Capítulo 1

Conto de Tyler Langdon como (Seguir)

Parte da série (Don't) Like You

• Fevereiro de 2015

O despertador toca logo cedo. Enfio minha cabeça entre o travesseiro e a cama. Não consigo acredito que amanheceu tão rápido. Levanto-me da cana e vou cambaleando para o banheiro esfregando os olhos. Paro em frente ao espelho e encaro meu rosto.

- Bom dia, Adam. - falo soltando um pequeno sorriso em tom de deboche.

Sou Adam Goldberg, quinze anos, magro e branco. Apesar de ser inseguro com minha aparência, gosto dos meus cabelos castanhos ondulados, que caem até minha sobrancelha e de meus olhos cor de mel, quase amarelos, acho que realmente essa é minha marca. Sou calmo, mas tenho um espírito alegre. Não sou um tipo de jovem como os outros, primeiro que sou Gay, e depois que sou apenas mais um cara comum que estuda o segundo ano do ensino médio. Moro com minha mãe e minha irmã. Meu pai havia faleceu quando eu tinha apenas treze anos. Ele era uma figura importante pra mim, dele eu herdei seu espírito bondoso. Minha irmã, Melissa Goldberg, tem dezoito anos e acabou de entrar na universidade de Direito. Desde a morte do pai, nunca tinha presenciado ela e minha mãe em um momento de extrema felicidade. Apesar de termos uma boa condição financeira, ela optou por se dedicar aos estudos enquanto ainda jovem para que conseguisse ingressar em uma universidade pública. O mesmo procuro fazer. Ela, assim como eu, também tem seus olhos cor de mel e um cabelo comprido castanho, com pequenas mexam loiras. Minha mãe, Victória Goldberg, tem trinta e oito anos, ela tem cabelos curtos repicados e pretos, e um corpo bem valorizado. Ela tem uma Grife de roupas no centro da cidade, a Goldberg Store, que possui algumas filias em outras regiões. Ela construiu com meu pai quando ainda éramos crianças, e só cresceu com o tempo. Sua personalidade é forte e determinada, porém ela tem um coração enorme. Devido o trabalho pesado, ela sempre sai cedo de casa.

Após fazer toda higiene matinal, sito meu uniforme, pego minha mochila e saio para escola. Quase nunca como nada pela manhã, sempre escolho ficar alguns minutinhos a mais na minha cama. A escola não fica muito distante de casa, leva em torno de quinze minutos a pé até chegar lá. Não sou o tipo de aluno que odeia a escola, pelo contrário, tomo esse tempo que tenho para estudar e ficar com meus amigos. Costumo olhar esse aspecto pelo lado bom. Estarei recebendo conhecimento e ainda de brinde tendo momentos únicos com meus amigos.

Ao chegar à escola vou direto para minha sala, e como sempre, Enzo e Amélia, meus amigos desde o quinto ano do fundamental, já estão lá. Amélia tem os cabelos pretos e pele levemente bronzeada, seus olhos são azuis, e seus cabelos de um liso natural de dar inveja. Ela tem um corpo muito lindo, não era "o padrão", mas, que agrada a muita gente. O Enzo tem o mais belo sorriso, seus olhos são marrons e seus cabelos pretos, com a franja quase sobre os olhos. Ele era o mais alto de nós três. Não preciso nem dizer que perto dele eu me sinto um patinho feio. A relação entre nós três sempre foi a melhor possível. Afinal, crescemos juntos. Passamos por toda aquela fase complicada da infância para adolescência juntos. Eles não sabem sobre minha sexualidade, e não é medo ou falta de confiança, apenas não encontrei o momento adequado para falar com eles sobre.  Apenas minha mãe e minha irmã sabem. E elas respeitaram meu espaço de apenas falar sobre com outras pessoas quando eu me sentir a vontade.

- Bom dia Adam. - diz Amélia sorrindo enquanto me aproximo deles.

De cara eu estranhei sua felicidade, julgando o fato de que ela sempre está de mau humor nas primeiras horas da manhã.

- Oi? O que eu perdi? Você sorrindo e dando Bom dia às sete horas da manhã? – questiono sua atitude estranha enquanto sorrio e sentando em seguida ao lado de sua cadeira.

O Enzo, que está sentado atrás da minha cadeira, se aproxima do meu ouvido para falar.

- Não reclama, quer acordar a fera? – disse ele sorrindo próximo ao meu ouvido. Não pude o ver sorrindo, mas sei que estava pelo tom de sua voz e de sua respiração que tocou minha nuca.

- Ei, eu ouvi isso. -disse ela jogando uma folha amassada no Enzo. - Estou apenas apreciando o quanto à vida é bela, o quanto amo essa escola, minha família e meus amigos. - ela faz questão de levantar da cadeira e abrir os braços de olhos fechados enquanto pronunciava tais afirmações. - Já disse que amo vocês hoje?

- Okay, o que você fez com a Amy e qual seu objetivo aqui? - falei rindo.

- Não importa o que você fez com ela, apenas a deixa lá e fica aqui conosco, por favor. – disse Enzo em tom de súplica e sorrindo em seguida.

Somos interrompidos pela professora de matemática, Morgana, que já havia entrado na sala sem percebermos.

- Bom dia Amélia, poderia sentar e deixar a apresentação do Titanic pra aula de Artes? – um couro de risadas começa após o pronunciamento da professora, que faz com que ela se sente vermelha de vergonha. Apesar de ser bastante extrovertida e descolada, ela era bem tímida em certas ocasiões.

- Bem, como já havia falado, temos conteúdo suficiente para uma avaliação. Então aqui está a data da mesma. - falou anotando uma data no quadro. Alguns alunos reclamaram, mas ela continuou falando. - Vocês já estão no segundo ano e devem saber programar seu tempo, deveriam ter revisado o conteúdo antes... - começou a dar aqueles sermões de professores de como somos irresponsáveis e que agora devemos ter um olhar mais sério sobre o que vamos querer de nossa vida e principalmente nosso futuro. Aquele típico sermão que todo professor tem gravado na ponta da língua. - Por fim, quero que estudem em dupla, pois a prova será feita desta forma.

O sinal tocou anunciando o intervalo. Sai com o Enzo na frente enquanto Amélia ficou na sala terminando algumas anotações. Chegando à cantina pegamos nossos lanches e sentamos em uma das mesas que estavam vazias. Não demorou muito para que Amélia se juntasse a nós.

- Então, como ficará a divisão de nosso trio? – pergunta o Enzo.

- Verdade, será que não poderíamos fazer em trio? – falo tomando um pouco de suco em seguida.

- Ah... Quanto a isso não se preocupem. – disse Amy dando uma pausa pra mastigar a comida. – Vou fazer com o Guilherme. – concluiu olhando para sua comida sem nos encarar nos olhos.

- Está aí o motivo da alegria dela. – provoco-a um pouco fazendo o Enzo rir junto comigo.  – O que aconteceu de novo entre vocês?

Amélia tinha uma paixão desde o ano passado pelo Guilherme, e parece que eles começaram a conversar nessas últimas semanas. Não havia tido nenhum avanço ente eles, mas ela estava feliz em apenas conversar com ele.

- Não houve nada, ele apenas me pediu ajuda para estudar, já que está tendo um pouco de dificuldades na matéria. – sorriu piscando um olho. – O Enzo nem tem o que reclamar, já que vai fazer com o senhor cabeça aqui. – disse apontando pra mim.

- Ei, o que você quis dizer com isso? – protestou ele nos fazendo rir.

Anuncio que vou ao banheiro e me levanto em direção ao corredor que dar acesso aos banheiros. Ando com o celular na mão olhando algumas mensagens, e sem perceber esbarro no Flávio, que vinha caminhando na direção oposta.

Flávio era estudante do terceiro ano, e eu tinha uma paixão secreta por ele desde o início do ano passado, quando o vi pela primeira vez jogando futebol com os amigos na quadra da escola. Ele era incrivelmente lindo, com seu maxilar quadrado e sua pele morena, e cabelo estilo militar. Por praticar alguns esportes e malhar, ele tinha o corpo bem definido, mas nada exagerado.

- Cuidado por onde anda guri. – diz ele abrindo um sorriso pra mim. Eu ainda estou o encarando sem saber o que falar. – Ei! – ele estala os dedos me tirando de meu transe.

- Desculpe, eu estava distraído. – falo e me afasto dele para continuar andando.

- Espera! – ele segura meu braço me impedindo de continuar andando. – Você é o Adam, certo? Eu sou o Flávio. – ele estende a mão para que eu possa apertar. Ok, eu sei quem é você.

- Sim... Sou. – falo envergonhado apertando a sua mão. Sinto minhas orelhas queimarem, provavelmente meu rosto está muito vermelho agora.

- Você se lembra de mim? Eu te ajudei a ir para enfermaria ano passado, quando você machucou o pé tentando chutar a bola na aula de Educação Física. – certo, agora eu estou muito envergonhado. Essa não é uma lembrança da qual gostaria que ele guardasse minha.

- Lembro. – falo sem graça olhando para o chão e coçando a cabeça.

- Vou indo, a gente se esbarra por aí. – disse sorrindo mostrando os dentes e saiu em seguida.

Esse foi um momento constrangedor. Fui pego de surpresa por aquele que eu tinha uma paixão e ele ainda foi muito gentil comigo, novamente. Apesar de saber que não terei chance alguma com ele, meu coração se alegra só pelo fato de saber que ele se lembra de mim. Mesmo sendo naquele momento nada agradável.

Volto do banheiro e encontro com meus amigos, que já estavam me esperando para voltar pra sala. As aulas seguintes acabaram bem depressa. Eu passei todo o tempo pensando no ocorrido com o Flávio, vez ou outra a Amy chamava minha atenção quando percebia que eu estava muito aéreo. Após o som do sinal que anunciava o término das aulas, saímos e caminhamos nós três em direção ao portão de entrada. Ficamos conversando por alguns minutos até a mãe da Amélia chegar para busca-la. Ela morava na direção oposta e era um pouco mais distante do que a nossa casa.

- Ainda está me devendo uma conversa, mocinha. - disse em tom sério enquanto ela caminhava em direção a sua mãe. Ela sorriu e entrou no carro.

Eu e Enzo voltávamos sempre a pé, ele morava pouco depois de minha casa, não ia com ele para escola porque ele madrugava lá e eu não iria perder meu momento único de curtir uns minutos a mais com minha cama.

- Poderíamos começar a estudar logo hoje, não acha? – pergunta ele.

- Pode ser. - falei. - E como sei que eu vou passar a tarde toda te ensinando, porque o rapaz aqui não entende nada, espero que leve comida pra gente. - sorri e bati em seu ombro parando em seguida. - Na verdade, eu não espero. Você irá levar!

- Obrigado por jogar na cara que tenho dificuldades de absorver o conteúdo. Belo amigo você. - falou fazendo cara de desapontado e sorrindo em seguida. Eu já falei o quão belo é o sorriso dele?

- Sei que sou belo mesmo. - falei rindo.

Chegando à minha casa, Enzo falou que estava indo e se despediu. Antes de entrar eu chamei por ele.

- Não brinquei em relação a trazer a comida. – gritei enquanto ele caminhava, o que o fez parar e se virar para me olhar.

- Certo chefe. - falou botando a mão na cabeça em posição de sentido.

Nota do autor

Olá, estou de volta com mais um romance, esse definitivamente é diferente de tudo que já eacrevi ou tentei escrever pelo menos. Estou ansioso e feliz com o resultado do conto. Espero que gostem e comentem o que acharam. Aceito críticas e sugestões.

Forte abraço e beijo. Rô ❤

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