Capítulo 14 - Hospital, Visitas, Acerto de Contas

Parte da série UM EM UM MILHÃO

Tudo o que senti foi muito confuso, lembro de sentir frio, lembro de sentir dor, lembro das magoas e da tristeza que me corroía, lembro das vozes confusas na escuridão, do silêncio, do incômodo, mas tudo parecia estar desconexo nos meus pensamentos.

Me sinto meio desconfortável em meio ao lençol e um fino travesseiro. Aos poucos abro os olhos e tento assimilar em que lugar estou. Mas não consigo reconhecer aquelas paredes brancas, até que sinto uma fisgada no braço e percebo que estava tomando soro ao ver a agulha em meu braço eu fico nervoso e desesperado e sem pensar tento me levantar (detesto agulhas, detesto hospitais).

- Não mano, deita. Ta tudo bem, eu estou aqui com você – o Luis impediu que eu levantasse e com delicadeza ele me deitou novamente.

Eu me senti mais seguro assim, tinha tantas perguntas pra fazer, mas ao vê-lo a única reação possível foi chorar convulsivamente. Ele segurou minha mão e colocou seu rosto perto do meu, enquanto eu soluçava de tanto chorar e acabei adormecendo mais uma vez.

Quando acordei já não estava mais com a agulha no braço, só um pequeno curativo, foi um alívio. Virei meu rosto para o lado e meu irmão estava sentado numa poltrona dormindo.

Pensei se devia acordá-lo ou não, ele sempre dormia tanto e com tanta facilidade, tentei chamá-lo baixinho, sussurrando. Mas ele não me ouviu.

Poderia ficar ali esperando ele acordar, mas estava começando a me sentir incomodado com a cama e tentei me levantar mais na cama, mas ao tentar levantar eu começo a sentir uma tontura e uma dor na cabeça. Acabo soltando um “Ai!” que acorda o Luis e deito novamente com a mão na cabeça.

- Por que não me chamou mano? Está doendo alguma coisa?

- Você estava dormindo eu não quis te acordar, eu tentei me levantar, mas senti uma tontura minha cabeça está doendo.

- Você é um cabeça dura, devia ter me chamado.

Meu irmão me ajudou ajeitando o travesseiro para que eu ficasse sentado na cama do hospital e chamou a enfermeira. Ela logo veio mediu minha pressão, fez algumas perguntas, mediu minha febre e disse que já tinha passado (eu nem sabia que estava com febre antes). Me fez tomar um comprimido e logo saiu dizendo que teria que ficar mais um tempo em observação.

Depois que ela saiu, eu e meu irmão nos olhamos e eu tentei entender o que tinha acontecido.

- Como vim parar aqui mano?

- Eu só sei o que a Melissa me contou mano. Ela te viu correndo e quando ela te chamou dois caras perto de você e que estavam fazendo bagunça perto da piscina, um estava tentando jogar o outro na piscina, quando um deles deu um empurrão mais forte o outro acabou esbarrando em você te jogando na piscina. A Melissa começou a pedir por ajuda e alguém pulou lá dentro para te salvar. Fizeram respiração boca a boca e então as meninas te trouxeram para cá com a ajuda desse cara que te salvou. Você também teve febre, por isso o soro e os remédios. O médico pediu pra você ficar em observação, talvez tenha alta ainda hoje. A Jéssica não tinha nossos números então ela foi até a nossa casa. Eu e o Ricardo estávamos chegando do cinema na hora. Quando elas no disse o que aconteceu nós corremos com o carro até aqui. Avisamos o Auro e o Bruno no caminho. Estavam todos lá fora até algum tempo atrás, ainda devem estar. Até o Paulo e o Diego.

- Pulo e quem? – perguntei sem realmente fazer idéia de quem se tratava.

- O Paulo. Quando chegamos, ele já estava aqui, chorando na sala de espera.

Eu fiquei sem reação ao saber que ele estava ali, que ainda se importava comigo, mas a cena do Beijo era muito difícil de suportar.

- O Diego também está lá na sala de espera, acho que é esse o nome dele, o rapaz que te salvou.

Fiquei tentando lembrar se conhecia algum Diego, mas nada me veio a cabeça.

- Ele ficou preocupado e resolveu vir com a Melissa e a Jéssica quando elas te trouxeram e ajudou a te carregar pra cá. – continuou meu irmão.

- Ah... Preciso agradecê-lo muito. – realmente eu estava em dívida com esse tal Diego, poderia estar morto se não fosse por ele.

- A Melissa me contou que antes de tudo acontecer ela te viu chorando. O que aconteceu antes de você cair na piscina mano?

- O Paulo e a Carla estavam se beijando e se agarrando. – a essa altura eu já tinha contado para o Luis que o Paulo tinha me beijado, de como ele era legal comigo e das dúvidas e receios que ele tina, assim como também já tinha contado sobre a VACA da Carla.

- É uma pena mano, mas ele parece arrependido.

Uma parte de mim ficava feliz com a presença do Paulo ali, a outra tinha ódio e nojo dele, por ter sido tão baixo ao ponto de ficar com Carla. Não se teria ficado com tanta raiva se tivesse sido outra garota qualquer.

Então as pessoas começaram a me visitar no quarto. A Melissa e a Jéssica foram as primeiras ainda estavam com a roupa da festa e o dia já estava amanhecendo.

- Que susto hein colega? Não apronta mais uma dessas com a gente não. – disse a Jéssica rindo da situação.

- Muito obrigado por me socorrerem meninas. E me desculpe Melissa, por ter estragado a sua festa.

- Ah sabe como é né? A festa só é boa quando alguém se afoga na piscina. Disse ela nos fazendo rir. – E agora eu sei que minha festa vai ser comentada pelo resto da semana.

- Se for assim só quero ir pra festas ruins de agora em diante. – e rimos juntos.

- O Luis me falou que o rapaz que me salvou da piscina estava lá fora. – falei para a Melissa. – queria vê-lo.

- Sim, o Diego. Só que agora ele foi embora Well. Ele também queria te ver e entrou enquanto você dormia e depois ele se foi, ainda estava com a roupa molhada por ter se jogado na piscina. Então foi pra casa. Mas te desejou melhoras.

- Se você o encontrar, diga que eu o agradeço muito e que lhe devo minha vida. – disse meio decepcionado por não poder conhecê-lo.

- Pode deixar amigo, digo sim.

E as duas se despediram foram para casa trocar de roupa e descansar. E a Melissa ainda tinha que ver o estrago que havia ficado na casa dela depois da festa.

Logo em seguida o Auro e o Bruno entraram. O Auro me fazia rir com o jeito irritado. Conversamos rapidamente e os dois se despediram. O Bruno tinha que ir pra casa dele e o Auro nos esperaria voltar na nossa.

O Ricardo também veio me ver. Ele sentou ao meu lado na cama e me pediu desculpas. E eu também pedi desculpas a ele. Nós dois tínhamos agido como crianças. Eu já estava chorando de novo, ele me abraçou nos perdoamos e prometemos ser bons amigos dali em diante.

- E se você magoar meu irmão eu te mato, ok cunhado? – disse isso fazendo ele rir.

- Pode deixar- disse ele me fazendo cócegas e saindo – Vou esperar você ter alta lá fora, depois levo vocês para casa. – disse piscando olho pra mim antes de fechar a porta.

A última pessoa que restava entrar abriu a porta e meu coração acelerou. Não fiz objeção em recebê-lo. Acho que queria resolver as pendências. Apesar de magoado, eu era capaz de rir, fazer os meus amigos rirem também, eu estava vivo, meus amigos ali me deram uma motivação pra continuar, eu ganhei uma segunda chance não poderia desperdiçá-la reunindo mágoas, era hora de me acertar com a vida.

O Paulo entrou. A aparência dele estava horrível, olheiras, os olhos vermelhos de tanto chorar e as lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto. O cabelo estava bagunçado e sua roupa amarrotada, quase irreconhecível. Ele se aproximou de mim e estava tremendo, acho que de nervoso, me senti mal por vê-lo naquele estado, me lembrei do Paulo que conheci no meu primeiro dia de trabalho e que foi tão atencioso e carinhoso comigo. Ele se ajoelhou ao meu lado na cama e segurou minha mão forte, então pude perceber o quanto ele realmente estava tremendo. Ele olhou nos meus olhos ainda chorando e por alguns segundos o silêncio foi absoluto naquele hospital... CONTINUA

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Luh nossa você é um fofo, simplesmente amei o que escreveu em seu conto, assim me apaixono ^^ que bom que você está gostando do meu conto tanto quanto eu amo o seu, obrigado pelo apoio.

DarkPrince não foi ela que me jogo na piscina, mas ela é uma VACA sim kkkk

Thiago aqui está a próxima parte kkk

Muito obrigado vcs que acompanham e para vocês meus lindos que comentam. Amo vocês! BJO