1.4 - Aflições e Amor
Parte da série Por que não?
Após me ver naquela situação o lobo tenta vir me proteger, mas os outros o seguraram e atacavam, com o intuito de mantê-lo ocupado, vendo aquela situação desesperadora, sinto um enorme desconforto no meu corpo, meus olhos começam a brilhar intensamente, até que algo extraordinário acontece, ondas eletromagnéticas começam a sair do meu corpo, se expandindo rapidamente, expelindo o vampiro, para cerca de quilômetros de distância, com isso começo a sentir uma tontura, e os outros vampiros extremamente espantados com o que viram, fogem em questão de segundos.
O lobo começa a se transformar em um homem, e após alguns segundos, descobri que era o Leandro, ele começa a se aproximar, e imediatamente pergunto:
-O que foi isso?
Leandro me olha extremamente surpreso e confuso, o que me deixa mais nervoso e atordoado ainda.
-Por favor, me responde, o que foi que aconteceu comigo?
-Olha... É... Eu não sei muito bem, mas acho que depois do que aconteceu aqui, acho que você não é um humano normal como os outros.-diz ele me deixando irritado com tal resposta.
-É mesmo? Me conta uma novidade?
-Eu não sei! –grita ele me deixando magoado com tal tratamento- Me desculpa, me desculpa mesmo, acho que reagi assim com medo de te perder...
-COMO ASSIM ME PERDER? É tão grave assim? – pergunto ainda mais desesperado.
-Não vamos falar sobre isso agora, por favor!
-Você acha que não vai explicar sobre esse lado animal que você tem , é? – digo tento transmitir propriedade no que falo.
-Bem, sabia que essa conversa teria que ser feita uma hora ou outra, mas não pode ser aqui, vamos para a caminhonete, depois desse ataque, tenho medo que eles voltem – disse Leandro se referindo aos vampiros.
-Tá...
Dirigimos-nos até a caminhonete, nem me dou conta, mas ainda estava com Juno nos braços, e ele incrivelmente se manteve quieta durante todo esse movimento.
-Quando quiser! – digo estimulando-o a começar a se explicar.
-Tá legal! Eu viro um lobo, quer dizer um lobisomem, isso você já percebeu. Os homens da minha família têm essa tendência, a se tornar um lobisomem ao completar os 14 anos, comigo não seria diferente, a partir daí começo a fazer parte de um bando, onde além dos lobisomens daminha família, tem outros de famílias próximas, o chefe do nosso bando é meu avô, ele tem 62 anos...
-Mas eu não entendo por que você não me contou, já que confiei em tudo que você me disse, até as partes mais estranhas. – digo interrompendo-o.
-Tive medo que... Que...
-Que o quê? – digo
-Que você não me quisesse perto, não gostasse de mim, tivesse medo ou nojo de mim, por ter um lobo peludo e fedido do seu lado! – diz ele com um semblante triste e decepcionado consigo mesmo, e percebo que deixo uma lágrima cair involutariamente.
-Para! Por que você esperou o pior de mim? Saiba que eu gosto muito de você, e pare de se desvalorizar! – digo achando meu tom estranho, e com uma sensação estranha, que me faz querer abraçá-lo, beijá-lo e fazer muito carinho, fico com medo dessa sensação, acho que tinha um palpite sobre o que era.
-Foram as melhores coisas que você poderia ter me dito! Eu te... É... Eu também gosto muito de você- diz ele já vermelho me deixando constrangido e envergonhado com suas palavras doces e meigas.
Aquele velho clima de silêncio volta a invadir o veículo, e passamos cerca de uma hora sem interagir um com outro. A noite chega, e vejo uma certa aflição nas expressões de Leandro.
-O que foi? – indago.
-Escureceu e não gosto muito da noite, principalmente por causa daqueles vampiros! – diz ele.
Aceno com a cabeça concordando com ele. E cada vez vai ficando mais tarde, e começo a me sentir cansado e exausto, sinto uma necessidade tremenda de uma boa noite de sono, e começo a dar sinais involuntários disso.
-Pelo visto temos que parar logo, você deve estar cansado pela viagem, tem algumas barracas ali atrás, só precisa montar, meu avô disse que viagem ia ser um pouco longa e que então, você e Juno precisariam descansar mais confortavelmente, na medida do possível pelo menos.
-É, acho que nós precisamos dar uma paradinha. – digo.
Após alguns minutos, Leandro para a caminhonete, e me orienta a entrar pela mata e segui-lo, faço isso. Após algum tempo Leandro para e começa a armar a barraca, e preparar um local para dormir no seu interior. Depois que ele terminou, entro na barraca, coloco minha irmãzinha para dormir, e saio de dentro de nosso quarto improvisado para ir conversar com Leandro.
-Ela já dormiu. – afirmo tentando puxar assunto.
Passam-se alguns instantes em silêncio. Até que Leandro fala:
-Pedro, você pode me dizer uma coisa com bastante sinceridade? – diz ele encostado em um tronco de árvore.
-Claro!
-Você gosta de mim? – disse ele.
Me sinto corar neste momento, me sinto voando, com borboletas no meu estômago.
-Sim, mas por que a pergunta?
-É... É... É... Você... Você gosta de mim? Mas não é desse “gostar” que estou falando... – disse ele, cada vez mais se aproximando, aponto que sinto levemente sua respiração em meu rosto.
Fico em silêncio, o encarando e ficando cada vez mais com vergonha.
-Me responde, por favor!
-Sim, EU TE AMO! – digo ficando extremamente impressionado com minha coragem.
Nesse momento ele segura em meu queixo, levando-o ao encontro de sua boca, fazendo assim que demos um selinho, que ao passar do tempo se transforma num beijo de língua apaixonado e delicado, meu primeiro beijo, e na pessoa que mais amo, como me sinto confortável em dizer isso!
Ao acabarmos o beijo nos abraçamos e ficamos compartilhando por minutos um o cheiro do outro.
Acabo voltando para barraca e o deixo lá, encostado no mesmo tronco. Quando ia quase entrando percebo, que ele se mantém ali como um sentinela sem apresentar sinais de sono ou exaustão.
-Por que você não vem se deitar um pouco Leandro? É bom para repor as energias perdidas no dia. – digo.
-Tenho que ficar aqui para proteger você... Ah!... E sua irmã também, não confio na noite, já disse. – diz Leandro com um tom meigo.
-Venha se deitar pelo menos um pouco se não você não vai aguentar!- falo percebendo que ele logo se dirige a barraca comigo, sem mesmo retrucar ou contra-argumentar.
Ao entrar na barraca primeiro me acomodo, deitando de lado, para o lado de Juno, deixando um espaço para Leandro nas minhas costas, e percebo que ele dá um sorriso, bem fofo, por conta da minha atitude. Se deitou atrás de mim, com esperava, e para minha euforia (que conti firmemente), ele se deita de lado também, só que para meu lado, fazendo a gente dormir de “conchinha”, onde sua perna direita posiciona-se entra minhas pernas, fazendo-me sentir seu corpo carente pelo contato com o meu. Sinto-me extremamente seguro, e naquele momento extraordinário, adormeço.
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Pois é. Super romântico, não é? Uma mistura de carinho, proteção mútua, amor e romance invade o “relacionamento” entre Pedro e Leandro.
Esse foi nosso quarto capítulo, desculpem-me pela demora, foi por conta de alguns imprevistos familiares e pessoais. Sinto falta dos comentários, estou começando a pensar que vocês não estão gostando da história :) Comentem pessoal, nem que seja para criticar, adoro críticas, e se estiverem gostando, não sabem o quanto é maravilhoso saber isso de vocês, mas é preciso comentários. Não se esqueçam que comentários incentivam-me. Ah! E meus contos estão um pouco embaralhados na minha página, mas vocês se orientem pelo número do capítulo e pela data de publicação.
Tchau e até breve! :)