Capítulo 5 - Domingo, Filmes e Vela

Parte da série UM EM UM MILHÃO

O dia seguinte era domingo, então poderíamos arrumar o restante das coisas e ainda descansar. Fui o primeiro a acordar como na maioria das vezes, antes de levantar da cama admirei meu quarto novo, as paredes brancas com detalhes azuis claro, minha mesinha de computador e o meu guarda-roupa novo. Coloquei meus óculos (esqueci de dizer que usava óculos e que sem eles eu não via nada que estava longe). Levantei fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha preparar o café da manhã.

Não sabia se preparava algo para os meninos ou não, não fazia idéia de que horas eles iriam acordar, ainda eram sete da manhã e com certeza o Luis não iria acordar antes das onze, já o Auro eu não sabia dizer, mas logo minha dúvida foi respondida quando ele também entra na cozinha.

- Bom dia! – falei animado para ele.

- Bom dia! – respondeu sem animo nenhum e começou a preparar o próprio café.

Parecia que eu não precisaria me preocupar com o café da manhã ninguém e ali começavam novos hábitos que talvez acabassem por virar uma rotina.

Após o café, Auro e eu começamos a arrumar e a limpar o que faltava inclusive a bagunça que fizemos para preparar o café da manhã. Terminamos tudo antes das dez da manhã, então fui assistir TV enquanto que com meu celular em mãos atualizava o facebook. O Auro foi para o quarto dele para estudar, ele estava na metade do seu primeiro ano da faculdade de Direito. O Luis já tinha concluído sua faculdade de Publicidade e Propaganda e eu ainda não tinha me decidido e não me sentia preparado para a faculdade.

A campainha tocou então fui atender. Era o Ricardo tão sorridente, que quase me derreti todo ao vê-lo ali lindo na minha frente, estava com uma camiseta branca uma bermuda e tênis daqueles modelos esportivos.

- Bom dia! Acordei você?

- Não, não. Já estava acordado faz tempo e o Auro também. – nessa hora eu pensei “Graças a Deus que quando a gente divide uma casa com os amigos nos arrumamos melhor caso contrário eu não estaria apresentável para abrir a porta” e ri comigo mesmo.

- Parece que acordou de bom humor.

- Acordei sim. – ficando vermelho. – Entra, sinta-se em casa, eu estava vendo TV, o Auro esta estudando. Quer beber alguma coisa?

- Não, muito obrigado. E o Luis? Cadê ele?

- Ainda dormindo, não sei se vai acordar tão cedo.

Ele sentou no sofá e eu sentei ao lado dele.

- Então quais são os planos de vocês para hoje? Ontem foi muito divertido. – Ele riu mas eu só consegui lembrar de toda a confusão e de como eu era um bobo.

- Desculpas por ontem, você resolveu tudo sozinho.

- Não precisa pedir desculpas, você tornou o dia mais interessante e aquele velho ranzinza que teve a culpa de tudo. – disse rindo e passando a mão no meu cabelo deixando ele todo bagunçado.

- Eu não sei, estava pensando em passar o dia todo vendo TV, já arrumamos tudo o que faltava. – disse tentando mudar o assunto e arrumar o meu cabelo, ou fazer o possível.

Ele riu de novo enquanto me olhava e disse:

- Que tal alugarmos uns filmes para assistir e preparar algo pra comer?

- Acho ótimo!

Ele saiu para alugar uns filmes. Nisso o Luis já tinha acordado e tomado café, também gostou da idéia. O Auro foi ao mercado com o carro abastecer nossa geladeira e também buscar o Bruno e em mais ou menos meia hora tudo estava pronto.

Os espaços no sofá foram todos ocupados, o Luis tinha me chamado para sentar do lado dele mas fui a cozinha e quando voltei o Ricardo já estava no lugar, então peguei umas almofadas e coloquei no chão e sentei ali, já que também não iria sentar do lado do Auro do Bruno e atrapalhar os dois.

Era um filme de terror e uma comédia romântica. Começamos pela comédia romântica, eu particularmente adoro esse tipo de filme, mas comecei a me sentir incomodado na metade do filme. Eu não gostava de me sentir uma vela e graças aos carinhos e beijos do Auro e do Bruno e como se já não bastasse o Ricardo sussurrava coisas ao ouvido do Luis a todo instante, mas também não podia obrigar ninguém a gostar de mim, assim como também não poderia proibir que as pessoas se amassem, ainda mais porque eram meus amigos e eles mereciam.

Só comendo e prestando atenção no filme para não passar mal. Eu realmente não dava sorte. Quando filme acabou eu me levantei e fui até a cozinha beber água.

- Mano vai começar o filme de terror! – gritou o Luis na sala.

Eu passei pela sala e abri a porta da frente.

- Façam bom proveito, vou andar por aí. – e sai ...CONTINUA

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