capacidade de confiar em algo tão insosso quanto o amor romântico. E o moreninho tinha um pau comprido, não muito grosso, mas que eu abocanhei total e completamente garganta abaixo, para delírio dele. Ele disse que estava quase gozando, por isso parei e fiquei de frango assado, me oferecendo a ele. Ele sacou a deixa e, depois de um começo um pouco tortuoso, errando a entrada, acertou-a. Foi gostoso, divertido e durou mais do que a primeira vez da noite. Só que também não era ele que trazia algo de novo e diferente, algo que eu já não houvesse provado antes. Antes de começarmos ele disse ser versátil e eu não gosto muito disso, porque da minha parte sou exclusivamente passivo. Não consigo ser ativo, não tenho ereção suficiente para isso. É uma pena, pois meu pau é grande e tenho bolas grandes, low hangers, bem penduradas, que levam à loucura muitos caras. Simplesmente não tenho prazer em meter e, depois de poucas estocadas, perco a ereção e fico cansado. Não me traz prazer. Então quando o cara diz que é versátil, no fundo sei que ele espera algo mais de mim, talvez queira me chupar um pouco, manusear meu pau endurecido enquanto ele me fode, talvez torça secretamente por um troca-troca. E eu sei que não quero nada disso. Foram pouquíssimos os boquetes bem feitos que já recebi. Bater punheta eu bato em casa sozinho muito melhor do que qualquer outro poderia bater por mim. E troca-troca não me apetece.

Então ele anunciou que iria gozar, eu ofereci minha boca e ele se arrancou de dentro de mim e se satisfez com a minha língua e lábios ao redor da vara pulsante dele. Porra muito salgada. Em excesso. Definitivamente não uma das melhores que já provei. Cuspi logo em seguida e nos despedimos. Desci para uma muito necessária chuveirada, uma penteada no cabelo comprido que estava começando a embaraçar após alguns puxões, uma aguinha para matar a sede e antisséptico seguido por Trident para renovar o hálito. É incrível como adoram me puxar pelos cabelos enquanto me comem. Será fetiche? Será que ocorre com todo cara cabeludo? Caso sim, fico feliz em poder ajudar, apenas não goze no meu cabelo. Embaraça de um jeito que estraga o meu humor.

Quando tornei a subir ao dark room, a casa tinha lotado bem. Reconheci um rosto de meses antes. Era um jovem negro, magrinho, de altura semelhante à minha, todo musculosinho, lisinho, com um belo pau ereto que estava acabando de foder outro passivo de sorte. Olhei para ele, ele me notou e acho que também me reconheceu. Eu não soube o nome dele da primeira vez e também não descobri da segunda. Como da primeira vez, acariciei o peito dele e fui descendo minha mão até seu pau. Nos encaramos e nos beijamos. Boca boa, bem como eu me lembrava. Adoro os lábios fartos dos negros, os dentes que reluzem com uma brancura mais forte e, acima de tudo, a reação que causava nos outros ao redor o contraste que nós dois éramos. Ele, careca. Eu, cabeludo. Ele, negro. Eu, branco. Ele, 100% ativo. Eu, 100% passivo. Por isso nos demos bem da primeira vez, por isso nos demos bem da segunda. Chupei-o com gosto por uns bons cinco minutos, sentado a um pufe que deixava minha boca na altura certa. Uma série de voyeurs nos cercavam se masturbando, como sempre acontece naquele clube. Quando me levantei para tornar a beijá-lo mais um pouco, ele me perguntou se eu estava afim de dar. Eu disse que sim, ele me virou, me lubrificou com seu cuspe e logo estávamos fodendo.

O pau dele era grande, mas nada que a cada estocada eu quisesse chorar e fugir. Não, era gostoso, e o ritmo dele era agradável. Quando ia começando a doer, trocávamos a posição. Fodemos em pé, depois de frango assado com auxílio do pufe, então de quatro bem gostoso. O senso de timing dele é perfeito e, logo quando ia começando a cansar, ficar tedioso ou doloroso, ele sugeria uma troca bem-vinda. Ficamos uns bons dez minutos metendo, até ele anunciar que estava cansado, remover-se de dentro de mim, tascar um beijo de tchau na minha boca e sumir na escuridão. Se não me falha a memória, da primeira vez ele gozou comigo, mas, por outro lado, da primeira vez a noite já ia mais avançada. Enfim, transar com o mesmo cara podia ser bom, e de fato havia sido, mas jamais representaria a novidade que eu buscava, por isso não guardei mágoas ou me senti menos confiante.

O que acontece é que alguns desses voyeurs que ficam cercando os “transantes” o fazem na manifesta esperança de que reste algo para eles depois do coito alheio. E, como um deles era gostosinho de corpo e bom de rosto, sorri para ele e o chamei para preencher o que o rapaz negro antes dele havia deixado vazio. Ele já estava a ponto de bala, penetrou meu corpo com facilidade, com certa agonia adolescente, e depois de uns sessenta segundos eu ouvi os ofegos e a respiração pesada de quem estava chegando ao orgasmo. Adoro aquele momento em que o cara começa a meter mais forte e mais rápido, começa a ofegar, o suor escorre, ele te prensa contra ele e, então, de repente, tudo para, seus movimentos estacam e ele está lá, completamente atolado dentro de você, jorrando a semente sem uma única preocupação nessa vida, entregue. Ser o responsável por amansar esse tipo de ferocidade é o que me faz mais feliz.

Fora isso, foi uma transa medíocre que não passou nem perto de me dar satisfação. Par contre, minhas bolas começaram a doer. É uma coisa sobre a qual não há muita literatura a respeito, mas razoavelmente comum, o fenômeno “blue balls”. Quando um homem é estimulado sexualmente por muito tempo sem liberação de esperma, as bolas podem começar a ficar hipersensíveis e doer. Especialmente as minhas, que são grandes e penduradas, ficam indo e vindo enquanto sou arregaçado a noite inteira. Chega um ponto em que, se eu quiser continuar fodendo, preciso usar uma das mãos para ficar segundo o saco e impedir que balance, ou prendê-las com as pernas unidas. Se eu ao menos conseguisse gozar, a história seria outra, mas eu não gozo. Não enquanto estou transando. Não consigo, é um dos meus maiores defeitos e grande decepção de muitos parceiros que sempre pedem para “gozarmos juntos”. Não é que o ativo não esteja me dando prazer suficiente, é só que ereção não é meu ponto forte. Nessa noite em questão, tomei dois Viagra antes de chegar, só para ter um pouco mais de ereção, mas mesmo assim não foi o suficiente para me levar ao orgasmo.

Cansado e com dor nas bolas, decidi descer um pouco para a sauna, relaxar e descansar antes de subir para um novo round. Na sauna seca, tinha um cara mais velho, meio gordão, peludão, o tipo de cara que não ganharia concurso de Mister Fitness nem 1000 anos. Só que o pau dele era enorme. Grande, grosso e duro. O maior da noite até então, sem dúvida. Eu estava ali para relaxar por cinco minutos, por isso decidi deixar a oportunidade passar. Além disso, não estávamos sozinhos na sauna. Tinha umas outras três pessoas. Então eu decidi deitar de bruços num dos bancos de madeira, com minha bunda branca e loira pra cima, que eu sabia que chamaria a atenção de todos. Fiquei pensando que se, porventura, o pauzudo e eu ficássemos a sós, ele viria até mim e eu deixaria. Não queria beijá-lo ou acaricia-lo. Queria apensar ser arrombado por ele. Então um dos caras saiu. Restavam dois. Pouco depois o outro saiu e, por fim, o último. Sobramos eu e o pauzudo. Acho que sentar e esperar o príncipe encantado é a maior perda de tempo e, se você quer que seu destino aconteça como você quer, você precisa tomar as rédeas. Então eu virei a cabeça e olhei abertamente para o pau do cara, que continuava um Everest. Ele estava se masturbando olhando pra minha bunda e, então, sentou-se ao meu lado e começou a acariciar a minha perna. Afastei um pouco uma perna da outra, em evidente sinal de que eu estava disponível para tomar no rabo. Ele não perdeu nenhum segundo e, antes que eu percebesse, estava montado em mim, o volumão sendo socado no meu rego. Talvez porque saunas abram os poros, o meu buraco não sofreu tanto quanto eu pensei e aquele negócio descomunal entrou inteiro em mim. Alguns caras entraram na sauna, mas isso não parou a nossa foda. Eu gemia, ele metia devagar, gostoso, fundo, me alargando e aprofundando. Eu rebolava a bunda contra aqueles pentelhos grisalhos e ele me puxava para mais junto dele. Não trocamos palavras e poderíamos ter continuado por muito tempo, mas ele se levantou e saiu da sauna, assim simples. E eu percebi que ele tinha gozado em mim ao sentir porra escorrer pelas minhas pernas. Bem que notei que havia entrado com facilidade demais. Provavelmente foi por conta da ausência de camisinha. Não que isso previna nada, mas corri para os chuveiros para me lavar o melhor que pude. Tenho medo mas não tenho vergonha. Acidentes não acontecem: são causados.

E depois de uma nova passada nos vestiários, para me secar, beber mais água e mascar mais chiclete, tornei a subir para o dark room. Estava parado demais aquilo. As pessoas não estavam interagindo, todas a seus cantos esperando que alguém fosse até elas, esperando que o destino fosse naturalmente seguir seu curso e colocar o príncipe no caminho. Pergunto-me quantos e quantas já não morreram secos esperando por isso. Na porta do cômodo, encontrei o moreninho esguio, segundo cara com quem eu tinha transado na noite, o versátil. Ele disse que estava com um pouco de vergonha de chegar nos caras. Eu disse que ele tinha que ter coragem, que deveria tentar “desfilar” ao atravessar o cômodo, mostrar sua bunda, seu pau, o que quer que tivesse de bom para ser ressaltado; buscando por olhares que cruzassem com o dele e, caso acontecesse, que chegasse próximo, acariciasse o peito do cara; que se o cara não repelisse o avanço, que se aproximasse mais e descesse a mão para o pau dele; que, se a linguagem corporal permitisse, eles se beijassem ou, se não, que ele ajoelhasse e chupasse o cara do modo como eu o havia chupado. Ele riu e disse que tinha vergonha. Eu decidi demonstrar. Achei o cara mais gato do cômodo, um brancão musculoso de peito peludo que estava parado numa pilastra, de pau duro, e cheguei-me junto dele. Acariciei-lhe os pelos do peito definido dele, mas ele se afastou e cobriu o pau com a mão, em gesto que naquele lugar costuma significar “sai que eu sou passivo também”. Olhei de longe para o moreninho, que me observava e dei de ombros, continuando a deslizar pelo cômodo até chegar a um rapaz bronzeado, careca, recoberto por pelos sem, contudo, ser peludão; fortão, tatuado, com o pau a meia bomba, recostado na parede numa pose “badass”. Tinha todo jeito de ex-presidiário rude e cruel, preso por violência doméstica, estupro ou algo do tipo. O tipo de vilão que na vida real, seu “Lado A” quer distância, mas, nas fantasias, o “Lado B” quer ser violado por ele, quer ser dominado, quer sofrer até chorar e dizer chega, quer ser passado pros amigos dele até perder as pregas, as pernas ficarem bambas e o corpo tombar em desmaio.

Cheguei-me próximo a ele, acariciei seu peito áspero e ele não me repeliu. Desci a mão por sobre o abdômen durinho e mais peludo até chegar ao mastro dele. Ele não esboçou muita reação e a linguagem corporal revelava que aquele não era de beijar na boca ou fazer carinhos. Me agachei e comecei a chupá-lo. Abocanhava o pau meia-bomba todinho enquanto com as mãos eu segurava o sacão boludo dele e, por vezes, lambia-o também. Eu deixo meus dentes bem longe do pau e uso a língua para dançar ao redor do pau do cara enquanto chupo. Gosto de salivar bastante para o prazer meu e alheio. Quanto mais lubrificação, melhor o boquete. O maior foco é sempre a cabeça do pau e, especialmente, o lugar onde a cabeça se liga ao talo, onde o prazer do homem é maior. Nada pior do que uma boca seca, com bafo, língua áspera e cheia de dentes que não compreendem a delicada anatomia peniana. Em quase nada de tempo, o pau dele enrijeceu e cresceu na minha boca e não foi mais tão fácil engoli-lo por inteiro. Minha habilidade deep throat me ajudou e ele, percebendo isso, faz uso e me pegou pelos cabelos para garantir que engolisse tudo e que ficasse com tudo lá dentro. Ele fodeu a minha boca e estava começando a me dar ânsia, quando estacou seu ir e vir direcionou meu rosto ao seu com uma das mãos, me olhou de cima por um segundo como se eu fosse algum insignificante escravo, e foi embora. Confesso que queria mais e que fiquei decepcionado. Tenho certeza de que ele estava curtindo e eu queria tê-lo feito gozar, não sem antes dar para ele.

Tornei a encontrar o moreninho esguio versátil, que estivera a me observar, e ele disse que queria ter a minha coragem, que o cara a quem eu estava chupando era um puta dum gato, que ele estava de olho nele havia mais de meia hora. Eu não tenho muita paciência para conversinha sobre insegurança. Disse pra ele ir atrás do cara e agarrá-lo pelo caralho. E preparar a garganta. Não sei se ele entendeu, mas eu não fiquei ali para descobrir. Vi um homem com um pau obscenamente roliço, com uma super cabeça de cogumelo e um cock-ring na base, e na hora quis tê-lo em mim. Gosto de pau grande, mas o meu negócio mesmo é pau grosso e cabeçudo. Pode até ser curto, mas se for grosso na cabeça me satisfaz. Era um homem mais velho, não muito atraente fisicamente, mas me deixou chupá-lo e eu quase não conseguia abrir a boca o suficiente para abocanhá-lo. Adorei aquele desafio e apenas insisti em tentar chupá-lo pela esperança de que ele topasse me foder depois.

Ele perguntou se eu aguentava um daqueles no rego. Eu disse que não sabia, mas que estava louco para descobrir. Ele me levou para trás dos biombos do dark-room, onde há um corredorzinho estreito cheio de glory-holes e eu me escorei numa barra de ferro que passa ali por cima, como viga, enquanto ele me colocava em posição. La douleur exquise! A dor maravilhosa de ser rasgado, ter as pregas abertas, desbravadas por um pau experiente. Dava para sentir a cabeça de cogumelo por onde ela passava, causando estrago, abrindo o Mar Vermelho, o prazer pareado à dor, os gemidos de prazer do cara, o modo como ele me ordenava que piscasse o cu ao redor do pau dele e, quando eu o fazia, os gemidos dele de “isso”, de “assim”, de “pisca esse cuzinho, vai”. Não ligo muito para sexo verbal, mas a palavra certa na hora certa pode dar uma boa apimentada no que já está fervendo. E, então, à minha frente, chegou um voyeur que eu reconheci. Era o cara mais gato da noite, o branquelão peludo e musculoso que tinha escondido o pau de mim quando o acariciei. Ele me forçou a me abaixar, sendo fodido pelo pau grosso, para que eu o chupasse. Não pensei tornar a vê-lo, então fiquei surpreso. O pau dele era lindo, comprido, reto, grosso e tinha uma belíssima coroa de pelos escuros ao redor. Tinha o talo branquinho com uma cabeçona rosada, circuncisada.

O problema foi que ao me inclinar para chupá-lo, o caralho cogumelo começou a doer mais do que agradar. Por alguns minutos eu tolerei aquilo, porque não queria perder nenhum dos dois, só que o gato que estava me deixando chupá-lo estava acariciando meus cabelos e meu corpo com suas mãos jovens de Super Homem e eu comecei a me interessar por ele de verdade e, em contrapartida, perder o interesse no cogumelo. Como se lendo meus pensamentos, o cara do pau grosso perguntou ao gatinho, cujo nome depois eu descobri, se ele não queria me foder um pouco. Ele disse que sim e eu, por dentro, explodi de alegria. Ele encapou o pau e me penetrou. Entrar foi fácil, já que eu estava esgaçado, mas o pau dele também era comprido, então eu sentia bater nos meus limites internos e gemia a cada estocada. Ele me abraçava bem juntinho a ele e eu sentia minhas costas se aninharem no peito forte e peludo. Ele virava meu rosto e me beijava com carinho, lábios adocicados, pele lisinha, quase feminina onde não havia barba. Quando o cara do pau grosso de cogumelo percebeu que eu não voltaria para ele, foi embora. Nós dois continuamos ali, ambos segurando na barra de ferro acima de nossas cabeças, nossas mãos entrelaçadas ali em cima, nossos corpos grudados ali embaixo. Ele começou a sussurrar no meu ouvido que estava muito afim de me comer fazia tempo, mas que na hora que eu tinha ido até ele, ele estava sensível pois tinha acabado de foder um carinha e tinha quase gozado, que antes de vir até mim queria tomar um banho, tirar o gosto de lubrificante de camisinha do pau. Eu disse que ele era tão sacana quanto eu.

Perguntei a ele como é que ele gostava de gozar, ele disse que gostava de gozar de frente, comendo de frango assado, olhando pro rosto do cara. Ali onde estávamos, não seria possível aquilo. Frango assado exige uma base. Então, depois de uns cinco maravilhosos minutos de vai e vem, ele acabou diminuindo o ritmo e, por fim, parando. Ainda estava com o pau super duro, mas foi tirando a camisinha e me beijando no que eu sabia ser uma despedida. Às vezes a gente tem que tomar decisões que não são racionais, mas que no momento parecem certas, e eu decidi que confiava naquele desconhecido. Chamei-o para junto de mim, elevei meus braços para a barra de ferro, de frente para ele, e ergui minhas pernas, tirei-as do chão, indo apoiá-las nos ombros dele. Ele sorriu de um jeito muito safado, me segurou por trás e, sem camisinha, me comeu de frente. Nos beijávamos longamente, o pau dele deslizava com facilidade e eu delirava de prazer. O perigo torna tudo mais excitante. Só que depois de pouco tempo eu não estava mais aguentando ficar dependurado na barra de ferro e tive que desmontar. Me amaldiçoei por não ter aguentado mais um pouco, arriscado a perder o melhor partido da noite por conta de uma tração nos braços. Mas ele não foi embora. Ao invés disso, virou-me de costas e tome-lhe vara. Dessa vez me prensou contra os biombos, eu apoiei os braços abertos contra eles e ele, por trás de mim, esticou os braços encobrindo os meus, enquanto sussurrava ao meu ouvido se eu queria o leite dele. Eu disse que sim e ele continuou fodendo num ritmo alucinante. Os biombos tremiam, perigas até de caírem, mas eu tinha ligado o foda-se para todas as consequências e só conseguia pensar naquele cara se satisfazendo dentro de mim. Com um prolongado suspiro de alívio, ele me agarrou forte contra ele e se introduziu completamente dentro de mim, e eu soube que estava sendo engravidado por ele, que a semente dele jorrava farta dentro de mim.

Acho que ficamos uns bons cinco minutos acoplados daquele jeito íntimo e, mesmo quando o pau dele amoleceu e escorregou para fora de mim, ainda viramos de frente e nos beijamos longamente, trocamos carícias, brinquei com seus pelos, ele ficou me abraçando junto a si e acabamos indo ao vestiário juntos, trocar celulares. Ainda nos falamos por Whatsapp e temos um ótimo relacionamento, mas isso fica para outro dia. Só que depois disso eu e ele seguimos rumos distintos na noite. E nessa brincadeira deve ter se passado uns 15 minutos desde que ele havia ejaculado dentro de mim. Quando isso acontece, eu geralmente dou um jeito de me livrar rápido do esperma. Quanto menos tempo no corpo, menor o risco, apesar de que, se for para dar zica, vai dar de qualquer jeito. Mas precisamos dar uma forcinha pro destino, acredito piamente nisso. Fui ao banheiro me livrar do sêmen dele e deixei-o escorrer para fora de mim, sem pressa. Era tanto, tão espesso e farto que se demorava pelas minhas nádegas e pernas e eu não resisti a prová-lo, saboreá-lo. Era doce como os lábios dele, não era adstringente ou salgado como tantos outros. Era adocicado, suave e delicioso. Se tem algo de que não me arrependo é de ter deixado ele me inundar daquele jeito.

Eu estava satisfeito, enfim. Poderia ter voltado feliz para a casa naquele momento, mas pensei que não havia nada particularmente interessante me aguardando em casa, ao passo que ali ao menos havia a possibilidade excitante do desconhecido. Subi novamente as escadas e dei uma espiada no dark room. Vi uma rodinha de voyeurs cercarem duas pessoas que fodiam e, ao me aproximar, achei graça ao ver que era o moreninho esguio versátil do começo da noite que estava dando para o careca grosseirão tatuado com jeito de presidiário que eu chupara pouco antes. Senti uma pontadinha de inveja por ele não ter ME comido e estar comendo o outro, mas só uma pontadinha. Acabei saindo dali e voltei à antessala do dark room, na frente da escadaria, deitado de bruços num pufe que tem naquele ambiente iluminado, bom para ver rostos e corpos que chegam e vão de um andar a outro, de uma sala a outra. Pois agora eu já estava plenamente saciado sexualmente, então se fosse engajar novo ato com alguém, esse ato seria com alguém gato e gostoso. De rola e porra eu já estava saciado com louvor. Depois de muitos desinteressantes irem e virem por ali, comecei a ficar um pouco entediado, quando notei um deles estacar ao me ver naquela posição. Primeiro vi pernas, bolas e a pica ereta, já que meu rosto estava à meia altura. Pareceu-me familiar. Então, ergui o rosto e reconheci tatuagens, o corpo bronzeado, musculoso, peludo, o jeito de presidiário. Oras, então não havia gozado com o moreninho versátil ainda?

Como muitos ali, ele não queria ejacular com o primeiro cara que desse tesão a ele, acho que por isso não tinha gozado nem comigo, nem com ninguém até aquele momento. E eis que ele ressurgiu e me reconheceu. A maioria das pessoas prefere o dark room, prefere não ter uma distinção do outro. O que se vê ali conta muito pouco e se refere, quase que exclusivamente, a pau e bunda. Gosto disso. Não vou a um clube de sexo buscando relacionamentos duradouros e monogâmicos e para mim pouco importa o cara ser branco ou preto, alto ou baixo, bonito ou feio, velho ou novo. O que vale é o prazer que somos capazes de proporcionar um ao outro. Com o tempo descobri que às vezes o que desagrada à visão é uma delícia ao tato, razão pela qual não dispenso gordinhos ou peludões de imediato. Mas também amo a luz, amo ver tudo o que acontece e não tenho vergonha do meu corpo, ou de que outros me vejam ser fodido. Ele também não tinha problemas com a luz e eu gosto de um cara seguro que não teme ver e ser visto, olhar para o que deseja e manifestar suas intenções. Não espere que eu vá até você se é a mim que você deseja. Venha até mim e, se eu quiser, iremos nos divertir muito. Quando quero, vou atrás. É o mínimo esperar que façam o mesmo comigo. Ele veio, com o pau duro e se aproximou do meu rosto.

Nessa noite auspiciosa eu também descobri que o que eu absolutamente repudiaria em qualquer outra circunstância da vida, no meu “Lado A”, eu amei naquele anônimo que me teve do jeito que quis, no meu “Lado B”. Pois eu estava no claro, deitado no pufe comprido de bruços, com as pernas cruzadas para trás, para cima, o que acentuava o volume da minha bunda, apoiado nos cotovelos vendo os paus passarem para lá e para cá. E, como eu estava deitado no pufe, apoiado nos cotovelos, minha boca estava à altura do pau dele e, eu como sou bom entendedor, comecei a chupá-lo. Ele, ciente de que eu aguentava, enfiou o pau inteiro na minha boca, garganta abaixo, de modo que meu nariz fosse se aninhar por entre seus emaranhados pentelhos escuros, cujo odor rescendia a sexo recente. Gosto desses aromas e texturas. Só não gosto do sabor da camisinha no pau alheio. Gosto de percorrer o corpo do cara com quem estou com as mãos enquanto o satisfaço oralmente.

O fellatio não durou muito, já que sem explicação ele se arrancou da minha garganta e cuspiu na minha cara, assim do nada. Como eu disse, é surpreendente o modo como podemos acabar gostando de coisas que, no papel, parecem abjetas. Vi que ele estava sacando uma camisinha e se dirigindo para trás de mim. Continuei deitado. Apenas descruzei as pernas e baixei-as, já que sabia que ele montaria em mim. E, então, montou em mim e se introduziu completamente, de um tranco. Confesso que deu uma dorzinha lá no fundo que, por um meio segundo, me assustou, mas nada que me fizesse parar. Ele fez o mesmo uma segunda vez, enquanto esmagava meus braços por entre suas mãos viris e calosas, pesava sobre mim com seu corpo musculoso e áspero. Ficou atolado em mim, se fazendo sentir e me puxou pelos cabelos, me forçou a virar o rosto para ele. Tascou-me um beijo, tornou a cuspir na minha boca, sugou a minha língua, depois jogou meu rosto para baixo, deu uma terceira estocada profunda e dolorosa e arrancou-se de dentro de mim. Foi quando senti os jatos quentes banharem as minhas costas e a bunda e eu soube que ele estava satisfeito. Nenhuma palavra proferida. Sem cerimônia, ele se levantou e foi embora. Eu fiquei ali jogado, aberto, cuspido, esporrado, suando, dolorido nos braços onde ele me havia apertado. Pouco depois dele sumir, eu me levantei, recolhendo meus cacos, e cambaleei para a escada que levava aos chuveiros. Sob a água corrente, repassei aquela trepada mentalmente e percebi que tinha adorado ser usado daquela forma. Adorei servir pura e simplesmente como objeto, como puta, sem amor, sem cumplicidade, sem respeito, só sexo, (im)puro, selvagem, primitivo. Foi um quase-estupro, mas consensual, quase ao ponto de dizer chega.

É raro encontrar um homem como aquele. A maioria dos ativos querem sempre algum sinal do prazer do passivo, querem notar uma ereção, gostam de ficar sussurrando coisas como “tesão” ou “delícia” ou “como você é gostoso” no seu ouvido, com objetivo não outro senão aumentar a confiança do passivo e garantir que ele continue satisfazendo-o. Aquele não. Ele não estava nem aí para o ser humano com quem estava. Para ele poderia ter sido uma fleshlight, uma boneca inflável, ou um cadáver. Ele só queria se satisfazer e eu só queria satisfazê-lo. Foi um encontro perfeito. Eu nunca havia percebido que gostava tanto de hardcore quanto percebi naquele momento. Por todos os riscos envolvidos, perdoem-me, mas eu não conseguia parar de pensar em fazer bareback com ele. Repetir tudo, só que sem camisinha, sentindo aquela esporrada quente não nas costas, mas profundamente em mim, naquele limite que ele conseguiu alcançar de tal forma que me fez gemer alto, com apenas três estocadas.

Depois dele houve mais alguns, talvez uns três ou quatro caras, além de vários que apenas chupei e outros tantos que rejeitei ou pelos quais fui rejeitado e que não valem a menção, mas eu já havia encontrado a novidade que eu tinha ido buscar, a epifania que sempre espero me arrebatar naquele clube de sexo. Quando cheguei em casa, com as bolas estourando de sensibilidade, de tanto estímulo à próstata sem nenhuma ejaculação, a primeira coisa que fiz foi afundar na cama e descer em mim mesmo, pensando em todas as descobertas da noite, todos os machos do mundo me inundando em porra. Quando eles todos ejacularam no devaneio, eu senti o meu próprio esperma jorrar e estacionar no meu peito, rosto, travesseiro e cabeceira da cama. Apenas esparramei-o para lá e para cá e dormi o mais leve e tranquilo sono.

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