Cap. 2 - Sem respostas

Parte da série Entre Labirintos

"Eu não sei o que acontecerá de hoje em diante, nem o que será do amanhã. Mas sei o que eu quero... Você!"

• Dia 2

Acordo preocupado com o Enzo, ele não ligou e nem mandou mensagem. Muito estranho. Me levanto e me arrumo para ir pra escola. Eu espero de verdade que as aulas hoje passem rápido. Tenho que controlar esse vício de assistir Netflix até tarde. Ao descer nas escadas, encontro minha mãe na cozinha.

- Oi? Em que canal apareceremos? - falo jogando a bolsa no chão e olhando para todos os lados procudando algo. - cadê as câmeras? Como assim dona Victória ainda em casa essa hora? A Rainha Soberana resolver deixar o trono? - falo entre risos e indo abraçar ela.

- Digamos que eu esteja com alguns problemas em outro tipo de trono. - fala ela dando um beijo na minha testa e rindo em seguida.

- MÃE! Desnecessário esse comentário. - faço cara de nojo e sorrio depois. Minha mãe era bem séria e culta, porém era uma mulher simples e divertida. Um pouco de cada.

- exagerado... Então, e o moço não era pra está na escola não? - fala ela olhando pro relógio.

- então, talvez eu tenha dormido um pouco demais. Sabe como é, estudando muito para o Enem, fico quase sem vida social. - ponho a mão no coração fazendo expressão de lamentação.

- ai ai, eu sei bem esse seu estudo. Todo mês vem a fatura de 30 reais dele. - fala ela com cara de desconfiada. - vamos, eu te levo. Já estava quase de saída.

No caminho a gente conversa mais um pouco sobre a loja, vesribular e ela fala do meu gosto músical bem diferente do pessoal da região. Acho que ouvir pop faz com que ela ache que eu tenha algo a mais pra contar. Já que todos escutam sertanejo. Minha mãe é muito antenada nas coisas, afinal ela trabalha com moda. Não acho que ela reagiria mal se eu falasse de mim. Porém não vejo necessidade de fazer isso ainda.

Ao chegar no portão da escola, me despeço dela e saio enrolando o fone na bolsa. Quando bem que no nada esbarro no Flávio.

- eita, desculpa, tava distraido. - falo um pouco envergonhado.

Ele se resumiu em falar apenas. - vê se presta mais atenção da próxima vez. - e saiu logo em seguida.

- esquentadinho. - falei meio alto.

Flávio era bem bonito, tinha um cabelo maravilhiso. Apesar de ser muito legal, não tinha amizade com todos, era mais na dele. Era o mais novo da minha turma. Logo quando ele chegou, eu achava ele incrível, fui tirar foto escondido dele na sala na hora do intervalo, e o flash estava ligado, meio que falei que o celular tava com defeito e tava tentando concertar. Ele não deve ter acreditado porque ficou todo sem graça e não olhoh pra mim por uns dias.

Ao chegar na sala, a professora já estava. Peço pra entrar e sento. Beijo o ombro da Amy que estava na minha frente e me viro para trás pra falar com o Enzo, e ele pisca o olho e pede pra prestar atenção. No termini da aula, me viro pra ele e pergunto:

- você não falou ontem, o que houve? Está tudo bem?

- então, desculpa, eu adormeci. Sabe como sou, deito e durmo onde tiver. E tava muito cansado, o professor de reforço exagerou no conteúdo. - fala dando um sorrisinho. - e não houve nada, só minha mãe querendo que eu fosse pra casa.

- não parecia isso. - falo.

- mas foi só isso.

- qual é a das princesas aí? Vamos ou não comer algo? Estou tendo um filho de tanta fome. - fala amy para nós.

- vamos sim, estou faminto tambem. - falo pra ela. E falo baixo pra o Enzo ouvir. - ainda não acabamos mocinho, você não escapa.

- então me prende pra não escapar. - sussura ele de volta. Nessa hora eu fico vermelho feio pimente. Ele percebe e ri.

- agora as madames estão de segredinhos? Vejo que o estudo ontem foi produtivo. - fala amy rindo. -

- Ridícula! - exclamo e sorrio.

Saimos da sala e fomos os três para a cantina. Ao chegar lá e comprar o lanche, Flávio vai até onde estamos e pede pra conversar comigo. Fico meio desconcertado, mas vou um pouco mais afastado com ele.

- então, em que posso ajudá-lo? - falo envergonhado.