Capítulo 12 - Tensão, Preocupação e Desilusão

Parte da série UM EM UM MILHÃO

O clima estava tenso e eu odiava isso, odiava mais ainda aquela situação de ter que dar satisfações para o Ricardo, se é que eu tinha que dar alguma satisfação a ele. Será que eu não podia pegar o bendito ônibus e ir pra casa?

- Seu irmão falou que você está chateado com o que aconteceu no sábado, a gente se perdeu, não foi proposital te deixar sozinho. – falou Ricardo se explicando. Então o Luis não deve ter contado toda a verdade para ele, isso me deixava mais aliviado.

- Só quero ir para casa e descansar, mas não vou me sentir a vontade indo com você.

- Me desculpe Well, achei que nós fossemos amigos, você não pode me perdoar?

Pronto, luta praticamente vencida pelo Ricardo, amizade era algo sagrado pra mim. Se existia algo que eu não me permitia era perder amizades e aquele era meu ponto fraco.

Eu já estava pronto para desistir e ir de uma vez com ele e agüentar ficar no mesmo carro durante meia hora, quando o Paulo me interrompeu:

- Vem comigo hoje, você nunca me deu essa oportunidade. – fazendo carinha de cãozinho sem dono. Assim era covardia. O que faço agora?

- Ele vem comigo e pronto. – Me pegou pela mão e me puxou para perto dele e olhando fixamente o Paulo como se fosse seu inimigo mortal.

- Larga ele e deixa que ele decida com quem quer ir. – aquilo estava me deixando uma pilha de nervos, então era melhor acabar com isso de uma vez.

- Eu vou com o Ricardo hoje, tudo bem Paulo? Outro dia você me da carona. – Falei com uma cara de desanimo e o Paulo realmente pareceu decepcionado.

Entrei no carro por conta própria, soltando minha mão do Ricardo, fiquei de cara fechada o caminho todo. E o Ricardo carregava um sorrisinho de alguém que acaba uma competição, o que me fez me sentir um troféu.

- Você precisava fazer tanto drama por causa de uma carona? – disse ele.

- Não pedi para você vir me buscar.

- E que sujeito mais chato é aquele? Ele não percebeu que eu iria te dar carona? – disse com ênfase na palavra “eu”, como se fosse muito importante.

- Você está agindo como um idiota. Talvez tivesse sido melhor eu ir com o Paulo ou com o ônibus.

- Por que você está dizendo isso?

- Você está aí todo convencido, como se tivesse saído vitorioso em uma disputa de ego. Uma carona não é tão importante assim e eu disse que não queria vir e que iria me sentir incomodado estando aqui.

- Afinal de contas o que deu em você? Não parece a mesma pessoa de alguns dias atrás.

Eu não respondi mais nada, só chorava e silêncio olhando pela janela. Ele me deixava nervoso e com raiva, angustiado, era uma mistura de sentimentos que só me fazia sofrer e me fez me arrepender de ter escolhido acabar com aquela situação indo embora com ele.

Quando nós chegamos, eu desci correndo do carro e fui direto para casa. Me joguei na cama e chorei. Chorei tanto que dormi, acordei já era tarde da noite. Fui tomar um banho ainda desanimado, me troquei preparei um jantar pra mim e fiquei vendo TV. O Luís já estava dormindo e o Auro também já tinha chegado da faculdade e logo também iria.

Voltei para a cama e demorei muito para dormir novamente, no outro dia eu me arrumei novamente para ir ao trabalho, mas o Ricardo não apareceu para me buscar, nesta altura eu já tinha perdido o ônibus então com certeza chegaria atrasado à empresa, isso me dava um desespero, eu sempre odiei atrasos.

Liguei para o Paulo para avisar o que estava acontecendo, mas ele me pediu pra explicar onde ficava minha casa que ele mesmo iria passar ali pra me buscar. Não tive como dizer não, eram meus primeiros dias, eu estava em experiência não podia me dar ao luxo de chegar atrasado, ainda mais em uma empresa em que eu gostava tanto do trabalho.

Ele não demorou muito para chegar, saiu do carro apressado:

- Bom dia! – disse ele sorridente abrindo a porta do carro para que eu entrasse.

- Bom dia para você também. – eu disse rindo do seu cavalheirismo.

Ele entrou no carro e foi o mais depressa possível para não chegarmos tão atrasados. Foi inevitável ele não tocar no assunto que eu queria realmente esquecer.

- Aquele idiota te abandonou em casa hoje depois daquela cena de ontem?

- Por favor, Paulo eu já tive problemas demais com Ricardo no carro ontem, só quero esquecer ele.

- Ele te fez alguma coisa? Eu acabo com ele se eu souber que ele te fez alguma coisa.

- Paulo, por favor.

- Tudo bem me desculpe. – o Paulo era realmente incrível, seria muito bom ter ele ao meu lado. Mas ele precisava do tempo dele para pensar em tudo, em se aceitar.

Chegamos atrasados, mas chegamos. O dia de trabalho foi normal, exceto pela parte em que teve uma hora que o Paulo me puxou no banheiro e nos beijamos tão intensamente quanto a primeira vez.

Na hora de ir embora ele infelizmente teve que fazer hora extra, eu me ofereci para ajudar, mas ele disse que não precisava e que eu poderia ir, pois ele iria demorar muito e pediu desculpas por não poder dar a carona de volta, mas se ofereceu para me buscar novamente no dia seguinte. Eu aceitei e me despedi, deixando ele e a Carla, que ainda arrumava suas coisas na bolsa para sair, sozinhos na sala. Fui para o ponto de ônibus então, já que o Ricardo também não apareceria. Mas antes que pudesse ir a Melissa me convidou para uma festa que ela iria dar no sábado na casa dela. Eu disse que não sabia onde ficava, mas a Jéssica se ofereceu para me dar uma carona até lá. Então eu aceitei o convite e corri

Em casa foi a mesma rotina de sempre, tirando a parte que o Ricardo e o Luis estavam namorando no quarto do meu irmão. Fui dormir cedo e no outro dia acordei bem disposto.

Quando o Paulo chegou, eu já estava arrumado. Dessa vez ele não abriu a porta pra mim. Entrei no carro e coloquei o cinto.

- Bom dia! – eu disse feliz, mas percebi que algo estava errado.

- Bom dia. – ele respondeu sem animação e acelerou o carro nos colocando a caminho da empresa.

- Está tudo bem com você? Está estranho?

- Estou com sono trabalhei até tarde ontem.

- Entendi. Que pena. – não estava muito convencido daquilo, mas não quis continuar debatendo o assunto.

Não posso dizer que esse dia foi igual ao outro. O Paulo mal estava falando comigo e anda cabisbaixo pra lá e pra cá e eu não era o único que tinha percebido isso, pois a Jéssica e a Melissa também estavam comentando.

Nos corredores da empresa, as pessoas ficavam me encarando, algumas riam entre si quando eu passava e outras cochichavam. O dia estava muito estranho e isso estava começando a me deixar nervoso como sempre.

Na hora do almoço, sentamos na nossa mesa, só que dessa vez o Paulo se sentou ao lado da Melissa ao invés do meu. A Carla sorridente se sentou ao lado dele. E eu fiquei sozinho do lado oposto da mesa.

Ao contrário dos outros dias, o Paulo não abriu a boca para falar nada durante a refeição e ele era muito comunicativo. Aproveitando a oportunidade a Melissa também o convidou para a festa, mas para sua infelicidade esqueceu que a Carla estava ao seu lado, então teve que convidá-la também por educação.

Antes da hora de ir embora o Paulo me chamou de lado na sala e disse que também não poderia mais me dar carona, então não resisti em perguntar:

- O que está acontecendo? Eu fiz alguma coisa de errado? Por que você está me evitando? E as pessoas estão rindo e cochichando de mim pelas costas, ficam me encarando quando eu passo. Me explica o que está havendo.

- Eu só acho melhor a gente se afastar, Well, sermos só colegas de trabalho e nada mais...CONTINUA

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Oi gente quero primeiramente pedir desculpas por esse pequeno atraso, mas estava tão preocupado esses dias que fquei sem tempo e sem inspiração pra escrever. Espero que entendam.

E em segundo, como sempre eu quero agradecer a vocês que comentam seguem e me dão forças para continuar por que ssa semana estava difícil.

DarkPrince: meu lindinho <3 adoro vc!!!

Thiago: Que bom que está gostando ^^

Kôning: Gratidão nunca é demais, então obrigado novamente kkk

Kaka: Sorry pela demora, aí esta a continuação ^^ espero que goste